Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 2 de maio de 2015

Que alegria! Seja bem vindo a sede Regional!



Crônicas de um Velho Escoteiro.
Que alegria! Seja bem vindo a sede Regional!

                 Foi assim? Perguntei se foi assim que você foi recebido quando visitou sua região Escoteira? Ou sua sede distrital? Ou a sede nacional? Os funcionários olharam para você e deram aquele sorriso? Logo te deram uma cadeira para sentar e um deles começou a perguntar como vai seu grupo, se está tudo bem, e que eles estão honrados com sua visita? Ofereceram um cafezinho? Disseram o que podiam fazer para ajudar? Afinal acredito que esta deve ser a postura dos funcionários de uma região não acham? Não dizem que os Grupos são a Célula Mater do escotismo? Não dizem que sem eles as regiões e distritos não existiriam? Eu não digo tanto. Nunca fui recebido assim. Sempre um ou outro levantavam um olho e abaixavam logo. Como se estivessem atarefados. Igual ao Coelho Maluco daquele filme. Se estivessem no telefone então... Ai é que a coisa “degringolava”. Como sabia como era eu gostava de dar risadas. E eles me olhavam como se eu fosse também maluco!

               E os diretores? O Chefão? Ficaram surpresos em te receber? Ou perguntaram por que não avisou que ia? Quem sabe se soubessem poderiam programar um jantar no restaurante da esquina onde os escoteiros eram muito bem vindos? Afinal ele foi eleito por vocês não? Ou será que foi balela e os votos foram uma questão de pró-forma? Não? Acho que não. Afinal eles e você sabem que temos um quarto artigo e que irão dar seu exemplo, pois são pessoas que além de superiores (?) são amigos de verdade. De norte a sul temos muitas regiões. Algumas mais abastadas e outras menos. Algumas com dois ou mais funcionários outras só com um. Mas em todas elas acho que existe o respeito quando você adentra e eles sabem que você é um Escoteiro, pois não disse bem alto: Sempre Alerta? Se não foi assim tem algum errado.

               Olhe, nem vou falar na sede nacional. Nunca fui lá. Já vi em fotos. Parece linda. E por lá estarem os maiorais do escotismo do país o tratamento deve ser soberbo. Soube que por telefone que informam tudo que perguntar. Resolvem todos os seus problemas. Acredito se der a sorte de encontrar lá um do quatorze formidáveis diretores do CAN então? E os presidentes do DEN? Minha nossa! Conhecer este pessoal vale por mil acampamentos no Pico da Felicidade. Eu mesmo se pudesse pegaria um avião e ia lá. Iria sentir honrado em conhecer algum deles, pois a maioria não se mistura a não ser em seu habitat natural onde vivem. Mas não vamos desfazer deles. Tenho certeza que na sede regional qualquer um que chegar lá terá um tratamento VIP. Não importa se você é o Zé das Quantas da cidade de Sapo Morto ou se você é recém-chegado do exterior onde era um CEO ou um BOSS famoso do escotismo em seu país.

                Claro, sei que tem uns que só sabem reclamar. Afinal estes funcionários ganham pouco e não diferem dos “chorões” que só reclamam dos salários, do horário e da falta de crescimento profissional. Nós sabemos que eles sacrificam tempo para ajudar você em seu grupo. E vamos entender que um diretor ou presidente não tem salário. Estão ali sacrificando seu lazer, sua família, enfim foram eleitos contra a vontade deles. Se pudessem passariam o cargo para frente na próxima eleição. Mas vamos ser sincero. Somos um movimento fraterno. Não sei se nestes órgãos somos reconhecidos como ponta de lança do escotismo. Mas olhe acredite em mim, eles estão lá para isto. E você sabe, não é você quem precisa do escotismo é o escotismo que precisa de você. E eles são o escotismo hoje. Portanto são eles que precisam de você. Não se engane. Se não é bem tratado abra a boca no mundo no próximo Conselho ou Assembleia. Afinal você também não tem salário e costuma gastar mais que eles não?

                Seja pessoalmente, seja por telefone você é membro do escotismo, e você paga uma taxa anual. Seja o mais simples lobinho ao mais alto dirigente todos tem os mesmos direitos. Não são vendedores de lojas que estão sempre com um sorriso, mas são escoteiros! Devem dar a você um tratamento formal e alegre e sejam eles funcionários ou diretores. Afinal não dizem que o exemplo vem de cima? Se não conhece ninguém e tiver a felicidade de participar de um curso escoteiro, não vá pensando que o dirigente ou o formador líder é alguém do outro mundo. Ele é como você. Tem pernas, braços, cabeça, alma e coração. Estão ali para ajudar você e nunca para ser endeusado. Espere que ele lhe dê as mãos, as boas vindas. É obrigação deles. Sem essa de que ele poderia estar com a família, pois ele gosta do que faz. Adora isso. E olhe tem muitos que darão tudo para estar ali no lugar dele e a fila é grande. Você sabe disto. Portanto levante a cabeça, não seja orgulhoso, não diga nada, deixe que eles digam e se aproximem de você. Isto é escotismo. Uma mão lava a outra e duas lavam o tacho, não é assim que dizem?


                Escotismo. Uma escola de cidadania, de respeito de amor e fraternidade. Todos deveriam pensar assim. E acredito que pensam. Nenhuma associação é de ninguém ela pertence a todos que participam. Ser cortês, amigo, leal e receber bem com um sorriso nos lábios mostra que pertencemos a uma fraternidade universal. Aqueles que pensam o contrário, que se acham acima de todos não merecem ser chamados Escoteiros. Mesmo que uma sede regional ou nacional tem funcionários que não são do movimento, eles devem estar preparados para receber bem. É como um funcionário público, seu salário quem paga somos nós. Nada de abaixar a cabeça, nada de pensar que está em frente a uma divindade Escoteira. Ele é da mesma associação, tem todos os direitos e deveres que nós temos. E se um dia entrar em um escritório regional ou nacional, faça valer seus direitos. Até outro dia!    

terça-feira, 28 de abril de 2015

As melhores sopas do mundo.



Conversa ao pé do fogo.
As melhores sopas do mundo.

                      Quais são? Não vale quem disser que é a da mamãe. Ou da esposa. Ou da sogra, ou do restaurante tal. Estas estão fora da competição. Sabe quais as melhores? Aquelas que você deglutiu em um acampamento Escoteiro perdido por ai. Acredito que foram tantas que você assim como eu tivemos o privilegio de comer ou tomar com vontade (dependendo da sopa). Quem não se lembra? - Olhos vidrados na sopa, esperando, prato na mão, a fumaça saindo, a saliva estalando e esperando a colher do cozinheiro que nunca vem. Uma fome imensa! Ficar ali olhando o fogo e a sopa que não termina. Ver a sopa fervilhando e o cozinheiro dizendo – Ainda não está no ponto! Ali quem manda é ele! Mandão! É o dono, ainda olha prá gente com jeito de gozação. E tremer de raiva quando ele vai com uma colher, tira uma pitada e diz – Acho que está boa de sal!

                   Sopas. A especialidade de um bom cozinheiro e até daqueles que se arriscam e vão para a cozinha fazer. Digo cozinha no campo de Patrulha. Não em casa, quentinho, fogão a gás, TV ligada, internet tudo a mão e a turma na sala esperando a chamada com uma cervejinha na mão ou um vinho quente. Nada disto. As melhores sopas do mundo estão lá no acampamento. Quem as fez ou saboreou sabe disto. Quantos tipos de sopas? As com açúcar, pois trocaram o sal. As sem sal, pois acharam que colocaram. As sem caldo, pois deixaram secar demais, as queimadas, pois desde o inicio sapecaram gravetos até que o macarrão tostou. Não esquecer as das folhas soltas, matinhos caídos tudo vale. Esqueceram-se de colocar a água e virou um grude enorme, isto são especialidades de todos os cozinheiros Escoteiros ou escoteiras. O que? Sopa com folhas que caem das arvores misturadas com ciscos do vento? Gostosíssimas! Risos.

                      Sempre gostei de sopas. No passado nossa ração “A” para dois dias acampados dizia – Arroz, feijão, batata e macarrão. De vez em quando na ração se colocava uma linguicinha, desde que alguma família de um escoteiro da Patrulha tivesse matado algum capado (porco). Ai quem sabe era festa. Tinha torresmo, carne frita, e podia-se dar ao luxo de levar também um bom pedaço de chouriço. Bem acho que tem muitos que não sabem o que é isto. Mas voltemos às sopas. A mais importante era a de macarrão com batata (uma linguicinha picada nela só para dar o gosto). Era bom, muito bom. Sem sal? Gostosas. Como diz a amiga a pedrenta? Sensacional. (vento e areia, panela sem tampa).

                    As sopas sempre foram o hit dos manjares escoteiros. Todos achavam que eram fáceis e rápidas para fazer. Um fogão tropeiro, um bom caldeirão, umas achas de toras em volta para sentar e esperar a noite que chegava de mansinho. Os olhos vidrados na sopa. Todos esperando. O cozinheiro era um ditador. Mandão supremo. Um Hitler Escoteiro. A gente morrendo de fome e ele não ligava ou não tinha fome sei lá. Quantas sopas nas noites escuras, a chuva caindo, trovões, raios, e a gente ali em volta do fogão. Podia chover canivete. Um bom toldo, lenha no lenheiro protegida. Que chovesse a cântaros. Não se arredava o pé. A sopa quente o fria sempre saia.

                   Sei que cada um de vocês aqui se pudessem escrever mais deste artigo teriam casos e “causos” para contar e lembrar. E quem não tem? Darcy o piolho, não era o cozinheiro. Resolveu quebrar o galho. Fumanchú faltou. Dois pedaços de linguiça no almoço. Acabou. No jantar seria só sopa pura. Pegamos uns lambaris para fritar. Mas na sopa fiados de linguiça. De onde vieram? Sopa gostosa e danada de boa. Anos depois ele contou. Fumou escondido. Estomago não aguentou. Panela sem tampa. Agora Sênior o jogamos nas águas do riacho com roupa e tudo e um frio de lascar. Mereceu o nojento!

                     Mas a minha melhor foi quando fomos ao Pico da Bandeira. Metidos a conhecer o caminho. Perguntamos em Caparaó. Subida calma, iniciada às duas da tarde. Seis da tarde, oito da noite, nove, dez, meia noite. Perdidos! Paramos ali no mato. Muito colonião e samambaias enormes. Uma pequena picada e um fogão tropeiro. Agua dos cantis. Uma pequena sopa. Meu Deus! Duas da manhã, que sopa de macarrão linda! Que gostosura! Que manjar dos deuses! Um olhando para o outro, uma fome miserável e ai... Um raio no céu, trovões, o local não dava para armar as barracas de duas lonas. Jogamos por cima. Choveu a cântaros. Sentados juntos lado a lado dormimos. A sopa? Virou agua de chuva. De manhã um céu azul, um sol lindo. Caminho encontrado e a sopa? Gostosa demais com agua e tudo.


                       Sopas. Cada uma tem uma história. São tantas que me dá vontade de tomar uma sopa de cebola pura. Ou de maxixe ou de mamão, ou de mandioca não importa. Que seja a de macarrão com batata a mais conhecida pelos meninos cozinheiros. Quem sabe salpicar um pouco de linguicinhas? Adoro-as. Trazem-me tantas lembranças! Os tempos se foram. Hoje só a sopa de casa. Dos acampamentos só as saudades. Meus amigos que ainda acampam, aproveitem. Façam sopa. Verão que cada sopa tem uma história e a história ficará marcada na mente para sempre. E quando a idade chegar e lembrar sentirá o gosto a salpicar a língua, a vontade de voltar lá no passado, saborear a sopa quente, sopa fria, sem sal ou com açúcar, com matinho ou areia não importa. Belas sopas que se foram, mas ficaram as lembranças e delas eu não esqueço nunca!

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Hora de dormir, amanhã é outro dia... Quando o tempo passar...



Hora de dormir, amanhã é outro dia...
Quando o tempo passar...

                  Nossa vida é uma sucessão de fatos que nos vão transformando à medida que os anos passam. Acredito que isto faz parte de todos nós, pois temos vários objetivos aqui neste mundo. Quem sabe adquirir conhecimentos de bondade, ajudando e ser ajudado, amando e ser amado para levarmos a vida eterna. São escolhas nossas e para isto Deus nos deu o livro arbítrio para decidir o certo e o errado. Quem sabe devemos aprimorar nosso amor ao próximo e saber que sem a caridade não há salvação. Não é fácil esta jornada. As pedras no caminho não nos deixam caminhar em linha reta. São as voltas que a vida nos obriga a dar. As escolhas nem sempre são perfeitas. Mas temos que pensar que é desta maneira que vamos crescendo espiritualmente. Nosso amigo lá do céu um dia nos contou que na vida tudo passa, e que a sempre um recomeço. Compete a cada um de nós acreditarmos. Difícil, difícil mesmo dizer que não temos mais ódio no coração. Que o amor substituiu o grande jogo da vida. Mas desistir de amar? Nunca!

                   Se vocês procurarem bem ao redor as noites sempre são preenchidas com o que fazemos durante o dia. E são as noites onde as reminiscências de poesias e poemas fazem e vão fazer sempre companhia até as últimas badaladas da meia noite. Queira ou não carregamos muito orgulho e dele é difícil afastarmos. Todos nós somos escoteiros de coração. Não existe um momento, um segundo que o escotismo não faça parte de nós. A filosofia que ele nos mostra é inteiramente absorvida pelo nosso ser. Erramos muito em deixar que outros fizessem os caminhos em trilhas que não iam levar a lugar nenhum. Varias vezes tropeçamos em nós mesmos por duvidar das forças que podem estar a nosso favor ou contra. Uma égide de amigos podem ter escolhidos outra moeda para sua boa ação e vão ser felizes para sempre.

                   Olhando nossos passos e voltando a mente ao passado nos esbarramos com nossas lembranças. Boas ou ruins estão sempre presente conosco. Ainda bem que todos nós as temos. Eu hoje não tenho uma linda história para contar em volta de uma fogueira. Fica para amanhã. Muitos amigos nossos já se foram com o luar e com as estrelas que um dia nos iremos seguir.  Ainda penso na hora que vou dormir se as histórias que um dia escrevi pode servir para serem lembradas e se ter uma noção de quão belo é nosso movimento escoteiro. Quem sabe para onde eu vou posso colaborar com ideias de escotismo puro, saudoso e aventureiro. Cheio de sonhos realizados ou mesmo de lembranças que foram escritas no túnel do tempo. E quando as últimas badaladas deste dia que termina, não sei se elas formam um amontoado de sonhos reais ou imaginários do passado.


Boa noite amigos e amigas. Um sono gostoso e um lindo despertar...