Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

domingo, 27 de abril de 2014

Para que eles servem?


Coisas de velhos Escoteiros.
Para que eles servem?

      Dizem por aí que velhos Escoteiros só têm uma utilidade: - Servir de poste para que os outros comentem o que ele foi e mais nada. Afinal o mundo é outro e ele o Velho Escoteiro já expirou seu tempo e aqui na terra e insiste em fazer hora extra. Assim pensando, pois ninguém quer ouvir suas ideias e sugestões eu fico na minha de escrever e publicar. Ainda bem que em minhas publicações tem alguns comentários e uns poucos que leem e curtem. Podem me contradizer, mas se você é um Velho Escoteiro me diga se sempre é consultado pelos membros dirigentes nacionais ou regionais e em alguns casos no seu grupo escoteiro? Quem sabe sim, podem ter-lhe perguntando se ser um Velho Escoteiro chato e “maniento” rende dividendos financeiros. Risos. Brincando somente e que me perdoem os outros velhos Escoteiros não vou compará-los a este quem vos escreve.

      Meu intuito aqui hoje é escrever esta pequena crônica é somente para lhe contar um fato do acontecido ontem, sábado, 26 de abril de 2014. Lá estava eu gostosamente cochilando no Santuário Mãe de Deus, onde se reuniam alguma centenas de Escoteiros paulistas que religiosamente assistiam a missa que por sinal foi uma das mais belas que já tinha visto. As canções do Padre Marcelo marcam profundamente. Missa é missa e não se sai abraçando e dando sempre alerta apesar de que um ou outro gato pingado aparecia. E foi então um chegou – Me olhou de esguelha sorrindo! Sou eu Chefe Osvaldo o Chefe Castanha. Beleza! Abraços e apertos de mãos saudosos. O tempo passa e eu ainda cochilando. Um Chefe, uma Chefe me cutuca e diz que sempre lê minhas histórias. Outro diz que sempre se emociona. Bom isto. Fico orgulhoso quando ouço alguém dizer assim. Mas além da rotina do Velho Escoteiro pouco reconhecido entre os jovens, pois ele não é nenhuma sumidade eis que chega ao final a missa e eu maravilhado com o cantar de todos a pedido do Bispo. Cantam a Canção da Promessa. Lindo. Espetacular! Parabéns!

    Termina tudo e eis que cada Grupo Escoteiro orgulhosamente dá seu grito de guerra. Um aqui outro ali e outro acolá. Bonito isto. Eu conversando com amigos vejo que formam um grande círculo. Poxa! Seria hora da Cadeia da Fraternidade? Não posso perder de maneira nenhuma. Aperta ali, aperta aqui e eu me aboleto entre uma senhora e uma escoteira. Adoro isto. Nunca fiquei de fora de uma Cadeia da Fraternidade e agora no fim da minha vida não ia perder esta. Foram mais de quatro centenas delas. Cada uma sempre diferente e emocionante. Começam a cantar, o dirigente como todos – Gente, para a direita, para a esquerda. Porque perder a esperança de nos tornar a ver, porque perder a esperança se há tanto querer”♫... O Velho Escoteiro tenta acompanhar com suas pernas bambas, uma voz fanhosa e canta somente com os lábios. Linda Cadeia da Fraternidade. Bem cantada todos sabem como fazer. Uma pausa um silencio, eu um Velho Escoteiro achei que acabou.

    Não tinha acabado, mas aquela euforia de participar de tantas, de sentir na veia a canção que ninguém esquece e de olhos fechados pensando que seu passado voltou fiz o que ninguém esperava... Gritei bem alto e olhe nem sei como saiu minha voz – “Escoteiros, um por todos” todos respondem – “Todos por um”! Repito novamente. E depois acrescento – Uma vez Escoteiro? Todos respondem – Sempre Escoteiro. E achando que era um Baden Powell renascido da Fênix, dou um sorriso e finalizo: Sempre? – respondem todos Alerta! - Missão cumprida. O Velho Escoteiro se sentiu realizado. Mas não, impossível, eu não era o dirigente, eu não tinha este direito! Arvorei em um direito que não tinha! O dirigente, o que realmente possuía este direito veio direto a mim, educado é claro – Chefe o senhor cortou a canção! Não estava na hora! No fundo ele queria dizer que ele é quem estava dirigindo e era dele o direito. Ele educadamente podia até ter completado – Porque não me pediu Chefe?

     Tentei sorrir e contar uma piada. Não sabia onde enfiar a cabeça. Preferi brincar com ele pedindo desculpas e me despedi de todos. Fui embora olhando para trás e imaginando os comentários, mas sorrindo baixinho. Mas quer saber uma verdade? Eu gostei. Gostei muito e adorei o que fiz. Certo ou errado mesmo não tendo este direito não posso dizer se o faria de novo. Eu sei que direitos são direitos, que norma é norma, mas quando eu poderia fazer isto novamente? Quantas Cadeias da Fraternidade eu ainda participarei? Se o Chefe dirigente estiver lendo esta crônica eu peço sinceras desculpas, mas me desculpando ou não, não me arrependo. Lembrar só de lembrar o passado é bom, mas agir como se você estive nele presente ainda é melhor. Não sei onde tirei a voz em um circulo com mais de quatro centenas de Escoteiros. Mas ela saiu sem eu esperar, gritada, forte alegre e parecia que eu era o Osvaldo, um Escoteiro com meus vinte e seis anos, naquele longínquo tempo passado, nas minhas Minas Gerais onde dirigi uma Cadeia de fraternidade com mais de dois mil Escoteiros. Uma apoteose!


       Obrigado amigos por me compreenderem, pois não vi nos olhos de nenhum jovem nenhuma admoestação. Para eles não importava quem estava dirigindo, cumpriram sua missão e aceitaram que outro ali dissesse as palavras mágicas de todo fim da Cadeia da Fraternidade. Senti um orgulho “danado” deles. Uma meninada alegre, cantante, que estavam lá prestando sua homenagem e nem sabiam que alegraram o coração de um Velho Escoteiro que achou que podia... Mas ele não podia nunca ter tomado a liderança. Pois é, são coisas de velhos Escoteiros, afinal para que eles servem? 

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