Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A arte de contar histórias.



A arte de contar histórias.
              Há muitos e muitos anos atrás, tive a curiosidade de aprender como criar desenvolver e contar uma boa história, principalmente nos fogos de conselhos, em dias chuvosos ou então em lampiões do conselho ou mesmo aos lobinhos na Pedra do Conselho. Achava que estava faltando algum no meu adestramento, pois sempre fui um fã incondicional quando jovem, de boas histórias. Tive a sorte de ter bons contadores de histórias no passado e achava que agora era minha vez. Quem sabe poderia trazer uma nova experiência que divertisse os escoteiros.
              Mas como contar, como atrair a atenção, qual o tempo? – bem tudo isto foi aos poucos sendo assimilado e aprendido e fui fazendo pequenos estudos aqui e ali, ficava horas em frente ao espelho e eis que me achei um contador de histórias (razoável, é claro). Um filme na época me chamou a atenção, tratava-se de Entre dois Amores, onde Meryl Streep, contava histórias para Robert Redford, de uma maneira simples, misteriosa, carismática, com um suspense próprio, e criativo. Não memorizava a história antes, simplesmente solicitava um tema, e dava inicio a narração.
               Ela através do tema (dado por Robert Redford na história) imaginava um inicio criativo e aos poucos desenvolvia a história como se estive lá, vivendo com o personagem as peripécias e daí o final vinha naturalmente e de uma maneira espontânea. Assistindo o filme podemos tirar melhores conclusões, pois ela a sua maneira (uma grande atriz), explica como dar o início o meio e o fim. (aconselho aqueles que querem se iniciar como contador de histórias, que assistam ao filme).
              Iniciei minha saga de Contador de Histórias em um acampamento. A noite era escura, sem luar, e o local descampado, poderia quem sabe dar uma boa história.  Perguntei aos monitores (era um acampamento de monitores e subs) se queriam uma história e qual seria o tema dela. Claro, sempre tem aqueles que pedem uma história de terror.
              O Fogo de Conselho fora montado próximo a um riacho com muitas pedras e muitas folhas além de varias madeiras formando um pequeno remanso. Olhei para uma pedra saliente das demais e vi um índio (em meus pensamentos), olhando para mim, com os olhos vermelhos, parecendo soltar faíscas e foi então que começou minha vida de Contador de Histórias em Fogos de Conselho e claro em algumas atividades especiais. A história do Índio que foi obrigado a fugir de sua tribo deu o que falar. Depois disto contei muitas histórias. De terror, aventuras, ficção, e em lendas que aprendi a criar.
               Experimente e você verá que não é difícil. Deixe que os jovens e as jovens o ajudem quando sentir dificuldade. Em pouco tempo, teremos mais um grande contador de histórias, a deslumbrar jovens com sorrisos lindos, marcados pela chama do fogo em uma clareira qualquer. O espelho é um grande professor. Use e abuse dele. Risos.
                Para cada atividade, seja em Fogo de Conselho, em conversas ao Pé do Fogo ou em um dia chuvoso na sede, existe um tipo de história. Crie a sua com ajuda deles e verá que vale a pena sentir o suspense, junto a eles numa noite qualquer, escura ou com luar, com a chama do fogo clareando tudo e verás que se a história for boa, sentirás a respiração solta ou presa dependendo da narrativa. Quanto ao tempo, não vá muito longe, enquanto o interesse estiver presente, tudo bem. Dez ou quinze minutos é o tempo ideal para uma boa história ou até que sinta que o interesse está diminuindo.
                 O processo de estímulo e incentivo para se contar uma história são inúmeros, mas sua eficácia depende de como o contador os utilizará. Não há “fórmulas mágicas” que substituam o entusiasmo do contador.
Quem aspira ser um bom contador de histórias, deve desenvolver alguns passos importantes em seus preparativos:
               Procurar vivenciar a história. Envolver-se com ela, fazer parte dela e sentir a emoção dos personagens e ao apresentá-la atrair os ouvintes para a magia da história; ao apresentar a história, falar com naturalidade e dar destaque aos tópicos mais importantes com gestos e variações de voz, de acordo com cada personagem e cada nova situação. No entanto, é preciso cuidar para não exagerar nos gestos ou nas entonações de voz;
             Oferecer espaço aos ouvintes que querem interferir na história e participar dela. Quem se sente tocado em seu imaginário sente necessidade de participar ativamente no desenrolar da história. O importante é que nessa hora não haja pressa, contando ou lendo tudo de uma só vez. É preciso respeitar as pausas, perguntas e comentários naturais que a história possa despertar, tanto em quem lê quanto em quem ouve. É o tempo dos porquês;
                 Toda história e toda dramatização devem ser apresentadas com entusiasmo e paixão. Sempre devem transparecer a alegria e o prazer que elas provocam. Sem esses componentes, os ouvintes não são atingidos e logo perdem o interesse pelo que está sendo apresentado.
                   Segundo Abramovich (1993), “o ouvir histórias pode estimular o “desenhar”, “o musicar”, “o sair”, “o ficar”, “o pensar”, “o teatrar”, “o imaginar”, “o brincar”, “o ver o livro”, “o escrever”, “o querer ouvir de novo”
..... Afinal, tudo pode nascer dum texto!”Os escoteiros ao ouvir histórias, vivem todas essas emoções”. Afinal, escutar histórias é o início, o ponto-chave para tornar-se um leitor, um inventor, um criador e quem sabe um grande escoteiro.
Que tal começar a contar uma história? Comece agora: - Era uma vez...

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