Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 12 de maio de 2012

O sonho não acabou.



O sonho não acabou.

Olá "Chefe" Osvaldo, interessante seu modo de escrever. O senhor é da UEB ou da AEBP? Ou de outra organização? Uma pergunta interessante. Fiquei pensando na resposta. Responder o que? Risos. Claro é uma Chefe Alcatéia muito simpática. De vez em quando trocamos sugestões. Falamos de escotismo, de lobismo apesar de não ser um expert no ramo. Pois é, tive a honra de dirigir diversos cursos do ramo. E fui também um deles. Mas dedicava mais a tropa Escoteira. Achei que ali estava a razão da continuidade no movimento escoteiro.
Mas pensei o que devia responder a minha simpática amiga. Da UEB? Claro nasci nela, mas não tenho o registro com ela a muitos e muitos anos. Por quê? Para ser sincero não sei. Já me perguntei e disse a mim mesmo, Osvaldo quando você se registrar irão ter o maior prazer em lhe mandar para a “Tonga da milonga do kabuleté” risos. Mas ela a UEB me é simpática. Sonho que ela vai mudar um dia, mas não vou fazer um comentário sobre isto aqui. Nada disto. Que ela consiga atingir seus objetivos a que se propôs. Mesmo com sua maneira esnobe.
Esnobe? Por quê? Ora, ora, decide tudo sem consulta. Deixa milhares em polvorosa com o tal novo uniforme. E depois surge como se fosse um espetáculo teatral a dizer: Eis o novo uniforme! Contem para todos, espalhem aos quatro ventos. Se possível que a noticia seja falada em versos e prosas de norte a sul. Risos. Isto sempre aconteceu. Um sábio que pertence à pequena corte decide e comenta com poucos e tudo é aprovado assim.
Mas chega, chega de praguejar. Vamos valorizar um pouco afinal parece que atingimos a casa dos 70.000 membros no Brasil. Ótimo. Sazonal? Pode se que sim pode ser que não. Fico na duvida enquanto não saber de quanto é a evasão anual e qual a pesquisa que estão fazendo para reduzir esta saída de jovens tão abruta. Quanto às outras organizações, tenho o maior respeito. Acreditam no que fazem e tem objetivos definidos. Claro, boa parte oriundos da antiga mãe UEB. Cada um com seus motivos. Acho que bons motivos. Eu mesmo uma época quase fiz minha UEB particular. Risos. Calma. Nunca fiz e nunca o farei. Tenho o maior respeito pelo meu passado. Agora quem sou eu para criticar?
Portanto minha amiga, eu amo o escotismo. Adoro tudo que existe nele. Tenho um conceito enorme e grande admiração pelo nosso fundador BP. Pena que muitos hoje querem falar em nome dele e chegam até a dizer que se fosse vivo estaria mudando tudo. Como vê minha amiga, eu sou do Escotismo de Baden Powell (BP) claro que com os parcos conhecimentos que adquiri em minha trajetória Escoteira. Sempre me calo com um e outro que contradizem o que penso ou digo aqui. Afinal se brigo por democracia porque eles têm de concordar em tudo comigo? Nunca.
Assim minha amiga, eu torço para que continuemos a crescer. Chegar aos 100.000, 200.000, 500.000 e aí então os frutos irão crescer. Estes sim serão os resultados. Ajudar a uma nação na sua formação e pensando que muitos a partir de então terão o “Espírito Escoteiro” tão desejado. Portanto minha amiga para não alongar muito só os resultados interessam. Lembro a você que uma das máximas do nosso método é “Aprender a fazer fazendo”. Mas isto não pode acontecer com os dirigentes. Eles não tem o direito de errar e continuar errando. Não são mais jovens são agora adultos que se imbuíram em liderar milhares que estão acreditando e são responsáveis pelo que fazem.
Registrar ou não na UEB para mim não é importante. Importante é torcer para que ela seja forte, sem mágoas e sem rancores, vivenciando o quarto artigo com alegria e não esqueça nunca da sua denominação inicial “UNIÃO”, pois queiram ou não estamos juntos de um lado a outro deste grande e enorme país que todos amam e eu também. E parabéns pelos sorrisos de hoje nas reuniões escoteiras. Isto é Escotismo!

  “Quando tudo vai mal e parece inclinado
A tornar-se pior e mais turvo a seguir,
Não dê coices, nem grite e não fique afobado;
Apenas basta sorrir.

Quando alguém, a você, quer passar para traz.
E tomar mais que a parte que lhe competir,
Seja firme, gentil e paciente rapaz:
Apenas basta sorrir.

Mas se um dia você ficar “cheio“ demais
(certas vezes você ficará abafado)
Não podendo sorrir, não se irrite jamais.
Apenas fique calado”.

(OLE MARSTER-B. B.VALENTINE) Do livro CAMINHO PARA O SUCESSO.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A Vaca malhada do “seu” Lindolfo da Maria



A Vaca malhada do “seu” Lindolfo da Maria
 Dizem que historias acontecem com todos nós. E claro sempre procuramos dar uma conotação diferente quando contamos para alguém. A verdade absoluta nem sempre vem à tona, mas contar o real será que vale a pena? Se for assim melhor não continuar. Irão dizer – O Escoteiro tem uma só palavra! Claro que sim. Mas historias? Contos? Fábulas? Lendas? Sem uma pitada do incrível ou inacreditável acho que não teria graça. Assim sou eu. Gosto de contar histórias. Gosto de fazer as pessoas sonharem que poderiam estar lá, nas frases que escrevo no real ou imaginário não importa. Afinal quem não gosta de sonhar?
Nosso "Chefe" Escoteiro conheceu o “seu” Lindolfo da Maria em um mês de maio durante uma competição de cantorias, chamadas de “repentes” onde os cantadores cantam versos com perguntas ou provocações. Uma peleja gostosa onde vence sempre o cantor que cria os melhores repentes.


Minha verdadeira mãe, Maria restauradora.
Dai-me boa inspiração És a minha protetora
Sou poeta dos repentes Sou Lindolfo da Maria

Com frase lasciva ou lúbrica, contra mim, quem vier, cai.
Tenho feito cantor sábio. Me chamar de mestre e pai.
Vou botar você em canto. Que morre doido e não sai.

Isto mesmo, assim começou uma grande amizade entre nosso "Chefe" Escoteiro e o “seu” Lindolfo da Maria. Mas chega de entretantos e vamos aos finalmentes, pois o “causo” aqui é da Vaca Malhada do “seu” Lindolfo da Maria. Um convite para conhecer seu sítio e lá foi nossa Patrulha a primeira a aventurar por aquelas bandas, por sinal já desejado por nós. Derribadinha, um lugarejo as margens da estrada de ferro com menos de quinhentas almas. Chegamos cedo, por volta das onze da manhã no rápido da Estrada de Ferro Vitória Minas. Pergunta aqui e ali e menos de uma hora depois chegamos. Recebeu-nos efusivamente.
Encontramos um bom local junto a um bambuzal, com aqueles tipos enormes, grossos e até me lembrei de uma pesquisa que fiz de onde surgiu a palavra bambu. Há indícios de que a palavra bambu tenha origem no forte barulho provocado pelo estouro dos seus colmos quando submetidos ao fogo, “bam-boo!”. No Brasil, para denominar esta planta, os indígenas empregavam, entre outras, as palavras taboca e taquara. Mas voltemos ao local escolhido. Um riacho gostoso, uma plantação de mandioca, belos pés de goiaba, vários de mamão papaia enfim, um sonho de qualquer Patrulha Escoteira.
No primeiro dia foi aquele corre, corre da preparação do campo. A noite uma lua enorme “bunita qui nem um queijo” nos deixou alegre em ver toda a campina a nossa volta com alguns animais pastando aqui e ali. Mas este foi um acampamento curto. Muito curto mesmo. Sem muitas histórias para contar. Por quê? Acordamos de madrugada com nossa barraca sendo sugada! Isto mesmo, sugada! Acordei e vi uma boca enorme em minha direção. Um monstro! Dei um berro e todos acordaram com ele. Saímos correndo em desabalada carreira.
De longe ficamos olhando o que era a tal “assombração”. Não deu para ver. O acampamento da Patrulha desapareceu. Um medo terrível se apossou de nós. Era melhor procurar o “seu” Lindolfo da Maria. Acordou um pouco assustado. Quando contamos ele riu a beça. Não se preocupem, esqueci-me de avisar, deve ter sido a Vaca Malhada. Ele sempre faz isto. Dizem que ela tem uma boca enorme. Vamos até lá, pois ela come de tudo. Dito e feito. O acampamento era um desastre. A danada da Vaca Malhada destruiu tudo. Juntamos o que podíamos e fomos dormir no pequeno seleiro do “seu” Lindolfo da Maria.
No dia seguinte vimos que tudo fora destruído. “Maldita” vaca pensei comigo. Mas faz parte. Aprendemos que uma pequena cerca de cipó ou sisal poderia ter ajudado. Esquecemo-nos de fazer. Não foi um grande acampamento, mas ao amanhecer resolvemos fazer companhia ao “seu” Lindolfo da Maria em sua lida no campo. Éramos sete e nos divertimos na curralama em tirar o leite, em separar a bezerrada, e até eu resolvi “campeá-los” um pouco. Ficamos lá por mais um dia. No final juntamos o que sobrou e sem chorar pela perda voltamos. Dispostos é claro a conseguir de novo tudo que perdemos.
Assim é a vida, perde aqui, ganha ali. Nada deve ser eterno e nem pode ser. Um dia volto lá e vou desafiar o “seu” Lindolfo da Maria para uma peleja gostosa de repentes, pois quando cresci aprendi muito. Nas rodas a noite dos fogos de conselho, lá estava eu a desafiar no Quebra Coco. Claro, perdi muitos desafios, mas ganhei outros tantos, afinal não era assim que começava?

“Amigos aqui presentes, hoje estou um pouco rouco,
“Mas é bom ficar sabendo, sou campeão no Quebra Coco”!

Quebra coco, quebra coco, na ladeira do Piá, 
Escoteiro, quebra coco, e depois vai trabalhar.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O meu querido distintivo de Lapela Escoteiro



Levei um ano de minha adolescência com um lenço enrolado no pescoço, flor-de-lis na lapela e pureza no coração, para descobrir que não passava de um candidato à solidão. Alguma coisa ficou, é verdade: a certeza de que posso a qualquer momento arrumar a minha mochila, encher de água o meu cantil e partir. Afinal de contas aprendi mesmo a seguir uma trilha, a estar sempre alerta, a ser sozinho, fui escoteiro — e uma vez escoteiro sempre escoteiro.

O meu querido distintivo de Lapela Escoteiro

Quem já teve nunca o esqueceu. Uma época que tínhamos que correr atrás para conseguir um nas lojas escoteiras. Quando vi o meu pela primeira vez me encantei. Só não chorei porque o meu sonho agora era real.  Pequeno, dourado, com uma linda flor de lis em cores verde e amarelo. Minha mãe me entregou e disse: - Um presente que seu tio Vadim trouxe para você do Rio de Janeiro. Parecia que ele foi feito para mim. Até seu formato era a Flor de Lis perfeita. Com sua presilha se prendia facilmente na gola da camisa ou no paletó social.

Uma época de identificação de qual organização você pertencia. Era comum vermos os rotarianos, os do Lions Club, e tantas outras organizações onde todos postavam com orgulho o seu botton de lapela. Os padres também usavam o seu. O prefeito também. Na Câmara de Vereadores idem. Naquele tempo não saímos por aí com o lenço no pescoço tentando nos identificar de maneira diferente. O botton era tudo.

E que orgulho amigo o colocava na lapela e íamos desfilar para que os outros soubessem que ali estava um Escoteiro. Quando pela cidade encontrávamos alguém com ele, logo corríamos para cumprimentar: Sempre Alerta! Escoteiro de onde? Prazer. Eu sou da Patrulha Raposa. Abraços, aperto de mão, histórias, lembranças tudo em questão de minutos era conversado entre nós. Nossos chefes nos ensinavam que o uniforme se vestia completo. Nada de usar peças por aí. Usar o cinto? Nem pensar.

Um dia resolvemos fazer uma vaquinha, que rendeu além do esperado. Todos que participaram do Grupo Escoteiro na minha cidade e que os procuramos colaboraram. Como se fosse hoje, chegamos a ter mais de cinco mil reais! Uma fábula para a época. Para que? Para custear uma viagem de um "Chefe" Escoteiro até a capital, o Rio de Janeiro. Motivo? Comprar distintivos de lapela para todos os ex-escoteiros e todos os participantes do Grupo Escoteiro. E lá foi ele sorrindo, mais de vinte e duas horas de viagem. Não reclamou. Claro, todos nós gostaríamos de estar no lugar dele.

Aproveitamos para ver se sobrasse algum dinheiro para ele comprar também a moeda da boa ação. Quem não tinha? Eu já tinha a minha há tempos. De manhã bolso esquerdo. Feita a boa ação, bolso direito. Claro, nunca nos contentávamos e voltávamos para o bolso esquerdo novamente como a dizer: - Uma boa ação só hoje? Nunca. Pelo menos mais uma e mais uma. Quando o "Chefe" Escoteiro retornou, foi uma apoteose. Contando da viagem, do Rio de Janeiro, como era o mar, as praias, Copacabana, e como era a loja Escoteira.

Ele contava maravilhas. Quantos distintivos tinham lá. Quantas coisas bonitas. Quantos livros. Trouxe até um que ia passar de mão em mãos para que o lêssemos. O Guia do Escoteiro do "Velho" Lobo. Lindo! Espetacular! Quando o levei para casa não queria dormir. Ficava ali sentado na cama lendo, relendo. Coisas do passado. E junto ao "Chefe" Escoteiro que viajou ao Rio de Janeiro nós também ficávamos ali a sonhar em um dia ir lá também. Naquele dia mesmo inundamos a cidade com o distintivo de lapela. Quando seu Leôncio o prefeito recebeu o dele, logo colocou com orgulho. Agora todos sabiam quem eram ou quem foi escoteiro na cidade. E claro, um orgulho em usar na escola, no trabalho (eu era engraxate) na igreja, ou seja, em qualquer lugar. Não precisa dizer - Olhem! Estou sem uniforme, mas sou Escoteiro de coração!

Meu lindo distintivo flor de lis de lapela que nunca esqueci. Se voces tiverem um devem sentir o que eu sentia. O orgulho em usar e dizer aos quatro ventos: - Eu sou um Escoteiro! Se os políticos lá no seu habitat usam eu não sei. Mas ainda lembro-me de muitos profissionais, médicos, engenheiros e tantos outros que orgulhosamente o colocavam como a dizer, sou isso mesmo, esta flor de lis fez parte da minha vida.  Eu sempre amei o escotismo e hoje sou o que sou graças a ele.

São coisas do passado. Passado que já se foi. Mas que ficaram gravadas até hoje no presente. Será que hoje ainda tem alguém que usa a linda Flor de Lis de Lapela? Que se orgulha em se mostrar como Escoteiro? Claro, tenho certeza que sim. Mas porque escrevo isto? Não sei. Gosto de lembrar-me do meu passado e quem não gosta? Foram tantas e tantas coisas que marcaram. Que valeram em minha vida no Movimento Escoteiro. Por isto minha luta em manter certas tradições que combatidas por outros nada provam se o mito do passado não pode também se erradicar no presente.

Vamos passando, passando, pois tudo passa / Muitas vezes me voltarei / As lembranças são trombetas de caça / Cujo som morre no vento.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Adoro pimenta Malagueta



Adoro pimenta Malagueta

Desculpe. Não quero ser repetitivo. Outro dia mesmo falei sobre isto. Não sei se compensa falar de novo. Um comichão diz para não continuar. Não posso parar. Sei que poucos vão dar atenção, mas e daí? Tenho que acreditar num futuro promissor ao escotismo. Que ele pode ajudar o nosso pais. Que não iremos precisar ficar correndo atrás de pseudo políticos que dizem ter sido escoteiros mas nada fazem pelo escotismo. Ora, ora. Desacreditar? Dizer que está tudo bem? Vejo aqui no facebook pessoas que perguntam se vai ter reunião sábado, que horário, se vai haver acampamento, se os chefes vão aparecer. E outros marcarem atividades por aqui, dizendo o que tem de levar. Afinal, existe ou não uma tropa Escoteira atuante? Claro, sem que são minoria tais tropas ou grupos.
 Outro dia soube que estão inventando uma máquina do tempo e vão me mandar de volta ao passado. “Beleza!” vou adorar isto. Afinal não dizem que vivo de recordações do passado? Mesmo sabendo que a palavra “Velhos Tempos” não é bem vinda para alguns. Se me permitem posso levar comigo os dirigentes escoteiros de hoje? Nem pensem nisto. Não vou fazer nada com eles. Impossível deixa-los no planeta Plutão (como dizem não ser planeta acho que eles ficaram bem lá – Brincadeira) Serão apenas “Voyeur”. Ei! Não é isto, nada que denigra a lei escoteira. Vou mostrar a eles como era o escotismo no passado e tentar dialogar que muito do que era se pode fazer no presente com excelentes resultados.
 Vamos passear em muitas cidades e olhe, a primeira coisa será o uniforme usado por nós. Que orgulho! Que honra! Sempre esperar os sábados para ficar em frente ao espelho vendo se tudo estava nos “trinques”. Farei questão de mostrar meu chapéu de abas largas que guardava no porta chapéu de madeira que meu tio me presenteou. Quem sabe eles vendo este uniforme parem de inventar?
E aquele que é responsável pelo novo uniforme, vou conversar muito com ele. Mas dizer a ele o que? Olhe meu amigo é o SENAI vai decidir uniforme? Camisa verde? Quá! (como diz o mineiro) e ainda diz que fizeram consultas aos milhares? Consulta? O Data Folha quando faz uma consulta fica 3 a 4 dias para falar com menos de 2.300 pessoas. E eles fizeram com 4.000?  Quá! Repito. Mas o SENAI fez mesmo esta pesquisa? Tem alguém lá que foi Escoteiro e tem alguma ideia das tradições escoteiras a respeito do uniforme?
Claro, ele vai tentar me convencer que ficará o caqui e alguns outros. Mas então para que outro? Para parecer com o modernismo usado pelos órgãos internacionais? Não servem de referencia os países onde se tem o maior número de membros escoteiros no mundo que se mantem com o mesmo uniforme e tradição e cresceram assustadoramente? Alguns exemplos. – Indonésia mais de oito milhões. Índia mais de quatro milhões. Filipinas mais de dois milhões. Tailândia mais de um milhão. Paquistão mais de quinhentos mil. E o Quênia, mais de trezentos mil. Voces já viram fotos que postei aqui. Orgulho no uniforme que usam.
Mas este tema do uniforme se tornou “chato” e até já fui admoestado por alguns aqui. E acreditem. Prometi a mim mesmo não escrever mais sobre este tema. (no meu blog não deixarei de publicar) sobre a Direção do Escotismo Brasileiro. Mas que enerva isto sim enerva. Um dirigente, contrata uma organização não Escoteira, (dizem que sem ônus para a UEB) com as melhores das intenções, diz ainda que fez pesquisa de mercado para o uniforme. Olhe pergunte para o Escoteiro lá do interior, ou da Escoteira que se acostumou com o seu cinza ou o seu caqui. Aposto que eles não foram consultados. E se foram? Como foi a pergunta? Induzida? Melhor falar das flores. Elas são lindas na primavera.
Melhor pegar esta máquina do tempo e partir sozinho. Voltar aos tempos de outrora, viver os meus sonhos com meu chapelão e poder sentir o vento no rosto. Armar minha barraca e esquecer o presente. Quem sabe parodiando Jornada na Estrelas irei para longe muito longe? - O espaço, a fronteira final. Você está a bordo da nave estelar Enterprise, vem conosco em mais uma missão, vamos explorar novos mundos, novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve. E vou com eles pelo espaço infinito. Deixando voces livre de mim e desta mania em insistir nas tradições, pois hoje o moderno substituiu o passado. Como disse o "Velho" "Chefe" indígena, enterrem este passado na curva do rio.
E sozinho sem humanos vou comendo minha Pimenta Malagueta escondido. Pois sei que aqui no facebook tem muitos deles de olho em mim. E se não tomar cuidado poderei não ter escolha do meu destino. Quem sabe podem me enviar para outra nave, aquela dos ruins do filme, os Borgs e ser abduzido para nunca mais voltar. Ficar aqui? Até já me convidaram para participar de dois grupos no facebook e já cancelaram a minha participação. Melhor partir. Já faz um tempão que não viajo na nave Enterprise. E vai ser uma viagem fantástica! Sem UEB, sem Região, sem distrito e sem...
Encerrando, posso levar comigo meu cãozinho de estimação?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Operação Morcego Negro



Operação Morcego Negro

Para mim Operação “sujar as calças”. Risos. Bem feito. Quem mandou inventar? Claro, o Romildo era assim. Um sonhador e um aventureiro. Aprontava poucas e boas quando Monitor da Patrulha Morcego na tropa de escoteiros. Todos sabiam de sua lealdade, de sua competência e mesmo não tendo a aparência de um menino forte e alto todos os respeitavam. Os chefes gostavam dele. Esforçado, conseguiu a Segunda Classe e a Primeira Classe também. Por ser difícil onde moravam e poucos sabiam da Região Escoteira ninguém se lembrou de ver a possibilidade de um processo para a ortoga do Escoteiro da Pátria. E olhe que ele merecia.
Na Patrulha Escoteira dentre outras aventuras que criou, a mais célebre foi a de que deviam construir uma balsa para que o pessoal do outro lado do rio não precisasse dar uma volta de mais de doze quilômetros para vir à cidade. – O "Chefe" Escoteiro falou para ele - Romildo, balsa não é como você pensa. Não é fácil. Ela é feita de toras, muitas taboas, pregos, arame e depois de pronta uma corda maior que o rio para ir e voltar. Sem contar um cabo de aço que vai ser muito difícil conseguir por aqui.  
Mas quem disse que Romildo desistiu? Chamou os monitores e expos seus planos. Todas as tardes iriam até o Curtume do “Seu” Tomas e ele próprio já tinha cedido varias toras que estavam na porta do curtume. O trabalho começou. Escoteiros não desistem nunca. Uma parafernália de serrotes, um traçador, martelos, plainas, machado do lenhador. Formão, trados, um milhão de coisas. Até uma bancada de carpinteiro ele conseguiu. Onde ele arrumou tudo isto eu não sei. Não vou entrar em detalhes, mas eles construíram a tal barca. Gastaram quatro meses. Lourival o ex-Escoteiro dono da loja de ferragens doou as cordas. Mas o cabo de aço não. Resolveram usar outra corda. Fazer um tripé de cada lado que pudesse suportar o peso foi outra aventura. E finalmente, usando um sisal amarrado à cintura, Romildo atravessou o rio a nado e depois puxou as cordas.
Não vão acreditar como fizeram para esticar as cordas. Eles sabiam como usar a corda tipo “roldana”, pois conseguir pelo menos duas delas seriam muito difícil. Com um carro de boi emprestado da fazenda do Zé Pacheco eles esticaram as cordas. Depois fizeram uma experiência com a balsa. Não foi fácil leva-la pelo rio de um lado a outro. Pretendiam chamar o prefeito para a inauguração. E não é que ele foi? A primeira vez até o outro lado do rio foram oito. Divertido. Na volta a balsa encheu. Mesmo Romildo dizendo que não ia aguentar ninguém saiu. Dito e feito, a corda arrebentou e a balsa correu rio abaixo com gente pulando no rio feito jacaré. Graças a Deus que sabiam nadar. O prefeito de terno e gravata chingou todo mundo.
Romildo levou um “esfregão” do "Chefe" Escoteiro e da Corte de Honra. Merecia é claro. Foram muitas a que o Romildo aprontou. Passou para os seniores e logo convenceu a Patrulha Estrela Cadente a escalar o Pico da Mortalha, que ficava em frente à cidade. – Impossível disseram todos. Gente que entende de escaladas não conseguiu. Romildo convenceu que deviam ir pelo menos na metade. Só duzentos metros. Lá tinha uma saliência onde cabia todos. Depois era só contar na cidade e ficariam como os primeiros a escalar o Pico da Mortalha.
Deram o nome de Operação Morcego Negro. Sempre era assim. Ele gostava de inventar nomes pomposos.  Partiram em sábado pela manhã. Uma volta de doze quilômetros. O plano era subir logo, chegar até a saliência (mais de trezentos metros de altura) e descer chegando ao pé da pedra no máximo às cinco da tarde. Local bonito, aguada boa, poderiam acampar ali até o dia seguinte quando retornariam. Começaram a subida. Cantando. Rindo. Duas horas depois não havia mais canção e nem risadas. O sol batia nas costas e na encosta elevando a temperatura a mais de quarenta graus.
Pensaram em voltar, mas a saliência estava a poucos metros. Mais uma hora e chegaram. Riram. Apertados, mesmo assim houve abraços. Sentaram e lancharam. Olharam a cidade. Linda. O sol já ia se por. O vermelho do sol batendo nas aguas do Rio Saltimbanco era um espetáculo incrível. Melhor descer disse Romildo. Dizem que descer todo santo ajuda. Engano. Menos de dois metros e voltaram. Não dava. O medo de cair e não ter onde se firmar era por todos possuídos. A noite chegou escura como bréu. Melhor ficar aqui e esperar o amanhecer disse Nelsinho. Que seja. Dormir como? Um frio de rachar. Saliência pequena qualquer descuido e “pimba” iriam parar lá em baixo. Amarraram-se uns nos outros.
Lá em baixo a cidade brilhante, luzes, automóveis como se fossem formigas. O dia amanheceu. Ainda bem que eram escoteiros seniores. Acostumados. Agora era descer. Descer? Nem sabiam como subiram até ali. Alguns choraram outros ficaram pensando que seriam ridicularizados por todos na cidade. E a tropa Sênior? O que diriam? – Aí Mané! Vai no papo do Romildo e voces dançam! Sorte de todos. Alguém no topo os viu. Muitos vieram. Cordas. La pelas onze da noite o ultimo foi içado.
Mas ninguém nunca esqueceu o Romildo. Cresceu se formou engenheiro. Passou a construir pontes. Prédios de alturas mil. Ainda faz suas aventuras. Convidou diversos chefes escoteiros amigos para formar uma Patrulha. Sem grupo é claro. Só eles. De uniforme porque não? E assim nasceu a Patrulha Impisa. Não sei se conhecem, mas olhe, já foram até explorar o Pico da Neblina no alto Amazonas. Fazem coisas de estarrecer. Eu mesmo não sei se iria participar de uma Patrulha assim. Hoje, passado muitos anos, a Operação Morcego Negro é contada em prosa, se tornou um épico e foi anotada no livro da Patrulha. Uma foto da Patrulha Estrela Cadente ainda está lá na sede. Muitos dos meninos novatos ficam horas e horas olhando e sonhando em ser um deles!

E como dizem por aí, qualquer semelhança é mera coincidência! Risos

domingo, 6 de maio de 2012

Uma Jornada de Primeira Classe



Sexto fascículo

Uma Jornada de Primeira Classe

            - “Avistamos o coqueiro ao longe. Não havia a menor dúvida que era o ponto marcado no pequeno mapa que nos foi entregue pelo Chefe da tropa. Tínhamos percorrido pouco mais de 10 km. Nosso percurso estava correto e nosso Passo Duplo tinha dado a distancia exata com poucos erros na metragem. A satisfação aflorou em nossa mente e um pequeno sorriso ajudou a saborear a jornada naquela tarde seca, mas gostosa para uma aventura de Primeira Classe”.
            Quem nos contava esta “aventura” eram dois escoteiros da Patrulha Javali, que tinham causado um grande reboliço, devido ter extrapolado em mais de oito horas o término da jornada, conforme determinações do Comissário Distrital. Haviam-se passado duas semanas do evento, mas eles diziam mesmo assim que foi o maior desafio que até então tinham enfrentado.
            Ali sentado, junto a mais quatro jovens, eu o único adulto me divertia com a maneira simples e simpática da história como era contado pôr eles. Eu me satisfazia em estar junto aos rapazes e a simplicidade com que contam suas grandes aventuras. Isto sempre me emocionou. Acredito que sou bom ouvinte. Ouvir sempre vale a pena. Você fica conhecendo melhor os acontecimentos sem perguntas inúteis que só atrapalham o narrador.
- Nosso horário - continuaram - estava perfeito. Fizemos uma pequena parada para uma nova tomada de rumo, e a bússola do meu companheiro, uma velha “Silva” de guerra, marcava sem erro nosso azimute, ponto a ponto. Um pequeno desenho no Percurso de Gilwell, e fomos em frente. Nosso Passo Duplo, acreditávamos, era melhor que o marcador de distância. Chegamos a uma bifurcação, e foi aí que a “Vaca foi para o brejo”. Poderia jurar que a posição da bússola estava correta. O coqueiro ao longe me dava esta certeza e meu companheiro também concordava. Pelas instruções, encontraríamos próximo um sitio um pouco afastado da estrada carroçável, onde seria o nosso pernoite. Nossas instruções eram explicitas: - consultar o mapa sempre! - Não o fizemos.
            Avistamos o que devia ser o sítio marcado, onde o Chefe já havia contatado antes o proprietário e tínhamos autorização do pernoite. Procuramos o mesmo e este nos recebeu educadamente, se prontificando a ceder instalações ou o terreno, mas notamos que parecia surpreso com a nossa chegada. - Montamos um pouco abaixo de sua residência nossa barraca e após um banho em um córrego próximo, aproveitamos o lusco fusco da tarde para dar uma melhorada em nosso relatório, no percurso e o no croqui. A noite chegou, fizemos uma sopa acompanhada de pães. Após aquela suculenta refeição, limpamos tudo, fizemos um pequeno fogo, conversamos e fizemos nossa oração e fomos dormir bem cedo.
            - O dia amanheceu com um sol radiante. Estávamos confiantes que tudo caminhava conforme o planejado. Após o desmonte e limpeza do terreno, agradecemos ao proprietário e fomos em frente. Encontramos o coqueiro e a certeza era tanta, que nem consultamos o velho mapa, pois pensamos não haver erro de direção. Andamos uns 4 km, e aí foi que tropeçamos em nossa jornada. A estrada havia acabado. Consultamos o mapa e nada demonstrava onde estávamos. Nosso horário tinha avançado e ficamos preocupados, mas nosso Adestramento não deixava margem de dúvida: - Quando se sentirem perdido, voltem ao ponto anterior.
            - Chegamos ao sítio onde havíamos pernoitado pôr volta das 12 horas. Pela programação, deveríamos encontrar o Comissário e nosso Chefe as 16 h num ponto determinado do mapa. Nosso erro agora ficou claro. Havia dois pés de coqueiros. Fomos até o segundo e avistamos um novo sítio. Este é que seria o local do pernoite.
            - O mapa agora estava claro. Infelizmente não o consultamos acreditando piamente na nossa intuição. Avistamos uma senhora que nos perguntou se estávamos atrasados, pois ela e o marido nos esperavam no dia anterior. Explicamos o que acontecera e agradecemos. Voltamos ao ponto de partida e aí sim, fizemos uma nova orientação pelo mapa. - Nosso relatório era sucinto, mas real. Nada omitimos e só conseguimos chegar ao local combinado pôr volta das oito horas da noite. Encontramos o Comissário e mais alguns chefes mais do que preocupados. Eles tinham pedido ajuda na vizinhança para uma busca completa e até aquele momento não tinham nenhuma pista. Nossa chegada foi um alvoroço.

            - Estamos aguardando a solução da nossa jornada. O Comissário alegou que não cumprimos todas às etapas.  Entregamos nosso relatório, o croqui, o percurso de Gilwell e um trabalho pedido sobre a devastação ambiente no nosso percurso.
            - Agora vejam vocês. Preparamos-nos como nunca. Fizemos tudo o que foi pedido, Infelizmente erramos o caminho, mas conseguimos consertar. Para nós valeu. Foi uma das atividades mais gostosas que fizemos. Se não conseguirmos a Primeira Classe, não sei não. Eu ficarei muito chateado. Compreendi o que ele estava dizendo. Às normas são claras quanto à jornada. Conhecia o Comissário e ele era novo no cargo e não tinha experiência anterior. Claro que não iria falar isso para eles, mas já tinha a certeza que não seriam aprovados. Estaria certo?

            - Conhecendo os dois como os conheço eu daria sem pestanejar a jornada como aprovada. Para eles foi mais que uma jornada. Uma verdadeira aventura ao desconhecido. Alguns dias após, procurei o Chefe da Tropa, pois minha curiosidade estava aguçada quanto à jornada dos jovens. Ele comentou sinceramente comigo que eles não seriam aprovados e que não podia fazer nada. - Agora veja você - falou - preparei pessoalmente a cada um. Ficaram com o Monitor dias e semanas aprendendo leitura de mapas, a fazer croquis, relatórios de jornada e dominavam completamente o assunto. Estavam super animados, pois eram bons escoteiros e dentro da Patrulha o Monitor tinha enorme consideração com ambos.
Vai ser difícil dizer a eles que terão que repetir. Claro, são bons escoteiros e aceitarão, mas perderemos com isto um bom tempo no Adestramento de ambos. Algumas semanas depois soube que eles repetiram a prova. Desta vez se saíram bem, pois fizeram tudo direito conforme estava escrito.  Mas na segunda vez, não houve aquela “pitada” de aventura, tão desejada e ela sim, é que traz o crescimento e mostra do que o Escotismo é capaz.
            Eu sempre acreditei que vale mais uma aventura marcante do que uma prova sem surpresas. Uma jornada só teria valor se tivesse algum a destacar. Sempre nos lembramos das atividades que tiveram uma “pitada” diferente de uma aventura simples. Uma chuva torrencial que quase alagou o campo de Patrulha, um susto qualquer a noite com um animal da floresta, encontrar uma grande cobra no caminho, saber enfrentar os bois que nos olham de esguelha enfim, uma infinidade de coisas que sempre ficam marcadas para sempre em nossa memória. 

E VOCÊ, APESAR DE QUE ESTA PROVA NÃO EXISTE MAIS, DARIA A JORNADA COMO REALIZADA?                                                                               

Minha vida de Escoteiro “Um poema uma saudade”



Minha vida de Escoteiro
“Um poema uma saudade”

Eu gosto de acampar, De por a mochila as costas,
De sentir o seu calor, ir por estradas sem fim.
De parar para descansar, olhar as flores silvestres,
Sentir o sol me queimando, e seguir no horizonte,
Nas montanhas de marfim.

Eu gosto de andar com todos, Botar o pé na estrada.
De sentir a poeira no rosto, Cantar uma canção bem bolada,
Junto com amigos queridos. De sentir o meu suor,
E esperar o meu "Chefe", Que vai dar a bela ordem:
- Parando! É hora de descansar.

Eu gosto de chegar lá, Onde será nosso lar,
Pois é onde vamos viver, amando a nossa patrulha.
Gosto de ver a turma, correria nas barracas,
Do pórtico e do fogão, em suspenso com o barro,
Da mesa feita tão simples, e que vamos orgulhar.

Como eu gosto de tudo simples. De tudo feito com as mãos,
Sem muita apresentação. Gosto da noite e o luar,
De olhar para o céu, ver as estrelas brilhantes,
 Levar um pequeno susto, Quando o cometa passar.

Gosto da água fria, de um riacho qualquer.
Deitar na relva e dormir, acordar de madrugada,
O cantar da passarada e ver o orvalho cair.
Gosto da minha barraca, descansar da minha luta,
Pois nela que vou dormir. E quando a hora chegar
Vou sonhar com tudo isto, vou passear na nuvem branca,
Quando a Patrulha se levanta, em busca do amanhã.

Gosto de ver a fumaça, do fogão à lenha queimando,
Do nosso alegre cozinheiro, com os seus olhos vermelhos,
Como se fosse chorar, e sorrindo ele sabe,
Que não é só amizade é pertencer à equipe,
De meninos de estipe, a sonhar sonhos azuis.

Gosto de olhar minhas mãos, com muitos calos marcados,
Pois o facão e o machado, o sisal e o cipó,
Não perdoam a ninguém. Disso sabem os escoteiros,
Pois todos são bons mateiros, aprendendo a viver.

Gosto de olhar ao longe, ver o simpático lago azul.
Peixes que pulam na água, e sempre dou boas risadas,
Pois não consegui pescar. Gosto de ver os amigos,
Das patrulhas lá ao longe, construindo muitas pontes,
Ninhos de águia, pórticos, sempre avante!

 E Sabe? Eu gosto de terminar, uma boa pioneira,
Dar uns passos atrás, por as mãos junto à cintura.
E ver o trabalho que fiz. Como é gostoso saber
Que glorioso esforço em também o conseguir.

Gosto de cair ao chão, na grama do acampamento.
Dou risadas com amigos, pois ali é união,
Não é um jogo qualquer. Onde dizem que sou fraterno,
Que não é hoje é eterno, o nosso doce amanhã.

Gosto de jogar um bom jogo, um bom scalps gostoso,
Uma boa corrida na selva, uma boa luta na relva,
Ou então imaginar, pois ali o jogo é tão sério,
A busca da força amiga, onde se vive a sonhar.

Gosto de sentar a noite, na porta da minha barraca,
Fazer um pequeno fogo, sentir a grande alegria, de ver,
A Patrulha aproximando, um café quente e fervendo,
Conversas jogadas ao vento, saudades da minha escola,
Da namorada amada, da mãe que não há momento,
Alcançar o seu intento, beijar o seu rosto e sorrir.

Gosto de ficar sem assunto, sentir o cheiro do mato,
Ouvir o som do regato, o cantar de um sabiá,
Um vagalume perdido, o uivo de um lobo guará,
Bem distante, nas montanhas verdejantes,
Onde ele anda errante, onde é o seu habitat.

Gosto de beber, a água de uma nascente,
Tão fresca e tão brilhante, de olhos fechados na fronte,
Sentir o orvalho caindo, no rosto daquela manhã.
Do som da passarinhada ao anunciar nos gritantes,
Até o grilo falante, cantando o alvorecer.

Gosto de correr pelos campos, sentir a brisa no rosto,
O vento que vai e vem. Gosto de ver o meu "Chefe",
Bom sujeito boa praça, que um dia me deu tudo,
Que não perde um segundo, ensinando o que serei.

Gosto muito da alvorada, da bandeira arvorada,
Em um galho firme qualquer. De fazer à saudação,
Sentir-me um patriota, saber que a maciota.
Não faz parte do saber. Ver a Bandeira tão verde,
O vento soprando forte, representando a nação.

Gosto mesmo sou menino, eu adoro o escotismo,
Que vive dentro de mim. Adoro as flores silvestres,
A formiga que não para, A coruja que não ri,
O tatu que se esconde no seu buraco infernal.

E para terminar a voces eu digo, eu faço o que eu decido,
Na sede ou acampando, o saber estou buscando,
Para o alguém do amanhã. Adoro ser Escoteiro,
Correr em busca do tudo, sentir no corpo o orgulho,
De cumprir minha lei, minha missão.

Um dia fiz a promessa, a todos eu prometi,
Que seria homem honrado, do escotismo apaixonado,
Olhando até nas alturas, em busca das aventuras,
Que só podemos encontrar, no meu escotismo amado.

Você que ficou aqui, bem no centro da cidade,
De onde não sinto saudade, pois é no campo aonde eu vou.
Vou correr pelas campinas, com meu chapéu Escoteiro,
Com meu olhar trigueiro, sentir sol da manhã.

Adeus, você que fica não chore, com minha brusca partida,
E se um dia quiser vá me encontrar onde estou.
Coloque sua mochila, aprume a sua bandeira,
Cante uma bela canção, um belo sorriso no rosto,
E venha me encontrar.

Pois aqui na ventania, esperando com alegria,
Olhando sempre o horizonte, esperarei por você,
A surgir atrás dos montes e dizer com muito orgulho:
Meu amigo meu irmão, acredite,
Agora eu sou Escoteiro.

Osvaldo um escoteiro