Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Transcrição do pensamento de um Velho Chefe Escoteiro.


Transcrição do pensamento de um Velho Chefe Escoteiro.

Ultimamente não tenho escrito muitos relatos, histórias, artigos tais como costumava escrever diariamente. Tem hora que uma história aparece na mente e daí a segundos ela desparece e passo todo o dia tentando lembrar... E não consigo. Passei a levar comigo uma pequena caderneta e uma caneta pequena. Interessante que enquanto usava nenhuma criatividade ou algum saído de minha imaginação apareceu. Ando sem voz, e vez ou outra até mesmo desanimado, um astral não muito perfeito. Faço o que sempre fiz, vou para um lugar quieto, bem arvorado e levo a tiracolo uma literatura escoteira. Amo o Caminho para o Sucesso de Baden-Powell. Volto outro. Revigorado, faces coradas e sorrisos nos lábios. A décima primeira lei inglesa me vem à mente: Nos escoteiros devemos ser puros nos pensamentos nas palavras e nas ações.

Tenho esquecer esta fase de transição com que vive o mundo e nossa nação e porque não nossa Associação. Penso que se pudéssemos levar a todos os jovens a filosofia escoteira tudo isto seria resolvido. As guerras não mais existiriam, as armas queimadas, as mentes mais puras de coração. Lembro sempre que tivemos grandes homens exemplos de caráter, honra e abnegação. Onde estão eles hoje? Uma luta pelo poder existe em várias camadas da sociedade e até da nossa fraternidade escoteira. Donos da ação, fazendo e desfazendo como se fossem títeres a liderar quem se submete aos seus caprichos. O poder engana. O poder embala aqueles que se acham acima do bem e do mal. Saudades de B-P. De sua simplicidade. Onde dizia que o escotismo é união entre os povos, é amor e fraternidade. Embalava o respeito à honra e o caráter. Precisamos tanto disto que fico a imaginar o porquê nos últimos cem anos não conseguimos.

Brilha a fogueira ao pé do acampamento. Fico de olhos fixos no fogo. Acompanho as chamas e as labaredas que se perdem no ar. Se tudo é tão lindo, se existem ainda muitos que dão a vida para estarem juntos aos irmãos de filosofia porque alguns se acham como dono do lugar? Tantos anos e ainda aprendemos que o respeito, o saber ouvir e concordar ou não com uma pitada de boa ação, não tem hora e nem lugar? Como um movimento que tem uma promessa, que marca que conquista alma, corações e mentes ainda não vimos que o caminho do sucesso é tão fácil de alcançar? Que adianta gritar, tentar levar a ferro e fogo uma filosofia tão meiga, tão simples, tão fácil de aplicar?

Como dar exemplo se alguns ainda não sentiram na pele que estão fora do contexto da Lei, dos artigos que nos mostram o caminho a seguir e não podem ver os caminhos a evitar? Nossa vida é um sinal de pista, colocado a nossa frente para que possamos aprender a fazer fazendo e tentarmos até que um dia iremos chegar ao ponto de reunião, onde Ele nos espera de braços abertos. Os raivosos, os do contra, os cara feia, os mandões os donos do poder não deviam estar conosco a não ser para aprender... Ou quem sabe mudar... Aprender a ser bom, a respeitar, a fazer amigos e abraçar... Seria tão inimaginável alguém descer do seu pedestal, da sua pose de doutor Escoteiro, de dono da verdade e vir aqui na plebe escoteira dizer que somos iguais e ninguém é melhor que o outro?        

Eu sou um Escoteiro. Não sou melhor que ninguém. Não conchavo, não acredito naqueles que correm pelo primeiro lugar. Somos todos iguais e o mais forte ajuda o mais fraco e não desfaz dele só porque não atingiu a escala do padrão Ouro. Ninguém me tira a filosofia que um dia encampei. Aqui escrevo sobre ela, não me meto em outras searas, dos candidatos e tantos mais. Procuro até mesmo fugir de certos acertos e desacertos de discussões estéreis que não trazem no meu modo de entender nenhuma finalidade para alavancar o poderio do escotismo em formar bons cidadãos. Quem sabe um dia  cada um volta para dentro de si e pense melhor o que podemos fazer e realizar.

Escotismo queira ou não é fraternidade, é amor, é lealdade. É cortesia é irmandade, é sorrir ser puro de corpo e alma. É saber sonhar com os pés no chão. É dar sem receber é amar o que se faz. Seu modelo todos conhecem e não precisamos mais de poetas doutores de sonhadores ou pedagogos para mudar o que já é. Se você ainda não é um de nós seja bem vindo. Temos vagas para amigos e para aqueles que querem ser nossos irmãos. Que os nossos líderes vistam a farda da humildade. Que pensem melhor na sua boa ação em conseguir o possivel e o impossível para ajudar aqueles que precisam de nós.

Sempre Alerta!

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Os cadetes de Mafeking.


Conversa ao pé do fogo.
Os cadetes de Mafeking.

                         Nós tivemos um exemplo do quão útil podem ser os escoteiros em serviço quando formamos um corpo de rapazes na defesa de Mafeking, 1899-1900. Mafeking era uma pequena cidade na África do Sul, quando ela foi cercada pelo exército Boers, Baden-Powell tinha somente umas poucas centenas de soldados para defendê-la. Cada soldado era vital para a linha de frente, e lá na cidade muito trabalho também necessitava ser feito.

                        B-P colocou o seu chefe-de-staff, Major Lord Edward Cecil, para trabalhar. Ele rapidamente formou um Corpo de Cadetes com 18 meninos, com idade a partir de nove anos. Ele escolheu um jovem líder para ser o sargento encarregado (sergeant-major) do corpo de cadetes, seu nome: Warner Goodyear.

                      Os cadetes de Mafeking tinham seu próprio uniforme: uniforme cáqui, chapéu de abas largas com um dos lados dobrado para cima, ou gorro. Antes de tudo os jovens foram bem treinados em entregar mensagens entre as defesas da cidade, servir como ordenanças, ajudar nos hospitais e atuar como vigias para prevenir as forças quando os ataques fossem esperados, e também avisar à população quando o grande canhão bôer fosse apontado para a cidade a fim de dar-lhe uma chance de abrigar-se antes que a bomba caísse.

                      Agora os meninos tinham algo melhor a fazer na cidade que ficar correndo de um lado para outro apanhando fragmento das bombas que explodiam! Eles assumiram o seu trabalho com orgulho, e logo foram reconhecidos como parte das defesas da cidade. O Corpo foi logo aumentado de 18 para 40 meninos.

                     Primeiro os jovens entregavam mensagens usando burros, mas à medida que o estoque de alimentos na cidade desaparecia os animais gradualmente iam terminando na cozinha! Assim eles passaram utilizar bicicletas, e frequentemente tinham que pedalar em meio a fogo pesado. Em uma famosa história B-P advertiu a um jovem que ele poderia ser atingido, e ele respondeu "Eu pedalo tão rápido, Senhor, que eles jamais me alcançarão.”.

                   Quando os selos da cidade se esgotaram durante o cerco eles precisaram de um desenho especial para imprimir novas emissões. Assim todos os selos colados nas cartas entregues pelos cadetes passaram a estampar o líder do Corpo de Cadetes, Warner Goodyear, sentado em sua bicicleta. Após o cerco os Selos de Mafeking,  feitos durante o cerco tornaram-se itens de coleção em todo o Império Britânico.

Baden-Powell, Escotismo para Rapazes
Hillcourt, Baden-Powell: the two lives of a hero

Grinnell-Milne, Mafeking