Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A BORBOLETA DOURADA




A BORBOLETA DOURADA
(Bellah Leite Cordeiro)

          De tempos em tempos as borboletas se reuniam no bosque para conversarem, trocarem idéias e se conhecerem melhor. As borboletas novas se apresentavam à comunidade e as mais velhas as admiravam por sua beleza e as animavam para o trabalho junto às flores. Todas tinham a missão de espalhar o pólen e assim levar a beleza a toda parte: às matas, às florestas, aos bosques e aos jardins. Sentado à porta de sua casa, um velho gafanhoto observava a passagem das borboletas.

          Todas o cumprimentavam respeitosamente, pois o velho gafanhoto era tido e realmente era um grande sábio.

          Até que, se aproximou dele uma borboletinha bem jovem, inexperiente, e, diga-se de passagem, bastante sem graça...

          - Bom dia, senhor Gafanhoto! – disse ela timidamente.
          - Bom dia! – respondeu o gafanhoto – Vai à reunião das borboletas pela primeira vez?

          - É isso aí! – falou a borboleta insegura – E estou um pouco preocupada... Será que vão gostar de mim?

          Diga com franqueza: você não me acha meio feiosa, minha cor não ajuda e as minhas asas são grandes demais?

          - Não! – respondeu o velho gafanhoto - Cada um é como é! E a aparência das coisas não é muito importante.

          Cada um se faz bonito ou feio. – acrescentou o gafanhoto com bondade.
          Na reunião todas conversavam entre si alegremente. Riam e brincavam, mas nem olhavam para a borboleta dourada. Era como se ela não existisse. Foi à última a deixar a reunião, na esperança de que alguém ainda a visse e falasse com ela. Mas nada!

          Ninguém a enxergou ninguém reparou nela.

          Quando na volta para casa, passou novamente pela casa do velho e sábio gafanhoto e ele perguntou:

          - Olá borboletinha, não vem da reunião das borboletas? Então... Que tristeza é essa? Não te trataram bem?

          - Pra ser sincera, nem me viram... Ninguém me notou na reunião.
          - Ora borboleta, espera aí! Você não é feia como pensa! Falta-lhe um pouquinho de charme... Talvez... Mais isso não é difícil conseguir. Se quiser ouvir os meus conselhos...

         -Ah, senhor gafanhoto! Seria um favor! Eu sei, os seus conselhos são maravilhosos! O senhor já ajudou muita gente a ser feliz!

         - Em primeiro lugar, quero saber por que você não usa uma das armas mais poderosas que todos nós possuímos para ser felizes: O SORRISO!
         - O sorriso? – perguntou a borboleta espantada.

         - Sim, o sorriso ilumina o nosso rosto! Faz a alegria sair de dentro do coração da gente e se espalhar, deixando todos em volta de nós, muito alegres!

         - Mas como vou sorrir se eu não estou alegre?
         - Ora Borboletinha! Neste mundo não existe ninguém que não tenha um motivo para ficar alegre! É só procurar! Você não acha maravilhoso o fato de poder voar?

         - Ah! Isso eu acho mesmo! É legal demais voar por cima de tudo! Fazer piruetas, pousar em qualquer lugar, ir para qualquer parte... É claro! Voar é muito bom mesmo.
    
         - O seu trabalho não é espalhar o pólen das flores para multiplicá-las por toda parte?
         - É exatamente esse o meu trabalho!

         - Espalhar a beleza por onde passa será esse um trabalho qualquer? Não é maravilhoso fazer isso?

         - Pra falar com franqueza, não reparo. Faço o meu trabalho por obrigação!
         - Repare então criatura! – tornou a insistir o gafanhoto – Verá que beleza existe em volta de você! Experimente sorrir, seu sorriso será um grande aliado. Pois todo mundo gosta de um belo sorriso! Procure também, fazer as coisas por amor, e não por obrigação!

           A borboleta animada agradeceu os conselhos e voou confiante e esperançosa.

Feliz, ela vinha observando a beleza do pôr-do-sol e o vento a brincar com a folhagem das árvores.

         - Coisa linda! – pensou – Esse lugar onde moro é realmente uma beleza!
De repente notou que estava sorrindo e sentiu esse sorriso vir do fundo do seu coração.

            Estava assim, distraída quando ouviu uma vozinha muito fraca a chamá-la:
         - Olá... Borboletinha! Você parece ser tão boa. Poderia ajudar-me? Estou coberta de areia e não consigo livrar-me dela. Você não dará um jeitinho?

           Era uma formiguinha já quase sem fôlego a se debater na areia.
         - Pois não! – Falou a borboletinha aflita descendo imediatamente para bem perto dela.
         – Estou aqui para ajudá-la!
         - Vi o seu sorriso tão bonito por isso me animei a pedir ajuda. Quem sorri como você, só pode ter um coração cheinho de coisas boas!

          Essas palavras da formiga foram as mais lindas ouvidas pela borboleta até aquele dia, e jamais se sentira tão feliz!
          Em sua grande alegria a borboleta teve um desejo enorme de cantar e dançar numa revoada de felicidade.

          Um besourinho ao passar ao seu lado voando também, falou:
        - Como você dança bem! E é linda sabia?
        - Obrigada! – respondeu a borboleta meio sem jeito, pois nunca havia sido elogiada antes – Suas asas também são muito bonitas sabe? Cada um é bonito ao seu jeito!

          E lá se foi o besourinho alegremente a dançar também, feliz com as palavras da borboleta.

          Daí por diante, começou a observar tudo: a relva, as árvores, o céu, as nuvens, a brisa, a chuva, as montanhas ao longe...

          Nada mais escapava de sua vista e tudo era importante pra ela.
          Encantada, olhava as flores, reparava na beleza de cada uma, conversava com elas e, sem querer, passou a fazer o seu trabalho de todos os dias com um amor enorme brotando em seu coração.

        - É incrível mesmo, a diferença de quando se faz tudo com amor!
          O tempo foi passando e a borboleta era cada vez mais feliz, pois por onde passava sentia como era querida. Todos a festejavam e a olhavam com grande simpatia. Todo mundo queria conversar, dançar e brincar com essa borboletinha tão gentil, sempre a sorrir para todos.

          A sua tarefa diária a borboleta passou a fazê-la muito melhor! É claro! Agora fazia com amor!Afinal, chegou o dia da nova reunião das borboletas.  
      
          Muito alegre ela recebeu a notícia. Na data marcada, saiu de casa mais cedo.                       Queria passar pela casa do gafanhoto antes da reunião, pois desejava agradecer-lhe pessoalmente os conselhos preciosos e quase mágicos. Como algumas poucas palavras boas podem ajudar tanto!

          A chegada da borboleta à reunião foi sensacional! Todas pararam para admirá-la.

         -Mas que borboleta linda!- diziam.
         - É dourada!... Venham ver!
         - Parece luminosa! Você é superlegal!
          Todas as rodearam alegremente, e perguntaram:
         - Você é uma das novas, não é? É a primeira vez que vem aqui?
         - Não! –respondeu ela - Já estive aqui na reunião passada, mas ninguém me notou!

         - Não é possível! Você é linda demais! É uma borboleta dourada! Sabe lá o que é ser uma borboleta dourada? Ninguém deixaria de vê-la!

         –Essa é uma história muito comprida... Qualquer dia eu conto a vocês. Agora quero me apresentar a todas as borboletas, quero conhecer todas as minhas irmãs, conversar com elas e se muito amiga da comunidade das borboletas. À tardinha, depois de sair da reunião, passou novamente pela casa do velho gafanhoto.          Desta vez queria fazer-lhe uma pergunta:

         - Senhor gafanhoto, diga-me uma coisa: eu mudei de cor?
         - Não borboletinha, a sua cor é a mesma...
         – Por que então me chamam de borboleta dourada?
         - Mas você é uma borboleta dourada! Sempre foi... Apenas a sua beleza estava escondida.

         - Agora você reflete o seu interior! E é dele que vem a verdadeira beleza: A que sai do coração e se reflete em todo o ser!

         - Por isso você está luminosa e linda!

         - Você agora, é a borboleta dourada mais linda que eu já vi em toda a minha vida!

O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

OS PAIS E O ESCOTISMO


Chefe Sauro Bartolomei – DCIM – 1977 – Um grande Escotista. Sua memória ficou marcada em muitos que o conheceram.

Minha homenagem a ele publicando um artigo de sua autoria.

OS PAIS E O ESCOTISMO

O jovem ingressa no Escotismo através da admissão de seus pais, como sócios contribuintes e mantenedores do Grupo Escoteiro.

Não é apenas a criança ou o jovem que entram para o Grupo, como é crença geral. Assim, quando a família é aceita no Grupo, as crianças passam a aspirantes e seus pais membros da Assembléia.

Gozam de regalias, mas tem deveres e obrigações dentro do Grupo Escoteiro, que daí por diante, deverá contar com sua colaboração.

É necessário que os pais compreendam que o Movimento Escoteiro pode fazer muito pelos seus filhos. Não é apenas um “mundo de aventuras”...

É um trabalho de formação educativa que deverá ser desenvolvido entre pais e chefes.

Reconhecido seu valor educativo, temos que proporcionar meios para que ele exista e que possa ser aplicado em sua plenitude.

O Escotismo precisa de duas formas de cooperação: material e humana, pois é uma atividade independente, vivendo de seus próprios recursos. São os pais que mantém o Grupo.

Não basta o trabalho dos Chefes, acampamentos e excursões. Torna-se necessário o sentimento de Escotismo dentro do lar. Algo que não se deixe de lado quando se tira o uniforme.

Devem ser orientados pela Promessa e Lei Escoteira em todos os momentos de suas vidas.

O Grupo também precisa de material didático, de sede e de campismo, manutenção e substituição dos mesmos. Quanto melhor equipado for o Grupo, melhores serão as condições para realizar um bom trabalho, com maior segurança.  Sem essa assistência material, o Grupo não sobrevive.

É necessário uma sede. Grande ou pequena, própria ou emprestada, para abrigar nossos jovens e guardar o material. E, porque não uma sede própria? Construir sem o fantasma eterno da mudança, os Cantos de Patrulha, a Gruta dos Lobinhos, uma oficina para reparo de material, uma sala para Diretoria e Chefia uma cozinha.... Ela será para todos, mais do que uma construção de tijolos e madeira.

Será a imagem de um grande ideal, o entrosamento completo entre pais, filhos e Chefia.  Mas, se de um lado focalizamos o problema material de um Grupo, ainda existe outro importantíssimo: o da Chefia.

Os Chefes mais antigos vão se tornando cansados. Há um desgaste natural do Chefe ao lidar com as crianças e jovens por muito tempo. A aventura passa a ser rotina, o entusiasmo transforma-se em obrigação e a vivacidade em monotonia. A evasão tem início.

Os pais ficam descontentes, os Chefes sentem-se frustrados e os jovens insatisfeitos.

Como resolver esses problemas?

Novos Chefes são necessários, somando-se aos mais experientes e trazendo novamente a dinâmica do “sangue novo”.
Todos sabem como é difícil orientar diretamente o adolescente. Sua tendência natural é seguir a sua turma, suas idéias e ações. Hoje em dia isso pode se tornar um perigo!

A única forma de chegar até eles é conseguir orientar discretamente o meio em que freqüentam, sendo aceito por eles e a sua turma.

O Grupo precisa de Chefes e o pai de uma oportunidade para ficar realmente ao lado de seu filho, fazendo parte da turma.

Precisamos de pais que queiram ajudar a lidar com estes jovens ávidos de conhecimentos e aventuras, inquietos, turbulentos e que muito tem a receber.

Apenas colocar o filho no Escotismo não é suficiente. É muito passivo!

Amanhã, talvez arrepender-se-á de não ter dado um pouco mais de si, aos seus filhos e outros jovens que convivem com eles.

Basta que se decida e, compreendendo a situação, venha se colocar ao lado da Chefia e Diretoria, convicto que está fazendo algo para a juventude e seus próprios filhos, dedicando-se ao Movimento Escoteiro, colaborando para que os jovens de hoje, tenham um futuro melhor.

O Grupo Escoteiro que puder contar com a assistência material e humana dos pais, pode se sentir realizado.

Estará proporcionando compreensão, trabalho, dedicação, altruísmo e amor.

Seu filho, nesse ambiente, será feliz.

Sauro Bartolomei – DCIM – 1977
25º SP Grupo Escoteiro Nove de Julho

domingo, 18 de dezembro de 2011

A MARIA FUMAÇA E O VALE DO RIO DOCE, DOCES LEMBRANÇAS



A Maria fumaça e o Vale do Rio Doce, doces lembranças

Viajar de trem sempre foi uma das minhas escolhas pessoais, era como se o mundo mudasse de rumo e eu seguia em uma direção escolhida por ele. Hoje não posso mais fazer isso, mas um dia se puder, quero de novo embarcar para uma viagem que pode até ser sem volta. Não vai importar. Minha alegria irá superar tudo, pois estarei fazendo a viagem que sempre fiz e nunca esqueci.

É um privilégio uma viagem de trem. São tantas coisas que dificilmente poderíamos descrever todas. Quem viaja se diverte, sonha, vê um mundo diferente. A Maria Fumaça sempre foi um dos meus amores quando jovem. Margeando um rio, com seus apitos estridentes, uma parada em uma pequena estação, alguns saltam outros sobem. O cheiro do trem ninguém esquece. As fagulhas lançadas no ar, as paradas nas caixas d’água para matar a sede da locomotiva. E os guarda-pós? Usei muitos. Não sei por que, todos brancos.

     Muitas vezes alguns funcionários da ferrovia passam despercebidos. A gente na poltrona sonhando não sabe quantos estão trabalhando para que o trem siga seu destino. Ver a estratégia do manobreiro, simplicidade do guarda-chaves alterando o percurso do trem, da destreza do maquinista, do esforço do foguista alimentando a fornalha sempre faminta, do trabalho do pessoal da soca, a fazer os reparos necessários e o do fiscal de linha garantindo a segurança da viagem. É um espetáculo A parte.

A locomotiva devagar ou correndo, durante o dia apitando, um som maravilhoso que devia encantar o maquinista que gostava de puxar o cordão do apito. As paradas nas estações, a aglomeração dos que chegavam e os que partiam. Os meninos com suas “coisas” vendendo e gritando – Olha o sanduiche de galinha, olha a manga madura! Doce de leite e doce de abobora quem quer? O apito do chefe do trem, ele devagar saindo da estação, a meninada correndo.

À noite, as luzes dos carros de passageiros acesas, a segunda classe, a primeira classe. Um espetáculo ver o condutor do trem, com seus bigodes imensos, seu uniforme impecável, e seu boné bem colocado na cabeça, começando seu périplo em todos os vagões. Uma rotina de anos, seu inconfundível apito para anunciar a partida do trem, e agora ali depois de percorrer os vagões da frente pedia educadamente – Bilhetes! Bilhetes! E todos sorridentes, com ele a mão para ver como ele picotava e perfurava numa manobra de deixar todos os passageiros embasbacados.

Eu tinha conhecido todos os tipos de trem. Para mim as que mais gostava era da “Jibóia” enorme, gigante, com varias rodas. As “baldwins” me chamavam a atenção, por ser uma Maria fumaça pequenina. Tão pequena que sua chaminé abarcava todo seu todo.

Com era gostoso ficar ali na janela, vendo o trem cortando montanhas, apitando, soltando fumaça, mostrando que ali em seu caminho é ele quem manda. Quem teve o privilégio de viajar em uma Maria fumaça, de primeira ou segunda classe, não esquece nunca. Vai sempre margeando um rio, caudaloso ou não, ali vai ela, seguindo o seu curso natural. Seu destino uma próxima cidade, uma arraial, um sitio, um parada no meio do caminho.

O barulho e o cheiro do trem é uma experiência muito viva. Sinto saudades da Maria-fumaça. Da volta da ferradura. Do guarda-pó para nos proteger das fagulhas lançadas pela locomotiva enfurecida. Das paradas na caixa d’água para matar a sede insaciável da Maria-fumaça. Do som inconfundível do apito do condutor que anunciava a partida do trem e depois percorria os vagões de passageiros para perfurar e vender os bilhetes. Do malabarismo dos guarda-freios puxando a corda e pulando de um vagão para o outro com o trem em movimento
.
Uma vez amigo de um foguista, ele me convidou para uma viagem de uma estação a outra. Trecho pequeno, mas foi para mim uma tremenda felicidade. Ver o maquinista olhando a frente, seu apito inconfundível (ele olhava para mim e sorria). O esforço do meu amigo foguista alimentando a fornalha sempre faminta. Difícil imaginar quantos estavam envolvidos para que aquele trem percorresse seu caminho, sem perigos, e chamando a atenção de todos que moravam próximo a linha.

Depois, passaram-se os anos e a Maria Fumaças foram trocadas por locomotivas a Diesel. Mesmo assim, minhas viagens nunca deixaram de acontecer. Lembro que com minha família, sempre íamos para passar uns dias em Vitoria, e o trem percorrendo aqueles trechos maravilhosos, as paradas nas estações, a meninada de novo gritando e vendendo frutas, salgados, uma festa. 
O condutor sorrindo a dizer bem alto “Próxima estação, Aimorés!”. É uma saudade imensa. Foi uma época maravilhosa. O Rio Doce caudaloso, águas límpidas (hoje não é mais) Era também um espetáculo a parte a passagem de trem por outro em alta velocidade.

Hoje não tenho mais esta oportunidade de viagem. Anunciam aos quatro ventos um tal de trem bala. Acho que não vou viajar nele. Não vai me deixar ver o rio, as paisagens, a meninada com aquela algazarra na estação. Não será o trem dos meus sonhos. O que foi ficou no passado. Difícil enfrentar a modernidade. Não sei se gosto dela.

Meus filhos e meus netos não terão oportunidade de viver o que vivi. Não tem mais Maria fumaça. Não tem mais meninos vendendo frutas e salgados. Acho que nem o condutor do trem com seu uniforme impecável e perfurar os bilhetes com maestria não mais existem. É melhor ficar só com as lembranças. Estas sim mostraram uma outro época e a de agora não é para mim. Quem sabe serão para os meus filhos e netos.

"Lá vai o trem com o menino
Lá vai à vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar
Lá vai o trem sem destino
P’ro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo ar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar, no ar.”
 (O trenzinho caipira: Heitor Villa Lobos)