Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SAUDADE NÃO TEM IDADE



Saudade não tem idade

Muitos dizem que a saudade não tem dono. Ela pertence a todos. Ainda bem. Assim posso sentir minhas saudades sem dever nada a ninguém. E olhe como é bom sentir e lembrar. Isso nos faz crescer ainda mais, mesmo estando com a idade no ponto onde não pensamos no futuro e sempre voltamos ao passado.

Todos nós que chegamos na idade da razão (dizem assim da terceira idade, não sei) sabemos que o futuro vai ser lindo. Cada um acredita na sua fé. Tem certeza que do outro lado da vida existe outra vida. Os jovens não pensam muito sobre isso. Mas o dia deles vai chegar e assim como nós irão lembrar com saudades de tudo, e também que o futuro lhes reserva fantásticos céus azuis, nuvens brancas e coloridas e milhares de estrelas a brilhar no universo.

Fico olhando as fotos que aqui se oferecem a minha vista já cansada. Vejo os jovens em atividades, sorrindo, chefes ao seu lado orgulhosos. Jogos, acampamentos e sinto saudades. Vontade de estar ali junto a eles. Sinto as palavras que escrevem, poemas nunca sonhados, sobejas, cheias de carinho, de honra, de amor, de ufanismo, e sinto que o escotismo assim como foi maravilhoso para mim também está sendo para eles.

Saudades, quantas saudades. Mas saibam que isso é bom. Só não sente saudades quem não fez nada. Quem nada produziu. Eu sinto saudades de amigos, do escotismo corrido, das semanas pensantes, dos acampamentos volantes, sinto saudades de todos, pessoas amigas, irmãs com quem não mais falei ou cruzei...

“Mario Quintana e Rubens Alves definem bem a saudade: - O tempo não para. Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo – A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar...


O PEIXE DA BOCA TORTA

Uma das coisas que eu mais gostava quando acampava, era pescar. Adorava. Muitas vezes após o horário lá pelas onze da noite, eu ia pescar alguns bagres e traíras. A noite era o melhor horário para esses peixes. Afinal comer só lingüiças não dava. Não levávamos mais nada para completar o arroz, feijão, batata e macarrão. Portanto o peixe era uma mão na roda. Na minha mochila sempre tinha três linhas para pescar. Uma para peixes miúdos, linha fina e chumbada pequena. Outra com dois anzóis. Linha número dois, chumbada média, para pescar peixes até meio quilo. E a mais grossa, três anzóis, numero três para pescar peixes acima de meio quilo.

Claro, podem até duvidar, mas no Rio Piranga eu peguei um piau de mais de cinco quilos. Comemos peixe à vontade e ainda dividimos com o Antonio Vaqueiro que não saia de nosso acampamento. O danado tinha 14 filhos! Nunca faltava peixe em nossa cozinha. Os demais patrulheiros gostavam de comer de pescar não. Mas eu adorava. Na beira do córrego, da lagoa, do rio ou de uma represa eu era “bamba” na pesca. Usava duas espécies de isca. Um pedaço de queijo partido em fatias pequenas e minhocas. Na época conhecia dois tipos, a puladeira e a preguiçosa. Fácil de conseguir em qualquer barranca.

Lembro de uma vez que fomos acampar no córrego dos “Pintos”. Uma aguada excelente. O riacho corria por quilômetros sobre pedras, fazendo belas cachoeiras e corredeiras. Nós nos divertíamos a valer. Claro, só íamos nas partes rasas. Próximo onde acampávamos ficava uma curva sinuosa do riacho. Uma parte ficava represada e devido a chuvas fortes na barraca se juntava muitos paus e diversos tipos de arvores arrastadas pela correnteza. Um pesqueiro dos melhores.

Uma época onde se preservava a natureza. Nada de garrafas “pet” sacolinhas e latas vazias de cerveja. Lembro como se fosse hoje, que no segundo dia pela manhã falei com Romildo nosso monitor que iria pegar uns peixes para o almoço. Nosso campo já possuía todas as pioneirias necessárias e pela manhã não estávamos fazendo nada. Com minha faca escoteira fui à barranca, lá tinha um pequeno bambuzal de bambus chineses. Perfeito para pescar.

Ali ao lado um pequeno lamaçal. As minhocas a rodo. Peguei na beira do córrego duas folhas de inhame amarelo, que não servia para comer. Suas folhas eram enormes. Muito usada como copos na falta destes. Com barro e muita minhoca enrolei a folha e fui para o meu lugar favorito. Mas de dez minutos e nada. Nenhum peixe mordia. Nenhum puxão. Notei um peixe próximo com a boca para fora da água. O danado tinha a boca torta. A água estava meio turva, mas deu para ver que era uma Cará. Das grandes. Daria uma boa fritada. Jogava o anzol próximo e ela nada. Ficamos assim no jogo de gato e rato e desisti.

Voltei ao campo e esqueci na beira do remanso, minhas iscas amarradas na folha de inhame. Depois do almoço voltei lá. Em nossa programação só pelas quatro iríamos até a casa do Zé do Boi, um fazendeiro amigo. Ele sempre insistia que fossemos lá. Gostava de sentar fora da sua choupana e contar “causos e causos” pitando um cigarrinho de palha. O danado era bom nisso, pois ficávamos horas e horas ouvindo e só voltávamos tarde da noite. Sua esposa dona Hortência sempre fazia um “quentado” para nós.

Na volta, fui direto ao “pesqueiro”. As iscas desapareceram. Alguém desamarrou as folhas de inhame e as minhocas sumiram. No outro dia cedo, lá fui eu de novo. Peguei muitas minhocas. Logo ela apareceu. A danada da cará e sua boca torta. Nenhum peixe. Quando desisti por volta das onze da manhã, e vinha saindo, um redemoinho de peixes se formou. A cará da boca torta deu vários pulos como se estivesse rindo. Pensei comigo. Aguarde! Vou comer você frita!

Depois do almoço todos foram até o morro onde se avistava toda a cidade onde morávamos. Iriam treinar semáforas. Não fui. Voltou ao “pesqueiro” de novo as minhocas se foram. Quem estaria desamarrando as folhas? Fiquei ali até as cinco. Nada. Não pegava nada. Ao ir à danada da cara da boca torta pulava e um redemoinho de peixes se formava. Parecia que ela estava rindo de mim. Fiquei toda tarde e a noite fazendo um “balaio” de taquaras. Era bom nisso. Fiz um belo balaio.

No dia seguinte, voltei lá. Sabia que não ia pescar nada. Fingi que vinha embora e quando a cará pulou e os peixes pularam joguei o balaio e pulei na água. Levantei o balaio e lá estava ela, a bela cará e sua boca torta. Mais de um palmo e meio. Sai da água, olhei para ela e disse – E agora ladrona de minhocas, vai dar sua risada? Ela fechou os olhos, mexeu com a boca e parece que saiu um pequeno gemido. Não agüentei. Joguei-a de novo na água. Ela começou a pular e o cardume em sua volta pulando também.

Naquele acampamento só comemos lingüiça. Peixes? Nem pensar!

PS – Não é historia de pescador. É História de escoteiros e suas lembranças extraordinárias! 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A CIDADE FANTASMA



A cidade Fantasma

Lembrando do passado. Dizem que é bom. As saudades substituem os pensamentos que vagueiam com os problemas do dia a dia. Eu era sub monitor sênior. Patrulha Gavião. (só mais tarde sugeriram nomes históricos ou lugares históricos para nomes de patrulhas seniores.)

Há tempos sabíamos da “Cidade fantasma“ próxima ao rio caudaloso que acompanhava a estrada de ferro. Bem perto onde morávamos. Duas horas de trem. A História era antiga. Quando da construção da Ferrovia, devido ao ataque freqüente dos Índios Aimorés e da malária, que dizimava completamente a maioria dos trabalhadores, não havia peão que ficava muito tempo na Empresa encarregada da construção. De cada vinte contratados, pelo menos oito morriam.

  - O Governo pressionado, pois queria a todo custo terminar a obra, ofereceu liberdade condicional aos presos na Capital de algumas grandes cidades, em troca do trabalho forçado para a Estrada de Ferro. Pelo contrato, após três anos de serviço, estariam livres.

  - A lenda contava que em uma determinada cidade, como muitas que apareciam com a ferrovia à maioria dos criminosos ali residiam. O padre local sempre fora contra este tipo de coisa e era freqüentemente jurado de morte pelos bandidos.

Durante uma procissão da Semana Santa junto a milhares de fieis, agarraram o “dito cujo“ e o enterraram em frente à Matriz só com o pescoço para fora. Dizem que suas últimas palavras foram que não ficaria pedra sobre pedra naquela cidade. A maldição parece que “emplacou“. Dai há alguns anos a cidade foi ficando deserta e praticamente não ficou uma viva alma. (a Estrada de Ferro mudou de itinerário e a população acompanhou, fundando outra cidade). 

  Pegamos o trem rápido das nove da manhã. Onze horas e chegamos a Barra do Cuieté. Mais oito quilômetros e chegamos à antiga Cuieté. Passava das duas da tarde quando avistamos a tal cidade. Havia uma rua com calçamento de pedra e pequenas paredes caídas. Era o que restavam das casas que ali existiram.  Montamos barraca bem próximo onde devia ser a antiga praça. Queríamos ouvir o famoso grito do Padre que todos juravam ouvir após a meia noite.

   Era um desafio a nossa coragem. Se existia uma lenda, nós seniores iríamos verificar se era verdade ou não. Não perguntamos e não pedimos orientação a ninguém. Ali eram os quatro mais experientes do Grupo. Não havia nada que não enfrentávamos de frente.

  - A tarde corria solta. O sol se pôs no horizonte e se foi. A noite chegou brava e eu estava fazendo o meu “Celebre e histórico“ sopão. Ainda não eram nove horas da noite. O Grito foi ensurdecedor! - Gelei! - Os “mosqueteiros“ correram para a cozinha. Nosso lampião a querosene dava uma iluminação bruxelante.

 Ficamos ali grudados uns aos outros. Era uma tremedeira geral. O Grito aumentava mais ainda quando o vento soprava mais forte. Caminhamos em direção ao Grito. Não preciso explicar como estávamos. Para dizer a verdade, minha calça curta estava toda molhada na frente. O bravo escoteiro agora era um “escoteiro mijão”. Risos.

O grito vinha da praça onde enterraram o padre, pensei. - O medo aflorava a pele! - Mas éramos persistentes e insistentes. Caminhávamos no rumo da pedra onde pensávamos vinha o grito. Grito? Uma grande piada.  O grito  do padre nada mais era que uma fenda que ia de um lado a outro de uma grande pedra bem no meio da antiga praça.

 O vento forte vindo do rio próximo entrava pôr um lado e saia pôr outro e uma espécie de apito davam impressão de um grito. Todos na cidade sabiam da historia. Não nos contaram. Diziam que sempre vinham "otários” de todas as partes para ver. Nada mais a dizer, os “otários” voltaram para suas casas. Pelo menos a investigação chegou a bom termo. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SENHOR




Senhor
Ensina-me a ser obediente às regras do jogo.
Ensina-me a não proferir e nem receber elogio imerecido.
Ensina-me a ganhar, se me for possível.
Mas seu eu puder, acima de tudo,
Ensina-me a perder!

(inscrições encontradas nas paredes da Biblioteca
Real do Palácio de Buckingham) 

MENSAGEM A GARCIA



MENSAGEM A GARCIA

 Elbert Hubbard
(22/2/1899)

 Em todo este caso cubano, um homem se destaca no horizonte de minha memória como o planeta Marte no seu periélio. Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, o que importava a estes era comunicar-se rapidamente com o chefe dos insurretos, Garcia, que se sabia encontrar-se em alguma fortaleza no interior do sertão cubano, mas sem que se pudesse precisar exatamente onde. Era impossível comunicar-se com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o Presidente [Mac Kinley] tinha que tratar de assegurar-se da sua colaboração, e isto o quanto antes. Que fazer?

Alguém lembrou ao presidente: "Há um homem chamado Rowan; e se alguma pessoa é capaz de encontrar Garcia, há de ser Rowan".

Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta com a incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta, meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias saltou, de um barco sem coberta, alta noite, nas costas de Cuba; de como se embrenhou no sertão, para, depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado a pé um país hostil e entregado a carta a Garcia, são coisas que não vêm ao caso narrar aqui pormenorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: Mac Kinley deu a Rowan uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou a carta e nem sequer perguntou: "Onde é que ele está?"

Hosannah! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze perene e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é de sabedoria livresca que a juventude precisa, nem de instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altiva no exercício de um cargo; para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.

O general Garcia já não é deste mundo, mas há outros Garcias. A nenhum homem que se tenha empenhado em levar avante uma empresa, em que a ajuda de muitos se torne precisa, têm sido poupados momentos de verdadeiro desespero ante a imbecilidade de grande número de homens, ante a inabilidade ou falta de disposição de concentrar a mente numa determinada coisa e fazê-la.

Não significa que tudo que se disse aqui seja parte do programa escoteiro. Mas Baden Powell acreditava que devemos ensinar aos jovens a fazerem com suas próprias mãos. Os jovens acreditam que o escotismo é uma fonte de aventura onde eles podem caminhar e remar sua própria canoa. Se não fizermos isso, eles iram embora para sempre. 
    
Acredito que muitos de nós chefes escoteiros precisamos levar uma carta a Garcia. Reclamar menos e fazer mais. Esquecer que o jovem adora levar essa carta deixe que ele descubra sozinho seu próprio caminho e pode um dia contar que viveu sua grande aventura.
Portanto mãos a obra. APRENDER A FAZER FAZENDO NÃO SERIA UMA CARTA A GARCIA?

 Oi! Eu disse ele, não você. Risos

NOTÍCIA PUBLICADA EM TODOS OS JORNAIS DO BRASIL



 NOTÍCIA PUBLICADA EM TODOS OS JORNAIS DO BRASIL

Partiram hoje rumo ao Japão, 130 jovens escoteiros, de ambos os sexos, para o Jamboree Mundial dos escoteiros no Japão.

Estes jovens alcançaram pelos seus esforços pessoais, o mais alto grau do ramo sênior e guia. Lutaram durantes anos e hoje receberam seu prêmio que a partir de agora irão acontecer sempre, conforme explicação do presidente máximo da direção escoteira brasileira.

Para que os leitores tenham uma idéia, Os Jamborees são considerados o maior evento regular organizado pelo Movimento escoteiro. Ocorre a cada quatro anos em um país diferente. Sua organização é atribuída pela OMME (Organização Mundial do Movimento Escoteiro) que na Conferência Mundial, escolhe entre as candidaturas que se apresentaram anteriormente.

O primeiro Jamboree aconteceu em 1920 na Inglaterra. Participou o líder Maximo e criador do Escotismo o General Inglês Sir Robert Stephenson Smyth Baden Powell. O Sr. Baden Powell esteve presente também nos Jamborees de 1924 na Dinamarca, no de 1929 na de novo na Inglaterra, no de 1933 na Hungria. Debilitado passou seus últimos momentos em um chalé que possuía na República de Kenia.  

É a primeira vez que escoteiros são premiados e isto se deve ao esforço da direção escoteira brasileira, do Presidente da Republica Sua Excelência Leogildo Lampazo, que foi escoteiro quando jovem. O Presidente colocou a disposição um avião da Força Aérea Brasileira e para surpresa de todos, dois dos pilotos também foram escoteiros.

Devemos levar em consideração, que quinze grandes empresários brasileiros, todos advindo do escotismo quando jovem fizeram uma grande campanha e esta será realizada de quatro em quatro anos para custear as despesas desses bravos escoteiros e escoteiras que pelo seu esforço pessoal alcançaram o mais alto grau do escotismo nacional.

Parabéns aos jovens Escoteiros da Pátria. Esperamos que nos próximos tenhamos uma delegação bem maior.

- Nota: Somente cinco chefes os acompanharam. Todos eles arcaram com suas próprias despesas. A delegação da UEB que também irá participar foram por meios próprios e cada um arcando com suas despesas pessoais e das taxas de campo.

                    Nossa! Que despertador barulhento! O sol já nasceu e ainda estou aqui na cama? Preciso levantar. Ligar meu computador e entrar no Facebook. Preciso contar o meu sonho. Um belo sonho. Ainda bem, sonhar é de graça.

                    Mas não dizem que os sonhos podem se realizar?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O SIMPÁTICO MACAQUINHO QUINZINHO



O simpático macaquinho Quinzinho.

Quando escoteiro tínhamos facilidades de acampar sempre. Seja com a tropa ou com a patrulha quase sempre passávamos o fim de semana no campo. Todas as patrulhas tinham suas escolhas. Seus locais. A nossa, a Raposa sempre que podíamos acampávamos na Fazenda do Chico Flores. Perto, menos de seis quilômetros. Uma aguada maravilhosa e um grande bambuzal que poderíamos usar a vontade. Menos de cinco quilômetros do Rio Doce.

Chico Flores e sua esposa dona Alice Flores eram um casal de velhinhos muito simpáticos. Nem precisávamos avisar e quando lá chegávamos, ele dava um belo sorriso. Sua casa era simples, ainda de barro, mas por dentro era um brinco. Dona Alice com seu eterno sorriso. Os filhos na capital estudando. Uns boizinhos (como ele dizia, mas eram mais de 2.000 cabeças), uns porquinhos, galinhas e uma centena de bodes e avestruz.

Estávamos voltando pela segunda vez aquele mês. Uma investigação se fazia necessária. Na última vez, fomos roubados em toda nossa alimentação. Quem roubou abriu a porta da barraca de duas lonas facilmente. Ela estava bem presa e não sobrou nada. Tínhamos naquela época três tipos de ração. Ração A – Arroz feijão, batata e macarrão e dois pedaços de lingüiça. Óleo, sal e sabão. Tudo dividido por cada patrulheiro. Nossas mães colocavam em saquinhos e vidrinhos, fácil para levar na mochila. A ração B era mais ou menos a mesma, mas para dois ou três dias. E por último a ração C – Maior. Comprada no Armazém do Seu Zé Mutum. Ele fazia um preço especial para nós. Nossos pais pagavam com a caderneta mensal.

Dormíamos na sede a noite na sexta, e lá pelas quatro da manhã já com a carrocinha preparada partíamos. Menos de duas horas e já estávamos no local. Montamos o campo como se não soubéssemos de nada. Fizemos um almoço e sabíamos que era de primeira. Fumanchú nosso cozinheiro tinha fama de ser p melhor cozinheiro de todas as patrulhas. Após a limpeza do vasilhame e do campo, saímos como se fossemos fazer uma excursão. Nosso material de sapa e alimentação era guardado na barraca de intendência. As lingüiças penduradas no teto da barraca para durar mais.

Voltamos e nos escondemos em uma saliência a menos de oitenta metros do nosso campo. Não demorou. O ladrão chegou. Olhou para um lado, para o outro e como se fosse treinado abriu a porta da barraca. Levou o que podia. Voltou logo, levou mais. Romildo o monitor pé-ante-pé o prendeu dentro da barraca. O danado nem gritou. Punha a mão entre os olhos e mostrava seus belos dentes como se aquilo fosse uma diversão.

Ficamos seu amigo, ele ficou nosso amigo. Quando íamos acampar ali estava ele. Claro que não nos esquecíamos de levar suas duas dúzias de banana caturra. Sua preferida. Quinzinho nunca foi esquecido. Um macaquinho lindo, amável e educado. Claro, roubava comida, mas para ele não era roubo. Ali era seu habitat. Ele era o dono. Nascera ali. Tinha o seu direito. Nós éramos os invasores. Nas outras vezes nem chegávamos e ele saltava em nossas costas com aquele sorriso brejeiro.

O tempo passou, crescemos outras plagas, agora mais longe em busca de novas aventuras. Não esquecemos Quinzinho. Quando podíamos íamos lá de bicicleta sempre levando suas bananas. Mas nem tudo dura para sempre. Um dia não vimos mais Quinzinho. Para onde foi se morreu, se o levaram para um circo qualquer. Foram muitas saudades. Muitas. Quinzinho teve seu lugar de honra no livro da Patrulha Raposa. Acho que está lá até hoje!

UMA LUZ NO FIM DO TUNEL



Uma luz no fim do túnel?

"A menos que seu coração, sua alma, e todo seu ser estejam atrás de toda decisão que você toma, as palavras de sua boca estarão vazias, e cada ação será sem sentido. Verdade e confiança são as raízes de felicidade."
 (Autor desconhecido)

                            Sou um lutador pelas causas democráticas que até então não vejo nas nossas lideranças escoteiras. Mas sempre reconheci o trabalho de muitos que lá estão. Sei que estão empenhados no melhor. O que aconteceu até agora é que eles pensam, decidem e fazem tudo entre eles. Consultas sérias para mudanças ou melhorias são pífias. Isto acontece desde os primórdios do nascimento do escotismo.

                             É claro que temos muitas etapas que são imutáveis. Tudo aquilo que BP nos deixou é intocável. Como somos um movimento que todos dizem apolítico e não seguimos o modelo militar fica fácil alterar e manobrar conforme idéias de poucos.  Temos uma disciplina de dar inveja. Isso facilita para um mandatário decidir em nome de todos, com o auxilio de uma minoria. Nossa disciplina e nossa preocupação com o jovem nos deixam a mercê de decisões que devíamos tomar, e, no entanto não tomamos.

                              De uns tempos para cá, está havendo pequenas mudanças na nossa liderança. Tênues. Ínfimas. Alguns novos que assumiram estão tentando alterar situações em que dois ou três decidiam em nome de dezenas de milhares. Não sou mais daqueles que batem palmas quando dizem que um livro novo foi escrito. Que novas mudanças foram feitas. Tampouco sou daqueles que deixo de lutar pelos meus ideais no que acredito dentro dos principios democráticos do escotismo. Admiro a UEB. Já disse foi onde nasci e onde morrerei. Não vou sair dela. Vou lutar com ela.

                             Parece um paradoxo. Não tenho registro. Não tenho mesmo. Poderia procurar um Grupo Escoteiro amigo e me registrar. Não vou fazer isso. Ficaria com uma venda e uma mordaça sem poder dizer o que digo hoje. Podem contradizer, mas ameaças fazem parte ainda de uns poucos dirigentes que acreditam estar com a lei e a verdade. Minhas criticas são para melhorar e não destruir. Se pensarem o contrário são contra as próprias palavras de BP quando dizia que devemos enxergar mais que a ponta do próprio nariz.

                             Sempre achei que malhava em ferro frio. Outro dia fiz um artigo dizendo que podemos fazer um escotismo com jovens humildes e sem condição financeira. Muitos comentam que o escotismo é para ricos. Em parte sim. Mas pode-se fazer perfeitamente com pobres. Foi bem recebido por muitos que o leram. Infelizmente alguém junto aos lideres fez um comentário jocoso. Não respondi. Polemica é para ser feita com muitos participantes com direito a voz e voto. Bate boca aqui ou defesa ali não leva a nada.

                             Mas voltando a luz que cito na introdução deste artigo. Como recebo poucas comunicações da nossa liderança, pois ela acho eu só faz isso com aqueles devidamente registrados e eu não sou, procuro me atualizar lendo seus sites, e que agora está aumentando as informações aos seus associados. Informações eu digo, não troca de idéias. Recebo via email, um comunicado eletrônico. Ou Seja, o Sempre Alerta! Eletrônico. Uma gentileza que agradeço.

                               Quase sempre estão lá às atividades que a UEB realizou, as fotos de delegações brasileiras aos Jamborees (só de adultos, o Zezinho da patrulha Raposa não está lá. A idéia de Jamborees mudou. Agora só para adultos ou aqueles seniores/guias ou pioneiros, que conseguiram abalizar os gastos necessários) e atividades relacionadas à sua programação anual. Para minha surpresa, no último lá estava:

- Após as recentes atualizações do nosso Programa Educativo (feito por eles, não discutido com todos os membros adultos do movimento), comentam da atualização do POR. Pedem “palpites” a todos. Uma data para o término. Abril deste ano. Menos de dois meses para que sejam enviados sugestões, e seus “palpites”. Um tema tão importante, dois meses. A pressa como sempre em tentar fazer um POR a altura do que precisamos. Não entendo essa pressa. Mas é sempre assim.

                          Foi à primeira vez. Pelo menos nunca vi outra como essa nos meios de comunicação. Sei que consultam meia dúzia de regiões e grupos e só. Portanto é válida essa consulta. Consulta não, desculpe “(palpites) Você pode dar um palpite, se ele vai ser válido ou não isso compete à meia dúzia decidir. Depois é esperar e ver o novo POR e se seu “palpite” foi aceito. Interessante que no final se divertem com todos – Nossos chefes (?) aguardam suas opiniões. Estão ansiosos. Ou você dá seu “palpite” ou pode ficar “chupando” o dedo. E não pode reclamar depois! Risos.

                              Vejam, se a nossa liderança recomendasse via região a todos os grupos escoteiros, que realizassem Indabas ou seminários, ou outras reuniões (os nomes não importam) por seis meses no mínimo, e depois o tema POR fosse discutido com representantes dos grupos e distritos em região por mais seis meses. E finalmente culminar com um grande seminário nacional, com prazo determinado, mas não essa correria de agora, digam-me. Seria uma idéia geral? Seria um POR de dar água na boca como estão dizendo?

                            Mas não vamos reclamar. Foi uma abertura, um começo. Quem sabe virão outros. Uma colher de chá como dizem e que isso se torne um hábito de comportamento. Uma obrigação e não uma concessão de migalhas nas decisões importantes. Afinal são nossos representantes e não estão fazendo nenhum favor. Eu aguardo mesmo que isso aconteça. Luto por isso, mas sei que outros não pensam assim. Paciência. Sempre digo, sempre repito sempre retorno ao "Velho" tema. O importante são os resultados. Se eles forem bons, vamos bater palmas. Estamos no caminho certo. Infelizmente estes ainda não apareceram.                                                    

"O começo da sabedoria é encontrado na dúvida; duvidando começamos a questionar, e procurando podemos achar a verdade."
 (Pierre Abelard)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

UMA LENDA, UMA LINDA LENDA



UMA LENDA, UMA LINDA LENDA

Existe uma história de simplicidade linda, que eu gostaria de contar. Uma lenda, um acalanto... Não sei se é verdade... E não me importo com isso. Não precisa ser...

Foi há muito tempo atrás depois de o mundo ser criado e da vida completá-lo. Num dia, numa tarde de céu azul e calor ameno. Um encontro entre Deus e um de seus incontáveis anjos. Acredita? Deus estava sentado, calado. Sob a sombra de um pé de jabuticaba.

Lentamente sem pecado, Deus erguia suas mãos então colhia uma ou outra fruta. Saboreava sua criação negra e adocicada. Fechava os olhos e pensava. Permitia-se um sorriso piedoso. Mantinha seu olhar complacente. Foi então que das nuvens um de seus muitos arcanjos desceu e veio em sua direção.

Já ouviu a voz de um anjo? É como o canto de mil baleias. É como o pranto de todas as crianças do mundo. É como o sussurro da brisa. Ele tinha asas lindas. Brancas, imaculadas. Ajoelhou-se aos pés de Deus e falou:

 — Senhor visitei sua criação como pediu. Fui a todos os cantos. Estive no sul, no norte. No leste e oeste. Vi e fiz parte de todas as coisas. Observei cada uma de suas crianças humanas. E por ter visto, vim até o Senhor... Para tentar entender. Por quê? Por que cada uma das pessoas sobre a terra tem apenas uma asa? Nós anjos temos duas. Podemos ir até o amor que o Senhor representa sempre que desejarmos. Podemos voar para a liberdade sempre que quisermos. Mas os humanos com sua única asa não podem voar. Não podem voar com apenas uma asa... Deus na brandura dos gestos, respondeu pacientemente ao seu anjo.

— Sim... Eu sei disso. Sei que fiz os humanos com apenas uma asa... Intrigado, com a consciência absoluta de seu Senhor o anjo queria entender e perguntou:
—Mas por que o Senhor deu aos homens apenas uma asa quando são necessárias duas asas para se poder voar... Para se poder ser livre? Conhecedor que era de todas as respostas, Deus não teve pressa para falar.
Comeu outra jabuticaba, obscura e suave.
Então, respondeu:

__ Eles podem voar sim meu anjo. Dei aos humanos apenas uma asa para que eles pudessem voar mais e melhor que Eu ou vocês, meus arcanjos... Para voar, meu amigo, você precisa de suas duas asas... Embora livre, sempre estará sozinho. Talvez da mesma maneira que Eu... Mas os humanos... Os humanos com sua única asa precisarão sempre dar as mãos para alguém a fim de terem suas duas asas. Cada um deles tem na verdade um par de asas... Uma outra asa em algum lugar do mundo que completa o par.

Assim eles aprenderão a se respeitarem, pois ao quebrar a única asa de outra pessoa, podem estar acabando com as suas próprias chances de voar.
Assim meu anjo, eles aprenderão a amar verdadeiramente outra pessoa...

Aprenderão que somente se permitindo amar, eles poderão voar. Tocando a mão de outra pessoa em um abraço correto e afetuoso eles poderão encontrar a asa que lhes falta... E poderão finalmente voar. Somente através do amor irão chegar até onde estou... Assim como você meu anjo.

E eles nunca. . . Nunca "estarão sozinhos quando forem voar."
Deus silenciou em seu sorriso.

O anjo compreendeu o que não precisava ser dito.

Escrito por: Fábio E.

SÓ O VENTO SABE A RESPOSTA



Só o vento sabe a resposta

Nada a ver com o romance de J.M. Simmel, por sinal um livro que devia ser lido por todos. Esta historia foi na década de setenta, eu era o Chefe de um Grupo Escoteiro por estes interiores do Brasil. Uma menina de uns doze anos se adentrou no pátio de reuniões (era um sábado à tarde) e ficou sentada observando a movimentação das tropas escoteiras. Ainda não havia a co-educação. Esta só foi iniciada na metade da década de oitenta.

 

Em dado momento me procurou. Chefe como faço para entrar nos escoteiros? Um olhar profundo, uma vontade de ser e não poder ser. Expliquei a ela. Disse que só como bandeirante. - Mas aqui não tem? Só balancei a cabeça negativamente. Não, respondi. Seus olhos se encheram de lágrimas. Tentei consolar, mas ela me olhou e saiu correndo. Passaram-se alguns anos, acho que uns seis anos se não me falha a memória.

 

Conversava com um chefe e vi uma mocinha adentrando a sede. Pediu para falar comigo e prontamente a atendi. Chefe agora eu tenho dezessete anos. Vou fazer dezoito daqui a três meses. Agora posso entrar? Não me lembrava porque ela disse a palavra agora. Perguntei. Não lembras quando estive aqui há cinco anos atrás? O senhor me disse que só poderia ser bandeirante. Em nossa cidade não tem. Esperei com calma e sonhando a cada dia em ser escoteira. Agora sou quase de maior, posso ou não?

 

Claro, eu disse que sim. Nossa Alcatéia tinha 26 lobinhos. Dois chefes masculinos e duas femininas. Tinha que arrumar um lugar para ela. Uma perseverança em querer, em poder ser e depois de anos e anos nunca esqueceu seus sonhos. Claro que nunca poderia ser recusada. Eu jurei a mim mesmo que seus sonhos seriam realizados.

 

Não foi bem recebida. Uma das chefes me procurou em particular e disse que não poderia aceitá-la no grupo. - Por quê? Disse eu. Porque ela mora no “Ferreirinho” e o senhor sabe, lá é um bairro de má fama. Sua mãe só pode ser uma prostituta. Não sei por que falou aquilo. Era uma jovem ótima. Nunca deixou de ajudar ninguém. Infelizmente era uma época onde as mulheres que por um motivo ou outro foram parar ali naquele bairro não eram perdoadas facilmente.

 

Não esperava aquela atitude. Pensei que não éramos assim. Éramos sim, uma fraternidade, cheia de compreensão para com o próximo. Ao encerrar a reunião ela pediu um Conselho de Chefes. Na reunião explicou o motivo. Éramos doze. Claro que concordei. Ela expos suas razões. Pelo menos sete chefes concordaram com ela. Vamos colocar em votação disse? Não precisa. Estou entregando meu cargo. Estou envergonhado. Pensei que aqui teríamos outro pensamento. Mas me enganei. Se isso for acontecer novamente prefiro não estar presente.

 

Todos pediram um tempo para pensar. – Não preciso eu disse. Um dia vocês me disseram que o escoteiro é amigos de todos e irmão dos demais. Se não pensam assim, aqui não é o meu lugar.  Procuraram-me no meio da semana, inclusive a chefe em questão. - Desculpe chefe. Agi mal. Muito. Peço perdão. Coloquei a mão em seu ombro. Nada de desculpas minha jovem chefe. Estou orgulhoso de você e dos outros.

 

No sábado seguinte a mocinha que pediu para entrar não apareceu. No outro também não. Fiquei preocupado. Será que ele ficou sabendo do que aconteceu e desistiu? Não tinha seu endereço. Não tinha feito por escrito sua inscrição. Não sabia como achá-la. Dois meses depois avistei uma mocinha que achei parecidíssima com ela.

 

Parei e perguntei. Expliquei tudo. Ela com lágrimas nos olhos disse que era sua irmã mais nova. Ela se chamava Beatriz. Contou para todos de sua alegria em ser agora uma escoteira. Era seu sonho. Sempre falava o dia inteiro. Tínhamos que ouvir todos os dias. Durante mais de seis anos. No sábado pela manhã se preparou para ir ter com vocês. Ao sair foi atropelada por um ônibus. Levada ao hospital faleceu horas depois.

 

Fiquei pensando em tudo. Nosso destino, nossos sonhos. Perdidos em minutos. Em segundos. Por quê? Sem retorno. Acho que só o vento sabe a resposta!   

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A ESTRELA VERDE




A estrela verde. Quem sabe ela vai me trazer a paz que eu preciso para olhar o futuro e dizer: “Cada pessoa cria e modela o seu próprio destino, seu futuro será resultante de seus pensamentos presentes. As idéias assim como as sementes que se colocam no solo acabam por germinar.” (Anônimo)

    Metáfora: A estrela verde

 Era uma vez… Milhões e milhões de estrelas no céu. Havia estrelas de todas as cores: brancas, lilases, prateadas, douradas, vermelhas, azuis.
Um dia, elas procuraram o Senhor Deus, Todo-Poderoso, o Senhor Deus do Universo e disseram-lhe:
  - “Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra, entre os homens”.
  - “Assim será feito”, respondeu Deus. “Conservarei todas vocês pequeninas, como são vistas, e podem descer a Terra”.

 Conta-se que naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar e correr com os vagalumes, no campo. Outras se misturaram aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada.

Porém, passado algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o Céu, deixando a Terra escura e triste.

  - “Por que voltaram?” perguntou Deus, à medida que elas chegavam ao Céu.
  - “Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria, muita desgraça, muita fome, muita violência, muita guerra, muita maldade e muita doença”.
E o Senhor lhes disse:

 - “Claro, o lugar real de vocês é aqui no Céu. A Terra é o lugar do transitório, daquilo que se passa, do ruim, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, é onde nada é perfeito. Aqui no Céu, é o lugar da perfeição. O lugar onde tudo é imutável, onde tudo é eterno, onde nada padece”.

 Depois de chegarem todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo:

 - “Mas está faltando uma estrela. Perdeu-se no caminho?”
 Um anjo, que estava perto retrucou:

  - “Não, Senhor. Uma estrela resolveu ficar entre os homens. Ela descobriu que seu lugar é exatamente onde existe imperfeição, onde há limites, aonde as coisas não vão bem.”

 - “Mas que estrela é essa?” Voltou Deus a perguntar.
 - “Por coincidência, Senhor, era a única estrela dessa cor”.
 - “E qual é a cor dessa estrela?” insistiu Deus.
- E o anjo disse:
- “A estrela é verde, Senhor. A estrela verde do sentimento de esperança”.

E quando então olharam para a Terra, a estrela não estava só.

A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa. Porque o único sentimento que o homem tem e Deus não têm é a esperança. Deus já conhece o futuro, e a esperança é própria da natureza humana. Própria daquele que cai, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe como será seu futuro.

(retirado da internet. Anônimo)