Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

terça-feira, 28 de maio de 2013

Cada um escolhe seu próprio destino.


Crônicas escoteiras.
Cada um escolhe seu próprio destino.

                 Hoje passei o dia um pouco nostálgico. Quem sabe pelo frio e a chuva fina que caiu intermitente durante todo o tempo. O frio não me faz bem. Nesta época aparecem as benesses que um dia escolhi antes embarcar neste trem que escolhi como destino. Passei quase todo o tempo enrolado em uma manta. Tentava escrever, mas as dificuldades eram muitas. Comecei a fazer uma autoanálise. Para que? Para que possa aceitar as mudanças que o destino Escoteiro me impôs? Acredito que muitos de vocês meus amigos não vão entender nunca minha posição. Para isto teriam que viver o que eu vivi. Dou à mão a palmatória. Não existe mais volta. O mundo moderno agora é dos jovens e benditos os adultos que fazem tudo por eles acreditando fazer o certo. Está aí um novo escotismo. Saudado por muitos.

                   Nunca vou esquecer minhas raízes. Até o fim da vida aceitarei as mudanças, mas elas não fazem parte da minha memoria escoteira. Nunca farão. Como aceitar a displicência de alguns em colocar o lenço de qualquer maneira? Em qualquer vestimenta? Como aceitar um uniforme mal colocado e agora vem à possibilidade de uma escolha pessoal, induzida por adultos que acreditam ser o correto? Sei que tentam me dizer que tudo faz parte da evolução dos tempos. Em termos aceito. Mas eu sou um sonhador. Um Escoteiro que tem espírito de aventura e a natureza no coração. Um Escoteiro que a Lei e a Promessa estão vivas até hoje na sua maneira de viver. Desculpem-me se sou piegas, não estou contradizendo aqueles que afirmam também viver assim. Eu acredito em vocês. É como as pegadas do passado que nós os velhos Escoteiros fizemos, e foram fincadas em uma trilha na curva do rio, e estivessem sendo apagadas para que outras novas fossem colocadas em seu lugar. Seria a velha história substituindo a nova história.

                  Uma vez eu disse que não deixaria nunca de expressar minha opinião. Não vou deixar mesmo. Se tiver de dizer o que penso direi. Mas sei que meu pensamento irá desaparecer como o orvalho da madrugada e fez com que uma gota d’água em uma folha se diluísse quando o sol quente a encontrou. Sei que muitos concordam comigo. Mas sei que eles também são impotentes como eu para enfrentar estas corredeiras que chegam de uma tempestade imprevisível, varrendo das margens tudo aquilo que for contrária à força da natureza de que são possuídas. Meus amigos peço perdão, mas não me sinto em condições de aplaudir este novo uniforme, melhor dizer no plural estes novos uniformes e os novos programas. A simplicidade de alguns em me dizer que devemos pensar nos jovens e trabalhar por eles é muito lindo, mas não iram desancar as novas pegadas que serão coladas em substituição as que foram retiradas.

                  Irei continuar sempre escrevendo a moda antiga. Não vou parar nunca. Sei que o que penso será levado pelas ondas dos tempos que irão terminar e que irão recomeçar de novo e de novo na eternidade. Irei manter nos meus escritos os sonhos românticos que um dia os Escoteiros de outrora possuíram. Os sonhos de aventuras que eram transformados em realidade. Os grandes acampamentos de Tropa, as alcateias cheias e com o espírito voltado para a mística que tão bem o livro da Jângal foi à razão de ser. Nos seniores aventureiros, que respeitavam que diziam sim senhor, que sabiam ser cavalheiros. Que sempre tinham no olhar o brilho próprio dos Cavaleiros que outrora habitaram a Távola Redonda.

              Foi sim uma linhagem que nós os antigos fazíamos questão de possuir. Era questão de honra. Uma saga para ser contada por toda a vida.  Estirpe de grandes Seniores, Escoteiros e lobos, pois sei que nos seus sonhos nunca desistiram de achar o Santo Graal. Acampando e acantonando nas campinas verdejantes, nas gostosas montanhas azuis, nos grandes vales e cânions, nas escarpas impossíveis para alguns escalar. Procurávamos nos mais altos picos e não importava se era dia ou noite. Com sol ou chuva sempre estávamos lá investidos em Sir Lancelot, Sir Kay, Sir Galahad, Sir Gawain ou mesmo Sir Boors, o exilado e partíamos para novas terras, novos sonhos. Sabíamos que um dia iriamos encontrar o Santo Graal.


                  Para nós para nossos sonhos, o que Arthur encontrou e disseram para ele desistir não valeu. Nunca valeu. Nunca desistimos. Como ele também retiramos a espada da pedra. Era questão de honra. “Qualquer um que extrair esta espada desta pedra, será o Rei da Inglaterra, por direito e por merecimento”! Escotismo de BP? Não sei. Acho que nunca mais. Nada mais a dizer.

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