Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Tudo tem uma razão de ser.



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Tudo tem uma razão de ser.

             Eu estou vivendo em um mundo que não é meu. Ei! Por favor! Não estou revoltado não. “Bissolutamente”. Estou até tentando me acostumar, mas é difícil. Dizem que quando se fica "Velho" é melhor ir jogar dama na praça, ou então ficar de papo com a “velharia” falando de doenças, de dores e do Corinthians (nem morto). Internet? Facebook? Google? Você está doido meu amigo. Saia de lá rápido. Aquilo enlouquece a qualquer um! Afinal você já vai fazer setenta e dois anos, vá viver a dinâmica da gostosa vida na praça e leve uns tostões para apostar. Lá sim que é gostoso. Truco! Já viu o grito? Seu corpo vibra! Vai se juntar a nós o quanto antes! Risos. Sempre me falam isto, mas eu sou Escoteiro. Ou melhor, hoje um aposentado que acha que ainda tem aquele espírito juvenil. Ainda acredito no sonho Escoteiro. Afinal todos não acreditam em seus sonhos? Sonhar não custa nada. Umas das poucas coisas gostosas que são gratuitas.

              Interessante. Já era para eu ter encostado as chuteiras há muito tempo. Nas andanças do mundo com minha mochila e minha bandeira eu já encostei, mas a danada da mente não quer aceitar. – Meu amigo, dizem-me, hoje o mundo é outro! Alguns chefes são modernos. Você é das antigas. Sapo de fora! E quanto aos jovens os aceite como eles são. Se ele fala gírias, se ele veste o que quer e se amarra em um lenço no pescoço, se anda com a camisa do lado de fora ou se está sem camisa, se seu boné está virado, se ele não dá bola para os adultos, se ele aqui enfrenta o mundo virtual como gosta então se toque. “vá plantar batatas’”! – Certo isto? Acho que sim. Volta a Giwell Park, terra boa, vou voltar lá e plantar batatas. Plantei muitas em minha vida. Batatas lindas, os pés altos, e as batatas doces? Uma doçura nos acampamentos. Outro dia um jovem me perguntou: Chefe Osvaldo, como faço para tirar o Chefe dele da tropa. Mandar ele para as “conchinchinas”. Ele era o Monitor e o Chefe não sabia fazer nada! Só dificultava. Moderno isto não? Falar o que para o jovem? O jeito foi enviar para ele um livreto sobre como deve proceder o Monitor, conforme escreveu Roland E. Phillipps em seu livro o Sistema de Patrulhas. Uns dias depois ele me agradeceu e disse que ia mudar! Se ele mudou eu não sei. Se fosse mais moderno diria a ele para pesquisar na internet e procurar o tema – “como enterrar um Chefe Escoteiro em um campo escola qualquer”. Risos.

              Sempre que escrevo um artigo sobre temas escoteiros vejo que tem muitos que se mantem apegado às mudanças, as novas metodologias, ao novo sistema de ensino e ao seu modo explicam que o que Baden Powell escreveu já ficou no passado. Dissecam suas palavras com maestria. Eles têm o dom da palavra que eu não tenho. Fico calado e nunca respondo. Fiz um artigo que publiquei em meu blog com o seguinte título “Quem sabe fazer a massa, sabe fazer o pão”. Deixo que cada um se manifeste com suas ideias, pois isto é democrático. Eles devem ter profundas experiências e conseguiram excelentes resultados. Eu só pergunto para mim se isto é verdadeiro e se é o melhor caminho. Tem frutos? Os resultados são bons? Alguns dizem que sim. Não é o que eu vejo. Já li que a evasão de jovens e adultos fica entre dez e vinte por cento, outros dizem que em cada cinco meninos que entram no primeiro ano saem três. Já teve até um Escotista DCIM dizendo que são mais. Dados se existem a UEB não diz. Com o registro anual ela devia saber melhor onde isto acontece quais os estados mais prejudicados e quais as providencias que está tomando para tentar sanar o problema.

             Nosso crescimento sofre o “efeito sanfona” de décadas em décadas. Francamente, se procurarmos nos meios educacionais educadores que conhecem e valorizam o escotismo pode se contar a dedo. Este talvez seja o nosso maior problema. Marketing. Uma profusão de mudanças do programa do uniforme, do método, e sempre achando que o culpado é um só. O Chefe. Será? Não concordo. Onde está a responsabilidade do Distrital? Do Diretor Regional? Da UEB? Explicações temos em profusões. Planos e planos. Resultados? Vamos ver. Vamos esperar mais uma década. Não sei se estarei lá para ver, mas lá onde estiver darei quantos aplausos forem necessários se tudo que fizeram em mudanças dar certo. Sou otimista. Continuo acreditando. Acreditei sempre afinal fazem mais de trinta anos que estão mudando!

            Que expliquem tudo que os jovens fazem e querem hoje. Que justifiquem tudo em nome dos novos tempos. Seus linguajares, estas atividades nacionais e regionais patrocinadas (em tese) pelos nossos dirigentes que visam lucro (sem ofensas). Peço desculpas aqueles que estão fazendo o contrário. Podem acreditar que não escrevo para eles. Sei que mostram aos jovens os verdadeiros ideais que Baden Powell nos deixou. Estes sim na minha humilde opinião ainda estão no caminho certo. Pena que sejam poucos. Patrulhas em ação, bons monitores, Corte de Honra, Conselhos em todos os níveis das tropas, do grupo, respeito, mil atividades ao ar livre, aprender a fazer fazendo (xô chefes! Risos) postura na apresentação, disciplina, garbo e boa ordem e finalmente democracia. Isto sim vai dar frutos. Se você está fazendo isto, parabéns mesmo. Este é o Caminho para o Sucesso!

              E para terminar, quantas patrulhas conheceram ou conhecem onde todos os jovens dela permaneceram juntos até a idade de Sênior ou guias?

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