Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

segunda-feira, 31 de março de 2014

Namoro no escotismo


Conversa ao pé do fogo.
Namoro no escotismo.

                        Um tema polemico. Para mim é claro. Não sou psicólogo e nem um professor no assunto. Criei quatro filhos com liberdade, mas com respeito. Hoje não é ontem e o amanhã eu desconheço. Algum tempo atrás entrei nesta seara, mas apareceram tantos sábios e psicólogos a me contradizer que coloquei um pé atrás e desisti do tema. O modernismo hoje é defendido com unhas e dentes. Até mesmo por chefes de ambos os sexos que defendem pontos de vista acima do que pensam os educadores do tema. Sempre pensei que o escotismo era para formar, ensinar, adestrar e preparar o jovem e a jovem dentro dos princípios que nos legou Baden Powell. Não vejo com bons olhos o que anda acontecendo por aí. Para dizer a verdade tem muitos que nos sites de relacionamentos postam mensagens que não me agradam. Não posso concordar que isto leva a ser o tão falado Espírito Escoteiro. E o palavreado então? Outro dia um se dirigiu a mim (não foi o primeiro) como se eu fosse da idade dele. Lembrei educadamente que seria bom ele chamar os mais velhos de Chefe ou de Senhor, isto é próprio dos escoteiros disse. Sabe o que ele disse? Que não sou melhor que ninguém, que eu podia ir a m.! Claro que ele tinha o uniforme e à promessa, mas não tinha nada de Escoteiro. Isto é culpa de quem? Do seu Chefe? Dos seus pais? Ou será que ele está certo e o errado sou eu? Quando vejo grupos (nem todos) comentando atividades nacionais, lá estão jovens seniores, guias, pioneiros, pioneiras e escotistas falando de uma maneira que para mim é grego fico pasmado. Não precisam repetir que eu estou fazendo horas extras e deveria bater o cartão e ir embora.

                     Não entraria de novo no tema se não fosse alguns chefes e algumas jovens que me mandaram mensagens nas últimas semanas. Pouco? Claro que sim. Eles não representam de nenhuma maneira o universo dos mais de dez mil membros registrados (acima de quinze anos). E também não serve como amostragem para dizer que é geral. Nada disto, mas um dia isto vai prejudicar em muito o nome do escotismo em nosso pais. Centenas de tropas mistas, sem ter uma Chefe feminina ou então sem ter um Chefe masculino. Deram-me exemplo da escola. Lá tem professores masculinos e femininos. Bah! Não me convenceram. Contaram-me as jovens coisas incríveis que andam acontecendo no grupo deles. Isto é escotismo? Discordei e discordo de uma Patrulha mista. Acho que não tem como dar certo. Sempre acreditei que as patrulhas deveriam ser autônomas. Cada uma agindo com suas próprias forças. Concordo plenamente com atividades conjuntas. Nada mais que isto. Mas deixo claro que tem outros com mais qualidades e experiências do que eu. Podem fazer o que eu não faria. Tenho minhas duvidas se o método será alcançado desta maneira. Não julgo o hoje, penso no amanhã quando estes jovens estiverem na idade adulta. E alguns chefes? (nem todos, entendam bem) não tem a mínima condição de manter um diálogo ou mesmo orientar como devia aos jovens de sua sessão. Eles são culpados? Parte sim parte não. Se de muitos cujo diálogo é impossível. Gritam, ameaçam, suspendem e nem mesmo os pais ficam sabendo. Muitas vezes eles nunca utilizaram a Corte de Honra e nos seus grupos o Conselho de Chefes inexiste. Suas ações ficam restritas ao grupo e os pais nunca são informados. Esquecem que quando eles entram estão junto com seus filhos.

               Muitos jovens são enfáticos em perguntar sobre o namoro no escotismo. Namoro? Pensei que o escotismo tinha outras finalidades. Uns dizem que os chefes implicam, outros acham que nas reuniões e atividades extra-sede é para fazer escotismo e não namorar. Mas é claro, por acaso perguntaram aos pais se estão de acordo com o namoro dos seus filhos na tropa? Nas reuniões nos acampamentos? Discutiram com eles os prós e os contras? Ou será que o Chefe Escoteiro tem todas as qualidades para assumir esta responsabilidade que deveria caber aos pais? Quando começamos com o movimento feminino havia tropas separadas lideradas por chefes femininas. Tive a honra de dirigir o primeiro CAB Escoteiro com as chefes femininas. Mas muitos me garantem que os tempos são outros. Falar o que? São tantos a desfazerem minhas ideias que fico pensando se eles têm experiência suficiente e se os resultados no futuro serão bons.

               Poderia afirmar que mesmo aceitando uma tropa mista ela não poderia existir com um Chefe só. Como sou um pai a antiga não aceitaria minha filha ou meu filho em uma tropa dirigida por um Chefe masculino sem a participação de um adulto feminino. Mas cada um é cada um e sabe onde o calo aperta. Para mim seria obrigatório ter representantes de ambos os sexos. Explicar o porquê seria me alongar. Escotismo tem métodos próprios e mesmo tentando adaptar-se aos novos tempos, acredito que a honra, a ética, o respeito e a responsabilidade não podem desaparecer. Liberdade sim, mas abuso não. Chega de ver meninos e meninas, jovens de todas as idades mal uniformizados, camisas soltas, lenços pendurados, sem meia, de chinelos, e indo para estas atividades nacionais ou regionais sempre pensando em rever os amores que lá fizeram.


              Não sou uma autoridade no tema. Nem quero que pensem que estou generalizando. Sei de muitas tropas que funcionam com ambos os sexos e muito bem. Mas e os outros que não estão preparados? Será que um dia estes podem trazer consequências as quais poderemos nos arrepender? É bom lembrar que em muitos lares cada um tem seu quarto. Ainda vestem de maneira diferente e são tratados pelos pais também de maneira diferente. Costumo dizer que para um bom entendedor meia palavra basta. Se acharem que estou errado paciência. Mas disciplina sem amizade, sem fraternidade e respeito não é disciplina e, por favor, não confundir nunca com libertinagem. Quer namorar? Fora das atividades escoteiras e com plena concordância dos pais. Responsabilidades deles e não do Chefe. Parabéns aos que estão dentro da linha do senso e do bom escotismo. Temos que pensar no crescimento dos jovens com o respeito que ele merece, mas visando única e exclusivamente sua formação moral. É isto que precisamos para um país sério que todos sonhamos. E por favor, conversem com os pais. Esta é uma educação que parte deles devem participar e autorizar. Amém! 

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