Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Obrigado Senhor por tudo que me destes por todos estes anos.



Um poema sem nexo de um Velho Escoteiro.
Obrigado Senhor por tudo que me destes por todos estes anos.

“Senhor obrigado por ter feito de mim um Escoteiro”,
A ser também um mateiro, mil noites, em campos sem fim.
Por me deixar conhecer a natureza perfeita, a sua maior obra...
Obrigado senhor por me dar a visão, por ela eu vi o sol,
Vi a lua, as estrelas e o firmamento. Doces momentos, obrigado Senhor.
Tudo que me destes fez de mim o que eu sou. Me deste a água da fonte,
Fez de mim amigo dos animais, deixou-me andar pelas florestas do mundo,
Conhecer pássaros coloridos e Gaviões tão grandes que me fizeram sorrir.

Senhor eu agradeço de coração, pois me deu além do que merecia.
Meu deu o olfato para sentir o cheiro da terra, sentir o perfume das flores,
Deixou-me rolar em uma campina florida, sorrindo junto a borboletas douradas.
 Eu consegui Senhor só porque sou Escoteiro, senti o aroma da orquídea,
Nas florestas verdejantes e tão distantes que um dia explorei.
Eu sei senhor que fui um privilegiado, conheci a chuva tão doce a me refrescar.
E por ter me dado o tato eu a pude senti-la em meus ombros, O ribombar e o Estrondo, de uma tempestade juvenil.  Eu tive a benesse, de acariciar a
Pele de um esquilo, em um vale colorido quando o sol se escondeu.
Brinquei com os dedos no dorso, de um Lobo cinzento charmoso,
Que me aceitou venturoso como irmão de ideal.
Senhor quer alegria maior do que sentir o vento no rosto?  
Sentir o orvalho da madrugada? O sol nascer e o cantar dos pardais?
A audição que me destes, deixou-me ouvir os sons da natureza.

Meu Deus que alegria, ouvir o cantar da passarada, ouvir o trinar do bem-te-vi,
O som da cascata murmurante, o trovão da cachoeira distante,
O piar da Coruja no carvalho, ouvir o lenho arder nas noites de fogo amigo. As
Chamas tão vermelhantes, fazendo o lenho arder e fagulhas subindo aos céus.
O sorrir da meninada a cantar o Guinganguli, os olhos lacrimosos lembrando,
Da canção da despedida, cantada em versos sofridos, mas alegres no despertar.
Nada Senhor é mais lindo que sentir a respiração, ao subir em uma árvore.
A nadar num belo remanso e ver peixinhos a pular. E Senhor, ver todos,
Meus companheiros, cantantes alegres e faceiros, infantes lá nas estradas,
A marchar em terras desconhecidas, e na trilha do alvorecer!

Obrigado mesmo meu Senhor, por ter me dado o paladar. Estalar a língua no
Almoço e no jantar, feito pelo meu amigo cozinheiro. Ele um bom Escoteiro,
Não reclama mesmo se o sal faltar, se tiver picadinhos de folhas rosa,
 Se uma formiga no arroz pedir socorro, à gente a retira e nunca vai reclamar.
Tudo isto senhor será motivo de glória, pois sabemos que o que fizemos,
E o que somos, irá ficar na memória e para sempre em nossa história.
Obrigado Senhor, e nesta passagem de ano, eu nos meus setenta e três anos,
Ainda tenho no coração a alegria de um menino que nunca deixou de sorrir.
E sonhar. Sabe Senhor, a graça que me concedeu, de me dar grandes amigos.
Que os outros da minha idade, possam lembrar com saudade de tudo que aconteceu.
Aceite o agradecimento, de um Velho Lobo teimoso, que se acha venturoso,
Por ter estado presente em sua obra tão linda e eu só posso dizer:
Valeu meu Deus. Valeu! Escoteiro eu sou graças a ti!

   Vamos passando, passando, pois tudo passa. Muitas vezes me voltarei, as lembranças são trombetas de caça, cujo som morre no vento.

(Guillaume Apollinaire)

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