Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 14 de janeiro de 2012

LEIS, REGRAS, NORMAS, ARTIGOS, PARÁGRAFOS E OUTROS "ESCAMBAL"!



Apenas para divertir, não me levem a sério!

Leis, regras, normas, artigos, parágrafos e outros “escambal”!

"Tenho seis regras que me ensinaram tudo o que sei: O quê, Por que, Quando, Como, Onde, e Quem?" (Rudyard Kipling)

"Qualquer idiota pode fazer uma regra e qualquer idiota a seguirá." 
 (Henry Thoreau)

O mundo é feito de regras, normas, artigos, leis, decretos, parágrafos que até me assusto com tudo isso. Nada podemos fazer sem pensar que podemos infligir alguma delas. Claro. São necessárias. Assim dizem. E no escotismo então? Uma parafernália. Cada dia que passa mais normas, mais regras, mas artigos dizendo o que podemos e não podemos fazer. No final da década de cinqüenta, uns sábios fizeram um tal de POR. Princípios, Organizações e Regras da União dos Escoteiros do Brasil. Lindo! Um grande livro. Muitas páginas, completo. Diz tudo que você pode ou não fazer. Acho que pouca gente leu tudo! Risos.

Tem hora que me sinto cerceado. Se hoje estivesse à frente de uma sessão escoteira não sei se me desincumbiria bem das minhas responsabilidades.

Hoje tudo mudou. Nada se faz sem pensar nas leis, regras, artigos, parágrafos ou o escambal. Certo? Claro que sim. Têm tantos por aí exigindo direitos que pode aparecer no escotismo alguém a exigir os seus. “Quero meus honorários! Quero meus direitos! Quero minha Insígnia! Quero meu Tapir de Prata! Quero, quero... Saudades dos velhos tempos. Oi Romildo! E aí? Vamos acampar sábado? Era assim. Colocava minha mochila, ração A ou B, uma meia lona da barraca e lá ia eu cantando o Rata-plã! (falando nisso você sabe cantar ele completo?)

Agora? Se você quer ser voluntário no escotismo, vai ter de enfrentar mil normas, mil regras, mil leis. Um escambal. Antes não. Os chefes vinham dos pioneiros, que vinham dos seniores, que vinham dos escoteiros, que vinham dos lobinhos... Um escambal mesmo. Difícil isso hoje. Prefiro nem comentar. Mas se queres mesmo, preencha a ficha, leia as normas, as leis e observe bem, não tem letrinhas miúdas (ou tem?) e depois vais receber um “Tutor ou assessor” Será o responsável pelo seu desenvolvimento. Ele dirá sim ou não se você serve ou não para ser um Escotista.

Risos. De muitos tutores e assessores que vejo atuando a maioria é Diretor Técnico. Afinal não temos tanta gente por aí “dando sopa” para tomar conta de “marmanjos” escoteiros. Um belo dia você vai amarrar a ponta do lenço, pode ser com uma camiseta do grupo, ou pode ser sem camisa, tanto faz e já está promessado. Risos. Brincadeira. Sei que não é assim em muitos grupos. Mas tem tantos amarrando o lenço, sem uniforme, um belo chapéu australiano, um lindo tênis branco, uma bermuda amarela... Escoteiros! Avante!!!

Acampar? Deus me livre. Não tem o pedido de autorização para o Comissário do distrito? E se for sair do seu Estado de origem, já pediu autorização dos estados onde vai passar? Isto deve ser feito em quatro vias. Uma para o grupo, uma para o distrito uma para a região e uma para a direção nacional. Se possível com firma reconhecida! Risos. E depois? Uma autorização por escrito dos pais. Também com firma reconhecida. E tome cuidado. Se houver um gritinho mais alto do chefe, os pais podem processá-lo. Se um pai for advogado é melhor não acampar mesmo. Fique em casa no Facebook que vai ganhar muito mais. Risos.

Depois, depois, é fazer centenas de processos. Para Liz de Ouro, para Escoteiro da Pátria, para Insígnia de BP, para Condecorações, Para os cordões de eficiência, para, para, para... Risos. Melhor contratar um contador para isso. Nunca vi tantos processos e ainda dizem que o escoteiro tem uma só palavra. Mas enfim, isso é a modernidade. Cada dia recebendo novas normas. – “A partir desta data, fica determinado que a determinação anterior não deva determinar mais nada!” Risos.

Prefiro ficar em casa. Já não posso mais andar direito mesmo. Falar então? E olhem, meus olhos se confundem quando leio tantas normas, leis, decretos, regras, artigos, parágrafos... Isso é um escambal. No bom sentido.  Mas enfim, sempre me lembram que o mundo é outro. Deve ser. Estou aqui no computador, no Facebook. Não existia antes. Mas não será que antes eu era mais feliz e não sabia?

Nota – apenas um artigo, sem o intuito de ofender a quem quer que seja. Entendo perfeitamente a necessidade das normas, leis, decretos, regras, artigos, parágrafos etc. Sem tudo isso seria uma “barafunda” sem tamanho. O teor deste artigo é apenas uma diversão cujos pensamentos meus vão e se vai do presente ao passado. Nada mais que um pobre "Velho" sem nada o que fazer e sentindo mudanças que não são suas. E viva o Facebook!!! Um escambal, isso sim! Risos.

"A verdade é que muita gente cria regras para não ter de tomar decisões." 
 (Mike Krzyzewski)

"Aprenda bem as regras e depois as esqueça." (Matsuô Bashô)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CIVISMO, GARGO E BOA ORDEM



Civismo, garbo e boa ordem


Diversas vezes assisti e ouvi comentários diversos sobre ordem unida nas seções escoteiras. Eu mesmo tive experiências, algumas boas outras nem tanto quanto a ordem unida, marchas militares etc.

Não sei o quanto isto implicou com minha formação escoteira e formação de vida. E olhe, marchei muito na minha vida, tive instruções de ordem unida por muitos anos. E ainda bem que aprendi a tocar uma “corneta”, pois quando servi o exercito me deu um pouco de boa vida (risos)

Mas quando fiquei adulto, comecei a ver o escotismo de outra forma. Não na sua parte de  Princípios e Métodos, isto não. Alguns membros de equipes de adestramento (hoje formação), diretores nacionais e regionais até mesmo alguns Diretor Técnico não aprovam muito a ordem unida. Dizem que o escotismo não é militarista e etc. e etc. No desfile devíamos apenar andar sem marchar (?), apenas mantendo o garbo e o espírito escoteiro. O POR é claro a respeito.

Participei de alguns desfiles conforme as instruções dadas. Senti-me um peixe fora d’água. Andar? Deus me livre! Fui duas vezes e nunca mais. Papel que considerei ridículo. Tudo porque alguém achou que o escoteiro não marcha e nem deve ter ordem unida. Fanfarra então?

Claro que no passado, lá pelos idos de 1930/50, diversos políticos nacionais e regionais em cargos de relevo, principalmente em meu estado de origem, deram enorme valor a educação escoteira. Com dificuldade em arregimentar adultos a curto prazo, se recorreram às polícias militares. Deram tanta facilidade aos interessados, que eles por falta de conhecimento (adestramento) não sabiam o que fazer. Não conheciam o método e assim era melhor colocar a turma em forma e marchar. Era o que sabiam fazer. Esqueceram do principal, formação escoteira e cursos escoteiros.

Por uma época quando jovem tive um chefe de grupo (Diretor Técnico e meu segundo pai) era militar (indicado pelas autoridades da cidade) e passamos a ter muitas atividades de ordem unida, marcha militares e até uma pequena fanfarra foi adquirida. Participei dela. Tenho saudades. (risos)

Claro, as atividades de tropa, o sistema de patrulhas e as atividades extra sede eram freqüentes. Nesta época nossa postura era pseudo militar, o que para nós significava garbo e boa ordem. Acho que valeu muito para a minha disciplina e apresentação quando adulto.

Hoje aconselho sempre que posso, que uma postura como esta é necessária. Explico melhor – Um pouco de ordem sim. Não muita. Mas mostrar que a apresentação pessoal, ou mesmo quando em atividades cívicas (desfiles) na cidade, os jovens saibam se portar com garbo e boa ordem e não ficar andando, pois isto leva o público a não entender bem o que está acontecendo. Vão até nos achar indisciplinados, ou mesmo caricatos e ridículos. Eu mesmo já observei parte do publico rindo. Todos marcharam os escoteiros não.

Claro, centenas ou milhares irão se posicionar contrariamente ao que acabo de comentar. Acham que a formação do jovem não precisa disto e o movimento escoteiro também.

Não sei. Precisamos mais de disciplina e respeito na juventude atual. A liberação hoje é enorme. Vejo patrulhas e matilhas que quando chamadas se apresentam de qualquer jeito, os monitores e primos nem ligando se os que estão atrás estão garbosamente formados virados ao contrário.

Ao formar patrulhas, matilhas, ou mesmo adultos escotistas em atividades próprias, insisto na disciplina, na postura militar sem exigir claro, igualdade aos métodos militares. Pelo que vi e pelas centenas de jovens que cresceram nos órgãos que tive a honra de colaborar, os exemplos são notórios. Seus filhos seguem a mesma doutrina e olhe, não discuto se é certa ou errada.  Cada um tem seu próprio exemplo e a ele deve seguir

Fico feliz em saber por contatos com amigos escoteiros de todo o país, que nas atividades cívicas em suas cidades os jovens do grupo mostram que tem garbo e boa ordem, recebendo o carinho da comunidade e os aplausos da população que ali compareceram. Ao contrário, amigos meus fora do escotismo comentam que os que passeiam não trazem uma figura escoteira, tão esperada em nosso movimento.

Abomino qualquer outra característica que nos trazem os pensadores, pedagogos e psicólogos. Sou ainda daqueles que precisamos ver o futuro para ver se o caminho a seguir seria esse. Quando ao garbo que vive, tenho certeza que deu certo. Que os digam os milhares de jovens que junto a mim passaram por esta experiência.

Enfim, um pouco de ordem unida em suas seções, quem sabe um “tamborzinho e um tarolzinho” (risos) não machucam ninguém. Podem trazer excelentes benefícios no futuro Não me convidem para uma atividade cívica onde os jovens estarão andando displicentemente, ou atividades escoteiras onde a postura é deixada a desejar.

Lembro a todos que me lêem que não sou o dono da verdade. Dizem que conselhos se fosse bom, seria pago. Mas nunca é tarde para lembrar temas que devem ser discutidos e aprovados por todos e não porque alguns resolveram que seria melhor assim. (E colocaram no POR)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ESCOTISMO, ONDE É O CAMINHO PARA O SUCESSO?



Escotismo, onde é o Caminho para o Sucesso?

Vocês dizem:
- Cansa-nos ter de privar com crianças.
Têm razão.
Vocês dizem ainda:
- Cansa-nos, porque precisamos descer ao seu nível de compreensão.
Descer, rebaixar-se, inclinar-se, ficar curvado.
Estão equivocados.
Não é isso o que nos cansa, e sim, o fato de termos de elevar-nos até alcançar o nível dos sentimentos das crianças.
Elevar-nos, subir, ficar na ponta dos pés, estender a mão.
Para não machucá-las...

JANUSZ KORCZAK

- Pequenos trechos, retirados de um artigo que publiquei em fins da década de 60. Tive a oportunidade de uma vez copiar e distribuir em um Congresso Nacional (antigos Conselhos, ufa, que saudades). Acharam controversos e até nem aceitos por alguns escotistas. Vocês podem tirar suas próprias conclusões. Na minha humilde opinião e experiência, mantenho tudo que escrevi.

Lembro que muito que escrevi se basearam em artigos escoteiros, livros e porque não o POR da época.

- Nosso movimento é uma fraternidade livremente aceita. Não tem caráter de obrigação e o adulto só atua com supervisão. O escotismo pretende fazer com que o jovem participe de uma seqüência de atividades, adaptadas a sua idade, exercitada principalmente ao ar livre, ajudando uns aos outros, confiando-lhes responsabilidades e assim acreditando que seu caráter se afirme.  Quem sabe fazendo isso ele poderá ser capaz de cooperar e liderar?

- No passado o escotismo teve uma rápida expansão e acreditamos que foi devido ao método novo de educação, que se apresentava de uma maneira simples e que atraia os jovens pela sua própria simplicidade. Recorria a uma linguagem fácil, muito afastada dos termos técnicos utilizados no mundo pedagógico e sociológico de hoje. Quem sabe este é um dos motivos para não citarem Baden Powell ou o escotismo como a fonte originária dessas idéias e técnicas? Não teria nosso Movimento uma finalidade séria, que exige uma abordagem de qualidade profissional?

- Nos países avançados, a prática da demonstração e da descoberta, as atividades ao ar livre e a aprendizagem em pequenos grupos de fazer para aprender, são técnicas escoteiras que conhecemos de outra maneira.  Quem sabe a repetição pura e simples dessas técnicas, dos jogos e até a completa ausência do método nas atividades práticas da tropa, trouxe aos olhos do publico um desinteresse fazendo com que alguns educadores nos considerem um Movimento excessivamente infantil e nos domínios da educação somos vistos como atrasados e ineficaz. Verdade?

- Quando BP reuniu em 1907 na ilha de Browsea na Inglaterra vinte jovens de diferentes meios sócios econômicos e educativos, ele trouxe uma enorme contribuição educacional que, na época estava estagnado. Assim o escotismo veio dar uma visão mais abrangente as escolas e estas quem sabe estão tirando partido das técnicas escoteiras de demonstração, observação e dedução? As técnicas de aprender a fazendo e tentar fazer sem saber, até descobrir o certo através do erro, não foram sempre partes do método escoteiro? Confiar no rapaz para que ele próprio seja responsável pela sua auto-educação e disciplina não fez parte sempre do Escotismo?

E para completar, não é verdade que temos uma excelente base pára isso, sem similar, ou seja, “A patrulha”? Não é ali que os jovens podem viver, trabalhar e jogar em seu próprio grupo?  Vejam posso até acreditar que se pode formar e adestrar um líder. Claro isto leva mais que algumas semanas para ingerir informações e conhecimentos. Meses para desenvolver a competência e anos para que esta competência se torne um hábito de comportamento. Acho que nosso escotismo poderia ser maior e talvez não o seja é porque ainda não temos o senso de direção e orientação. Não será porque nos falta recursos ou imaginação?

Em um próximo artigo comentaremos mais sobre isso. Para ler e meditar ou quem sabe discordar?

“É uma pena que um homem tenha que viver sessenta anos para adquirir alguma experiência de vida e a leve para túmulo, cabendo aos que os seguem começar tudo de novo, cometendo os mesmos erros e enfrentando os mesmos problemas...”
Baden Powell

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

AFINAL, MUDAR OU NÃO MUDAR?



Afinal, mudar ou não mudar?

Mera mudança não é crescimento. Crescimento é a síntese de mudança e continuidade, e onde não há continuidade não há crescimento.

                          Afinal, mudar ou não mudar? Claro que sim. Mudanças são bem vindas. Sempre foram. Não podemos ficar presos no passado. Como dizia Confúcio, somente os sábios e os extremamente estupidos é que não mudam. Não sei onde me encaixo nisso. (Risos). Mas lembre-se, estou falando de ESCOTISMO. Não sou a favor de que o que era antes tem de ser agora. Precisávamos acompanhar as belas mudanças de tecnologia e quem sabe da própria pedagogia moderna.

                          Mas o que seriam estas mudanças? Isso que hoje estamos vendo? Ora, ora, está dando resultados? Se está uma palma escoteira. Mas não venham me dizer que vamos chegar lá, é só aguardar. Einstein também dizia que nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado.  Se entendi bem, a experiência e o tempo é importante para ver se as mudanças são válidas.

                          São tantos que opinam a favor das mudanças que fico em dúvida se meus argumentos são corretos. Me perco muito em repetir e mostrar sempre os mesmos caminhos. Mas afinal, quantos anos se passaram desde que começaram as mudanças? Trinta anos? Vinte? Será que a cada ano vamos começar de novo? Gosto de usar o “chutômetro”’. Pelo que vejo (alguns comentam comigo e pelas fotos que percorro na internet) nosso mal até hoje não foi debelado.

                          EVASÃO – ROTATIVIDADE. Todos sabem o que é isso. Pelos meus cálculos, anualmente a cada cem jovens que entram para o movimento, pelo menos setenta o abandonou no primeiro ano, e quase todos no segundo. Exceto aqueles abnegados. Eles existem. Estão lá, faça chuva ou faça sol. Alguém já fez uma pesquisa séria sobre isso? Não “chutômetro” como eu faço. A UEB tem tudo para isso. Seus registros são claros. Qualquer programinha pode dizer quantos foram registrados ano anterior, neste ano e quantos entraram e quantos saíram. (ainda não confiáveis, pois sei de muitos que por falta de condições financeiras não fazem seu registro)

                            Alguém sabe de alguma coisa? Não me venham dizer que foram informados. No relatório anual nada consta. E os escotistas que conheço não sabem de nada. Nem sabem da evasão. Agora é fácil, verifiquem em um universo de dez grupos, aqueles que tem suas matilhas e patrulhas completas. Observe quantos anos de atividade cada um tem. Se tem muitos esperando fazer a promessa. O que vejo em fotos, são formaturas de tropa ou alcatéia com matilhas e patrulhas contendo três ou mesmo cinco participantes e muitos sem uniforme, o que significa que entraram a pouco tempo.

                            Portanto meus amigos, as mudanças são benéficas. Mas devem ser feitas paulatinamente, com ampla pesquisa a todos os Grupos Escoteiros, e sempre dando a oportunidade para ver os dois lados da moeda. O agora e o futuro. Qualquer um que tem o dom da palavra convence sempre um bom numero de ouvintes. Mas quando todos podem dar suas opiniões, votar sim ou não, a maioria sempre chega ao ponto da mudança correta.

                             Não é em Congressos com poucos representantes dos grupos de todo Brasil, ou no CAN ou no DEN que se muda só porque alguém pensou que aquela idéia é genial. Os resultados é que são importantes. Isto Baden Powell já dizia. Se eles são alcançados, então continuem e se não dêem meia volta. Nunca vou deixar de mostrar aqui que ainda não somos um movimento democrático e participativo. Difícil me convencer onde menos de quatro por cento do nosso efetivo de adultos decidem por todos.

                             Só para terminar, que saudades da minha fanfarra no grupo. Uns poucos proibiram no lugar de regulamentar. Quem viver verá o que está sendo feito e lá no futuro (daqui a dez ou vinte anos) poderão racionar se deu certo. Já não falo em um milhão de escoteiros. Me contento com duzentos mil daqui a dez anos! Risos. Não estarei vivo até lá. Pena.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

UM CONTO DE FERNANDO SABINO POR CLÉCIO MAG




Um conto de Fernando Sabino por Clécio Mag

Preciso reviver, eu bem sei,
mesmo que só na lembrança,
voltar à minha antiga casa,
rever a minha infância
e todos os momentos felizes que lá passei.

“Uma vez escoteiro, sempre escoteiro” Era o lema de meu tempo. Pois outro dia vinha eu distraído pela rua pitando o meu cigarrinho, quando dou com um bando de escoteiros surgindo de uma esquina. São uns cinco ou seis miúdos, como dizia o português, e vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando, mas não são fidalgos que voltam da caçada, como o célebre soneto: em verdade vêm na maior algazarra e por pouco não me atropelam.


Tento atrapalhadamente me lembrar de alguma coisa que revele minha autoridade, mostrar-lhes que me devem continência. Afinal fui seis anos escoteiro, primeira classe, oito especialidades, monitor da Patrulha Cão, Guia do Primeiro Grupo, que é que há?


- Sempre Alerta! – exclamo com energia, procurando esconder o cigarro.


Ele se detém, espantados, como se estivessem diante de um maluco. Dirijo-me ao mais próximo:


- De que patrulha você é? 

Trata-se de um pirralho de seus 10 anos, se tanto, carinha esperta que positivamente não é de quem pratica uma boa ação todos os dias, mas que todos os dias mata um passarinho Prega uma mentira e fala um nome feio. Nenhum deles jamais deve ter ajudado uma velha a atravessar a rua ou tirado uma casca de banana da calçada para poder desfazer o nó na ponta do lenço, símbolo da boa ação cotidiana, como fazíamos no nosso tempo.
- Patrulha? E ele franze a carinha, prendendo o riso.


Não tem dúvida, devo ter cometido alguma impropriedade. No entanto, no nosso tempo...

- Qual seu totem? – insisto, sorrindo: “O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades”. Hei de vencer. Ele mal sabe com quem esta falando.


- Totem? Volta o escoteirinho com mais estranheza ainda, e em pouco não só ele, mas também os companheiros já estão francamente rindo de mim.


Olho-o com firmeza, atirando longe o cigarro e perfilando-me: a esta altura já não sou apenas o monitor da Patrulha Cão, mas o Grande Cão, o Tapir de Prata, o próprio "Velho" Logo, o Lord Baden Powell, o Chefe Supremo?


- Sim, totem!! Você não sabe o que é totem?

- Você não pertence a uma patrulha, não é escoteiro?
- Não, sou Lobinho... – responde ele, afinal intimidado.
- Lobinho? Pois então “o melhor possível”
- “O melhor possível”- Retruca ele com energia, juntando as perninhas.


Fazemos a continência dos lobinhos – dois dedos abertos em V, - dou meia volta e me afasto. Ele tem razão, os lobinhos não constituem patrulhas, mas matilha. Como é que eu, um Seis Estrelas (?), pude cometer um engano desses? Também comecei como lobinho e só não cheguei a Pioneiro porque não podia mais suportar a idéia de ser um homem de quinze anos e ainda de calças curtas.

E finalmente chegara a hora de começar a fumar, a beber, a dizer palavrões para enfrentar a vida.

A lembrança da infância é o único sonho real que nos resta na fase madura da vida, os demais são meras utopias.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

VAMOS MUDAR O MUNDO!



VAMOS MUDAR O MUNDO!

Todos conhecem, todos já leram, todos já ouviram falar dele. Mas é tão atual, e quando leio mais acredito. Acredito sim que o escotismo pode mudar estas palavras de Rui Barbosa. Basta querer.

Sei que cada um está dando o melhor de si, mas precisamos de mais. Fale com seu amigo, sua amiga, procurem mais simpatizantes. BP venceu uma guerra e não foi só com soldados. Venceu usando os jovens nos trabalhos que os homens faziam fora das trincheiras e ele precisa deles na linha de frente. Quem conhece a historia de Mafeking sabe do que eu digo.

Vamos meu amigo, coloque sua mochila, bandeiras ao vento e vamos mudar o mundo! Podemos vencer!!!

SINTO VERGONHA DE MIM

Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.


Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios. A ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.


Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…


Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.


Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!
‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’.


domingo, 8 de janeiro de 2012

HOMENAGEM A BADEN POWELL



Homenagem a Baden Powell
Vinte e dois de fevereiro de 1857 – oito de janeiro de 1941

“Fixaram residência no Quênia, num lugar tranqüilo e com um panorama maravilhoso: florestas de quilômetros de extensão tendo ao fundo montanhas de picos cobertos de neve. Foi lá que morreu B-P, em 8 de Janeiro de 1941, faltando um pouco mais de um mês para completar 84 anos de idade.”
oxoxoooxoxox

Oito de janeiro, bela data ou triste data? Não, não acredito que seja triste. Baden Powell dizem, morreu sorrindo. Eu acho que isto aconteceu mesmo. Suas palavras já no fim da vida sempre foram para nos dar ânimo, otimismo, alegria e força de viver. Em tempo algum criticou alguém, pelo menos ainda não li nada a respeito. Como aparecem vários escritos dele que nunca vi e outros viram, uns poucos poderão dizer o contrário.

Oito de janeiro. Ele sabia que os escoteiros podiam modificar o mundo. E olhe acho que modificou sim. Deixou uma juventude sadia sorrindo, se abraçando, acreditando que o Movimento Escoteiro faz parte de suas vidas.

Oito de janeiro, uma data que deve ser lembrada pelo maior educador que já conheci. Risos, não pessoalmente, mas seria uma honra se isso tivesse acontecido.
Oito de janeiro, ano de 1941, lá no Quênia ele se despediu da vida. Não despediu e sim entrou para a história. Uma historia lembrada por muitos milhões de jovens em todo o mundo. Talvez o único lembrado por tantos assim.

Oito de janeiro, ano de 1941, meu coração enche de alegria em saber que também sou um deles. Não um jovem, quem sabe um "Velho" escoteiro. Mas que se não fosse ele nunca teria conseguido tudo que consegui. Tudo? Claro, podem acreditar como ele também fui e sou feliz.
Oito de janeiro, obrigado BP. Você foi e é importante em minha vida e de todos que praticam escotismo no mundo. Meu Sempre Alerta Baden Powell. Que onde esteja sei que ainda continua feliz. Está vendo na terra milhões que acreditam em você e em suas palavras. 
Oito de janeiro, que todos assim como eu, lembrem-se sempre de Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. O homem que modificou os jovens do mundo!