Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Nem Sigmund Freud explica.
Está tudo complicado. Charles Mingus comentou que tornar o simples em
complicado é fácil, tornar o complicado em simples é criatividade. Verdade?
Freud se fosse me analisar diria ao final da seção: Seu caso transcende o
inconsciente e seu mecanismo de repressão só pode ser curado através da
psicopatologia. Risos. O pior que nem eu entendo o que é isto. Ontem e hoje de
madrugada eu estava me analisando. Diabos! Não cheguei a uma conclusão
concreta. Minha vida pessoal só me deu alegrias, mas tive momentos péssimos. A
de Escoteiro não reclamo das atividades que fiz e sim dos homens que nos
dirigem. Errado? Claro que sim. Não vejo as coisas boas e devem ter muitas. Vejamos
algumas dentre as centenas que poderia escrever:
- Todos sabem que escrevo muito, as histórias vem com facilidade,
mas os artigos? Estes tenho que ficar pensando, pensando e pensado e quando
termino não gosto do que leio. Por causa deles muitos me viraram as costas.
Paciência. Não dá para servir a Deus e ao “Diabo” ao mesmo tempo. Aqui mesmo no
face muitos se afastaram. Principalmente os Insígnias. Sobraram poucos. No
nosso movimento temos uma disciplina tão grande que basta um dirigente comentar
sobre isto ou aquilo que se for contra eles fogem como o Diabo na cruz. (estou
falando muito no Diabo hoje, desculpem). Claro muito do que escrevo não passa
na mente de alguns que eu poderia estar certo. Nunca. Que disciplina eim? E
então quando estamos procurando subir os degraus da fama, fazendo tudo que o
Chefe mandar, aí que o “bicho pega”. A posição de dirigente, de IM, de Formador
de Diretor de... Agradam. Os faz sentir superiores e olhe, a maioria jura que
não. Jura que ainda é o mesmo, jura que é amigo e seu sorriso não nega. Risos.
Que sorriso!
- Nunca fui bem quisto pelos dirigentes. Fui um deles por um
golpe do destino. Viva Darcy Malta. Este sim. Um verdadeiro dirigente. Outra
história para o futuro. Também não sou um sortudo Escoteiro. Não sou. Lembro-me
dos meus cursos, muitos adoraram, mas teve alguns que santa paciência! Estava
eu em um Estado Brasileiro na casa de um amigo, esperando o inicio de um curso
que ia dar. Na última hora surgiu um imprevisto e ele não podia me levar ao
local do curso. Disse que chamaria um taxi. Perguntei se podia usar a moto –
Claro! Disse. Choveu muito na madrugada. Na estradinha que levava ao campo
muita lama. Cai. A moto caiu sobre minha perna. Não consegui tirar. Só quando
veio um cursante e me ajudou. Meu uniforme de campo ficou em pandarecos. Ainda
bem que tinha um social. Começou o curso. A turma das compras não havia
chegado. Eram dois pioneiros e dois seniores. Eles mesmos eram encarregados de
tudo. Como era um curso de Lobos eles eram os cozinheiros. Onze, doze, uma e nada.
A turma varada de fome. Almoço? Quatro da tarde. Sempre tirei a foto oficial no
primeiro dia. Uniforme ainda mais apresentável. Todos formados, mão esquerda
estendida sobre o braço direito. Onde estava o tronco? Custaram a achar um. E o
machado? Cego! Completamente cego. Não entrava na acha. Quando conseguimos
abelhas africanas apareceram e foi um verdadeiro pandemônio. Um Deus nos acuda!
- Uma vez convidei uma turma de notáveis chefes escoteiros de
outro estado. Vamos sugerir a UEB mudanças na estrutura dela. Do RI, dos
Estatutos. Nada de mudar o método e o programa. O programa discutiremos depois.
Sempre me bati pela democracia. Muitos vieram. Em uma reunião mais de quarenta.
Depois foi diminuindo, diminuindo até que só ficamos em seis. “Caramba”, o que
ouve? Um membro da Equipe de Formação me disse que estavam sendo pressionados
pelos dirigentes. Disseram a ele que eu era “persona non grata”. Fiquei como
sempre fico pensativo e querendo dar o troco. Vamos fazer uma chapa e
concorrer. Perdemos. Recebi uma cartinha pedindo de volta meu lenço de IM, o
anel de Giwell, o certificado e o colar. Por quê? Perguntei. Foi exonerado da
Equipe. Devolver eu? Faz parte das normas da UEB. Não era meu? E o duro que dei
nos cursos, e a mão de obra dos cadernos? Não valeram, pertence a UEB. E agora?
Venham buscar em minha casa, mas venham armados. Estou doido para dar uns
sopapos em uns dirigentes. Risos. Brincadeira. Sou de paz. Só soquei uns cinco
por que me encheram o “saco”. Nunca
falaram mais nada.
Porque
tudo isto? Fiz um artigo polêmico sobre os processos que a UEB está abrindo com
as outras associações escoteiras. Motivo? A UEB alega milhares. Acha que tem
seus direitos. Eu não acho. Os outros? Estão se defendendo e ganhando todas.
Onde está a razão? Na casa onde falta pão todo mundo grita e ninguém tem razão.
Na minha mente não existem santos de ambos os lados, mas e a meninada? Merece
ser crucificada? – Ainda não publiquei o artigo. Comparei estes atos com a
Inquisição da Idade Media. Mandei para vinte amigos. Muitos não gostaram. Os do outro lado bateram
palmas os do lado da UEB foram mais comedidos, mas foram contra meus dizeres.
Ainda estou pensando se publico ou não. Vai dar o que falar. Na minha varanda
Freudiana, nada na mente. Mas que Diabos! (de novo?) não brigo pela democracia?
Não brigo pelos direitos e deveres? Um tentou me ensinar os direitos de um
lado. Os conheço de cor. Escrevi lá que para os amigos tudo, para os inimigos a
lei. Estamos virando uma oligarquia e muitos ainda batem continência. Fazer o
que?
Interessante que acho estar malhando em ferro frio. Poucos pensam como
eu. Por acaso já viram alguém do CAN, da DEN, da Equipe de Formação postar
artigos aqui ou em outros sites similares? Alguém deles criaram um grupo para
ajudar os escotistas nas suas labutas que enfrentam em suas sessões? Ou pelo
menos alguns deles discordaram do que escrevi aqui? Não. Eles acham que os
cursos são para isto. E ainda tem o Assessor Pessoal. Somente aqueles que por
um motivo ou outro e que eu chamo de “Politicamente Corretos” se manifestam.
Quer beber agua? Procure-os. Quer saber o que decidiram? Procure-os. Não pense
que um deles um dia vai procurá-lo em seu grupo, ou vai fazer uma visita em sua
casa. Isto nunca vai acontecer a não ser que sejam vizinhos ou ele ainda
aparece no grupo de origem.
Sempre lutei do lado errado. Devia ter
continuado a bajular os dirigentes. A defendê-los com unhas e dentes. Se o
fizesse teria hoje todas as medalhas do mundo. Quem sabe seria ainda um figurão
com quatro tacos? Quem sabe seria consultado em tudo que fazem, pois não
costumam consultar ninguém? Bah! E caramba, que disciplina. Todos fazem
continência. Um respeito tal que se houvesse salário para estes dirigentes seria
o fim do mundo. Acho que muitos ao se dirigirem a eles deveriam ajoelhar e dizer:
- Louvado seja nossos dirigentes! Mas amigos (se é que tenho mesmo muitos) tem
gente boa lá. Nos estados também. Pena que formaram uma pequena “casta”, uma
panela que para entrar tem que ter muita vontade ou “saco”. Desculpem-me meu
palavreado hoje. Prometo não repetir. Não é para qualquer um. Alguns estados só
entram ou são eleitos quem os donos do poder decide. E ainda dizem que podemos
tudo. Existe abertura nos Estatutos e no RI. Dá vontade de rir. E devia, pois
não dizem que rir é o melhor remédio? E ainda dizem que o riso não é uma
homenagem que os idiotas prestam ao gênio? Essa não! (brincadeira!)
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