Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 7 de abril de 2012

Qual disciplina deseja quem reclama da indisciplina?



Qual disciplina deseja quem reclama da indisciplina?

Um tema que está tornando-se moda em educação é a indisciplina. Ao afirmarmos isso, não desejamos dizer que isso não ocorra no escotismo e que os protestos dos chefes e pais não tenham sido sem razão. A questão da indisciplina é sempre assunto que preocupa e, nos dias de hoje, ainda mais, pois assume a perfídia em situações inesperadas ou avança para registros policiais quando não evolui para a violência.

Há alguns anos atrás recebi a visita do "Chefe" Escoteiro Marcelo. – Chefe dizia ele, tomei algumas decisões na tropa e não sei se agi corretamente. Tenho um Monitor de Patrulha que tem trazido alguns transtornos. Já conversamos em particular, fui em sua casa varias vezes e até mesmo seus pais reclamam da sua maneira de agir. Vi depois de algumas conversas que ele sempre foi perdoado em todos os erros que cometeu. Sempre foi compreendido e nunca repreendido como devia. Resolvi agir de forma diferente.

No último acampamento chamei a Patrulha e disse – Todos voces foram devidamente preparados. Cada Patrulha é livre para tomar decisões que interessam a todos. Nos últimos acampamentos voces não se saíram bem e espero que neste possam pelo menos conseguir o totem de eficiência de campo. Conto com voces. No entanto a noite uma chuvinha fria pegou todos de surpresa. Chamei os monitores e disse que ficaria suspensas as atividades da noite e que eles fizessem uma conversa ao pé do fogo em seus toldos com suas respectivas mesas onde estariam abrigados da chuva.

Todos fizeram isso, vi inclusive de longe muitas patrulhas se preparando para a noite e inclusive colocando a lenha em local próprio para o dia seguinte. Na Patrulha do Marcinho não. Lá eram risadas, piadas e vi que a Patrulha não podia continuar assim. No dia seguinte com o toque da alvorada com meu berrante, a fumaça correu nos campos de patrulhas menos na do Marcinho. Dito e feito. Hora da inspeção todos formados. A do Marcinho não. Não conseguiram acender o fogo e não tiveram café e nem leite quente. Desculpa? Lenha molhada. Era norma não deixarem lanchar sem a bebida quente . Ficaram sem o café da manhã e o almoço deles só saiu às três da tarde. Não participaram do programa de jogos na Lagoa do Jacaré.

A Corte de Honra resolveu puni-los. Marcinho reclamou. Se o tirassem do cargo ele sairia dos escoteiros. Uma ameaça ou uma chantagem não sei. Nunca aceite este tipo de coisa. Disse que iria pensar na punição e daria uma resposta na próxima reunião. Chamei a Patrulha e expliquei que a corte ia suspender o Marcinho. Todos sorriram. Sinal que não gostavam dele. Coloquei o tema em discussão entre eles. Resolveram fazer nova eleição. Foi escolhido o menor Escoteiro da tropa. O Pedrinho. Pequeno, raquítico. Fala mansa. Engano. Pedrinho colocou Marcinho na linha. Em pouco tempo a Patrulha se transformou.

Chefe Marcelo disse-me  também que no sábado anterior mandou dois jovens que chegaram a sede uniformizados e ainda não tinham feito promessa. A norma na tropa era de vestir o uniforme só no dia correto. Isto sempre foi feito e o garbo e a boa ordem sempre foi orgulho da tropa. Mandei os dois de volta. Um deles perguntou se tirassem o uniforme podiam voltar. Não. Não podem. Só na próxima.

O "Chefe" Escoteiro Marcelo ficou ali me contando diversas outras situações. Fiquei pensando dos meus dias de "Chefe" Escoteiro e os meninos de outrora. Uma disciplina diferente. Nunca tive esse problema. Hoje isso não acontece. Vejo jovens que pecam pela indisciplina e alguns acham que ela inexiste. Poucos sentem que o castigo ou a penitencia não deve ser utilizada por nós. Castigo e penitencia no bom sentido. Nada de violência. Alguns dizem que deveríamos ter um conceito mais amável, como por exemplo, utilizar a relação de afeto e respeito, uma ação onde haja reciprocidade aceitando que alguns erros são próprios da juventude.

São conceitos que hoje me sinto em dificuldade, ou melhor, sem sintonia para agir como agia no passado. No entanto acredito que devemos a todo custo manter a disciplina nas sessões, baseadas no respeito mútuo. Quando me dizem que ordem unida não faz parte mais do escotismo fico pensando o porquê alguns insistem em misturar ordem unida com militarismo. Os jovens na tropa ou na Alcatéia tem de ter respeito nas formaturas. Tem de saber se formar e o melhor é ensinar as bases primordiais em uma apresentação que pode até parecer militar, mas na minha modesta opinião faz parte inicial da disciplina que se pretende dar a uma sessão Escoteira.

Quando os chefes de uma sessão sentam-se com seus jovens e desconstroem e sabem reconstruir a plenitude da significação e dos tipos de disciplina, não apenas a reunião corre mais facilmente e a aprendizagem se concretiza de maneira mais saborosa como escoteiros/lobinhos e os chefes descobrem que, reconhecendo a disciplina como ferramenta essencial às relações interpessoais, aprendem autonomia, exercitam a firmeza e conseguem, com mais dignidade, construir o caráter.

A simples ação de um Escoteiro ao pegar um papel jogado no pátio ou na rua, já demonstra que no Grupo Escoteiro de origem se pratica uma disciplina Escoteira que merece o meu e todo nosso aplauso. Continuarei o tema em um próximo artigo. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A porta da felicidade...



A porta da felicidade...

Estive pensando se eu tinha visto alguém publicar aqui. Uma foto ou um comentário de um acampamento. Quem sabe de uma Patrulha, em seu campo, com seu toldo, sua mesa, seus bancos e com seu cozinheiro (a) fazendo uma deliciosa sopa, ou mesmo fazendo um café, tudo em um fogão suspenso, usando madeira natural. Se possível em um lugar lindo, com belas aguadas e melhor todos de uniforme. Sem aquela eterna camiseta com o lenço. Acho que não vi.

Pode ter passado despercebido e não vi mesmo, uma foto ou um comentário, de uma reunião de monitores (as) ou mesmo de uma Corte de Honra, onde garbosamente estariam todos bem uniformizados. Um sorriso nos lábios de cada um. Falando como jovens responsáveis, verdadeiros escoteiros e escoteiras Mostrando que são disciplinados e ali sabem que os destinos da tropa serão resolvidos com dignidade!

Quem sabe alguém publicou e eu não vi. As patrulhas formadas e completas com seis a oito jovens, a maioria uniformizada. Não lembro se estavam garbosamente formados em linha, ou por Patrulha, ou em circulo. Quem sabe foi em uma ferradura? Não importa. Importa é que todos estavam prestando atenção na chefia, e não havia nenhum displicentemente fora do contexto. Ao lado o "Chefe" Escoteiro falando com os monitores e dando instruções.

Mas acho que estou pedindo muito. Espero que me desculpem. Agora já estou pensando em ver uma tropa, onde o "Chefe" Escoteiro dá instruções aos monitores, e ao fundo os sub monitores em reunião de Patrulha. Será que vi alguma? Ou quem sabe, a Patrulha em um canto, se adestrando, com o monitor e o sub. conversando com seus amigos da Patrulha.  Bem acho que essa eu não vi.

Não prestei atenção, mas não vi mais convites para atividades Escoteiras em cima da hora, feita por distritos ou regiões ou mesmo Grupos Amigos. Achei formidável, pois acreditei que descobriram que o respeito à programação dos grupos e das tropas agora seriam levadas em consideração por todos. Claro nós sabemos da seriedade de um programa feito pelos jovens e nunca iríamos convidar para prejudicá-los. Agora eles os dirigentes tomaram consciência que esses convites devem ser feito um ano antes.

Gostei mesmo em saber que temos uma programação que todos levam a sério. Ninguém a criar atividades de última hora. Parece até que em suas sessões os monitores não participam. Afinal, a Patrulha quer crescer e o "Chefe" Escoteiro quer se sentir orgulhoso em ver. E ele, o distrito/região sabem, convites só dentro da programação anual. E melhor, os distritos e as regiões sabem que foram criados para assessorar as sessões e não fazer programas para elas.

E quem sabe vou ver também um dia, uma foto dizendo: Vamos todos ao Jamboree. Vamos todos ao Acampamento Regional. Vamos todos ao Elo. Vamos todos aqui e ali. Agora tudo mudou. Os mais humildes poderão participar e não ficará nenhum sem ir. Aquele jovem que ficava esperando o retorno dos privilegiados para ouvi-los contar as façanhas do evento acabou.

E depois de ter visto tudo isto, direi: Enfim o sonho se realizou. As tradições voltaram. Nosso escotismo está maduro o bastante para que possa crescer com liberdade, altruismo e respeito e acredite, será um novo escotismo. Direi também que agora os tempos são outros e os meus ficarão na história do esquecimento. Um belo sorriso irei dar, pois agora vejo grande parte da nossa juventude participando ativamente como escoteiros e escoteiras! 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Histórias da Insígnia da Madeira



Histórias da Insígnia da Madeira
(Mais uma de tantas que são contadas nas Conversas ao pé do fogo que se realizam por todo o mundo).

Conta-se que na manhã de oito de setembro de 1919, dezenove homens vestidos de calças curtas e meias até o joelho, mangas de camisas arregaçadas, formadas por patrulhas iniciavam um curso de Chefes de Escoteiros. Um novo adestramento realizado em Gilwell Park, em Eping Forest, nos arredores de Londres, Inglaterra.

O campo foi projetado e orientado por Sir Robert Baden Powell (BP), um general de 61 anos reformado do Exercito Britânico e fundador do Movimento Mundial dos Escoteiros. Quando terminou seu adestramento em conjunto, Baden Powell (BP) deu a cada homem um cordão de madeira simples, como se fosse um colar que ele havia encontrado em uma cabana abandonada de um Chefe Zulu. Isto aconteceu quando estava em campanha na África do Sul em 1888. Para os primeiros deste curso, foi um grande sucesso e se tornou tradição por muitos e muitos anos. As perolas de madeira eram reconhecidas para os que tiveram a oportunidade de passar por aquele adestramento.

Com o passar dos anos, as contas como eram agora chamadas, eram talhadas da mesma forma pra manter a tradição criada por Baden Powell. O curso passou a ser conhecido no mundo inteiro como o Curso de Insígnia de Madeira. É reconhecido não só na Inglaterra como também em todo o mundo como um curso de formação avançada para líderes do Escotismo. Na época do primeiro curso BP apresentou um Chifre de Kudu que ele tinha capturado durante a Guerra Matabele em 1896. Seu som profundo em expansão iria servir para convocar os membros dos cursos em assembleias, reuniões e atividades e foi utilizado lá por muitos e muitos anos.

Baden Powell (BP) usou esse mesmo chifre para abrir o terceiro Jamboree Mundial realizado no Arrowe Park, Birkenhead, Inglaterra em 1929. Esse chifre é usado até hoje por muitos cursos avançados no Movimento Escoteiro. A formação em um Curso da Insígnia de Madeira oferece uma oportunidade única para o aprendizado e para a liderança. Os participantes vivem e trabalham juntos em uma patrulha com outros escotistas. Assim aprendem sobre as habilidades de liderança a as técnicas de Socutcraft.

Nota – Scoutcraft é um termo usado para cobrir uma variedade de conhecimentos e habilidades requeridas por pessoas que buscam se aventurar na vida selvagem e a se sustentar de forma independente. O termo foi adotado por Scouting, organizações escoteiras para refletir as habilidades e conhecimentos que se fazem sentir de fazer parte do núcleo de vários programas. Isso ao lado do conhecimento da comunidade e espiritualidade. Ali se aprendem habilidades tais como acampar, cozinhar, primeiros socorros, sobrevivência na selva, orientação e pioneirismo.

A Insígnia de Madeira ainda é considerada por muitos como uma experiência de suas carreiras no Escotismo. Ela tem servido como fonte de treinamento e inspiração para milhares de Escotistas em todo o mundo. Por sua vez, os possuidores da Insígnia são os responsáveis para a formação de milhões de jovens espalhados por todo o mundo.

Agora só falta você. Ainda não tem a IM? (insígnia da madeira). Mãos a obra. Pense olhando para frente e diga para si mesmo – “Se tantos conseguiram, eu também vou conseguir”.

BOA SORTE E VOLTE SEMPRE A GIWELL!

domingo, 1 de abril de 2012

O último adeus!



O último adeus!

(Baseado no conto “A Felicidade é feita de doces momentos”, lançado no blog historias escoteiras).

Estou aqui, como sempre faço todas as tardes, sentado em um banquinho que fiz e que eles disseram ser uma pioneiria, na volta do rio das flores, a espera deles. Sei que não virão, mas sonho um dia ver todos eles, cantando, brincando naquele ônibus colorido. Quando penso em tudo que aconteceu, meus olhos se enchem de lágrimas. Foram os dias mais lindos da minha infância. Dias que nunca, mas nunca mais vou esquecer. Quatro dias de felicidade!

Morava em uma pequena casa de pau a pique, próximo ao Rio das Flores. Meu pai trabalhava na fazenda do Senhor Coronel Alcebíades, e tínhamos uma casinha pequena, de adobe. Éramos quatro. Eu, meu pai, minha mãe e meu irmão de três anos. Uma família feliz. Toda manhã ia para a escola na fazenda Rancho Fundo do Coronel, onde tinha a única escola da redondeza. Eram quatro quilômetros que eu fazia correndo. Ajudava meu pai na lida da capina e a tarde nadava no rio. Diziam que nadava como um peixe.

Numa quarta feira vi um ônibus colorido, cheio de cantorias que se dirigia a fazenda do coronel. Cortei caminho e do alto da Morada vi dois homens de calça curta e chapelão conversando com o Coronel. Ele fez sinal para mim e disse que levassem eles até A várzea, perto do rio e do bambuzal. Não falou mais nada. Entrei no ônibus.  Todas as crianças da minha idade, rindo, brincando me dando um tal de Sempre Alerta.

Estava com vergonha deles e fiquei em pé bem na frente, mas olhando todos de rabo de olho. Chegamos, eles desceram. Juntaram a tralha e ficaram esperando a chamada. Logo eles fizeram um meio circulo próximo a um pé de amora, o tal do "Chefe" Escoteiro passou uma cordinha, e colocaram a bandeira do Brasil. Fiquei de longe olhando. Meus olhos estavam fixos na meninada. Eles corriam aqui e ali. Cada turminha fez um cercado, armaram barracas e foram cortar bambus.

Olhei o sol e vi que mamãe estaria preocupada. Corri até em casa e contei as noticias. Pedi a ela e o papai se deixavam eu ficar lá olhando. Meus pais nunca ralharam comigo. Almocei correndo um prato de abobora com peixe frito. Voltei ao lugar que eles estavam. Várias barracas, e eles construíram alguma coisa que não entendi e a fumaceira pegou fogo em todos os cercadinhos deles. O sol já se pondo e foram tomar banho no rio. Um deles tentou atravessar. Começou a fazer sinais. Corri lá. Pulei de roupa e tudo. Era bom nadador apesar dos meus doze anos.

Tirei-o da água. Os chefes começaram a beijar e ele e voltou a respirar. Agradeceram-me. Bateram uma palma esquisita. Me chamaram de herói. Disseram que se quisesse ficar em uma Patrulha era só escolher. Nem sabia o que era isso, mas um loirinho me fez um sinal e fui. Disseram que eram os Touros. Dei risada. Aqueles fracotes Touros? Mas foi bom. Me ensinaram a dar sempre alerta, a gritar o tal grito da Patrulha, a entender os sinais do "Chefe" Escoteiro para formatura.  

Durante os quatro dias eu brinquei com eles. Corremos na mata. Pulamos a cerca do Boi Lamego, fomos até a subida do Catatáu. Mostrei a eles o canto do sabiá, do pássaro preto, mostrei como fazer o tatú sair da toca. Eles me ensinaram nós e quiseram ensinar sinais de pistas. Dei risadas. Nunca iriam pegar uma seriema contra o vento. 

Quatro dias maravilhosos. Comi a comida deles, ruim à beça. Sem sal. Mas eu ria e eles riam. Um dia cozinhei para eles. Gostaram. Até o "Chefe" Escoteiro veio tirar um sarro. Um deles deu dor de barriga, levei para ele a fruta do pastor. Chupou a fruta e sarou. No ultimo dia fizeram um fogo. Cantaram, gritaram, bateram palmas, contaram causos, fizeram teatrinho e depois em volta da fogueira cantaram uma linda canção que só guardei uma parte. “Não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus”.

No ultimo dia desmontaram tudo. Fizeram uma limpeza. Na bandeira o "Chefe" Escoteiro deles me chamou. Dissera que eu era um Escoteiro honorário. Mandou-me ficar durinho, e fiz o sinal deles. Me fizeram repetir a promessa deles. Prometo pela minha honra... Foi lindo. Foi demais. Depois ele me colocou o lenço deles. Chorei. Abraçaram-me. Chorei. Deram os gritos que chamavam de Patrulha. Chorei.

Disseram-me Adeus e partiram. Eu chorava. Entraram no ônibus. Eu fiquei ali em pé, ao lado do mastro de bandeira como eles chamavam. O ônibus virou a curva do rio buzinando. Um silêncio atroz. Chorava. Chorava. A tarde veio. Não arredei o pé. Não podia sair dali. Via todos eles cantando, brincando e me abraçando. Se saísse toda essa ilusão iria desaparecer. A noite chegou de mansinho. O orvalho caindo. Eu chorando. Não parava de chorar. Queria eles de volta, mas sabia que isso não ia acontecer.

Meus pais chegaram e me levaram. Não queria ir. Mas não podia ficar ali toda a noite. O dia amanheceu. Como sempre voltei a minha rotina. Escola, trabalhar na roça com meu pai e as tardes ia sentar no meu banquinho lá na curva do rio. Olhava o horizonte quem sabe, um ônibus viria novamente! Meus olhos enchiam-se de lágrimas. Agora não chorava mais. A dor que sentia era no meu coração. Uma dor doída. Lembranças, lembranças que machucavam. Que dias lindos maravilhosos eu tive e se foram.

Durante muitos anos a minha memória revivia todos os dias felizes que com eles passei. As saudades permaneceram por longo e longo tempo. Meu Deus! Daria tudo para vê-los novamente! Sabia que não ia acontecer. Quando foram eu ainda não sabia, mas era o último Adeus. Um adeus sem volta. Sem retorno. Gostava de aos domingos sentar próximo no mastro da bandeira deles. Agora seco, mas firme. Eu não deixava ele cair. Chegava com meu lenço, ficava durinho e dava sempre alerta. Olhava uma bandeira invisível sendo erguida e chorava.

Não sei quantos anos se passaram. Cresci, casei, tenho filhos. Nunca mais vi os escoteiros. Quantas saudades que permanecem na minha lembrança e não se apagam. O ultimo adeus! Sim, foi o último adeus daqueles que fizeram de mim, um homem feliz. Quatro dias.  Quatro dias! O ÚLTIMO ADEUS!