Conversa ao pé do fogo.
O lobinho o Lobo e o Cordeiro.
(baseado na fábula de Jean de Lá Fontaine O lobo e
o cordeiro).
Um
acantonamento. Raulzinho sorria. Era o seu primeiro. Estava amando tudo que
acontecia. Uma casinha, dois quartos, uma pequena cozinha, e lá fora seis
barracas armadas. Ele ajudou – Se não chover, vocês poderão dormir nelas! Disse
a Akelá. Raulzinho não cabia em si de contente. Fizeram pela manhã vários
jogos. Ele no cerimonial foi escolhido para a Bandeira Nacional. Que orgulho
ele sentia. Quando cantaram - ¶ “Mowgly está caçando, Mowgly está caçando,
matou o Shery Kaan” Raulzinho vibrou. Ele adorava esta canção. Se um dia
encontrasse o tigre mau ele iria ver quem era Raulzinho, ele pensou. Todos
foram tomar banho em um riacho próximo. Foi então que Raulzinho viu um cordeiro
bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma
correnteza forte. Quando ele olhou para o lado viu também um lobo chegando para
beber água.
Ele ouviu o lobo
dizer: - Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo? Disse o
lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para
matar a fome. - Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva
porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é
impossível acontecer o que o senhor está falando. Raulzinho que era um lobinho
não gostou do lobo. E ele continuou: - Você agita a água - continuou o lobo
ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado. - Não pode
- respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido. O lobo
pensou um pouco e disse: - Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo. -
Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.
Raulzinho ficou com raiva do lobo. Viu
que ele mentia e fazia tudo para amedrontar o cordeiro. – O lobo continuou: -
Alguém que você conhece algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que
cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho,
no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, a agarrou-o com os dentes
e o levou para comer num lugar mais sossegado. Raulzinho correu atrás, não ia
deixar. Mas a Akelá viu e disse a ele: - Deixa prá lá Raulzinho infelizmente a
razão do mais forte pode não ser a melhor, mas não há como impedir. Não foi o
que disse o contador de histórias? Foi então que Raulzinho se lembrou da
história. Sua mãe contava sempre para ele, e ele disse que se um dia visse um
lobo fazendo isto, ele iria brigar, não iria aceitar.
A Akelá riu -
Eu sei Raulzinho. Todos nós não gostamos de dizer que o mais forte tem razão.
Eu também não gosto. Mas é uma história somente. Você só se lembrou dela.
Lembre-se no riacho não havia nenhum lobo e nenhum cordeiro. A gente sempre
imagina e faz viver uma história que nunca esquecemos. Lembre-se sempre que a "A
força é um interesse e a justiça; a lei do mais forte.". Acredite na
justiça mesmo que ela veja você de olhos vendados. A vida nos ensina muitas
coisas. Muitas vezes em uma espécie não são os mais fortes e nem os mais
inteligentes que sobrevivem e sim aqueles que têm a melhor capacidade de pensar
e saber como resolver.
Foi uma lição que Raulzinho
aprendeu para o resto de sua vida. Um homem de bem não precisa ser o mais
forte, precisa sim de acreditar que pode vencer sem usar a violência.
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