Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Burocracia. Será que o escotismo vive sem ela?


Conversa ao pé do fogo.
Burocracia. Será que o escotismo vive sem ela?

          Não sei. Acho que não. Ela como se fosse uma grande teia abarcou tudo o que somos e fazemos. Milhares são a favor e uns pouco não, entre estes eu. Mas não poderíamos ouvir um pouco o que o ex-ministro já falecido Hélio Beltrão disse? - “o Brasil já nasceu rigorosamente centralizado e regulamentado. Desde o primeiro instante, tudo aqui aconteceu de cima para baixo e de trás para diante”. Menos papelada e melhor senso. Isto vale para ao escotismo? Bem se pensarmos em tudo que o ministro fez e falou podemos complementar que quanto mais burocracia menos democracia. Que os digam as normas, comunicações, atas, resoluções e relatórios. Quando se tem dúvidas lá vem um sábio a discorrer sobre regulamentos. Se vamos fazer alguma coisa de novo alguém para nos lembrar de que tem uma norma. Tentem ler os Estatutos que estão cheio de itens e parágrafos e com a cabeça quente começamos a ver para que servem o Congresso Nacional, Assembleias, diretorias, comissões, equipes, internacional, representantes, Conselho Nacional da Juventude, Equipe do Escritório Nacional, Centro cultural, e se fecha com o SIGUE. O chefão da burocracia. E ainda dizem que este SIGUE foi criado para desenvolver e auxiliar as Unidades Escoteiras Locais. Eu acredito nisto.

          Baden-Powell previu isto nos primórdios do escotismo. Quase no final do século dezenove e inicio do século vinte. Assustou-se quando viu bandos de meninos com seu uniforme e chapelão a correrem pelos bosques e florestas inglesas seguindo o que ele escreveu em seus fascículos Escotismo para Rapazes ou original inglês Scouting for Boys. Precisava organizar e para isto chamou amigos para ajudarem. No principio a burocracia era pequena. Quase nenhuma. Já na década de cinquenta, John Thurman escreveu seu celebre artigo os Sete Perigos. Em um deles anotou: - Super administração e não suficiente capacitação. Gostaria de sugerir-lhes dar uma olhadela nos orçamentos e balanços, para verificar se aquilo que gasta com papelada e administração está equilibrado com o que se emprega na capacitação técnica. Ambas as coisas são necessárias, porém mantenhamos o equilíbrio.

         Hoje não se fazem nada sem os regulamentos, sem as normas, sem as mil e uma burocracias que o escotismo nos oferece. Quer saber? Não sei se concordo, mas tenho de concordar. Risos. Do jeito que anda garanto que o escotismo de aventuras acabou. O escotismo de sonhos de heróis se foi. O escotismo da patrulha pelos campos a arvorar uma bandeira não existe mais. Hoje é o Chefe, o acima do Chefe, e o acima mais acima do Chefe. Ele o monitor não mais decide na Corte de Honra. Decidem as normas. Norma A, norma B, norma C. Vai acampar? Autorizações mil. Dos pais, do distrito e se for em outra região ou cidade dos mandas chuvas de lá. Aqueles Escoteiros que apareceram na minha cidade de mochila e bandeiras ao vento a procurar novas aventuras não mais existem.

E para terminar algumas frases dos teóricos pensadores sobre a burocracia:
- Burocracia é a arte de transformar o possível no impossível;
- Minha teoria é a de que nossos erros são as únicas coisas originais que fazemos.
- Burocracia atrapalha. Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.

- "A única coisa que nos salva da burocracia é a ineficiência." (Eugene McCarthy).

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