Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Lendas Escoteiras. Lepitop, o Gato Escoteiro.



Lendas Escoteiras.
Lepitop, o Gato Escoteiro.
        
                Ninguém sabia sua origem e de onde ele tinha vindo. Nem tampouco onde morava. Há anos todas as reuniões lá estava o Lepitop. Quem lhe deu este nome também não tinham a menor ideia. A única certeza era que impreterivelmente quando o primeiro Escoteiro ou o primeiro lobinho chegasse à sede lá estava Lepitop. Interessante era que se algum Chefe fosse fazer algum serviço na sede e não houvesse Escoteiro presente, Lepitop não aparecia. Porque não gostava de adultos não sei explicar. Lepitop tinha um amor todo especial por Narinha da Matilha Rosa e Jarilson da Patrulha Raposa. Talvez porque eles descobriram que ele adorava arroz misturado com carne moída. Mas foi Narinha quem primeiro observou que ele só comia em prato de louça. Luxo?

              O Gato Lepitop tinha pelos longos com manchas brancas e incríveis olhos azuis. Um só. O outro era coberto por uma mancha branca. Muitos visitantes que iam ao grupo eram surpreendidos pelo Gato Lepitop. Sua fama percorreu toda cidade de Luar Azul. Quando a reunião começava com a chamada geral para o cerimonial de bandeira Lepitot também se formava sempre ao lado do responsável pela cerimonia. Agora ninguém ria, mas quando a bandeira subia farfalhando com o vento, ele ficava olhando e não tirava os olhos enquanto ela não alcançasse o topo. Depois corria para junto da Patrulha Raposa e durante o grito ele ficava no meio de todos, e claro, sempre no final ouviam seu “miau”. Por favor, não riam. É pura verdade. Eu vi com meus olhos que a terra a de comer.

             Lepitop não perdia nada. Da Patrulha corria para a Alcatéia para ver se conseguia alcançar o grande uivo. Quando a Akelá abaixava os braços ele ao seu lado abaixava também. Quando os lobinhos pulando e gritando o melhor, lá ia Lepitop pulando também. Sempre com seu “miau” no final. Em toda a reunião Lepitop corria de sessão em sessão. Quando a reunião terminava, Narinha e Jarilson corriam até a sede e lá colocavam sua comida. O arroz com carne moída. Lepitop ronronava, passava de leve o rabinho na perna de ambos e comia com gosto. Uma vez resolveram descobrir onde ele morava. Claro que perguntaram por toda a vizinha, mas ninguém soube informar. Narinha e Jarilson sempre se preocuparam com suas refeições aos sábados e durante a semana? Não acreditavam que ele aguentasse tanto tempo sem comer.

           O Gato Lepitop começou a ficar famoso. O Comissário do Distrito soube e foi lá visitar. O Diretor Regional também. Da UEB não veio ninguém. Quem sabe muito longe para viajar até Luar Azul.  Até o Redator Chefe do Jornal Capacete de Ouro foi lá no grupo entrevistar Lepitop. Disseram a ele que o gato falava. Risos. Um dia o pior aconteceu. O Gato Lepitop não apareceu na reunião. Os lobinhos e escoteiros sempre de olho no portão. As reuniões foram péssimas. Sem o Gato Lepitop tudo parecia ir por água abaixo. Esperaram a semana seguinte e nada. Só viam-se olhos marejados de lágrimas. Desde os lobinhos até os escoteiros e seniores. Claros os chefes e os pioneiros ao seu modo sentiam-se angustiados.

           Todo o Grupo Escoteiro fez um mutirão de buscas. As famílias dos escoteiros ajudavam. Toda a cidade foi vasculhada e a todos foi perguntado se conheciam o Gato Lepitop. Três semanas e nada. Impossível dar reunião. Ninguém queria fazer nada. Só choro e choro. Narinha coitada não parava de chorar. Nem na escola estava indo mais. Jarilson sempre com os olhos marejados de lágrimas. O Conselho de Chefes e a Diretoria do Grupo Escoteiro se reunirão muitas vezes em busca de uma solução. – A melhor seria dar férias a todos. Pelo menos um mês. Quem sabe poderiam voltar com novo ânimo? Foi um dia triste. A boca pequena todos sabiam o que ia acontecer.

          O Diretor Técnico tocou sua trombeta com o sinal de reunir. Antigamente era uma algazarra. Todos vinham correndo, sorrindo e era uma beleza ver os gritos de Patrulha e as apresentações. Fazia dó agora. Um silêncio mortal. Só olhos encharcados de lágrimas. Soluços em profusão. Um gato, apenas um gato para fazer tudo aquilo? Mas não era só um gato, era o Gato Lepitop. Aquele que era amado por todos. Meu Deus! Impossível! O Chefe começou a falar das férias e eis que aparece na porta do pátio nada mais nada menos que o Gato Lepitop. Ele na frente todo garboso, atrás dele uma linda gata amarela de pelos longos e mais atrás três gatinhos cinza e outros amarelos. Em fila indiana. Como se estivessem marchando! Um espetáculo que quem viu jamais iria esquecer.

         Lepitop tinha casado. Estava em lua de mel. Sua esposa Natibook tinha dado a luz três lindos gatinhos. Asustek, Epad e Android todos foram muito bem cuidados por Lepitop. Gritos de urras, milhões de sorrisos, canções, pulos saltitantes eram como se a luz tivesse voltado ao Grupo Escoteiro de Luar Azul. A notícia correu e toda a cidade foi até lá para ver. Foguetes foram lançados no ar. Abraços se deram aos montes. E assim, a paz voltou a reinar no Grupo Escoteiro de Luar Azul. Tudo por causa de um gatinho, um não agora eram quatro! E assim termina a história. Dizem que boi não é vaca e feijão não é arroz e então meus amigos, quem quiser que conte dois!

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