Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Nossa! Vocês vão acampar?


Conversa a pé do fogo.
Nossa! Vocês vão acampar?

                           Vamos sim, desta vez vamos longe, mais de oito quilômetros a pé. – A pé? Mas como? Você não mora mais no interior, afinal nossa cidade é grande. Dei risadas. E daí? Está tudo preparado – Afinal fizemos duas excursões e um acampamento só de monitores no mês passado em um fim de semana para nos adestrar. Eles mesmos prepararam tudo que precisamos levar. E olhe tudo vai nas costas, desta vez sem ônibus alugado e sem pais para ajudar no transporte. Pensei comigo – Seria isto possivel? Ele adivinhando o que eu pensada disse – Os monitores fizeram agora uma tal de ração A, B e C. A ração A é para uma atividade de um dia, a ração B para dois dias e a C para um acampamento de três dias ou mais. Assim fica mais fácil. Eles mesmos fizeram o cardápio, calcularam por pessoa e cada um dos participantes leva parte da ração. Tem aquelas que três levam arroz, tem aquela que um só leva. Eles acharam melhor um cardápio simples onde com uma panela, um caldeirão e uma frigideira eles fazem tudo. Achei interessante.

                      Conta-me mais. E como é levada a intendência e o material de patrulha? - Fácil ele disse. Também dividida por cada um da patrulha. Agora usamos um lampião a querosene. Ele vai vazio e dentro de um vidro bem fechado leva-se o líquido. As barracas são pequenas e simples de carregar com a mão ou prender na mochila. Assim gastamos o mínimo possivel. Hoje a taxa foi de dez reais. Isto paga o ônibus ida e volta. Ele vai nos levar até o entroncamento da estrada de São Mateus. Lá vamos andar uns cinco quilômetros e chegaremos ao sítio do Leopardo. Fomos lá antes eu e os monitores. O proprietário é gente boa. Disse que o local estava às ordens para quando quiséssemos acampar. – Mas será que a tropa aguenta? Claro que sim, fizemos duas excursões. Uma delas andamos sete quilômetros e a outra foi noturna. Mais nove quilômetros à noite. Claro lá pelas duas da madrugada em uma clareira jogamos as lonas e dormimos sob as estrelas. Cada um levou seu lanche. E sabe o melhor? Neste acampamento só eu levarei o celular para uma emergência. Será mesmo um acampamento mateiro.

                       Achei interessante. E o programa do acampamento já fez? – Este vai ser um programa especial. Foram os monitores ouvindo suas patrulhas quem prepararam tudo. Vamos ter sim o normal de um acampamento de três dias. Levantar as seis, um pouco de física, café as oito e inspeção as nove. Lembre-se vamos acampar nos moldes de Giwell. Cada patrulha é autônoma. Terá seu campo de patrulha distante uma das outras por um mínimo de 40 metros. Desta vez até eu e o Chefe Leão vamos levar nossa matutagem e nosso material. Nada de comer nas patrulhas. Elas só irão ter nossa presença se formos convidados. – Pensei comigo, será que vai dar certo? Era uma tropa acostumada a acampar com pais levando tudo, e inclusive alguns lanches eles faziam. Se eles não faziam o certo agora vi uma mudança enorme. – Ele continuou, olhe teremos um programa sem muitos horários. Muitos reclamaram da falta de tempo livre para eles fazerem suas construções no campo de patrulha. Decidimos que eu e o Chefe Leão só vamos lá se convidados. As patrulhas irão aprender a seguir pistas de animais, Irão tentar tirar uma foto de um animal ou pássaro e vence aquela que chegar mais perto. Eles terão tempo para pescar, pois no cardápio está incluída uma fritada de peixes frescos. Risos.

          - E se chover? Se chover estaremos prontos. Nada de serviço de meteorologia pelo rádio. Eles irão aprender previsão de tempo dentro da mata e bosques. Pelas formigas, pelos pássaros, e claro os vagalumes noturnos irão ensinar se vai fazer frio, se o orvalho vai ser forte, irão descobrir ninhos para ver de onde vem à chuva, Prestarão atenção ao vento, quantos nós ele anda, e já decoraram as quadrinhas de previsão de tempo – Se tens vento e depois água deixe andar que não faz mágoa, mas se tem água e depois vento põe-te em guarda e toma tento. Vermelho ao sol por, delicia do pastor, orvalho de madrugada faz cantar a passarada, são tantas! Mas se chover mesmo vamos aprender a fazer um pequeno celeiro só nosso para abrigar a todos durante o dia. – Já treinamos isto com bambus e folhas verdes. E lá tem muito pés de banana, sabendo cortar a folha sem prejudicar o telhado ficará nos trinques. Vocês tem coragem eim? – Não é coragem, isto para nós agora é escotismo mateiro. Afinal aprender um nó na sede sem usar no campo não tem valor.

            E olhe vamos conversar só com transmissões à distância. Semáforos de dia e a noite Morse. Teremos um grande jogo cujas instruções serão ditadas por sinais de fumaça! - Caramba! Estou gostando do seu acampamento. Não deixe de me contar tudo. Quero fazer o mesmo na minha tropa. - Claro que sim. Contarei tim tim por tim tim. Risos. E quer saber mais? Desta vez teremos uma conversa ao pé do fogo, próximo a minha barraca, comendo batatas doce, um bule de café na brasa, contar causos e histórias, cantar e espreguiçar gostosamente, deitar na relva para ver as estrelas e ver os cometas passarem. Aprendi a me orientar pelas estrelas. Ensinei aos monitores e eles irão aprender mais com suas patrulhas. E o fogo do conselho? Olhe vai ser típico dos velhos mateiros. Não teremos animador de fogo, cada um senta onde quiser. A patrulha de serviço irá acender e manter o fogo em todo seu tempo. Cada um apresenta o que quiser. As palmas serão criadas na hora. As canções surgirão espontaneamente. Ah! Esqueci-me de dizer, quatro Escoteiros estão treinando há meses como gaitistas. Vai ser um festival de gaitas. Risos.


           - E sabe? Eles agora querem ser chamados com nomes indígenas nos fogos de conselho. Disseram que todos devem ter um nome de guerra. Aqueles que quiserem ou que já tiverem oito especialidades e o cordão verde amarelo será batizado com nome indígena a sua escolha. Irão saltar um pequeno fogo três vezes e a cada salto toda a tropa grita seu novo nome de guerra. Bem isto foi eles que escolheram afinal todo o acampamento foi programado por eles! Programa? Nada escrito, você já viu como vai ser. Cada Monitor se encarregará de uma parte. Esqueci-me de dizer, vamos fazer uma ponte pênsil em um córrego próximo. Estamos programando um jogo nela de rachar! Risos. As bolas de pano já estão prontas para a lança. Mas não vou contar – Pensei comigo acho que vai ser um acampamento inesquecível. Eu sabia que nem tudo daria certo, mas quem não aprende a fazer fazendo não é Escoteiro não é verdade?

terça-feira, 7 de junho de 2016

gostoso demais escoteirar

Gostoso demais escoteirar. 

Desculpe, mas meu escotismo é assim. No campo aprendendo a fazer e fazendo. Leve e solto com chefes na supervisão, mas deixando a gente caminhar sem atrapalhar. Se você for como eu, parabéns. Se não for sinto muito, mas deve ser ruim demais. Salas de aula, salas de sede, nozinhos e palestra cansativas de chefes não é para mim. Sempre Alerta!




Acampamentos, excursões atividades aventureiras, bivaques pé no chão e estrada a vencer. Isto sim é meu escotismo moderno de raiz de B-P sem tecnologia só a natureza a ensinar a dar meus passos em direção ao futuro. Sempre Alerta.





Vamos lá escoteirada, levante o totem, nossa raça vai desbravar uma floresta em caminhos nunca antes conhecidos. Sorria, observe o beija flor, ele sabe onde encontrar seu néctar e nós sabemos encontrar nosso caminho. Afinal não dizem que caminhamos com nossas próprias pernas? Sempre Alerta.




 Um sorriso nos lábios, um sol ao redor, um tempo de sentir outro de sorrir. Lá ao longe é onde vou acampar. Local inóspito, sem estradas e civilização. Minha patrulha sabe o que quer. E a sua também? Sempre Alerta.


  

E quando a noite chegar à beira do fogo vamos cantar. Histórias surgiram no ar, um violão chora lembranças de outrora. Fogo de Conselho, Conversa ao Pé do Fogo, isto é bom demais. Sempre Alerta.