Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 5 de novembro de 2016

HOJE TEM REUNIÃO, ALEGRIA DE MONTÃO.


HOJE TEM REUNIÃO, ALEGRIA DE MONTÃO.

Chefe levanta da cama, é hora de aprender e ensinar.
Pois hoje tem reunião, sua vez de escoteirar!
Chame seu filho maneiro, pois ele é bom Escoteiro.
E não esqueça Maninha, pois ela também é Lobinha.

Se tiver sol ou depois vento, põe-te em guarda e toma tento,
Mas se tem vento e depois água, deixe andar que não faz mágoa!
Afinal se vermelho o sol se por, é delicia do pastor,
E claro, orvalho de madrugada, faz cantar a passarada!

Vista sua vestimenta ou uniforme é hora de ficar nos conformes.
Mostre que você tem honra, não seja mais um pamonha!
Agora parta ligeiro, vá pru Grupo de Escoteiros.
Se aprume, não seja um fardo, mostre a todos que você tem garbo.

Leve consigo um sorriso, ele é o nosso oitavo artigo,
E quando lá chegar, não se esqueça de abraçar.
E na hora da Bandeira, uma saudação de primeira,
Diga depois ao amigo, hoje? Dever cumprido!

Feliz aquele que vai infeliz aquele que fica,
Venha conosco acampar, aceite minha boa dica.
Deixe bater seu coração, pois hoje tem reunião.
E no céu cor de anil, aplausos aos escoteiros do Brasil! 



quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Programas de reuniões de Tropa.


Conversa ao pé do fogo.
Programas de reuniões de Tropa.

                        Vez ou outra chefes me mandam e-mail perguntando sobre Programas de Reuniões. Quando comento o que eu acho alguns dizem sim, tudo bem e mudam de assunto. Acredito que fazem de uma maneira e esperavam que eu confirmasse o que fazem o que não aconteceu. Um bom programa de reunião vem de diversas situações que a tropa a patrulha e os monitores participam ativamente e foi dado a eles oportunidade para comentar e sugerir. No entanto muitos acham que devia haver um manual com programas para o ano todo. Deveria mesmo? Já vi diversos formadores emitirem suas opiniões e muitas delas muito válidas. Afirmo, no entanto que cada Tropa tem um espirito Escoteiro diferente. Afirmo que sem a colaboração da Tropa e principalmente dos monitores muitos programas deixam de ter a importância que deviam ter para adestrar e manter o jovem na Tropa.

              Não tenho o dom natural em dizer que o programa que fiz deu resultados satisfatórios e que ele é melhor do que os outros. Consegui manter uma Tropa com 28 escoteiros e quase todos atingiram dois ou três anos de atividade. Sei que muitas outras tropas conseguiram diferente do que fiz. Discutir em conselho de chefes é o melhor caminho. Abaixo alguns exemplos de que a maioria dos escotistas da tropa hoje em dia faz para montar seus programas:

- Na semana ou no mês, com auxilio de assistentes ou em casa de um deles, prepararam o programa, item por item, costumam fazer programas para um trimestre ou mais. Não sei como eles sabem do sucesso do programa e se isto é feito com os jovens em patrulha ou toda a Tropa. Também não sei como sabem do crescimento dos jovens para cobrar dos monitores o que a patrulha tem feito em cada reunião. Nestes programas alguns são sucintos determinando as funções, jogos, palestras e se elas tem tempo livre para comentarem entre si se estão gostando ou não. Têm também aqueles que fazem o programa em sua casa e mandam via e-mail aos seus assistentes determinado a responsabilidade de cada um.  Outros no dia da reunião quase na hora de ir para o Grupo, ele corre para rabiscar um programa, somente para ter em mãos um lembrete e não esquecer o desenrolar da reunião, pois o contrário ele iria se perder e não seria nada bom;

- Existem muitos que nem programa fazem. Estes acreditam um bom Escotista não precisa de programas. Ele é daqueles que vestem o uniforme na sede, chegam correndo respirando o ar como se tivessem trabalhado duro até esse momento. Aprendeu a improvisar sem ver se está dando certo, se os jovens gostam e se voltam na reunião seguinte. Tem aqueles que preferem deixar a escoteirada se divertir com um “racha” de bola, ou jogos já batidos, mas que fazem sucesso sempre que colocados em ação. Se no sábado seguinte alguns faltam ele muitas sempre se entristece ou então ameaça uma expulsão. Claro são minorias. A grande maioria realiza bons programas dentro do que foi proposto no sistema de patrulhas.

                  Para que possamos saber se o programa vai agradar não podemos esquecer que somos coadjuvantes. Se a tropa vive e aplica o sistema de patrulha não tem erro. Nas reuniões de tropa é importante o tempo livre para que as patrulhas conversem se adestrem e troquem ideias para a reunião seguinte. É importantíssimo deixar a patrulha conversar. Chefe não interrompe enquanto o tempo livre existir. Corrigir se preciso é com o monitor educadamente dando explicações e ouvir quais os itens que gostariam de ter nos programas de tropa. Algumas tropas costumam ter reuniões de patrulha na semana, em casa de um deles ou se possivel na sede. Vejamos como poderia se fazer um bom programa:

- Conselho de Patrulha - Reunião programada pelo monitor, semanalmente, antes ou depois da reunião, onde se discutirá além de outros assuntos, as sugestões de programas para a chefia, visando o adestramento progressivo, jogos e sugerindo outras atividades que porventura podem dar mais conhecimentos a patrulha.

Corte de Honra - Realizada uma vez por mês, sob a supervisão de um dos monitores eleito para presidente (vide informações sobre Corte de Honra a parte) e dentre diversos assuntos apresentados às sugestões dos programas de reuniões sempre faz parte. Cada monitor apresenta seu relatório devidamente anotado pelo escriba da patrulha. Nestes casos o Chefe de posse do relatório da patrulha se reunirá com seus assistentes e acatando a maioria das sugestões irão preparar os programas do mês. Isto deve ser levada a sério. Se verificarem que as suas sugestões não foram posta em práticas muitas vezes ele desistem e não dão mais ideias seja em patrulha ou Corte de honra. Cabe a chefia, tornar possível a realização do programa, ver necessidades de jogos, distribuir horários, e caso aparecer algum item discordante não deixar de comentar com a patrulha que sugeriu.

                  Sei que feito pela primeira gera dúvidas, muitos não saberão o que fazer e falhas vão acontecer. É bom lembrar que eles nunca fizeram e precisam aprender a pescar. Tomemos como exemplo que estes jovens em suas turmas no bairro e sem a supervisão de adultos têm seus próprios programas e nunca reclamam. Ouvir o que eles tem a dizer é primordial. Li não sei onde que a aplicação destes programas mostrou que as tropas que fazem seu próprio programa e em alguns casos atividades ao ar livre sem a supervisão de adultos, mantém em suas fileiras por mais tempo seus membros com pouca evasão e com resultados surpreendentes. Muitos deles costuma voltar já adulto para colaborar com o grupo, claro eles sabem que receberam o melhor do escotismo.

                 Costumo afirmar que o escotismo é para os jovens. Os adultos são meros colaboradores e responsáveis pelo desenvolvimento. Não cabe a eles fazer e nem tomarem a frente de tudo. Conheço tropas que em muitos casos os monitores são partes importantes nos programas não só na sua confecção como atuantes nos jogos e outros. A Patrulha de monitores é a fonte do sucesso.

Em breve a continuação destas sugestões aos meus amigos chefes de Tropa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Era uma vez... Um planeta azul chamado Terra!


Lendas Escoteiras.
Era uma vez... Um planeta azul chamado Terra!

               A vista era maravilhosa, debaixo daquele enorme castanheiro em um banco simples de madeira feito por ele mesmo estava sentado Lord Baden-Powell. Gostava de todas as tardes ficar ali, olhando seu planeta azul que se destacava no infinito entre milhares de estrelas brilhantes. Suas lembranças ainda estavam vivas. Morava em uma Colônia que tão singelamente batizaram de “Fraternidade”. Era uso fruto dos Escoteiros que um dia partiram para as estrelas. Lord Baden-Powell fazia questão de receber todos com um sorriso com um aperto de mão um abraço forte dos que chegavam da terra. Sorrindo dizia que armassem a barraca no campo mais verde, nas campinas mais florida onde o jorro de uma nascente ou cascata acontecia, e árvores frutíferas que proliferavam. Absorto em seus pensamentos Lord Baden-Powell não viu chegar seu amigo Kenneth Maclaren. Amigos de longa data desde a Guerra do Transvaal e do primeiro acampamento em Brownsea. Eram grandes amigos e sempre se reuniam ali.

                Recebi seu recado General – Disse Kenneth. Lord Baden-Powell sorriu. Sabia que ele teve muitas propostas de outras colônias no céu, mas recusou todas. Era um amigo de verdade. – Sabe Kenneth, preciso de um favor seu – As suas ordens meu General! – Baden-Powell riu e prosseguiu. Tem vários anos que não vou a terra e não sei como vai o escotismo por lá. Você sabe que breve irei para uma colônia de mais luz e nem sei se posso ajudar os Escoteiros terrenos. Se você tiver condições tire uma semana e faça um périplo na terra observando. Tente ver como está o método o aprender fazendo e se o sistema de patrulha está perfeito. Veja também se eles mantem muitas das tradições que deixamos. – Seu pedido é uma ordem general. Irei nesta semana mesmo. Kenneth se despediu não sem antes deixar lembranças a Lady Olave St. Clari Soames, a esposa de BP. Logo que ele partiu Lord Baden-Powell avistou uma tropa de chefes em curso comandada por seu outro grande amigo Chefe John Thurman. Ele sabia que John um antigo diretor de Gilwell Park era mestre em cursos deste tipo. Mesmo com alguns problemas sua colônia tinha muita gente boa.  

                   Na semana seguinte seu amigo Kenneth o procurou. – Já de volta? Disse BP. Já General. E olhe não trago boas notícias. BP não disse nada. Amigo vamos conversar em nosso ponto de reunião. Você sabe que eu amo sentar embaixo daquele castanheiro. – Eu sei General o senhor fez questão de fazer uma réplica de um que existia em Mafeking. Lembro que o senhor adorava ficar lá sentado pensando sobre a guerra. Pois é, mas me conte. - Para dizer a verdade General não tenho muito para contar. Desde a última vez que estive na terra que o escotismo não é mais o mesmo. Estão fazendo grandes modificações. Existe uma liberdade tal que mais parece uma indisciplina assistida. Países que se dizem modernos abrem mão em varias questões que em sua época não iriam acontecer. Uma liderança mundial chamada de WOSM ou OMME tem aprontado poucas e boas.

                  BP. Já sabia deste pormenor. Não havia como mudar. – B-P balançou a cabeça convidando-o a continuar. Olhe General rodei vários países, mas demorei mais no Brasil. Sei que o senhor nunca esteve lá e fez muito bem. Eu até que gostei de muitos chefes que estão atuando, são voluntários de valor e tentam ao seu modo educar a mocidade. Pena que lutam só. As autoridades brasileiras desconhecem o movimento. Dizem que eles só sabem vender biscoitos e ajudam a atravessar idosos nos sinais de trânsito. Muitas cidades aproveitam deles para plantar árvores, limpar praças, ajudar nas calamidades e carregar viveres para os necessitados. Eu sei que a ajuda ao próximo é bem vinda. Mas acampamentos? Técnicas Escoteiras? Quase nada. Eles dão enorme valor aos encontros nacionais e internacionais.

              – Me diga falou BP sabe se o escoteirinho de Brejo Seco conseguiu ir em um Jamboree? Nem pensar General. A taxa que cobram é só para ricos. Me contaram-me que os lideres gostam de cobrar. Afinal eles tem agora uma organização que dizem ser perfeita. Adoram taxar tudo que fazem e até cobram também do que os outros fazem. Tem uma loja que só eles podem vender seus produtos e os preços são acessíveis. Os mais pobres e humildes não tem vez. A palavra de ordem é: - Escotismo é para ricos! - BP pensou: - Coitado do escoteirinho de Brejo Seco. – Olhe General, a direção escoteira brasileira se apropriou de muitos termos e programas que o senhor fez. Registrou tudo como se fossem os donos. Surgiram outras associações e são tratadas a ferro e fogo. Todas levadas às raias dos tribunais de justiça. Esqueceram do sexto artigo e estão esquecendo da fraternidade. Do nosso uniforme que usamos lá na terra muito foi alterado.

                 Fazem questão de praticar um escotismo moderno, estão tentando apagar o passado, as tradições e só se preocupam com o presente. Os novos a gente sabe, passa a ser um hábito de comportamento e formação. Criaram novo uniforme e quer saber general? São mais de dezoito tipos a escolher. Disseram que um antigo poderia ser usado mas não vendem as peças em sua loja. Quer saber general? É comum colocar o lenço amarrado nas pontas e se dizer Escoteiro. Tem muita coisa general. Muita mesmo. Eles agem sem consultar ninguém. Não há transparência do que fazem. Pesquisas? Nunca existiram. Felizmente boa parte dos chefes são pais novos e desconhecem as tradições.

                  Lord Baden-Powell olhou para o seu planeta azul. Rezou muito. Pediu ao senhor que suas idéias não fossem desvirtuadas, que o amor e a fraternidade através do escotismo seja em forma de uma grande fraternidade mundial. Lady Olave chegava com John Thurman. Este sorriu e disse – Eu já sabia General. Em 1954 antes de vir para cá, deixei para eles uma mensagem onde escrevi com todos os meus conhecimentos adquiridos. O chamei de os Sete Perigos. Disse tudo que poderia acontecer. Falei sobre administração, sobre centralização, Seriedade demasiada, falei sobre exclusividade transparência e austeridade. Disse o que o senhor pensava sobre o escotismo entre os pobres. Falei da sua simplicidade e do prazer do rapazes que faziam um escotismo simples. E terminei dizendo que os únicos capazes de por o escotismo a perder são os próprios chefes e dirigentes. Finalizei dizendo que se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado auto-suficientes, então - e apenas com essas coisas - poderemos arruinar o Movimento.


                 Lord Baden-Powell perguntou ao seu amigo Kenneth: Sabe me dizer se o Vado Escoteiro já chegou? – Não General, ele ainda vai ficar na terra por mais alguns anos. Ele anda meio “pitimbado” mas escreve sobre escotismo e muitos não gostam do que diz. Os chefões e dirigentes nem dão bola ao que ele comenta. BP não disse mais nada. Era hora do grande cerimonial de Bandeira que todas as tardes acontecia em sua colônia. Pelo menos ali a disciplina, a fraternidade e o respeito era comemorado em todos os dias da semana. – Parou cumprimentou a todos na enorme ferradura e ao comando de arriar a bandeira fez sua saudação Escoteira com orgulho.  Ele sabia que nunca deu procuração a ninguém para falar em seu nome. Afinal o escotismo não tinha dono, ele era dos que quisessem seguir sua cartilha. Olhou de novo o planeta azul ajoelhou e pediu ao Senhor que fizesse da Terra um mundo feliz para todos os Escoteiros!