Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O pequeno Jor-el, o menino Escoteiro que veio das estrelas.


Lendas escoteiras.
O pequeno Jor-el, o menino Escoteiro que veio das estrelas.

          Sabe Chefe, eu o vi pela primeira vez em uma tarde chuvosa, estávamos em atividade no salão da sede, e ele praticamente apareceu do nada e se plantou em um canto. Ninguém notou acho que só eu. Estávamos em um jogo que chamavam de pescaria e por lerdeza ou por ver aquele menino ali plantado fui pescado. O senhor conhece o jogo. Dormiu, o cachimbo caiu. Mas tudo bem me aproveitei enquanto estava fora do jogo e me aproximei dele. Chefe! Senti uma vibração que nunca senti antes. Ele me deu um sorriso e me abraçou! Diabos! Abraçar um desconhecido? – Ele com uma voz de anjo, e nem sei se anjo tem voz me disse que sua missão era ser um Escoteiro por algum tempo. Bela maneira de pedir para entrar.

                    Ele parecia encantar a todos, pois em poucos minutos uma roda se fez em sua volta. Chefe Nantes chamou as patrulhas. Ninguém se mexeu. Parecíamos estar hipnotizados. Apitou de novo e com má vontade saímos dali. Quando formamos para a bandeira, pois era o final da reunião olhei para onde ele estava e não havia ninguém lá. Quer saber Chefe? Como o Chefe Bob o aceitou não sei. Ele era um Chefe durão, sem pais nada de vaga! Dizia sempre. No sábado seguinte ele estava lá. Ele foi apresentado à tropa. Chefe, Deus do céu, precisava vê-lo de uniforme. Incrível! Ele estava com um lenço azul celeste bordado com estrelas douradas e seu arganel era feito de brilhantes. Todos os monitores correram para oferecer suas patrulhas. Chefe Nantes não sabia o que fazer. – Olhem, não é comum isto, mas o Chefe Bob me pediu que ele ficasse três reuniões em cada patrulha. Não entendemos nada. Mas Chefe é Chefe e assim foi feito. Não soube se a Corte de Honra discutiu o assunto eu era um simples Escoteiro segunda classe.

                    Chefe meu amigo até hoje quando lembro fico paralisado. Sabe chefe eu nunca entendi aquele pequeno menino das estrelas que com um simples sorriso conquistava a todos. Ele começou com os Lobos e depois a Pantera. Eu era da Falcão e fiquei sabendo que seriamos os últimos a recebê-lo. Não antes da Tigre. Mas ele parecia não ter uma patrulha no coração, tinha todas. Sabia de tudo sobre elas. Um dia antes da reunião estávamos sentados embaixo da aroeira, uma rotina nos dias de calor ele começou a cantar uma canção linda. Chefe, meu Deus! Que voz ele tinha. E a canção? Falava de Escoteiros na montanha azul onde só o amor existe.  Os lobos largaram a Aquelá e vieram correndo. Os seniores e as guias deixaram a construção da quadra e vieram também. Ninguém falava, não havia barulho, só aquela voz maravilhosa que até hoje não sei explicar. Ele parou de falar e sem ninguém levantar começou a contar uma história. Que linda história. De um menino que conheceu centenas de planetas, que percorreu a via láctea, e todo o espaço sideral.

             Vi que ninguém piscava ninguém se mexia. Com um simples gesto ele colocou ali uma cópia do universo. Cópia? Não ria Chefe, eu sou péssimo em geografia e nada entendo de astronomia. Mas ele Chefe, falava de tal maneira que a gente parecia viver com ele à medida que explanava tudo do espaço sideral. Não vou dizer aqui os nomes de estrelas, de constelações e que em linguagem simples ele disse que se pode percorrer como se fosse nosso pensamento. Contou das belezas do universo e que um dia nós também iriamos ver com nossos próprios olhos. Sem ninguém perguntar Chefe ele contou de onde veio um planeta a bilhões de anos luz da terra. Não disse o nome, falou que não iriamos entender. Disse que sempre voltava ao seu lar após as reuniões. Só retornava quando precisava fazer algum estudo de comportamento humano.

          Levantou-se e pediu ao Chefe para continuar a reunião. Estava chovendo e ele olhou a chuva e ela parou. Um sol brilhou. Todos ficaram estupefatos. O menino Escoteiro das estrelas no primeiro acampamento vibrou. Chefe precisava o ver armando barraca com as próprias mãos. Contou depois que em seu lar no espaço ele usava a força do pensamento. Quando começou a montagem da Barraca suspensa Chefe, ele se jogava no ar e ria a valer quando fazia uma amarra, um nó, um arremate qualquer. As madeiras que ele cortou foram levantadas no ar com um simples olhar. Pode perguntar, não vou negar Chefe, ninguém ali duvidava de nada. Ninguém perguntou como ele fazia. Parecia que através do pensamento ele ia ensinando tudo sem falar diretamente. E como comia Chefe, parecia um esfomeado. Ria a valer quando mastigou pela primeira vez bife queimado do cozinheiro Jonny limbo.

         Foi no Fogo de Conselho que tudo aconteceu. Ele fez questão de preparar. Acendeu com um simples gesto. Levantou os braços e parecia que as estrelas dançavam no céu. Toda a área do fogo foi iluminada por uma luz brilhante. Parecia que do céu desciam anjos e estávamos todos parados, sem nada a dizer. Um silêncio rompido pelo canto da fogueira. Ele sabia, ele sabia! Cantava e nos animava a cantar. Pediu para Robespierre que tinha vindo dos lobos dançar a dança de Kaa. Mas ouve uma hora que ele disse – Meus irmãos Escoteiros é hora de partir, não vou dizer que é mais que um até logo, não será mais que um breve adeus, minha missão era alertar vocês que não estão sozinhos. Existem milhões de planetas com muitas pessoas fazendo o bem. Vocês ainda não chegaram lá. Lembrem-se é como uma escola, a terra ainda tem muitas etapas para cumprir. É como se ela estivesse fazendo o primeiro grau. Impossível levá-la a estudar com aqueles que estão fazendo pós-graduação. Não iria entender nada.

            Mas fiz questão de estar aqui com vocês. Por quê? Porque vocês tem uma lei. Uma lei que se pode dizer existe em todo universo. Palavra de honra, lealdade, cortesia, irmandade, disciplina, alegria e puro nos pensamentos nas palavras e ações. Não existe nada mais lindo que isto. Conheci o Chefe de vocês que criou na terra o escotismo. Ele veio para isto, era sua missão. Obra do altíssimo. Estivemos juntos em um planeta distante. Ele já está subindo degraus para chegar bem perto “Dele”. Nosso Deus supremo. Poderia ter feito esta jornada de outra maneira, mas fiz questão de estar aqui. De todos os excelentes Escoteiros do mundo senti nesta tropa uma força muito diferente do que encontrei em minhas viagens siderais. Aqui vocês tem o amor no coração. Não vi ódio, não vi rancores. Vi coisas que dificilmente se poderia esperar de alguém que mora em um planeta como a terra.


             Chefe, oh! Chefe! Ele falou tantas coisas bonitas e antes da chegada do vento sul que começou a soprar calmamente ele partiu. Seu pensamento vibrava com o nosso. Ali só se falava de amor ao próximo, de ajuda ao próximo. De ser um bom Escoteiro, um bom filho e um bom aluno. Piegas Chefe? Pode até parecer, mas quando aquele menino Escoteiro das Estrelas veio ao nosso grupo pela primeira vez, já sabíamos que ali estava um espírito de luz, tanta luz que como ele disse, teríamos que estudar muito e crescer além da imaginação para chegar lá. Mas um dia, um dia iremos chegar!

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