Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Boa Noite


Hora de dormir... Fechar os olhos e lembrar-se dos tempos de Mowgly na Jângal.

- As estrelas desmaiam, concluiu o lobo Gris, de olhos erguidos para o céu. Onde me aninharei doravante? Por agora os caminhos são novos... Ah! Frases de Kipling no seu fantástico livro da Selva. Tem hora que me transporto naqueles sonhos de um Mowgly, de um Lobo Gris, de um Baloo, de uma Baguera. Akelá se foi, com ela a saudade ficou. Um ano se foi, outro vai chegando, ainda penso como Mowgly - Se me deito, não consigo descanso. Corri a corrida da primavera e não sosseguei. Banho-me e não me refresco. O caçar enfada-me. A flor vermelha está a ferver em meu sangue. Meus ossos viraram água. Não sei o que... Sabe sim homenzinho. Todos sabemos disto. É a lei. - Quando nos encontramos nas Tocas Frias, eu já o sabia acrescentou Kaa. Homem vai para homens, embora a Jângal não o expulse. - A Jângal não me expulsa, então? Sussurrou Mowgly. - - Os irmãos Gris e os outros três uivaram furiosamente: - Enquanto vivermos ninguém, ninguém ousará...

 - Para que falar? Observou Baloo. Akelá disse que Mowgly levaria Mowgly para a alcatéia dos homens outra vez. Também eu o disse, mas quem ouve Baloo? Bagheera, onde está Bagheera? Esta noite se foi? Eu a ouço falando ao vento na montanha e gritando para mim: - Boas caçadas em teu novo caminho, senhor da Jângal! Lembra-te sempre que Bagheera te ama. Tu a ouviste murmurou Baloo. Nada mais há a dizer. Vai agora, mas antes vem a mim. Vem a mim, ó sábia rãzinha! - É difícil arrancar a pele, murmurou Kaa, enquanto Mowgly rompia em soluços com a cabeça junto ao coração do urso cego, que tentava lamber-lhe os pés. Não é o fim, é um começo, saio de 2015 e entro em 2016 renovado. Renovado? Será mesmo: - “Somos todos, eu e você, irmãos de sangue pele lisa”. A grande serpente da Floresta já velha e pesada sorria.

Vou dormir e não esquecer jamais que eu tinha um amigo que me defendeu e estava ao meu lado todas as horas - “Filhote de homem, senhor da Jângal, filho de Raksha, meu irmão de caverna – O teu caminho é o meu caminho. A tua caça é a minha caça e tua luta de morte é a minha luta de morte”. Quantos lobos Gris eu tive um dia ao meu lado?
Que venha 2016, o Velho Escoteiro vai sempre se lembrar do passado, mas pensando no futuro: - - “Boa caçada grande povo da Jângal”!

“O abutre Chill conduz a noite incerta, e que o morcego Mang ora liberta -”.
É esta a hora em que adormece o gado, pelo aprisco fechado.
É esta a hora do orgulho e da força unha ferina aguda garra.
Ouve-se o grito: Boa caça aquele que a Lei da Jângal se agarra”.


Feliz 2016 lobos de Seeonee. Boa noite!

domingo, 27 de dezembro de 2015


Entrando no jogo – Por Lord Baden-Powell.

Fazemos de nossos jovens cidadãos, portanto, é essencial esforçarmo-nos para criar neles o hábito da alegre cooperação, de esquecer seus desejos e sentimentos pessoais em prol do coletivo no qual estejam comprometidos, seja no trabalho ou na diversão. Podemos ensinar ao jovem que é exatamente como no futebol. Você tem que jogar na sua posição e participar do jogo; não queira ser o juiz quando você estiver jogando na retaguarda, e não pare de jogar.
Quando se encher do jogo, mantenha-se junto, animadamente e esperançosamente, de olho no objetivo, ajudando sua equipe a ganhar, mesmo tomando chutes na canela ou caindo na lama.
Mas a melhor de todas as formas de instrução que o Chefe Escoteiro pode proporcionar é à força do exemplo. Se ele quiser ter sucesso em incutir o caráter correto no jovem, é essencial que pratique o que prega. Jovens são imitativos, e o que o Chefe Escoteiro faz, eles captam e refletem. Instruções e especialmente ordens, costumam ter efeitos diferentes e até mesmo opostos nos jovens, mas se lhes dá o exemplo, mostra que qualquer tolo pode fumar, mas um Escoteiro sábio não o faz, esta é outra questão.
Em consequência, é de primordial importância que todo Chefe Escoteiro com esta grande responsabilidade em seus ombros, faça um autoexame profundo, e suprima quaisquer pequenas falhas que possa ter – é um compromisso de fato – e esforce-se para praticar aquilo que ensina, para dar o exemplo certo aos seus jovens, para formação do caráter e da carreira deles. Consta no nosso manual que um Chefe Escoteiro deveria passar por um período de observação de três meses antes de ser finalmente designado.
O objetivo disto é permitir-lhe descobrir se o Escotismo realmente enquadra-se nele, se é capaz de passar por cima de (ou pisar em) pequenas preocupações ou pequenos aborrecimentos, se pode suportar as muitas dificuldades preliminares e desapontamentos, se pode se ajustar no lugar a ele designado, e lealmente seguir as instruções, pois estas podem não ser exatamente aquilo que gostaria, enfim, em uma frase, se pode ocupar seu lugar no jogo e jogar para o bem de todos.
Se puder fazer isto, estará fazendo o mais valioso trabalho que um homem pode fazer, ou seja, ensinando aos irmãos mais jovens as grandes virtudes da resistência e disciplina, determinação e altruísmo. Se, por outro lado, não puder, seu único caminho honrado é conformar-se com sua escolha em ser alguém covarde - a propósito, típico de homens que falham em qualquer rumo da vida – resmungando sobre seus auto proclamados direitos, e reclamando da má sorte.
Julho de 1910

Feliz 2016!

sábado, 19 de dezembro de 2015

Porque não posso abraçar você?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Porque não posso abraçar você?

                     Sempre achei que ser sisudo (dizem que sou) sem saber dar um sorriso cativante, ou mesmo tratar a todos como irmãos escoteiros não podia fazer parte da minha vida. Mudei muito, adaptei a nova realidade, mas me fechei em acreditar que ser fraterno não basta dizer, tem de mostrar que é. Se sou espiritualista devo me curvar a fazer o bem ou negar que somos todos irmãos? Impossível. Eu tive uma experiência fantástica. Amei minha patrulha, amei meu Chefe, tive tantos amigos que nunca mais esqueci. Vivi bem com todos, se eu me sentia errado porque não me desculpar? Para que usar a carranca, ser prepotente, isto é fraterno? Para que ser o dono da verdade se isto não vai resolver aqueles que pensam o contrário? Escotismo para mim é feito de amor, de felicidade, de amizade tal que não pode haver dúvidas. No entanto eu sempre quiz abraçar e ser abraçado. A sociedade machista me dizia que não. Por quê? Não era casado? Quatro filhos? Trabalhador será que era errado dar um abraço? Dos jovens muito pouco. Poderiam me interpretar mal.

                     O tempo passou e cheguei à conclusão que devia mudar. Negar minhas origens? Nunca. Não serei curto e nem grosso nas palavras, mas quer saber? Hoje me deu uma vontade enorme de abraçar alguém. Uma vontade insuportável de abraçar um ser humano, de lhe dizer que desejo de coração todas as coisas boas para uma vida feliz. Sei que ele vai se assustar e não vai acreditar em mim. Eita mundo danado. Se estou com vontade de dizer a você que a vida é linda e que vale a pena viver porque não posso? Serei um louco a pensar assim? Sair pela rua a cantar aleluia abraçando a todos o que pensariam de mim? O homem é louco ou está tendo um surto psicótico. Não podemos fugir da rotina que estamos acostumados e abraçar alguém é coisa de maluco? Ninguém aceita um abraço de um estranho. Abraço? Porque me abraça moço? Qual a sua intenção? Se insistirmos ela a pessoa grita ou se é mais forte pode me dar um safanão. Mundo cruel. Nem sincero podemos ser? Mas quem acredita na nossa boa intenção? Até mesmo amigos e familiares que não estão acostumados assustam. – O que deu nele? Pensam. Loucura perdeu o juízo? Mas quer saber? Eu não me importo. Abraço quando me dá vontade. Até costumo dizer bem alto – Sabe? Eu gosto de você. Posso lhe dar um abraço?

                       Tenho andando por aí em Grupos Escoteiros. Logo quando chego dou um abraço no primeiro que encontro e vou rápido até o lobo ao Escoteiro ou a guia e o pioneiro e tento dar um sorriso e um abraço. Eles sorriem sem jeito, assustados pensando: - O que este Velho Chefe caduco quer? O que ele está achando que eu sou? Podem até acrescentar – Coisas de velhos Escoteiros manientos e rabugentos. Costumo pensar como o Chefe Matheus Bento que sempre dizia gostar do seu aniversário. Ele dizia que era o único dia do ano em que todas as pessoas o abraçam com vontade e desejam a ele coisas boas. Pois é. No próprio movimento nosso, que dissemos a todos ser uma fraternidade não podemos abraçar. Para muitos isto assusta. Beijar no rosto pode? Pode. – De leve, roçando os lábios somente e só no sexo oposto, do mesmo sexo não. Aí podem pensar que somos o que não somos. Caramba, mas não somos irmãos? E a dificuldade para apertar a mão esquerda? De ficar firme nos dois pés e dizer Sempre Alerta?

Quem coisa “meu”. Quero abraçar e não posso? Quero sorrir e não posso? Quero dizer que te quero bem e não posso? Fico pensando nestes chefes que mantem a “carranca” de chefão. Falam grosso. Olham para a gente como se fossemos formigas inferiores e eles Velhos Lobos importantes. E vá tentar dar um abraço neles. Ficam duros. Tentam se afastar e esqueça não dê um beijinho no rosto. Eles iram dizer coisas que não iremos gostar de ouvir. Capitão Fortuna, um Velho Chefe amigo meu dizia – Faça como Machado de Assis, ele dizia que há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas! Ele tem razão, pois se queremos fazer alguma coisa temos de lutar com determinação. Abraçarmos a vida com paixão. Sem perder a classe e ser ousado sem ser mal educado.  Como dizem por aí, o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante. E você? Posso lhe dar um abraço?

                      Me contaram que o abraço é bom, faz bem. Afinal afirmam que abraços produzem uma série de benefícios à saúde física e mental. Alguém disse que um abraço de vinte segundos libera no corpo humano a oxitocina, o “hormônio de amor”. Tem um efeito terapêutico formidável sobre o corpo e a mente. Não tem jeito mesmo, sou um Velho caduco que nem pensa o que diz, mas meu amigo minha amiga, me bateu uma vontade insuportável de te abraçar e poder te desejar todas as coisas boas que você merece até mesmo as que você nem merece. Quer saber? Quando nos abraçamos sentimos a amizade, o carinho e uma sensação gostosa de aconchego e proteção. O natal está aí, as famílias estão deixando de se abraçar. Como seria bom se os pais abraçassem mais seus filhos, com certeza evitariam brigas e distanciamentos. Estamos perdendo o contato um com o outro. Vou repetir o abraço passa uma sensação de amor, de confiança, de respeito e segurança. E o natal está aí, é a época perfeita para abraçar muito!


“Já me vou, mas antes pergunto: - Posso abraçar você”?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Geração sem passado.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Geração sem passado.

                          Muitos sonham em viver mais que uma geração. Dizem que seria ótimo viver mais de 100 anos. Eu não. Prefiro ir para minha estrela mais cedo. No entanto aceito o que vier, pois sou religioso e enquanto Deus quiser estarei dando aqui meu sempre alerta. Eu sei que velhos escoteiros como eu sabem que não é fácil aceitar as alterações que acontecem e irão acontecer. Alguns se afastam do movimento outros continuam acreditando que podem ajudar de alguma forma. Pergunto-me se os novos líderes que nos tratam como dinossauros e nos ridicularizam estão certos. Fazem pilheria quando contamos nosso passado Escoteiro. Difícil para quem nasceu em outra geração aceitar tudo que falam de nós. Sei que é um caminho sem volta. As mudanças de comportamento acontecem a cada minuto. Tudo muito diferente do que vivi e aprendi. No escotismo então? Muda-se tudo. Cada novo líder eleito ou antigo tem sempre a solução nas mãos. Ele acredita que o novo rumo (o seu) é o caminho para o sucesso. Para ele o método escrito por B-P. está ultrapassado. E quem discorda? No escotismo ensinaram que o Escoteiro é obediente e disciplinado. Agora é seguir o líder e não importa se ele está certo ou errado. Não existem mais contestações. Dar exemplos das frases ou do que pensava B.P é motivo de pilheria. São tantos a bater palmas sem nem mesmo ter certeza se vai dar certo que assusta. São pensadores, pedagogos alguns com conhecimentos profundos e me pergunto se em suas tropas tudo vai às mil maravilhas.

                  Eles prenunciam o futuro e até adivinham o que vai acontecer se não nos adaptarmos a modernidade. Conhecem os indícios, as pistas, sabem e alardeiam suas ideias onde podem fazer acontecer. Dizer que B.P comentou que os novos não ouvem os velhos lobos e estes teriam muito a ensinar do que aprenderam na escola da vida não vale.  Nosso método, ou melhor, o de B.P. não tem mais valor nos dias de hoje. Ouvir o ponto de vista do rapaz é só uma frase de efeito. Nunca são ouvidos. Que eu saiba tudo que foi mudado, alterado e as normativas atuais nunca consultaram ninguém. Os rapazes e moças? Nem pensar. Nunca perguntaram se era isto que queriam. Simplesmente disseram que eles queriam algum mais moderno. Mudaram o programa do jovem, mudaram nomes e nomenclaturas, mudaram o uniforme, deixaram de valorizar o sistema de patrulhas, deram ênfase em cursos pedagógicos ou institucionais. Outro dia mesmo um Chefe dizia que precisava organizar sua Corte de Honra. Papagaio! Como dizia um antigo Chefe de Gilwell Park, sem aquela mescla alegre, de uma lei, de uma aventura gostosa sem tantas burocracias o escotismo não tem como atingir seu objetivo. Agora o escotismo é feito de normas, diretrizes, cursos institucionais e programa que nem se sabe se estão dando os resultados esperados. O Macpro que muitos nem sabem o que é veio para mudar. Os mais bem informados bateram palmas. Afinal precisamos nos adaptar a metodologia moderna da educação.

                   A evolução do homem moderno com suas escolhas pessoais precisava ser vistas profundamente. A liberdade de escolha pelos excluídos teve seu direito reconhecido recentemente pela UEB. Nada contra. Há dois anos um jovem discutiu muito seu direito de pensar como quiser e comentou que queria ser Sênior. Impossibilitado devido a sua crença (se declarou Ateu) comentou em diversos grupos, fez postagem e teve muitos adeptos as suas ideias. Ele queria participar, mas não aceitava a imposição da promessa, não iria prometer a Deus, pois não acreditava nele. Não ia prometer pela pátria, pois achava que isto era enganação. Não ia prometer seguir a lei escoteira, pois não concordava com o que dizia muitos artigos. Sua celeuma durou alguns meses e ele desapareceu. Eu concordo até certo ponto. Afinal o direito em nome da liberdade de expressão não deve ser ignorado.

                    Não me culpem por não aplaudir tudo que dizem.  Minha geração é outra. Vivi outra época outra modo de vida. Havia respeito, fraternidade. Ouvir o jovem, dar a ele oportunidade de crescer dentro da filosofia escoteira era ponto de honra. Sei que isto não aconteceu com alguns e eles se revoltaram por isto. Hoje me dizem que o jovem não quer isto mais. Ele na sua modernidade vive a época do computador dos programas cibernéticos. Fico pensando se isto é verdade, pois foi dito por adultos que não fizeram nenhuma pesquisa nacional. O jovem foi colocado à prova de escolha? Deram a ele a visão do outro lado da montanha? O líder pensa o líder escreve e fala pelo jovem como se ele ainda fosse jovem e pensasse assim. A UEB em tempo algum fez pesquisa de campo e nunca consultou ninguém fora do seu status-quo. Determinou a vestimenta sem consultar ninguém. Mudou o programa de jovens sem mesmo ver se ia dar certo. Alterou nomenclaturas e nem mesmo perguntou aos grupos se concordavam com isto.

                        Os mais chegados à nova liderança moderna do escotismo dizem que isto é direito. Afinal somos um regime democrático, onde se elege uma minoria representativa que tem direitos de mudar conforme suas normas e estatutos. Afirmam que qualquer um pode subir ao topo e para isto sua participação nas assembleias regionais e nacionais devem ter prioridade. Sei que poucos se preocupam e aceitam em nome de seus “jovens”. Aceitam sem discutir. Quem já participou e acompanhou as atividades nacionais nos últimos anos sabe muito bem que dificilmente irá ser ouvido a não ser que tenha boas relações e curriculum que demonstre sua capacidade intelectual. Escoteira não vale mais. Minha geração que eu saiba não é mais ouvida. Ficou no esquecimento. Quando um abandona as fileiras nem uma cartinha recebe de agradecimentos. Torço por um escotismo autêntico, sem sofismas. Aceito que os sem religiosidade ou sexualidade participem. Mas quero lembrar que estes são minorias. As normas Escoteiras principalmente no sistema de Patrulhas base da formação escoteira não pode ser adaptadas a gosto de cada um.

                       Ainda sonho com o escotismo que fiz e que dizem ser arcaico. Já vi uns dizendo que devemos voltar a engraxar nossos sapatos como antigamente. O novo escotismo mudou dizem. Alardeiam que se as normas autorizam usar a vestimenta ou o uniforme de maneira como está escrito, eles usarão e não estão nem aí para a comunidade se esta achar que não estão garbosamente apresentados. Não há meio termo. Uniformização, garbo e boa ordem virou piada para alguns. Nas atividades regionais e nacionais onde os jovens são convidados a presença dos chefes é bem maior. O sistema de Patrulhas não tem lugar. Quem sabe é melhor assim. Hoje paga-se para ver uma tropa com patrulhas completas ou Alcatéia com matilhas também. Acampar tem novo sinônimo.  São pais acompanhando os filhos, mães cozinhando e até tias e avós passando o dia com eles. Sempre o Chefe se destacando. Não é camping?


                       Enfim o tema é vasto. Sei que como Velho Chefe Escoteiro meu tempo já passou. Sei que devemos nos adaptar ao modernismo. Não tenho mais como sair por aí com uma mochila nas costas, bandeiras ao vento para o acampamento dos meus sonhos e quem sabe dos jovens para provar que muito do meu passado tem enorme valor hoje. Quem não fez escotismo de aventuras não deve saber como é. Falar em semáforos, Morse, Orientação e até mesmo se orgulhar das suas mil noites de acampamento não tem mais valor. Sei que o importante são os resultados. Espero que um dia a sociedade brasileira saiba que o escotismo tem valor na formação, na educação dos jovens para a vida. O que está aí não sei se estes objetivos serão alcançados.  Mesmo sendo de outra geração ainda desejo que a nova lute pelos seus ideais Badenianos. O dia que não tivermos mais o método e sistema de Baden-Powell podem dizer o que quiserem, mas não é mais o escotismo de BP. Sempre Alerta!       

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

As danças da Jângal.


Conversa ao pé do fogo.
As danças da Jângal.

Dança de Bagheera.
Bagheera é a pantera negra que sabe trepar nas árvores ou rastejar silenciosamente, sem ser vista, nas sombras da noite. Apesar de ser feroz e terrível quando quer, tem um bom coração e foi ela quem ensinou Mowgli a caçar. Na dança de Bagheera, todos os Lobinhos representam a pantera.

A Alcatéia está formada em Círculo de Parada, todos se movimentam rastejando e olhando para a direita e para a esquerda, fingindo procurar uma caça. Neste momento, estão deitados no chão. De repente, eles a percebem (a caça), todos os Lobinhos ficam imóveis e fixam o centro do circulo, onde imaginam que um veado está pastando.
Para não serem vistos, ficam de quatro, viram-se para o centro e recuam lentamente alguns passos, para ficarem um pouco mais longe e não espantarem o veado. Depois os Lobinhos continuam a rastejar cuidadosamente em direção ao centro. Quando mais próximo do centro. Mais colado no chão é o rastejo, e mais vagaroso. Estando bem próximo ficam imóveis deitados, até o Chefe gritar “Agora!”, neste instante todos saltam para frente gritando sobre um veado imaginário, apanham-no e estraçalham a caça. Rapidamente recuam, carregando e mordendo imaginários pedaços de carne de veado. Durante esta dança, os Lobinhos devem observar o guia e, no momento, fazer a mesma coisa que ele fizer.


Dança da Morte de Shere-Khan
O último dia do arrogante tigre chegou, ao ser rudemente acordado quando dormia no vale seco do Rio Waingunga. Shere-Khan, que após o grande repasto estava pesado demais e incapaz de subir pelas ribanceiras do rio, foi pisoteado pelo estouro da boiada dos selvagens búfalos e teve morte horrível.
A Alcatéia forma um círculo, e fazendo esquerda volver anda em círculo cantando os seguintes versos com a música de “Frère Jacques”:

Mowgli caçando, Mowgli caçando, Matou Shere-Khan, Matou Shere-Khan,
Esfolou o come-gado, Esfolou o come-gado, Rá – Rá – Rá (grito) Rá – Rá – Rá.

Porque Mowgli depois de ter morto Shere-Khan, tirou seu couro, não obstante ter tido ainda uma discussão com o velho Buldeo, o caçador, e ter pedido ao Akelá, que o mantivesse de encontro ao chão até prometer abandonar o local e ir-se embora. Mowgli levou depois o couro de Shere-Khan à Roca do Conselho.
Voltando à canção. Cada verso da canção representa um passo e a canção é imediatamente repetida, com todos dando meia volta e marchando em sentido contrário. O modo de representar é o seguinte:

1º verso – Mowgli está caçando – O Lobinho avança o pé direito com a mão direita fazendo sombra aos olhos, na atitude de observando a redondeza.
2º verso – Mowgli está caçando – Faz o mesmo como pé e mão esquerda.
3º verso – Matou Shere-Khan – com a mão direita dá uma violenta punhalada em um tigre imaginário.
4º verso – Matou Shere-Khan – repete com a mão esquerda
5º verso – Esfolou o come-gado – Com as duas mão, na altura do rosto, faz um gesto imitando a ação de arrancar o couro.
6º verso – Esfolou o come-gado – repete o gesto.
7º verso – Rá – Rá – Rá – Dança em círculo para a direita agitando o braço direito em cima da cabeça.
8º verso – Rá – Rá – Rá – repete os mesmos gestos para esquerda.

Para segunda parte da dança, os Lobinhos ficam de quatro, voltados para o centro do círculo, com o guia do lado de fora.
Esta parte consiste em uma série de insultos ao tigre morto, ditos pelo guia, que a Alcatéia responde com uma série de rosnadas rastejando um pouco na direção do círculo.
Os insultos serão em número de quatro. Tanto os insultos como os rosnados são feitos inicialmente, em voz baixa, mas aumentam gradativamente demonstrando raiva e ódio. Os Lobinhos entre os grunhidos não se movem. Os insultos são: Lungri; Comedor de sapos; Tigre manco queimado; Caçador de crianças. No fim do quarto rosnado, a Alcatéia deve ter alcançado o Círculo da Roca.
A terceira parte da dança começa com todos formando um círculo acocorados, as mãos caídas, livres ao lado. O guia deve estar no centro do círculo da Roca.
O guia fica de cócoras ao mesmo tempo e levanta as mãos acima da cabeça, gritando lenta e dramaticamente:
“Shere-Khan está morto”: A Alcatéia estica também os braços para cima na mesma posição e ritmados pelo guia inclinam braços dizendo: “Morto – Morto – Morto”; aí, todos juntos dão um salto e gritam “Hurra” com grande excitação, três vezes e, caem no chão como se estivessem levado um tiro. Depois de permanecerem deitados, em mortal silêncio uns segundos, um sinal é dado para se levantarem e está terminada a dança. A dança não é tão complicada como parece cada parte deve ser treinada separadamente e depois feitas todas as partes juntas.

Dança de Baloo
Vamos formar o “Circulo de Parada” e ensinar a dança de Baloo, o urso.
Ele é o animal que segundo “O Livro da Jângal” ensina a lei da Jângal a Mowgli. Ele é um velho, grande, gordo e bonachão.
Quando a ordem “Baloo” é dada, cada Lobinho faz direita volver e acompanha o guia; marcha lenta e pausadamente como o urso, grave e convencido, a barriga empinada para frente, os cotovelos afastados do corpo, para traz, o queixo para cima, lançando para a direita e para esquerda olhares superiores e arrogantes; andando, ele repete em voz alta a Lei dos Lobinhos para que todos aprendam.

Quando o chefe de Lobinhos faz um sinal ou dá voz de “Alto”, todos param imediatamente, viram-se para o centro do círculo, e, na posição de “Sentido”, aguardam ordens.

Dança da Fome de Kaa
O guia representa a cabeça de Kaa e o resto da Alcatéia faz fila um atrás do outro, cada um com as mãos no ombro do que vai a frente e seguindo a cabeça onde quer que ela vá; movendo-se tão vagarosamente quando seja possível e com o passo certo com o Lobinho que está na frente.

A “cabeça” (o da frente) desliza suavemente num percurso em forma de oito até que volta ao contrário, formando uma figura que os escoteiros chamam de “caracol”.
Durante todos estes movimentos, os Lobinhos devem se manter silvando e andando deslizando os pés, sem o menor ruído, de modo que o conjunto seja semelhante ao de uma serpente deslizando na relva. De tempos em tempos um silvo mais forte, pois é deste modo que as serpentes chamam seus amigos.
Quando Kaa enrolou-se e desenrolou-se, o guia comanda: “Bandarlog”, a este grito a serpente fraciona-se, cada Lobinho corre para um lado imitando macacos.
Um corre em uma direção certa como se fosse fazer uma coisa urgente, mas para de repente para sentar-se e fica olhando o céu.
Um outro dança de quatro pés, rodando, rodando, rodando, sem nenhum objetivo. Outros procuram segurar o próprio rabo. Outro sobe em galhos imaginários e no meio disso senta-se e coça-se todo. Outro corre rápido, formando um percurso em oito. Outro finge rastejar, cuidadosamente, em direção a um inimigo, e volta a fazer cabriolas. Outro caminha com a cabeça virada para trás olhando seus calcanhares, para, e arranha seu próprio corpo. Outro caminha apressadamente como se tivesse coisa importante a fazer, mas após alguns passos para, parece que esqueceu o que tinha a fazer, coça a cabeça, dá meia-volta e segue em outra direção e recomeça a mesma coisa.
Enfim, fazem todas as asneiras que os macacos são capazes de fazer, e nenhum deve tomar interesse pelo que está fazendo seu vizinho. Todos devem manter-se ocupados durante o tempo todo, fazendo, em cada vez, coisas estúpidas e diferentes.
Durante este período vocês devem dar continuidade ao grito dos macacos. “Todos devem estar num estado de confusão fazendo tolices sem objetivos e dando ao mesmo tempo o grito dos macacos: - Goorruque, goorruque, Hau, Hau, Goorruque”.
De repente o guia grita: - “Kaa!”. Os macacos ficam gelados de horror, pois eles conhecem muito bem o seu pior e terrível inimigo, e ficam “grudados” nos seus lugares.

O Lobinho que representa a cabeça de Kaa fica em pé com os braços estendidos para frente, horizontalmente, polegares cruzados, cabeça baixa entre os braços e balançando seu corpo, lentamente, para frente e para trás. Ele dá o silvo e todos os macacos, sem querer, dão um passo à frente. Ele aponta para um deles. A assustadora vítima rasteja entre suas pernas abertas e está “engolido”, indo então formar fila, atrás do guia, tal qual como no início da dança. Mais ou menos uma dúzia de macacos tem o mesmo destino, e um atrás do outro, forma de novo o corpo de Kaa; os outros, andando lentamente, em volta dela, vão entrando em forma, na retaguarda da fila. Quando todos entram novamente na formatura, a cobra move-se, vagarosamente, formando um circulo e deita-se então, para dormir após a pesada refeição. Logo que a cabeça de Kaa acabou de fazer o círculo fechado, cada Lobinho deve dar passos bem curtos.
O último Lobinho da cauda. Deita-se devagar e faz pressão no ombro do que está na frente, que faz o mesmo com o outro, e assim sucessivamente, até que todo o corpo de Kaa esteja deitado, exceto os três primeiros. Estes três, guiados pela cabeça de Kaa, balançam por um momento a cabeça, olhando em torno e ao longe, antes de finalmente deitar-se com o resto.

Dança de Tabaqui
Para a Dança do Tabaqui a Alcatéia se divide em duas partes iguais: uma constituída de Tabaquis, cujo chefe representa Shere-Khan; a outra metade são os Lobos e Mowgli está com estes.
Os Tabaquis e Shere-Khan representam a sua parte antes, enquanto os Lobos estão deitados, esperando, no fim da sala ou pátio.
Os chacais fazem círculos em volta de Shere-Khan que passeia orgulhosamente no centro, tem aspecto fanfarrão e parece desafiar céus e terra para virem lutar com ele. Volta e meia exclama: “Eu sou o Shere-Khan, o Tigre Rei!”.
E os chacais movendo-se em volta dele murmuram: “Chacal, Chacal.”.
De repente, um Tabaqui, destaca-se do círculo, aproxima-se humildemente de Shere-Khan e inclina-se reverente, e, pelas costas do tigre, faz-l
he uma careta.
Que espécie de gente nojenta, não é?
Atenção! Os Lobos estão se movimentando. Avançam rapidamente sobre os Tabaquis e cada um deles arrasta um destes covardes. Quando termina o tumulto, devido à resistência dos Tabaquis, e os Lobos com seus prisioneiros estão de novo deitados e quietos. Shere-Khan, que fica um pouco nervoso durante o tumulto, olha em volta, vê que está sozinho e então murmura. “Sou de fato muito mais forte do que pensava” e grita “Eu sou o Shere-Khan, o Tigre Rei!”.
Ele espera ser ouvido e temido pelos habitantes da Jângal. Talvez o povo da Jângal acredite nele, mas Mowgli atravessa o campo, lentamente, olhando fixamente para o fanfarrão, com os braços estendidos e com o dedo apontado para ele.
Shere-Khan não suporta o olhar dominador do homem. Amedronta-se, torna-se humilde, e, apesar de continuar a rosnar dizendo que é o Tigre Rei, cada vez mais humilde, agacha-se até ficar covardemente estirado aos pés de Mowgli.
A dança termina, a Alcatéia reúne-se para formar o Círculo de Parada. Esta dança, de certo modo é difícil, mas vale a pena tentá-la, pois com Lobinhos espertos pode-se tornar muito real e excitante. Outros poderão certamente torná-la desinteressante, fazendo brincadeiras e não procurando representar os papeis.

Lobinhos, o sucesso ou o fracasso desta dança depende de uma coisa: ou você mostra que despreza, de vez, os traidores e covardes, ou você não se deu ao trabalho de pensar.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Conversa ao pé do fogo. Já participou?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Conversa ao pé do fogo. Já participou?

              De vez em quando esquecemos que nós os chamados dinossauros do escotismo realizamos tantas coisas que os novos ainda não têm ideia do que se trata. Outro dia um jovem me perguntou o que é uma Conversa ao pé do fogo. Outro Chefe mais antigo confirma que hoje poucas tropas ou patrulhas ainda mantém sua rotina de nas noites escuras ou enluaradas sentarem em frente suas barracas e papear, cantar, sorrir, e claro um cafezinho, um biscoito uma batata assando, ou até mesmo um chimarrão. Diferente do Fogo de Conselho. Sem programas, sem horário para começar e terminar. Gostoso demais. Eu perdi a conta de quantas participei. Centenas e centenas. Cada uma mais deliciosa que a outra. A primeira vez dizem que a gente nunca esquece e eu nunca esqueci. Entrando nos meus doze anos, acampado, vi após um jogo noturno que alguns jovens se reuniam em frente à Barraca do Chefe Vagalume. Não era do nosso grupo e morava em uma cidade próxima.

                  Lá não havia grupo e ele tentava organizar um, mas era difícil achar patrocínio, mesmo que fosse só a sede. Assim amigo do nosso Chefe Jessé ele sempre filava uma boa atividade escoteira conosco. Aproximei-me de mansinho e vi mais de vinte jovens em volta de um pequeno fogo em frente à barraca de chefia e senti que ali havia algum mais que desconhecia. Todos alegres, dando risadas, cantando, outros servindo bananas assadas, um bule de café fumegante que sempre estava sobre as brasas e ele o Chefe Vagalume parecia estar em todos os lugares. Para dizer a verdade eu já tinha feito algum parecido quando acampei pela primeira vez. Acho que o mesmo espirito de união e claro tudo improvisado. As canções brotavam sem a gente perceber, e as histórias? Cada uma mais linda que a outra. O Chefe Vagalume e o Escoteiro Lomanto eram bambas em uma história. Imaginava como conseguiam guardar tudo na cabeça.
                
                 Esqueçam o Fogo de Conselho, pode até ser parecido, mas o Fogo de Conselho é único, tem seu estilo próprio e dependendo da tropa ou Alcateia ele marca para sempre. A Conversa ao pé do fogo é diferente. Nada é programado, você fica o tempo que quiser. Sai e volta e as conversas entre amigos são normais. Ninguém dirige ninguém. Não existe programa e quando alguém faz algum interessante todos param e prestam atenção. E quando alguém leva um violão? Ou uma harmônica? Não me esqueço de Flavinho sem ninguém esperar sacou de uma flauta e tocou canções lindas que emocionou a todos que estavam lá. Tem algumas conversas ao pé do fogo que demoram horas e outras pouco tempo. Eu já vi Conversas ao pé do fogo em patrulhas onde sem perceber as demais patrulhas ali acampadas acorriam. Nada de fogo enorme e sim achas grossas para durarem mais tempo. Conheci monitores que sabiam conquistar a todos pelo sorriso e pelas histórias. Claro que a gente morria de rir com os pata tenras que vendo tudo aquilo se arriscavam a contar uma história e nela se embananavam. Mas ninguém criticava e havia até palmas para estes com suas piadas, seus jograis, suas histórias e suas canções.

                  Nas patrulhas havia a obrigação de dormir antes das onze da noite quando o Chifre do Kudu anunciava a hora de dormir. Com chefes somente era diferente. Eu mesmo perdi a conta quando íamos dormir lá pelas tantas, madrugada adentro, mas sabendo que no outro dia tínhamos responsabilidades e não podíamos fugir delas.                 Um boa Conversa ao pé do fogo deve ter seu código de conduta não escrito para que não fuja do nosso ideal Escoteiro, da nossa promessa e do nosso desejo fraterno para que não ofender quem quer que seja. O espirito ali era o de ser puro nos pensamentos nas palavras e ações. Quando acampamos devemos deixar nossa marca e ela acontece em uma Conversa ao pé do fogo. Aqueles que um dia desejarem fazer um, fica meu conselho. Nada obrigatório e participa quem quiser. Nada de avisos, de lembranças do programa do dia seguinte. Isto é da Corte de Honra. Na primeira vez se perguntarem o que é não diga nada, só diga que está aberto a todos e não tem hora de começar e nem de terminar e que ninguém é obrigado a participar. O resto é com eles. Não faça propaganda para não haver decepção depois. Aos poucos os jovens vão aprendendo e no futuro farão a sua própria conversa ao pé do fogo no seu próprio campo de patrulha, e claro aberto a todos que quiserem participar.

               É bom ter um bom bule de café cheio, para a gauchada um chimarrão, bananas ou batata doce para assar. Tudo fica ali na brasa, pois o fogo não deve ser alto e achas grossas para durar e evitar sempre alguém ter de alimentar o fogo. Aprendi e costumava fazer em frente minha barraca e as banquetas são a grama do local. O final da Conversa ao pé do fogo é simples. Muitos já se foram para suas barracas e os poucos que ficaram agora deitados olhando para o céu vão contando pedaços de sua vida, de seus amores, do escotismo e dos sonhos que um dia acham que vão realizar. Se passar um cometa cintilante, grite bem alto para todos ouvirem: “Estrela cadente, não caia na minha mão, Estrela brilhante, traga seu brilho no meu chão. Estrela cadente, por favor, atenda ao meu pedido”. E faça um pedido logo, pois dizem que ele atende a todos que sabem pedir sorrindo.


               Eu sei que muitos de vocês já fazem normalmente uma conversa ao pé do fogo. Escrevi pensando naquele que já viu e os que e não tem ideia do que seja. É inesquecível em noite escura ou com luar, em um belo acampamento participara de uma gostosa conversa ao pé do fogo. Cantem baixo, cantem com amor. Não leve nada escrito e deixe a improvisação chegar de mansinho e pense que a vida é bela para quem um dia teve a sorte de participar, de uma bela, simples e gostosa... Uma conversa ao pé do fogo!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Publicações escoteiras em PDF

Disponibilizando novamente minhas publicações e de outros chefes escoteiros em PDF. Veja o que possa interessar a você e faça o seu pedido. Fácil. Envie-me um e-mail. ferrazosvaldo@bol.com.br - Lembre-se só atendo em minha caixa postal.

VOCÊ PODE PEDIR: (publicações em PDF - pedidos por bloco) Ex. bloco x.
(Bloco 1 – Temas escoteiros – Indabas - orações Escoteiras – Sistema de Patrulhas – O Caminho do sucesso e muitos outros).
(Bloco 2 - Técnicas Escoteiras (pioneirías, seniorismo e percurso de Giwell)).
Bloco 3 – Livros escoteiros – Guia do Chefe Escoteiro (escrito por BP) – Sistema de patrulhas (escrito por Roland Phillips)
Bloco 4 – Cinco livros escoteiros de minha autoria – O Fantástico jogo noturno – A saga do Comissário Leocádio – O estranho funeral do Chefe Gafanhoto – A lenda do tesouro perdido – A Patrulha da Esperança.
Bloco 5 – Seis volumes das Maravilhosas histórias Escoteiras. Quase 250 histórias.
Bloco 6 – Quatro publicações sobre a vida e histórias de Baden-Powell.
Bloco 7 – Lobinhos em ação – quatro volumes baseado no Livro da Jângal.
Bloco 8 – Duas publicações interessantes - Aprender a fazer fazendo e Simbolismo e místicas Escoteiras.
Bloco 9 – Quatro publicações - Seleção de Ouro das melhores histórias Escoteiras – Mais de 150 histórias muitas inéditas.
Bloco 10- Diversas histórias Escoteiras interessantes: – Os contos escoteiros de natal – Cancioneiro – As aventuras do Escoteiro Juquinha - Jim o Escoteiro do futuro e os Cinco Magníficos seniores.
Bloco 11- Contos da meia noite – Diversos contos não escoteiros para quem gosta do gênero.

Mas lembre-se:

VOCÊ NÃO PODE: - Pedir mais de um bloco por vez. Não tenho condições de atender e nem de guardar na memória de arquivo para enviar tudo que pediu a cada dia. Portanto peça UM BLOCO POR VEZ a cada dia. Se estiver interessado em outros blocos repita no dia seguinte o pedido não se esquecendo de citar qual. Terei o maior prazer e alegria em atender você. Para facilitar copie esta oferta em seus arquivos. Lembre-se estou me esforçando para ajudá-lo no seu crescimento Escoteiro e tudo é gratuito. Colabore comigo facilitando o pedido para ser atendido rapidamente. Não faça pedidos aqui. É tudo de graça meu irmão escoteiro, de graça. Mande um e-mail para -  ferrazosvaldo@bol.com.br

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Educação - Por Lord Baden-Powell.


Educação - Por Lord Baden-Powell.

Uma das mais importantes possibilidades que se encontram diante de nós é a Educação. Temos, por outros caminhos, chegado às mesmas conclusões que chegaram autoridades educacionais com suas experiências. Resumidamente, o segredo da educação eficiente é QUE CADA ALUNO APRENDA POR ELE MESMO, EM VEZ DE UM INSTRUTOR CONDUZINDO-O AO CONHECIMENTO ATRAVÉS DE UM SISTEMA ESTEREOTIPADO. O método consiste em levar o jovem a perseguir o OBJETIVO de seu treinamento, e não entediá-lo com os passos preliminares de início. As autoridades educacionais já nos reconhecem como cooperadores na mesma esfera de ação, o objetivo de ambos é produzir cidadãos saudáveis e prósperos. Elas se ocupam do desenvolvimento intelectual, nós caminhamos um pouco mais para o desenvolvimento do “caráter” que, afinal de contas, é o atributo mais importante para prevenir as doenças sociais da inatividade e do egoísmo, e dá melhores oportunidades de uma carreira de sucesso em qualquer direção da vida.

Estamos desenvolvendo esforços para ajudar as autoridades educacionais em todos os aspectos que podemos. Elas estão trabalhando inteiramente de acordo conosco em vários centros importantes.

Janeiro de 1912

sábado, 5 de dezembro de 2015

Boa noite


Boa noite!

A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração, sorrir às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam. Calar-me para ouvir, aprender com meus erros, afinal, eu posso ser sempre melhor! Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade. Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar, a abrir minhas janelas para o amor. E não temer o futuro, A lutar contra as injustiças. Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo. Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade. Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar.


Um só olho, uma só alma um só coração. Boa noite!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A foto do silencio.


Hora de dormir, que sua quinta feira seja plena de felicidade.
A foto do silencio.

Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei. Eu conto: Madrugada, o meu bairro dormia, parecia desfalecido. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava na minha rua que eu tanto amava. Eu estava saindo de uma festa. Eram quase quatro da manhã. Assustado vi o silêncio seguindo pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina. O silêncio era um carregador? Estava carregando o bêbado!

Fotografei esse carregador. Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado do meu vizinho. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra. Fotografei a existência dela. Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei a paisagem. Foi difícil fotografar a paisagem. Por fim eu enxerguei uma nuvem branca e alva de calça comprida. Representou pra mim que ela andava no meu bairro de braços dados com Baden-Powell – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o Chefe mundial. Ninguém outro fotografo no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir a nuvem. A foto saiu legal.


"O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também pode ser aprendido e cultivado, mude seus pensamentos e você mudará seu mundo” Boa noite. Mil abraços fraternos e um alvorecer cheio de felicidades!

sábado, 28 de novembro de 2015


A respeito do espírito escoteiro, e da atração que o escotismo exerce B.P, escrevia que:

- A chave que abre este espírito é o romance da vida na natureza. Onde é que existe um jovem (ou até mesmo uma pessoa adulta) sobre quem não exerçam atração, nestes tempos materialistas, o apelo da selva e os caminhos abertos da terra? Isso, talvez, seja um instinto primitivo, mas, de qualquer forma, existe e é real. O Escotismo oferece ao jovem a oportunidade de tomar sua mochila, seu equipamento, e lançar-se a aventura. O ar livre é por excelência a escola da observação e compreensão das maravilhas deste grandioso universo. Ele revela aos jovens das cidades esse mundo de estrelas que se escondem atrás dos arranha-céus e que as luzes da cidade e a fumaça das fábricas não permitem admirar.
Lord Baden-Powell of Gilwell.


Feliz e ótima reunião!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Pensamento do dia.


Pensamento do dia.

 Lideres escoteiros nacionais em seus mais diversos cargos (e haja cargos para eles) tem comentado que o método de Baden-Powell hoje está obsoleto. Alegam que vivemos em novos tempos. Alguns o chamam até de priscorançoso (nossa?) e retrógado. O mundo mudou e a juventude pensa diferente. Verdade?
Será que:
a)     Porque ele foi milico já morreu e não pode se defender destas acusações?
b)     Existe uma ponta de inveja por ele ser um dos maiores pensadores da História e seu livro Escotismo para Rapazes estar entre os cinco livros mais vendidos no mundo?
c)     Eles querem ter a fama que ele teve e hoje em dia é difícil alguém reconhecer isto?
d)     O tal de Macpro (Método de Atualização e Criação Permanente do Programa de Jovens) implantado no novo programa que ninguém sabe o que é e nestes últimos vinte anos ainda não deu sinais de sucesso?
e)     Porque no Brasil não tem o titulo de Lord e Sir e nem rainha para entregar?

Enfim, como diz aquele humorista: - Há controvérsias chefe! Tens provas? Tirou uma Self do sucesso deste novo programa? Pode me dar um relato escrito do Macpro com firma reconhecida e assinada por educadores brasileiros?

Perguntar não ofende. Ou não?