Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Joe Colosso, um papai coruja. “Este é meu garoto”!



Lendas Escoteiras.
Joe Colosso, um papai coruja.
“Este é meu garoto”!

          Dona Naná quando o viu cochichou para Dona Sinhá – Ele veio! Se soubesse não tinha vindo. Sempre foi assim, em qualquer reunião de pais no Colégio dom Bosco Joe Colosso estava lá. Até que podia se entender, pois sua esposa faleceu há anos e ele como pai tinha que estar presente. O que ninguém gostava era da sua superproteção do Quinzinho seu filho. Ele achava que a escola devia tudo a ele e ele não devia nada para ela. Não adiantou as dezenas de vezes que Dona Dora a Diretora o chamara em particular – Seu Joe, o Quinzinho não obedece mais ninguém. Diz que se entendam com “seu Pai”. Ele veio aqui para aprender e com sete anos já quer dar ordens a todo mundo! – Mas e daí? Joe Colosso fingia que concordava e sempre no final dava razão ao seu filho. Afinal desde que Soninha sua mãe faleceu que ele sempre foi um pai protetor. Sabia que o menino não tinha mais ninguém.

           Um dia Quinzinho “ordenou” ao seu pai: - Pai me leve nos Escoteiros. Eu gostei da farda deles. Era sempre assim, quinzinho não pedia, ordenava. No sábado eis que Joe Colosso e Quinzinho adentram ao grupo. Ele de uniforme de lobinho com distintivos e seu pai colocou dez estrelas de atividade em sua camisa – Isto é para mostrar a eles que você é o melhor! – Chefe Mattos olhou e não criticou – Seu Joe, ele disse – O Senhor tem de fazer um pequeno curso e então seu filho poderá começar. Foi à conta – Quinzinho começou um berreiro que assustou todo mundo na sede. Seu pai custou para acalmá-lo. Em casa sentou seu filho no colo e disse a ele que aguardasse, aqueles Escoteiros iriam receber uma lição oportunamente. Mesmo assim Quinzinho ficou emburrado por uma semana. Descontou suas contrariedades em Dona Nice sua professora.

            Na data prevista correu para o Grupo Escoteiro. O Chefe já havia avisado para não ir de uniforme, mas ele iria mostrar ao Chefe quem mandava ali. Chegou todo posudo e voltou para a casa em seguida. Sem uniforme disse o Chefe. Pisou com força no chão, gritou, pegou manha, mas o Chefe foi irredutível. Voltou no sábado seguinte sem ele. Não tinha jeito. Explicaram que tinha provas a fazer para a promessa e vestir o uniforme. Reclamou com seu pai que reclamou com o Chefe que levou o caso de Quinzinho ao Conselho de Chefes do Grupo. Chegaram a uma conclusão que ele podia mudar. A Akelá ficou cismada. Na matilha Verde o Primo não aguentava mais. Ele gritava que ia ser o primo, pois tinha mais qualidades. Terrível o Quinzinho. No primeiro acantonamento Joe Colosso pediu para ir. - É o primeiro do meu filho disse. E se ele quiser um biscoito? Um chocolate? E se sentir frio? E se quiser rezar? – Mas ele reza? Perguntou a Akelá Candinha. Todos em volta riram. Joe Colosso não gostou.

          Foram de manhã e a tarde Joe Colosso chegou de carro. - Só passando, só passando! Já estou de volta! – Ficou lá mais de cinco horas. Sempre ao lado do filho perguntando se ele queria alguma coisa. Interessante que Quinzinho se enturmou e esqueceu o pai. Claro até a hora de dormir, pois não queria fazer sua cama. Sempre foi seu pai quem fez. Quinzinho voltou feliz do acampamento e disse ao seu pai que aprendeu a ser homem. Joe Colosso riu. Homem? – Você é um pirralho meu filho. Cresça e apareça. – Disse aquilo e se arrependeu. Foi ciúme dos chefes da Alcateia que fez com que eles o esquecessem. Mesmo assim ao dormir disse para si – “Este é o meu garoto”!

         Joe Colosso já estava enchendo a paciência de todos no grupo. Ninguém aguentava quando ele chegava. Era meu filho prá cá, meu filho prá lá e falando mil maravilhas. Chegou a dizer ao Chefe Mattos que estava na hora de darem uma medalha ao seu filho. O Chefe Mattos um homem calmo e ponderado teve uma ideia. Quem sabe se ele ficasse cinco dias acampados com os Escoteiros ele não pudesse ver que os meninos aprendem a fazer fazendo, aprendem a se virar, aprender a não ser dependentes e este e um dos objetivos do escotismo? Afinal um dia não saimos de nossa casa, não vamos viver sozinhos, não vamos ter de tomar decisões? – Falou com o Chefe Naldo. Naldo se assustou - Tás brincando Chefe! Não teve jeito. Foi difícil convencer Joe Colosso. Onde deixar seu filho? Alguém pensou que cinco dias na casa de correção de menores até que seria bom. Pagou uma fábula a Dona Inês sua tia para ficar com ele.

        Olhe, foi a maior lição que Joe Colosso teve na vida. Assustou com os meninos viverem em patrulha, a dormirem sós em barracas, a cozinharem eles mesmos. Aquelas construções maravilhosas, e o tal fogo do conselho? Só de meninos eles mesmos se dirigindo e o Chefe Naldo os deixando fazer fazendo. Que lição aprendeu. Quando um Monitor se apresentava ele pensava na vez de Quinzinho quando fosse eleito. Assimilou o Sistema de Patrulhas no seu todo. Acreditou mais ainda no escotismo e nos resultados que trariam para seu filho. Explicar a ele? Não. Ele deveria aprender por si só. Joe Colosso mudou. E para melhor. Quinzinho se revoltou com aquela mudança. – Pai vou sair dos Escoteiros – Vai não disse – Vais ficar lá até poder assumir sua própria vida! – Mas pai, lá eu sou mandado e não mando nada – Filho, ele disse, tens de aprender a ser mandado para depois mandar. Só é um verdadeiro líder aquele que liderada e sabe ser liderado. Mandar qualquer um manda, obedecer é mais difícil.

       Hoje eu sei que Quinzinho se transformou em um verdadeiro homem. Graças ao escotismo e a um programa bem feito. Ainda bem que Quinzinho teve sorte em entrar em um grupo bem estruturado. Um grupo que se orgulha por ser democrático. Onde todos são consultados. Onde no Conselho de Chefes todos tem voz e voto. Onde existe uma bela de uma Corte de Honra e onde seus monitores fazem de uma patrulha seu aprendizado pessoal junto ao Chefe da tropa. Quando visito o grupo sinto-me orgulhoso em ver quinzinho com seu Lis de Ouro. E melhor, ver que seu pai Joe Colosso agora é um Insígnia da Madeira sem pretensão de cargos maiores. Sua luta é na tropa pensando sempre nos meninos como um todo. Seu filho? Faz parte, mas no grupo é igual aos demais. Em casa ele aprendeu a exigir, a solicitar suas notas, a cobrar sua educação e respeito com as professoras. Sei que um dia no colégio Dona Naná quando o viu cochichou para Dona Sinhá – Ele veio! Maravilha amigo. Adoro a presença dele aqui.


É quem te viu e quem te vê!        

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A difícil decisão do Escoteiro Andrezinho.



Leia vale a pena. Um conto de um grande Escoteiro e um dos maiores jogadores de futebol! Não acreditam? Risos.

Lendas escoteiras.
A difícil decisão do Escoteiro Andrezinho.

                  Não o conheci pessoalmente e olhe daria tudo para ter conhecido. Tornou-se uma lenda não só pelo seu passado Escoteiro como pela escolha que um dia teve de fazer. Contaram-me que ele morava na Rua Santo Antonio bem lá no fim da rua. Família simples, pai carroceiro trabalhava de sol a sol levando areia do Rio Mimoso para as construções na cidade. Sua mãe fazia faxina em casas de madame todos os dias. Ele chegava da escola e só à noite eles chegavam. Sei que eram uma família unida. Um amor enorme entre eles. Andrezinho nunca exigiu nada. Chorava calado quando precisava de alguma coisa e sabia que não poderiam comprar. Ainda bem que Andrezinho tinha um grande amor em sua vida. Ou melhor, dois. Os Escoteiros. Amava sua patrulha. Quando lobinho seu problema maior não apareceu. Idade pequena, poucos observadores e ele passou incólumes os três anos que ficou lá. Tudo complicou quando passou para os Escoteiros.

                  Andrezinho era considerado como uns dos fundadores do Grupo Escoteiro. Entrou como lobo quando a Alcateia Flor Vermelha estava iniciando. Com o tempo foi amando mais e mais aquela turma que ele considerava irmãos. Mas nem tudo é como a gente quer. Claro, Andrezinho era um grande Escoteiro, mas também era um grande jogador de futebol. Era considerado o canhotinha de ouro e onde colocava o olho ele colocava uma bola. Seu Trancoso técnico do Clube Jardim de Alá foi quem notou que ali estava surgindo um dos maiores mitos do futebol. Quem sabe superior a Pelé. Quando ele olhava Andrezinho jogando seus olhos saltavam e ele via não só um grande jogador, mas também o seu benfeitor. Iria ganhar rios de dinheiro com ele. A principio era muito novo e ele deixou o tempo passar. Belizário o técnico dos meninos se encantava com Andrezinho. Seu pupilo quando jogava ai do time contrário. Não perdiam, ou melhor, eram considerado o melhor time infantil da região.

                   Ele não gostava de perder as reuniões escoteiras. Disse para seu Belizário. Este não gostou. Tentou demovê-lo e não adiantou. Pensou em colocar ele na parede e dizer – Ou os Escoteiros ou o futebol, mas achou que não estava na hora. Procurou o pai e a mãe de Andrezinho. – Explicou tim tim por tim tim e a resposta deles foi à mesma quando esteve lá na última vez – Seu Belizário, a escolha é dele. – Mas veja – Belizário dizia – Ele tem tudo para ganhar um bom dinheiro. Vocês iriam para a capital e quem sabe um time do exterior iria contratá-lo? – Nem assim. – Quem decide é ele repetiu o pai de Andrezinho. Soube que quando Andrezinho ficava sabendo das investidas do seu Belizário ele ficava triste. Tinha noites que chorava em seu quarto porque sempre sonhou em ser alguém e dar aos pais o que eles mereciam.

                  Procurou o Chefe Lanfon. – Chefe o que eu devo fazer? – O Chefe olhava para ele e não sabia o que dizer. De um lado um futuro enorme e financeiramente o sonho de todo jovem do outro lado um escotismo puro, sincero, amigo, honrado e cheio de aventuras, mas que dariam a ele uma formação de vida de alguém que pudesse confiar. Claro ele poderia estudar, arrumar um bom emprego e ser alguém de outra forma. Mas dizer isto para Andrezinho? Afinal ele não amava a seu modo o futebol? Resolveu procurar o seu Belizário para trocarem ideias. Quem sabe não chegariam a um meio termo? Nem tanto mar nem tanto terra. Mas arrependeu-se. Seu Belizário não era um homem compreensivo. Só enxergava seus problemas seus sonhos e o dos outros que se dane. Chegou a declarar na cara do Chefe Lanfon que Andrezinho era seus ovos de ouro. Ele não iria repartir nunca com ninguém.

                 Para piorar as coisas seu Belizário começou a fazer treinos sábados a tarde. Eram realizados sempre as terças e quintas e domingos os jogos. Seu Belizário ficava possesso quando ele não ia a um jogo aos domingos. Não era sempre, mas Andrezinho não perdia um acampamento, uma excursão ou uma atividade aventureira. Isto não ele dizia. Seu Belizário ameaçou cortá-lo do time. Andrezinho abaixou a cabeça e falando baixinho quase chorando disse – Escotismo é minha vida. Nunca vou deixá-lo. Mas as flores que brotam na primavera não escondem o medo que elas tem do outono. Claro que a ameaça do seu Belizário nunca cumpriu, mas o time sem Andrezinho ficou em quarto lugar na tabela. O povo gritava o nome dele e ele não aparecia. Estaca acampando. Um a um, dois a um e cinco a um. Foi à gota. Perder de cinco para o Odeon da cidade de Pedra Branca era duro de engolir.

                 Uma comissão da diretoria do clube foi à casa do seu pai. Outra vez a mesma resposta. Ameaçaram de não comprar nada dele dali em diante se ele não obrigasse o filho a cumprir suas responsabilidades no time. E agora? Como explicar para Andrezinho? O Chefe Lanfon não sabia o que fazer e dizer. Ninguém sabia. Quem devia decidir era Andrezinho e pronto. Mas uma responsabilidade desta para um menino de treze anos? – No jogo da semana seguinte na cidade de Pedra Branca era uma festa só. O povo gritando – cinco a um, cinco a um! O time da cidade de Mimoso quando chegou foi vaiado. O povo quer sangue pensou o técnico e o Presidente do clube. - Andrezinho veio? Não! – Maldito moleque. Escoteiro sem honra. Sabia que precisava defender sua cidade. Inicio do jogo os dois times entram em campo. Andrezinho chega correndo espavorido. O Chefe Lanfon o levou no seu Velho Jipe willys até Pedra Branca. Estavam acampados a cem quilômetros dali. O jogo terminou em sete a três para Mimoso. Carregaram Andrezinho por todo o campo. Ele havia marcado seis gols do sete.

                   Quer saber? Nem sei o que aconteceu daí para frente. Lembrei-me de Andrezinho, pois soube que o Cruzeiro Esporte Clube, meu time do coração tinha contrato a maior revelação de todos os tempos. No primeiro jogo contra o Corinthians ele fez cinco gols. (risos). Mas sabe como é o time querendo fazer caixa o vendeu para o Roma da Itália. Precisavam ver a mansão que mora. Seus pais estão junto com eles e quando vi as fotos assustei – No patio gramado da mansão uma Tropa Escoteira formada para a bandeira. Grande Andrezinho. Seu amor ao escotismo não foi perdido. Li na página de esportes do jornal o Corriere dela Sera que os Escoteiros Italianos o idolatram. Estava escrito também que ele sempre que possível ia acampar com os Escoteiros de lá. E você já ouviu falar no maior jogador de todos os tempos, um Escoteiro que marcou para sempre a cidade de Mimoso e hoje mora em uma mansão em Roma? É Andrezinho soube escolher bem. Em suas andanças nas folgas não esquece nunca sua cidade. O Grupo Escoteiro Redenção tem tudo que um grupo precisa. E quando ele aparece é festa na certa!


Sempre Alerta Andrezinho. Que os sonhos que teve e se realizaram façam de você um dos maiores Escoteiros de todos os tempos!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Em meus sonhos volto sempre a Gilwell.



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Em meus sonhos volto sempre a Gilwell.

               Dizem que passado é passado. Ficou para a história. É página virada no livro da vida. Uma utopia que como o vento vem e vai. Pode ser em Xangri-la, pois só lá os sonhos se realizam. Quem sabe. Cada um tem uma maneira de pensar. Tem aqueles que analisam tudo friamente, outros intelectualmente e eu com o coração. Não sei escrever sem por um pouco de fantasias e ilusões e crendices em minhas palavras. Ouve uma época, não sei se foi antes ou depois de Cristo – Risos desculpem. Mas houve uma época em que se esperava tudo de um Escotista portador da Insígnia de Madeira. Qualidades técnicas, conhecimentos, experiência, e o melhor de tudo, o exemplo. Você não ia ver um Escotista com Insígnia se portando de maneira inadequada. Nunca. Ele sempre tinha um porte altivo sem ser antipático e que alguns que não o conheciam se sentiam constrangidos. Eu o via como destemido, ou melhor, um catedrático em escotismo. Afinal ele já era um docente no escotismo. Tinha que se portar como tal. Esquecer o abraço? O sorriso? O primeiro Sempre Alerta firme para mostrar que estava mais alerta que os demais? Sim, eram assim os Insígnias que eu conhecia no passado. Sei que havia outros, mas não é destes que gostaria de falar. Eles não foram exemplos de que nós escoteiros esperávamos. Insígnia ou não somos irmãos e amigos dos demais.

              Davam gosto ver seu porte, seu olhar, alguns se sentindo escotistas de Giwell, outros se sentindo mais próximo da perfeição que nunca terminava, pois sabiam que um dia uma volta a Giwell ia acontecer. “Volta a Giwell terra boa, um curso assim que eu possa eu vou tomar”. Ele ou ela sabiam que seus conhecimentos precisavam de mais. De mais e mais. Ele ou ela sabiam que suas sessões agora seriam exemplo, mais olhadas, mais vistas e mais cobradas. Sabiam que seus uniformes deviam ser impecáveis. Nada de invenções. Quando você via um ou uma, com seu porte altivo, seu lenço bem dobrado, seu anel bem colocado, colarinho abotoado, uniforme bem passado, seu cinto brilhando, o orgulho do sapato engraxado você sorria. Ali está mesmo um membro de Giwell.

              Quando você convidava um para lhe ajudar em um curso qualquer, ele olhava na agenda. Diferente de hoje. Olhe Chefe preciso ver. Posso dar uma resposta outro dia? Temos acampamento, ou temos excursão ou prometi aos jovens participar com eles para assistir um filme no shopping. Era assim. Não saiam correndo e aceitando e dizendo aos quatros ventos – Agora sou da equipe! Nada disto. E quando você visitava suas sessões? Dava gosto de ver. A gente sabia que seu esforço pessoal em aprender não foi uma ficção. A gente sabia que os livros de Baden Powell não foram encadernados e colocados no fundo do armário. Claro, eram outros tempos. Sei e me desculpem os amigos insígnias de hoje. Conheço centenas deles hoje que nada ficam a dever daqueles do passado. Eles quando se apresentam sabem que muitos sentem orgulho de suas sessões escoteiras. A eles, os de hoje meus parabéns.

              Entretanto tem alguns que não “pegaram” (termo de BP) o sentido da coisa. O que são. Suas responsabilidades. Ou quem sabe agora com o modernismo que dizem por aí, amarrar o lenço de Giwell no pescoço e sair por aí de chinelo, ou sandália. Será que eles também acreditam que é moda até para um Insígnia? Lembro quando se recebia o certificado e lenço a gente tinha um arrepio na espinha, a gente tremia, e pensava, agora será tudo diferente. Tenho que ser mais do que era. Em questão de minutos e segundos a gente se transformava.

             Hoje fico triste em saber que temos muitos irmãos Insígnias de Madeira que se foram. Não estão mais na ativa no escotismo. Cada um com seus motivos. Com a falta que temos de mão de obra Escoteira qualificada é triste ver este abandono. Eu sei que nossos dirigentes não pensam como eu. Para muitos dirigentes se foram nada mais que um adeus e pronto. Fico pensando se tivéssemos em cada direção regional ou nacional, uma pequena equipe de arregimentação? Ir atrás deles. Quanta experiência jogada fora. Porque Chefe? Volte conosco. Precisamos de você! Ajude-nos a mudar! Ajude-nos trazendo sua experiência. Mas para isto acontecer precisaríamos ser mais flexíveis, mais humildes, aprender de novo a ouvir. Saber como entender posições antagônicas. Isto seria possível?

                        Fico pensando e buscando no fundo de minhas memórias. Quantos de nós ainda vivos somos? Quantas Insígnias têm em nosso país? Quantas são entregues por ano? É sonho pensar que se pelo menos boa parte dos membros adultos atuantes em sessões poderiam ser mais um de nós como seria maravilhoso? Basta querer? E meus amigos já pensaram se todos um dia pudessem se reunir em uma maravilhosa reunião de Giwell, centenas ou milhares deles, de todas as partes do Brasil, não importando suas ideias, suas ideologias, e abraçados, com as mãos entrelaçadas, cantando com orgulho nossas canções de Giwell? Fico pensando, se estivéssemos em uma clareira qualquer, em volta de uma fogueira, sentindo o calor do fogo e da fraternidade presente, as brasas aos poucos adormecendo, as fagulhas lânguidas e serenas subindo aos céus, todos nós fecharemos os olhos e iremos lembrar que o escotismo foi e sempre será nossa vida, nosso amor. Ele sempre estará presente na nossa mente, na nossa alma e em nosso coração. Ah BP! De você trago o espírito, sempre na mente, junto de mim e no meu coração estará!

                     Lembranças. Eternas lembranças. Elas nunca se apagam. E nos meus sonhos, nos meus devaneios, lá naquela clareira enluarada um violão toca. Lindamente as notas são repicadas e todos começam a cantar, são milhares de Insígnias juntos de mãos entrelaçadas, cantando sobre o manto azul do céu, sobre o brilho das estrelas iluminando ali os corações de todos os presentes. É, é bom sonhar. Porque não?
“Em meus sonhos volto sempre a Gilwell
Onde alegre e feliz eu acampei
Vejo os fins de semana com meus velhos amigos
E o campo em que eu treinei “

 “É mais verde a grama lá em Gilwell
Onde o ar do Escotismo eu respirei
E sonhando assim vejo B-P
Que sempre viverá ali”

Canção de Gilwell
Letra e Música: Ralph Reader