Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

segunda-feira, 13 de junho de 2016

As canções que um dia cantei para mim.


Conversa ao pé do fogo.
As canções que um dia cantei para mim.

¶ Põe tua mágoa bem no fundo do bornal e sorri, sorri, sorri!
O que importa é vencer o mal mantem sua alegria,
Não importa você se zangar, pois o mal há de acabar, e então?¶

                      Eu sempre gostei de cantar canções e hinos escoteiros. Já vi tropas, alcateias cantarem divinamente. Tive a sorte de ver sêniores em marcha de estrada sorrindo de peito aberto e cantando a plenos pulmões, mostrando seu orgulho escoteiro. Quantas e quantas canções ouvi nas centenas noites de Fogo de Conselho que participei, ou em volta de uma pequena fogueira acesa em uma trilha qualquer onde alguns gravetos ou pequenas achas alimentava o corpo e a mente da Patrulha. Cantei em montanhas e picos distantes, Vales, colinas verdejantes, embaixo de árvore frondosas, colinas enormes onde armei minha barraca. Emocionei-me muitas vezes a cantar as canções de Giwell com os irmãos Insígnias. Amo muito “Em meus sonhos volto sempre a Gilwell”. Todas as canções que cantei e ouvi cantar não tenho como dizer qual a mais linda, a mais simples, a mais complicada. Quantas e quantas vezes, cansado, voltando de um acampamento e empurrando a carrocinha as canções surgiam naturalmente em minha mente. “Viemos do norte, do sul e do leste”... É e terminar dizendo – “Lavando as panelas são todos irmãos”.

                     Aprendi algumas canções cantadas por este Brasil afora que milhares de chefes fizeram. Poucas eu guardei na mente. Eu mesmo fiz algumas e hoje esqueci. Das tradicionais eu tenho as minhas preferidas. Guin gan guli, o Cucu a lembrar da Noruega, Terra do Belo Olmeiro pensando nos grandiosos lagos do Canadá sem esquecer a Arvore da Montanha. Um clássico que ninguém esquece. Com sono cantávamos baixinho o Kumbayah. Eu tenho certo carinho pela Canção da Promessa. Guingaguli é demais e o espírito de BP? Linda. Melhor ainda o Adeus Montes e Vales, Avançam as Patrulhas, Stoldola (esta eu cantei uma vez fora do Brasil, marcou muito). A Canção do Clã é inesquecível. São tantas e tantas e olhe, tive a honra de conhecer chefes de outros países com canções divinas. Vi violeiros, gaiteiros, trompetistas, um Sênior que tocava maravilhosamente um saxofone, mas sabe, sempre chorei com algumas canções. Não dá para segurar. Falo da Canção da Despedida. Uma vez acampava em um país sul americano e me aparece uma Akelá tocando violino. Tocou de tal maneira que todos de mãos entrelaçadas ficaram calados, mudos só ouvindo. Lágrimas caindo. Lindo demais.

                   Tive a honra de ver muitas alcateias e tropas cantarem divinamente. Ali estava presente o espírito de BP quando ele lembrava-se dos seus tempos na África e nas noites estreladas em volta de uma fogueira. Ali nunca faltou uma bela canção. É maravilhoso ver meninos cantando e vivendo o que cantam. Um violão, uma guitarra, uma harmônica, um saxofone ou mesmo uma flauta simples engradece qualquer canção escoteira. Quando a gente canta a canção entra em nossos corações, bate fundo lá dentro e vai para o cérebro ficar guardada em um chips escolhido para armazenar canções Escoteiras. Eu já disse, mas não deixo de repetir, nada é tão maravilhoso que um céu estrelado, uma clareira em uma floresta perdida, achas de lenha queimando, o calor adotando todos a sua volta e as fagulhas se espalhando no céu. Então alguém por um simples gesto canta uma canção. Demais! Nenhum espetáculo se sobrepõe aquele momento. É sublime e olhamos em volta com os olhos vermelhos de emoção a ver nossos amigos escoteiros sentindo o mesmo que nós.       

                   Comprei uma vez um violão e aprendi duas posições. Isto mesmo só duas e dava para acompanhar. Era delicioso sair do campo da chefia, ir a um campo de patrulha ao entardecer na luz brilhante de um lampião a gás ou a querosene; sentar em qualquer lugar, enquanto o cozinheiro com os olhos enfumaçados sorria a ver sua sopa fervendo, e ver a patrulha a cantar belas canções escoteiras. As outras que ouviam devagar iam se aproximando, sentando em volta e cantando também! Maravilhoso! Ali a gente sentia um calafrio, saber que somos todos irmãos, dizer que o escotismo marca que ele é incomparável. E quando se canta a Canção da Promessa às lembranças correm pelas matas, montanhas em busca de um acampamento que marcou. Minha Tia Dazinha quando tinha doze anos me deu uma gaita de fole. Em casa me proibiram de treinar. Diziam que o barulho era horrendo e ninguém queria sofrer. Risos. Eu saia para a beira do rio e ficava lá horas e horas treinando. Coitado dos peixinhos que pulavam na água para ver o tocador de gaitas que nunca tocou nada! Risos. Não fui o melhor, mas já abusei da gaita em acampamentos até no exterior. Aguas passadas. Isto não existe mais.


¶Boa noite Touros, boa noite Maçaricos, Boa noite Corvos e Boa noite Lobos, pois agora eu vou dormir – Bem alegre vamos indo, vamos indo vamos indo, bem alegre vamos indo para o mar azul¶. - ¶Vem depressa correndo Escoteiro, ajudar o cozinheiro a fazer o jantar!¶

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