Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

E não é que Nick Mordekay foi a Assembleia Regional?



As eleições e as Assembleias estão chegando. Um conto de ficção só para divertir.

Lendas escoteiras.
E não é que Nick Mordekay foi a Assembleia Regional?

                       Foi sim. Mas antes é preciso voltar um pouco ao passado. Nick Mordekay não era novo e nem antigo Escoteiro. Tinha somente sete anos como escotista. Não tinha filhos no grupo. Passou viu a escoteirada, gostou e porque não ajudar? Foi bem recebido. Viu que eles precisavam de voluntários. Nunca pensou que uma organização pudesse atraí-lo tanto. Depois soube que foi picado pelo mosquito Badeniando. Risos. A tropa de escoteiros não tinha Chefe. Chefe Fantini o Diretor Técnico era quem tomava conta. Nick Mordekay entregou-se de corpo e alma a sua nova tarefa. Fez tudo direitinho. Os cursos que podia fazer ouviu conselhos e orientações do seu Assessor pessoal e aos poucos desenvolvia com amor a programação feita por ele e os Monitores. Assim aprendeu nos cursos.

                      Nick Mordekay era um Chefe Escoteiro simples. Não falava muito e só o necessário. No grupo tinha amigos, mas só ali. Fora a não ser um e-mail seus contatos eram poucos. Conhecia muitos escotistas dos outros grupos, pois sempre participava das reuniões onde ele era convidado. Bem no grupo eram poucos chefes. Ele, Chefe Beth sua Assistente, Noêmia a Akelá e o Chefe Fantini. De vez em quando alguns pais ajudavam, mas eram poucos. Chefe Beth estava com ele por causa das meninas. Ele mesmo fez o convite. Achava que os jovens poderiam procurar os chefes para um aconselhamento e dependendo o assunto ele não era o mais indicado. Chefe Beth era devagar. Quase não ia às excursões e acampamentos. Pudera. Já entrava nos sessenta anos.

                     De uns tempos para cá, Nick Mordekay passou a observar que em um ano mais de vinte e cinco por cento dos jovens da tropa saíram. Notou também que a procura era pouca e sempre um número maior de meninas. Elas pelo menos ficavam mais tempo em atividade. No principio nem notou. Nick Mordekay era o protótipo do bom Chefe escoteiro. Só se preocupar com os jovens do seu grupo e mais nada. Não discutia com outros Chefes alterações mudanças, nada. Ficou cismado quando na sua tropa o número de escoteiras era maior do que de escoteiros. – Porque os meninos saem mais que elas? Pensou. Procurou o Diretor Técnico. Ele nada tinha a acrescentar. Só disse a ele que aplicasse corretamente o programa de progressão Escoteiro. Mas ele fazia isto. Pelo menos acreditava que praticava o que aprendeu nos cursos e nos livros Escoteiros que tinha.

                    Nick Mordekay pediu autorização ao Diretor de seu grupo e procurou o Comissário Distrital. O que ele disse não ajudou em nada. Mesmo assim perguntou – Chefe! Porque não existe um seminário ou mesmo um curso para podermos discutir com quem faz e dá certo, com quem não tem este problema em seu grupo e assim poderíamos aprender? Nos cursos os formadores falam e falam, eu pergunto se ele tem experiência em seu grupo ou resultados e ele sai pela tangente. O comissário coçou o queixo e não soube responder – Porque não vai a Assembleia Regional? Disse. Lá é o lugar certo. Nick Mordekay não havia pensado nisto. Nunca tinha ido. Era hora de ir. Todos falavam que lá era o lugar onde poderiam sugerir mudar alguma coisa e tirar suas dúvidas. No dia programado levou sua carteirinha da UEB, pois como Chefe de Tropa ele poderia votar. – Minha nossa! Quanta gente! Ele não conhecia quase ninguém. Cumprimentou um ou outro. Os mais graduados só sorriam e iam em frente. Na secretaria perguntou quando iam discutir temas de interesse aos chefes de tropa. A mocinha lá não sabia dizer. – Olhe aquele ali é o atual Presidente. Fale com ele.

                     Decepção. Até que foi educado. – Meu caro Chefe este ano é de eleição, conto com seu voto e se foi. Nick Mordekay viu que se faziam rodinhas aqui e ali. Todos discutindo os planos, os programas tudo que eles os candidatos se propunham a realizar. Nick Mordekay foi de roda em roda. Ouviu tudo. Pensou consigo – Será que irão fazer tudo isto? Eram três chapas que se apresentaram. Nick Mordekay achou aquilo parecido com as eleições em sua cidade. Só faltavam os santinhos. Pelo menos o chão ainda estava limpo. Risos. Soube que em uma sala discutiam um tema. Correu lá – nada! Era uma das chapas apresentando seu programa. Descobriu naquele “montão” de gente outros chefes como ele. Queriam aprender, queriam sugerir, mas não sabiam como. Porque o comissário disse para ele que lá era o lugar certo para mostrar suas ideias?

                      Nick Mordekay ficou decepcionado. Até mesmo com as tais chapas. Pensou que pelo menos uma estaria conclamando a todos caso fossem eleitos, de fazerem um grande mutirão para discutir os temas que os chefes achassem válidos discutir. Que eles seriam transparentes. Que os programas deveriam vir de baixo e não de cima. Não era nada disto. Nick Mordekay pensou que seu problema de saída e abandono dos jovens pelo escotismo era só dele. Ninguém interessou a discutir com ele o tema. Quando um retrucou dizendo que se ele fizesse a progressão bem feita isto não aconteceria, Nick Mordekay se sentiu perdido. Ele não era um bom Chefe? Nick Mordekay ficou até o ultimo dia na Assembleia Regional. Conheceu muita gente. Viu muitos se mostrando com suas medalhas. Viu outros tantos sendo agraciados nas sessões solenes.

                      Nick Mordekay ficou sabendo que lá na Direção Nacional as assembleias não eram diferentes. Ir lá e apresentar um tema era perda de tempo. Um Chefe que foi uma vez disse que ficou decepcionado. Não pela confraternização ela foi ótima. Mas não só de confraternizações o escotismo sobrevive. Uma coisa Nick Mordekay aprendeu. Iria estudar muito. Iria fazer cursos e cursos. Iria conquistar sua Insígnia de Madeira. Lutaria depois para ser um formador. Iria ser um dirigente regional. Iria aprender os meandres do poder. Só assim ele acreditava que poderia um dia dizer a todos que todos, mas todos do escotismo deviam ser ouvidos. Deviam votar, deviam decidir o que eles queriam. Deviam discutir os seus problemas e não os que os outros pensavam.

                     O que Nick Mordekay não sabia era que o poder não corrompe os homens; mas os tolos, se eles adquirem uma posição de poder eles sim a corrompem. Leu isto uma vez. Era de George Bernard Shaw. Assim como também disse Benjamim Disraeli que todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele. Ele sabia das promessas de campanha. Será que ele também seria corrompido pelo poder? Será que quando se sentisse seguro no alto do seu pedestal seria o mesmo Nick Mordekay de hoje? É. Nick Mordekay pensava tudo isto quando em uma tarde livre, sentado na praça perto de sua casa ele sonhava. Sonhos utópicos. Sonhos de poder. Acordou assustado com o nariz coçando. Fora picado por uma abelha. Mau sinal. Risos.

                    Nick Mordekay chegou à conclusão que era melhor voltar para sua tropa. Ele sim iria descobrir o porquê um bom número dos seus jovens estavam indo embora. Chega de poder, quem foi quem disse que o poder no escotismo era o poder do nada? Que o poder corrompe? O poder absoluto corrompe absolutamente? Deixe com os outros esta liderança Nick Mordekay. Você é somente um simples mortal. Siga os passos de Charles Chaplin que disse: lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante!   

“Sit vir optimus lucror”
Que vença o melhor!
“Abundans cautela non nocet”
Cautela em excesso não faz mal a ninguém!

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