Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A história de Lady Olave Baden Powell.


A história de Lady Olave Baden Powell.

                    Olave St. Clair Soames, que mais tarde se tornaria Lady Olave Baden Powell nasceu em 22 de Fevereiro de 1889, na Inglaterra. Seu pai Harold Soames e sua mãe Katherine Hill tiveram mais dois filhos, um menino chamado Arthur e uma menina chamada Auriol. Quando nasceu Olave, puseram este nome porque esperavam um filho homem que se chamaria Olaf. Apesar de sua saúde precária nos primeiros anos, o contato permanente com a natureza e sua vida ordenada a transformou numa jovem sadia e alegre, forte e com uma incrível energia. Nunca foi para colégios ou centro superiores, mas foi educada por instrutores que eram parte da família.

                         Sempre se interessou por música e tocava violão muito bem. Durante anos praticou rodeada de seu esposo e seus filhos, mas seu trabalho não lhe deu tempo para aperfeiçoar. Olave foi uma grande interessada em esportes, praticou tênis, remo, patinação, montava a cavalo, andava de bicicleta e quando estava cansada conduzia carruagem e automóvel. Quando jovem apesar de sua vida cheia de atividades, repleta de afazeres; sentia um grande vazio, queria ser útil e poder servir aos demais. Por ser muito jovem não a aceitaram na escola de enfermagem o que a fez desistir de seguir alguma carreira.
Olave achou que a vida da sociedade de sua época era bastante monótona e, por isso, resolveu dedicar-se aos meninos inválidos, que ela recolhia em Bornemouth, onde cuidava deles. Em 1912, embarcou com seu pai no navio "Arcadiam", rumo às Índias Ocidentais. Neste navio também viajava Lord Baden Powell, que mesmo com seus 55 anos, não impediu de descobrirem diversas afinidades, eram as mesmas ideias e aspirações. Quando deixaram a Jamaica, Olave e Robert estavam noivos e em Outubro de 1912 casaram-se. Foram passar sua Lua-de-Mel na África, iniciando uma vida comum, enriquecida por três filhos: Peter que nasceu em 1913, Heather em 1915 e Betty em 1917. Entre todas as tarefas de casa, educação dos filhos e ajuda pessoal ao marido, Lady transformou-se em sua secretária.
                      Neste ano, já havia Grupos Bandeirantes, na Inglaterra, e sua Presidente era Agnes Baden Powell, irmã de BP. O Movimento Bandeirante tinha uma grande necessidade de dirigentes e coordenadores, e por isso Lady Olave ingressou no Movimento, em 1914. Em 1916, devido aos seus grandes esforços, foi nomeada Comissária-Chefe. Nesta época a Inglaterra atravessava uma época difícil, pois a guerra impedia que fossem realizadas muitas atividades Bandeirantes, havia muita preocupação. Os poucos grupos ativos de Bandeirantes dedicavam-se aos primeiros socorros, emergências e serviços. Em 1918, foi nomeada Chefe-Bandeirante da Grã-Bretanha, neste mesmo ano foi impresso o primeiro exemplar Bandeirante, dirigido às meninas (Girl Guiding).
A carta de Olave Baden-Powell atravessa o Atlântico.
                         Logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, Olave Baden-Powell enviou uma carta ao Brasil, propondo a fundação do Movimento das Girl Guides no país. Sr. Barclay, amigo de Olave que viajava para o Rio de Janeiro a negócios, se responsabilizou pela correspondência, e a entregou nas mãos da família Lynch. No dia 30 de maio de 1919, a senhora Adéle Lynch promoveu uma reunião em sua casa com autoridades e senhoras interessadas no movimento das Girl Guides. Entre os convidados estava May Mackenzie, canadense residente no Brasil que já havia participado do movimento na Inglaterra, e Jerônyma Mesquita, cunhada do Sr. Lynch e conhecida por trabalhos educacionais e sociais.

                         O Movimento Bandeirante se apresentava como uma proposta de educação pioneira, por acreditar na importância da mulher em assumir um papel mais atuante nas mudanças da sociedade. Essa característica cativou as pessoas que estavam na casa da Sra. Lynch, como Jerônyma, que dedicou sua vida ao Bandeirantismo e foi homenageada com o título de Chefe Fundadora do Movimento Bandeirante brasileiro. Surgia ali a Associação das Girl Guides do Brasil (primeiro nome da Federação de Bandeirantes do Brasil). Em 13 de agosto de 1919, realizou-se a cerimônia de promessa das 11 primeiras bandeirantes brasileiras – data oficial de fundação do Movimento Bandeirante no Brasil.

Os primeiros passos do Movimento Bandeirante
                          Mulheres como Maria de Lourdes Lima Rocha foram importantes para que o Bandeirantismo se tornasse forte e se firmasse no Brasil. Conhecida por todos como Chefe Lourdes, Maria de Lourdes era professora e pedagoga, e fundou a Companhia do Sagrado Coração de Jesus, em Botafogo. A primeira sede exclusivamente do Movimento Bandeirante foi inaugurada em setembro de 1927, construída na Matriz do Sagrado Coração de Jesus, onde funcionava também a companhia. Neste mesmo ano é iniciada a publicação do jornal “Bandeirantes”, editado até a década de 1990.

                              O Movimento Bandeirante, no ano de 1928, rompe barreiras sociais e comportamentais para as mulheres da época, em especial para as que compunham a elite da sociedade brasileira, classe da qual todas as bandeirantes do período pertenciam. Foi realizado o primeiro acantonamento para chefes na cidade de Itaipava, no Rio de Janeiro, que levou as moças para longe de seus cotidianos domésticos. Além disso, o campo de atuação das bandeirantes se estendeu para escolas municipais, favelas e bairros proletários, um escândalo na década de 1920. O Brasil, em 1930, torna-se membro oficial da Associação Mundial de Bandeirantes (World Association of Girl Guides and Girl Scouts), criada em 1928 em Londres, na Inglaterra.

                             O Movimento Bandeirante foi se solidificando e se expandindo, e chegou a outros Estados do Brasil, assim como a outros grupos sociais. Em 1937, por exemplo, é organizado pela Chefe Lourdes uma companhia bandeirante no Instituto Benjamin Constant, primeira e única companhia bandeirante para meninas cegas. A década de 1940 é marcada pela integração e intercâmbio entre as Regiões (hoje chamadas Estados). As bandeirantes começam a viajar pelo Brasil e criar uma unidade nacional entre as meninas. Ao mesmo tempo, o Movimento Bandeirante se organizava. A ideia de criar uma sede-central era reflexo da necessidade de oferecer uma situação mais sólida à Federação de Bandeirantes do Brasil (FBB), e de permitir o crescimento do Movimento, que ainda encontrava dificuldades para que isso acontecesse.


A existência das Bandeirantes do Brasil devem-se à dedicação, persistência e amor ao bandeirantismo dos seus personagens. Uma história que começou em 1919, com a chegada da carta de Olave Baden-Powell, e é construída todos os dias pelas crianças, adolescentes, jovens. Esse é o verdadeiro espírito bandeirante.

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