Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Onde andam os sonhos e as aventuras escoteiras?



Conversa ao pé do fogo.
Onde andam os sonhos e as aventuras escoteiras?

Deveriam estar com os Escoteiros e as Escoteiras. Mas será que estão? Afinal se vê tanto Chefe querendo ser o dono das ideias, ser a figura principal que esqueceu sua finalidade na tropa. Esqueceram que existem monitores. Mas para que servem eles? Interessante, fotos e mais fotos dele o chefe falando, dele agindo e decidindo. Cansa-me ver um comando crawl e o Chefe ali segurando o menino e a menina. São escoteiros de porcelana.  Cansa-me ver a tropa formada e monitores “dormitando” no bastão de sua patrulha. Cansa-me ver acampamentos com o Chefe lá no campo dos jovens. Fazendo o que? Aprender a fazer fazendo? Liberdade? Sonho de aventuras? Onde estão as fotos deles subindo em árvores e descendo em uma corda por um nó de evasão? Fazendo uma ponte pênsil, construindo um ninho de águia, o cozinheiro cozinhando e não pais que ali estão e não entendo o que eles fazem lá. Existe o cozinheiro? Existe o Escriba? Existe almoxarife? Existe o construtor de Pioneirias? Existe o bombeiro aguadeiro? Só de nome ou de ação?

Não pegaram nada. Fizeram mil cursos. Lá os formadores ensinaram mil coisas. Mas não ensinaram que estes jovens em seus bairros têm amigos e se encontram sempre sem a presença de nenhum Chefe? Nestas reuniões eles são os donos do programa. E acreditem estes amigos de bairro ficam juntos por anos e anos. No escotismo? Uma patrulha unida com os mesmos patrulheiros por dois anos? Se encontrando fora das reuniões, amigos de verdade? Não sei, devem existir poucas por aí. Muitos estão saindo por que pensaram que seria uma vida de herói e não foi.  Um medo atroz de acidentes, um medo enorme de eles saírem de suas asas, tanto medo que eles desistem. Nem os pais em suas casas são assim. Brinco em muitos artigos que escrevo e costumo colocar lá – Xô Chefe! Xô! Entenda o que você é e nunca será um deles. Seja um irmão mais Velho, mas sem dominar, sem achar que só você se preocupa. Quer fazer o que eles fazem? Chamem outros adultos, façam seus acampamentos e aprendam bastante as técnicas escoteiras.

Sinto pena dos jovens de hoje. Eles não terão histórias para contar. Um fogo do conselho onde o Chefe dirige. Um jogo que só o Chefe dirige e explica para toda a tropa. Monitores ali são enfeites. Uma jornada com o Chefe fora da fila olhando como se eles fossem lobinhos e podem se perder. E eles acreditam que ali tem um sistema de patrulhas. Não foi o escotismo do passado. Nunca foi. Se a proteção continuar em breve teremos o escotismo nas escolas, ou seja, eles sentados em salas de aulas com professores chefes falando, falando, falando e falando. Bem disse Kipling: “Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”.


Por entre junco e hera verdejante
Correm nascentes de águas límpidas,
Junta-se à sede da minha alma ímpia
Esta cascata pura e refrescante

Já são audíveis os sons da cachoeira
Num simulacro à magia da natureza
Insetos e pássaros voam na certeza
Que Deus existe e a fé é verdadeira...

Um comentário:

  1. Este também é meu sentimento, o que fazer para motivar esses jovens que ficam tão alheios a tudo.
    Hoje consegui trazer muitos jovens a participarem de aventuras, mas nem todos desejam isso e sim seus jogos eletrônicos.

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