Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

De novo?



De novo?

                   Sim. De novo. Podem falar o que quiserem. Não me importo. Vou defender meus ideais até o fim da minha vida e que não está tão longe. Até lá como diz o Zagalo voces vão ter de me aguentar. Risos. E podem escrever o que quiserem. Não mudo de opinião. Dizem que sempre fui “turrão”. E acho que é por isto não sou bem considerado pelos nossos dirigentes. Paciência. Sou Escoteiro de coração e não por causa deles. Que eles sejam felizes no que fazem. Não ia tocar neste tema novamente, mas estava eu no domingo sentado na varanda da minha casa e eis que o vizinho duas casas abaixo da minha sai para trabalhar. Ele é um simples motorista de ônibus, mas que orgulho tem aquele motorista. Sua camisa azul mescla bem passada, a calça de tergal no ponto certo. Os cabelos bem penteados e o calçado preto. Dá gosto de olhar. Ainda ontem vi o Toninho das Mercês se dirigir ao seu trabalho. Um simples vigia/porteiro noturno em um edifício na cidade. Que gosto vê-lo ir pegar o ônibus. Que orgulho do uniforme que vestia. Sorriso nos lábios e tudo muito bem limpo e bem passado.
                  Tenho uma neta que estuda em um colégio exigente. Usam um uniforme a muitos e muitos anos. Dizem que desde quando o colégio iniciou suas atividades. O inspetor de disciplina é implacável. Ou se está uniformizado ou não. E vá lá para ver se entra sem ele. Silmara e Jonas são dois jovens que moram a duas quadras da minha casa. Estudam em escola pública. São exigentes lá onde estudam. O uniforme é obrigatório. Claro foi fornecido pelas autoridades do município. Lamartine é um jovem que foi Escoteiro. Está servindo o exercito. Vai e vem de uniforme. Sempre o mesmo há décadas. O verde oliva fica bem nele. Lauriano é sargento da Polícia Militar. Gente boa. Sempre para quando está em Patrulha para bater um papo. Seu uniforme sempre bem apresentável. Não vai vê-lo com a aba do boné virada. Nunca. Ele sabe que representa uma organização centenária. E para chacoalhar meu coração, saio para caminhar no domingo e vejo quatro adultos, duas moças um jovem de 20 anos e um senhor de idade. Estavam saindo de uma casa próxima a minha rua para entrar em um veiculo estacionado. Iam para uma reunião Escoteira. Todos de camiseta com dizeres escoteiros, uma amarela, uma azul e outra branca. Calçados de todas as cores, uns de bermudas outros não e o lenço? Na mão. Acho que iam colocar no pescoço quando chegassem ao grupo.
                 Olhe vocês que defendem isto que está aí, não tiro a razão de ninguém. A gente usa o que gosta e o que nos ensinaram a usar. Só não me venham com a velha metáfora que estamos mudando e nos modernizando. Fico orgulhoso quando vejo uma foto de jovens e adultos bem uniformizados. Não discuto se é o azul mescla ou o caqui. Se estão conforme se pede O POR e usam do bom senso meu Sempre Alerta e parabéns. Claro que para mim o caqui deveria ser o único exceto os da modalidade mar e ar. São os três que mantiveram acesa a chama tradicional por muitos e muitos anos. Entra ano e sai ano, muitas organizações tradicionais mantém o orgulho do que vestem. No escotismo não.
                  Mas como exigir se aqueles que deveriam dar o exemplo não dão? Quantas vezes se falou aqui sobre o exemplo pessoal do adulto ao jovem que o segue acreditando que assim é o correto? Por uma questão de economia, criaram o tal de traje. Dizem ser barato. Os grupos humildes agora podem fazer escotismo conforme as normas. Muito econômico. No Jamboree um grande número dos participantes só usavam ele. “Caramba” economia? Uma nota a taxa paga e muitos outros gastos e se fala em economia? Meu pai era seleiro, eu engraxate e tinha meu caqui completo e o vestia orgulhosamente. 28 horas de viagem para tentar comprar um chapéu fazendo economia por seis meses. Um cinto de couro perfeito, uma bela faca mundial, uma linda machadinha, meu cabo trançado e meu sapato Vulcabrás. Então não posso falar que para os pobres está reservado o traje. Garanto que eles não iriam querer se lhes dessem outra opção de escolha.
                 Mas os jovens gostam me dizem. Claro que gostam. Não aprenderam a usar outro. Não ensinaram a eles que a tradição é feita por todos e ela se mantida mostra sempre o valor da organização. Ensinaram outra coisa. Pois é. Estão os dirigentes orgulhosos de tudo isto. Um belo de um Jamboree. Mesmo com as dificuldades enfrentadas todos só elogio. Ninguém criticou. Até escotistas que pagaram para trabalhar estão sorrindo. Não sei, acho que tem um caixa financeiro que vai engordar. Claro, veremos sem dúvida uma apresentação de contas. E dou risadas de uma pequena parcela de dirigentes que vejo por aí. Num curso avançado (avançado?) alguns dos formadores mal uniformizados. Calçado de todas as cores. Exemplo ali? Necas! E meu Deus! Todos IM! Preciso voltar urgente a Gilwell. Preciso de um novo curso:
“Eu era um bom lobo, um bom lobo de lei,
Não estou mais lobeando o que fazer não sei.
Me sinto "Velho" e fraco, a Gilwell vou voltar,
Um curso assim que eu possa eu vou tomar!”“.

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