Abnegadas são
pessoas que fazem trabalhos voluntários sem esperar reconhecimento ou pagamento
pelo serviço feito. Fazem por amor a uma causa ou ao próprio ser humano.
Somente pessoas altruístas são capazes de tirar um tempo seu em prol dessa
ajuda humanitária.
Escotistas – estes abnegados chefes escoteiros
Diversas vezes encontro definições
sobre o Escotista, definições estas que leio com apreço dizendo o que é ou o
que seria um chefe ou uma chefe no Movimento Escoteiro. São situações diversas,
comentadas por muitos, pois uma vez no movimento somos compelidos a uma
participação que vai além do que daríamos as outras organizações existentes.
Parece que nos entregamos de maneira impar, deixando inclusive nossas rotinas
do passado, para que a nova rotina seja uma verdade em nossa vida.
Muitos Escotistas, no seu amor ao
movimento, sacrificam muitas horas de suas vidas, deixando algumas vezes a
família (alguns motivam toda a família a também participar), seus antigos
amigos, seu trabalho e colocando suas economias para o desenvolvimento e bem
estar dos jovens com que colaboram no desenvolvimento conforme preceitua o
método escoteiro. Isto merece aplausos e podemos dizer que sem eles, não
seriamos o que somos hoje. Mesmo pequenos em relação a outros países, mantemos
fidelidade, amor à causa, abnegação tudo porque achamos que é um movimento sem
similar e que pode trazer grandes benefícios a nossa juventude.
Mas seria esta uma definição correta?
Será que não estamos também querendo voltar ao nosso passado e pretendemos
realizar algum que por motivo diversos não realizamos quando jovem? Será que é
porque neste movimento podemos demonstrar nossa aptidão para dirigir, ser um
bom líder, pois até então não tivemos esta oportunidade em nossa vida? Claro,
muitos não são assim, mas uma grande maioria pensa o contrário. Somos compelidos a dizer que inclusive
alguns se esqueceram de que o escotismo é um movimento de fim de semana e não
semanal.
Eu prefiro acreditar que todos estão
imbuídos nas melhores das intenções, mas como disse Oscar Wilde “as boas
intenções têm sido a ruína do mundo. As únicas pessoas que realizaram qualquer
coisa foram as que não tiveram intenção alguma”. Não sei se concordo ou
discordo dele. Conversando aqui e ali, desde os meus primórdios no movimento
ouço muitos dizerem em conversações diversas sobre o que ele faz e como define
seu trabalho voluntário no movimento dizendo sempre “o meu grupo, a minha
tropa, a minha patrulha, os meus monitores, os meus lobinhos”. Quando pedem
aconselhamento, ouvem, comentam, mas não aplicam a não ser o que já fazem em
suas seções. Graças a Deus que estes são minoria. Diferente dos outros que tem
o escotismo na mente, na alma e no coração. Um antigo Escotista, hoje falecido
me disse em um Avançado para membros da Equipe Nacional de Adestramento que
estes não sabem o que dizem. Os que ouvem acham que ele é o dono de tudo. Comprou
todas as “Ações” e não divide e nem vendem a ninguém. Deveriam lembrar que
somos colaboradores e deviam dizer – Na seção que colaboro, onde sou
voluntário, etc.
Todos os que participam são motivo
de orgulho para nós os antigos; e que sabemos que sem eles nada disto
existiria. Incorreto seria dizer que muitos não fazem falta. Fazem sim, desde o
mais humilde que limpa a sede ao dirigente máximo do Grupo Escoteiro. Eu sempre
digo que se fosse um membro da UEB com poderes para tal, faria uma seleção todos
os anos pelo registro dos grupos escoteiros, para saber quais os escotistas são
merecedores e que alcançaram o tempo necessário para uma condecoração. Não o
contrário como é hoje.
Mas tudo isto tem uma ressalva.
A maneira de ser de um Escotista, não é só de amor, da presença, do
proselitismo da abnegação e sim de muitas outras que passam ao largo de alguns
chefes e que se fossem olhadas com carinho, o nosso movimento daria um salto
enorme na diminuição da evasão, que qualifico como o principal mal que nunca
nos deixou crescer. Cabe ao Escotista, além de se adestrar, participar de todos
os cursos possíveis deste os aplicados pela UEB a outros particulares para
conhecer melhor as normas, os regulamentos, a técnica escoteira e o
desenvolvimento de métodos na formação dos adolescentes para então aplicar com
eficiência aos jovens que em uma seção está colaborando.
BP em seu livro O Guia do Chefe
Escoteiro dizia que o principio que o Escotismo adota é o seguinte: As ideias
dos jovens são estudadas e ele é estimulado a educar-se a si próprio ao
contrário de ser “ensinado ou instruído”. Todos já pensaram no que
significa tudo isto que disse BP? – Estaremos todos fazendo isto? Não sei. Acho
que muitos estão, mas a grande maioria não. O sistema de patrulhas, o aprender
a fazer fazendo, (vejam outros artigos já publicados) enfim uma série de
situações importantes tais como a convivência, a aceitação de ideias
(democracia) e o mais importante, dar o reconhecimento e valor a cada
companheiro de ideias e de ideais.
Vejo que em alguns grupos uma
pequena minoria, graças a Deus não existe aquilo que chamamos de democracia
escoteira que nada difere da democracia plena. Ouvindo aqui e ali, tem alguém
que se diz perseguido e mal entendido pelos amigos no grupo, outro diz que não
ouvem suas ideias, outro é o dirigente máximo que autocraticamente dirige o
grupo como se fosse sua propriedade. Não tem um Conselho de Chefes, não divide
tarefas, não dá importância aos seus amigos que colaboram junto com ele, a não
ser se são leais a seu modo de ser.
É comum esta divergência fazer
com que alguns escotistas não participem mais do Grupo Escoteiro e ao sair,
organizam um novo grupo ou desistem para sempre. No novo grupo irão tentar implantar
as suas ideias que antes não era aceita no grupo de origem. Felizmente eles
tinham espírito escoteiro e amor ao movimento, fazendo com que não cessasse sua
colaboração, ajuda e perda de continuidade. Se no novo Grupo considerarem
realmente sua função de líder e do método escoteiro, tudo bem. Conheço alguns
que começaram e hoje tem um ótimo grupo, mas outros não. Neles vemos um novo
“Chefão” fazendo as mesmas coisas que o anterior fazia. E aí vamos nós, a
voltar sempre ao tópico do crescimento quantitativo e qualitativo.
Sei que você e a maioria dos que
estão lendo este artigo não faz assim. Tenho certeza que não, mas conheço
alguns que não estão sendo bons escotistas. Procure dentro de o possível
ajudá-los e com isto vai fazer com que seu amor, sua abnegação, seu altruísmo
seja maior do que ele acredita que seja. Lembre-se, conhece-se um ótimo Escotista,
vendo o desenvolvimento dos seus rapazes e moças, aplicação do método escoteiro
para que o jovem consiga permanecer pelo menos por dois anos e que no futuro a
vida na sociedade seja de retidão de caráter e mostrando que tem um alto
Espírito Escoteiro. Isto não é para uma meia dúzia. É para pelo menos 60% dos
membros participantes nos últimos três anos que cada um de vocês colaboraram no
movimento escoteiro. (media que um Escotista permanece no movimento)i Como
dizia BP, o importante é o
resultado.
A vida tem
significados maiores quando somos úteis e nos sentimos mais ativos socialmente.
Por isso nos tornamos pessoas melhores
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