Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Guinevere, uma Guia Escoteira na Corte do Rei Arthur.



Lendas escoteiras.
Guinevere, uma Guia Escoteira na Corte do Rei Arthur.

              Meu nome é Guinevere. Porque meus pais me deram este nome ainda não entendi bem. Eles juraram que não foi baseado na lenda do Rei Arthur onde a rainha Guinevere nutriu uma secreta paixão por Sir Lancelot. Sei que a lealdade e o respeito que nutriam pelo Rei e o respeito pelo misterioso Merlin esta traição quase não foi consumada. Isto que aconteceu com os dois amantes nem se compara ao ódio que a feiticeira Morgana, meia irmã de Arthur sente por eles. Mas não é isto que quero contar. Minha vida era agradável, eu não tinha o que reclamar, pois o meu colégio era um dos melhores, meus pais classe media alta, tinham uma vida razoavelmente boa. No meu colégio tinha muitas amigas e duas em especial. Juntas íamos ao shopping, cinema e ate escondida ia me encontrar com Tony a quem eu dizia nutrir um amor que nunca existiu igual. Hoje quando me lembro acredito que tinha uma vida fútil sem graça e sem sentido na vida.

               Tem dois anos que entrei no Movimento Escoteiro. Liv uma nova amiga que conheci em uma atividade fora da escola foi quem me disse o que era o escotismo. A princípio não me interessei muito. Afinal tinha uma rotina de vida. Colégio, shopping, internet e ficar nos braços do meu amor. Mas ela com seu jeitinho aventureiro me convenceu a conhecer a Patrulha Aconcágua. Eram cinco e em Conselho de Patrulhas resolveram abrir vaga para mais duas, pois Ned o Monitor iria para os pioneiros. Havia muitas meninas interessadas, mas Liv me garantiu que a vaga seria minha se eu fosse com ela na reunião de sábado. Francielli e Ravy minhas duas amigas do colégio deram risadas quando contei para elas o que iria fazer no sábado – Babaquice Guinevere, uma tremenda babaquice. Não desisti. Tinha assumido um compromisso com Liv e não iria desmarcar.

                 Nunca na minha vida tinha visto jovens tão sérios e responsáveis. Muito diferente dos que conhecia. Max, Ned, Liv, Leo, Jan e Junior eram diferentes muito diferentes de todos os meus amigos. Um respeito enorme com todos fazia com que eles se orgulhassem da Patrulha. Diziam que quem estava ali tinha honra, o respeito e a ética acima de tudo. Fiquei com eles até a noitinha quando minha mãe ligou preocupada. Fiquei de encontrá-los novamente na quarta onde iriam fazer uma reunião de Patrulha para decidir uma atividade aventureira. Não deu outra. Aceita entrei para a Patrulha. Nunca me arrependi. Fizemos juntos aventuras incríveis. Eu ria quando eles diziam para todos que eram os “Cinco Magníficos”. Fui a lugares que nunca pensei em ir. Passei a acreditar no impossível e para escrever tudo que passei levaria dias e dias. Mas minha promessa ficou marcada em minha vida. Um ritual que nunca mais esqueci.

       Minha promessa foi feita a noite. Fomos para o alto do morro da Carmana, próximo à cidade. A patrulha toda vestida com uma bata negra e por baixo o uniforme. Eu também usava a bata. Fui apresentada pelo Ned e iniciaram o ritual do Santo Graal como eles chamavam. A frente uma mesinha, forrada com a da Tropa e a do Brasil dobrada. Em cima o cálice sagrado e uma pequena espada de metal. Lembrei-me das Lendas Arturianas, e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Tudo aquilo tinha muito a ver comigo. Elas se aproximaram e Ned gritou alto: - Quem vem lá?

        - Apresento Guinevere ela quer ser mais uma dos Aconcágua! – Leo respondeu – Aproxime-se! A patrulha fechou o circulo e todos disseram juntos com as mãos sobre os ombros um do outro o juramento da patrulha – “Que todos saibam, hoje e sempre, que prometo por tudo que é sagrado, amar, aceitar e respeitar os meus amigos da patrulha, honrar sua história, morrer se preciso para que seu nome seja conhecido pela coragem e abnegação. Farei prevalecer à verdade, hoje e sempre! Podem saber que serei forte como os deuses que habitam o lago azul da vida. Que os ventos do Norte, que os ventos do Sul, que os Ventos do Leste e que os ventos do Oeste tragam a chama da liberdade, da honra e da palavra ao meu coração.”.

         Nunca esqueço. Sempre me emociono quando lembro e lá estava emocionada quando dizia essa promessa. Em seguida ajoelhei-me e todos colocaram uma mascara vermelha. O Leo colocou a espada na minha cabeça e nos meus ombros dizendo – Seja bem vinda. Agora pertence à Patrulha Aconcágua. Honre seu nome por toda a vida! “Vamos beber na fonte dos deuses o sonho que nunca vai terminar, vamos juntos jurar fidelidade e amor entre nós, nada e nem nunca irão separar”! – Com o cálice, bebemos essa água sagrada, colhida na fonte dos amigos inseparáveis! Eu chorava de emoção. Incrível. Em seguida Leo e Jan abriram a Bandeira Nacional. Eu já sabia, era a hora da promessa escoteira. Disse em alto e bom som – Prometo fazer o melhor possível para, cumprir o meu dever para com Deus e minha Pátria e obedecer à lei do Escoteiro. Meus amigos, não deu para aguentar. A emoção foi demais.

         Ainda bem que vieram todos me abraçar. Não antes do Chefe Anselmo convidado para a cerimonia me colocar o distintivo de promessa e o Ned Monitor me colocar lenço do grupo. Uma emoção que nunca senti em minha vida. Acho que esta promessa me marcou para sempre em minha vida. Assim começou minha saga na Patrulha Aconcágua. Agora não eram mais os Cinco Magníficos. Éramos agora os Seis Magníficos. As atividades aventureiras se multiplicaram. Eu vibrava com todas elas. Grandes acampamentos, até que um dia Jan nos trouxe um manuscrito. Pediu que todos dessem uma olhada. Deduzi que estava escrito em latim. Entendia pouco. O Max me deu a tradução. – Dizia – “Lá, onde o vento sopra forte, onde a Estrela Negra mora, encontrarão a felicidade nos seus sete desejos”. Todos estavam calados. Mas o que significava isto? Porque ir até a Serra da Estrela negra? Onde descobriram que ela existia? Perguntas. Respondida de pronto pelo Jan, o intelectual, o pesquisador da internet.


           Não vou entrar em detalhes. Seriam páginas e paginas para escrever uma das maiores aventuras que participei. Tudo na Patrulha era assim. Uma ideia, um plano e ação. Ninguem tinha medo. Dois anos com a Patrulha. Disseram-me que no próximo ano terei que passar para o Clã pioneiro. Não gosto da ideia. Não fui lobinha e nem escoteira. Amo a Tropa Sênior e se pudesse nunca sairia dali. Mas a idade vem e não podemos fugir. Que assim seja. Hoje ser Guia para mim é um novo rumo em minha vida. Posso agora dizer a todos que o escotismo está em minha mente, em meu espírito e em meu coração. Se você ainda não é porque não vem conhecer? Procure um grupo Escoteiro e seja mais um. Tenho certeza que não vais arrepender-se. Ah! Esqueci de dizer, Tony o meu amor disse – Ou eu ou o escotismo. Coitado, dançou!  Até uma próxima vez!

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