Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Pitfundo, o Chefe que engoliu o apito.


A história que não foi contada.
Pitfundo, o Chefe que engoliu o apito.

                 Você o conheceu? – Claro que sim Chefe. Quando soube do que aconteceu eu rezei quarenta Ave Maria e trinta Pai Nosso! – Nossa! Vejo que gostava dele – Não é questão de gostar Chefe, mas Pitfundo era irritante. Apitava que nem um danado. Ele ria se inchava, se mostrava como o verdadeiro sargentão no apito. E olhe se alguém chegava atrasado, levava uma carraspatana e um apitaço no ouvido para não esquecer nunca mais! Como ele era magro gordo, alto ou baixo? Baixo Chefe, uma barriga maior que a sua. Andava com as mãos balançando. Gostava de fazer jogos de transportes em maca e ele se fingia de doente para ser carregado! Olhe Chefe, ele tinha mais de cento e vinte quilos!  Um dia ele se apaixonou pela Pamonia, o senhor lembra-se dela, todos a chamavam de Olivia Palito, a mulher do Popeye. Ela não tinha namorado, mas Pitfundo era chato demais com aquele apito alemão e ficava de olho nela. Ele comprou muitos apitos. Um francês, um inglês um americano e um italiano. Andava com todos no bornal para uma eventualidade.

                 Olivia Palito não deu bola. Nem ligou. Ela era a Diretora Secretária do grupo. Solteira, trabalhava na Biblioteca Municipal. Dizem que entrou no Grupo Escoteiro atrás de um marido, mas suas investidas davam em nada. Ela comprou uma vestimenta destas novas que os “Maiorais” inventaram. Comprou logo cinco tipos. Cada reunião vestia um. Ia às reuniões do distrito, região e não perdia uma boca livre na nacional. Era perita em Assembleias e o escambal. Gostava de ficar passeando nos salões e despistava sempre entrando nos WC dos homens! Risos – “Discurpe” gente me enganei, procurava os da madame foi engano! Pois é. Uma vez ficou atrás do Presidente do CAN por dias. Não deu sossego ao coitado. Coitado? Bem namorar Olivia Palito era melhor namorar o Quasímodo. Sabia que no Brasil não tiraria nenhuma lasquinha em chefes Escoteiros então foi parar no Jamboree do Japão. Agora sim pensou esta turma dos olhos costurados não me escapa!

                   Não conseguiu nada. Com muito custo começou um affair com um Chefe japonês. Gordo, enorme, pesava cento e oitenta quilos. Ela em principio assustou, mas soube que ele era cheio da grana. “Lutador de Sumô” e Samurai disseram para ela. Não conhecia o esporte, mas viu que ele era podre de rico. A levou para sua mansão. Chegando lá chamou seu interprete: - Senhô diz que senhora será a sétima esposa. Todo domingo será sua vez! Sumiru Ka Kombi avisa que vai ser a sétima gueixa. Vai se chamar Cotira na Nuka. Deve obedecer as ordens de Sumira ká Nota a primeira esposa. Olivia Palito tremeu. Que roubada me meti? Pensou. A noite fugiu a pé do castelo de Sumiru Ká Kombi. No Jamboree desistiu de namorar japoneses. Ficou impressionada com os Escoteirinhos japoneses. Uns tiquititos de nada e falavam japonês de cor e salteado, já pensou? Voltou para sua terra pensando em namorar Ptifundo. Só sobrou o apitador chefe das multidões.

                  Ele o coitado solteiro desistiu de Olivia. Que ela fosse a Chefe que quisesse ser, mas não seria mais sua esposa. Foi então que conheceu Praquitinha. Amor à primeira vista. Pegou seu bornal, encheu de apitos e foi até a janela da casa dela altas madrugadas. Apitava por dois minutos cada um dos seus apitos. Quando o silvo agudo do apito de marinheiro começou levou um tiro de espingarda chumbinho no traseiro. Era o pai dela de saco cheio com tantos apitos. Gritou e rolou pelo chão berrando que estava morrendo. No hospital disseram que foi só oito balinhas cheias de querosene e sal. A escoteirada de sua tropa pagou pelo que não fez. Polenta, Nariz Longo, Zebedeu e Joelho Seco os monitores se revoltaram. As patrulhas se reuniram. Procuram o Diretor Técnico Cobra D’água que nada resolveu. Procuraram o distrital Sapo do Brejo e nada também. Na região nem recebidos foram.

                  Reuniram a tropa. Discutiram por oito horas seguidas. Todos eram unânimes que se o Chefe Pitfundo quisesse apitar que fosse apitar no raio que o parta. Muitos Escoteiros estavam ficando surdos de tanta apitaria! O Presidente da Nacional Doutor Aquiquemmandasoueu, mandou um recado: - Vocês pagaram a mensalidade anual da UEB? Não? O Chefe Pitfundo pagou. Portanto ele é bem vindo. Se quiserem pagar posso pensar em resolver o caso do Chefe o Chefe Apitador. Duros não sabiam o que fazer. Bem ninguém resolveu o problema dos Escoteiros. Pitfundo parece que soube do motim da tropa. Agora é que não daria mais sossego. No lugar de jogos cinco minutos de apito inglês. Técnica seria substituída pelo apito francês e assim por diante. Viajante um Escoteiro da Patrulha Trombeta apresentou um plano. A tropa aprovou. Fizeram uma vaquinha e compraram uns vinte super bonder. Encheram sem o Chefe ver os miolos dos apitos.


                 Naquela reunião logo que chegou meteu a boca no apito americano. Ele gostava. Gostava de ser chamado Boy Scout gud Morney. No primeiro apito nada, sem som. No segundo perdeu o fôlego, no terceiro puxou o ar ao contrário. O apito foi sugado pela sua boca e desceu como um bólido pela goela até o esôfago. Ele berrou sem voz. Começou a dançar em volta de si próprio. Começou a fazer xixi na calça. Pulava feito Macaco Prego. A diretoria veio correndo. Chamaram o Samu que ao socorrê-lo sentiu que ele lançava violentamente para fora de si o canhão que vomitava fogo. O apito foi parar longe. A Tropa Escoteira deitada no chão rolava de rir e dava gargalhada atrás de gargalhada. Olhe, não sei se ele continuou na tropa, mas nunca mais apitou em sua vida. Olivia casou com Jujú Marreco e tiveram vinte filhos. Dezoito deles são lobinhos, escoteiros e seniores. Que eu saiba o apito foi proibido naquele grupo escoteiro. Bem feito pensei, que sirva de exemplo para os chefes apitadores! Kkkkkkkk kkkkkk.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Apenas um comentário...


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Apenas um comentário...

O que é farda: Tipo de roupa que, possuindo determinado padrão, é utilizada por militares, estudantes etc.: Sinônimos de farda: Traje, uniforme, beca e fardamento. Vestimenta: - É usada como sinónimo de vestuário, trajes ou roupa.

                   Meus amigos e amigas do Movimento Escoteiro. Os que me acompanham devem ter notado que as fotos que ilustram minhas publicações em sua maioria são de jovens sorrindo, fazendo escotismo e se possivel praticando o escotismo de campo. Costumo dar preferencia a boa uniformização de alguns países principalmente Portugal e a França pela apresentação que fazem do uniforme. No Brasil faço questão das fotos com uniforme caqui e quase nunca a Vestimenta. Por quê? Como sabem sou um Velho Escoteiro que preza muito o garbo e boa ordem. Um “çabio” da EB resolveu adotar como norma e liberou para quem quisesse usar a vestimenta com a camisa para fora, sem o meião tradicional e calçado de qualquer cor. Este Velho Chefe acha isto fora de propósito. Os comentários que tenho ouvido e visto não são benéficos a esta maneira de se vestir escoteiramente.

                Desde os primórdios do escotismo no Brasil, nosso maior Marketing sempre foi o nosso uniforme e a boa ação. Mesmo com um efetivo bem menor, éramos conhecidos de norte a sul, e frequentemente as empresas ou novos produtos lançados davam preferencia ao escotismo de uma maneira geral. O Sempre Alerta, o Rataplã, a calça curta, a boa ação e as atividades de campo eram sinônimos de escoteiros do Brasil. Aparecíamos no rádio, na TV (no seu inicio) nos jornais e éramos constantemente contatados para palestras em escolas, universidades, grupos empresariais entre outros. Ainda não havia a preocupação de ter um caixa sadio e nem esta falta de espirito Escoteiro onde quem não tem registro não existe para a EB. A UEB na época não tinha ainda sede própria, poucos profissionais, mas muito mais atuantes, pois de Norte a sul alguns deles se sobressaíram ajudando e colaborando na formação de chefes e Grupos Escoteiros. Eu sou testemunha da história de alguns deles.

                  O tempo encarregou-se das mudanças que estamos vivendo hoje. Não temos marketing, vez ou outra pejorativamente somos comentados na TV no rádio e na imprensa escrita. O escotismo tornou-se um eterno desconhecido, salvo algumas cidades do interior nem vistos somos mais. Vamos de carro e de carro voltamos. Muitos vestem seu uniforme ou vestimenta na sede. Vergonha dele ou vergonha de ser escoteiro? A EB de hoje se preocupa mais em aumentar seu caixa do que abri-lo para ajudar os Grupos Escoteiros mais necessitados. Um trabalho de confiança, de colaboração nunca é feito gratuitamente. Fazem questão de mostrar quando alguma atividade nacional dá prejuízo e choram com isto. Quando dá lucro ninguém fica sabendo.

                 Neste mar de mudanças, de alterações do método, dos valores do passado e da preocupação em zelar pela continuidade dos dirigentes, pela empáfia de alguns ou mesmo pela truculência ou prepotência por estarem revestidos em um cargo nacional, dificilmente os associados da EB podem participar diretamente na eleição dos diretores ou mesmo sugerir o melhor caminho a seguir. Vemos uma democracia participativa onde poucos podem opinar ou votar. A cada dia somos surpreendidos por uma mudança, uma exigência e alguns mais próximos dos grupos fazem questão de dar seu credito aos de cima, ameaçando aos mais humildes com dizeres nem sempre educados. Não são muitos, graças a Deus.

                  No meio do alvoroço das mudanças criaram a vestimenta. Um “çabio” dirigente sem consulta a turba escoteira das unidades locais, riscou no ar um desenho de 19 tipos, sendo que um deles permite o uso da camisa solta, da meia de qualquer cor e da apresentação. Qualquer um pode ver que ter dezenove tipos é fora de propósito e por outro lado uma forma de engordar o caixa da EB. Afinal a EB é detentora de tudo que se diz Escoteiro, a única que pode vender produtos escoteiros e ninguém pode em sã consciência discordar que ela age como um “Truste” transformado em Associação. Sei que foram benevolentes em dar aos grupos o direito de escolha o que vestir. Uniforme ou vestimenta. Em contra partida exigiram no início o uso da vestimenta por parte de todos aqueles que tinham um cargo na EB. À medida que novos grupos iam surgindo à vestimenta é quase imposta aos novos grupos. Passaram anos e estamos hoje com alguns de uniforme e a maioria com a vestimenta. Se ela desbota, se ela é de péssima confecção, se ela não aguenta as atividades de campo dos escoteiros, poucos reclamaram. Alguns pagam com prazer trocando a cada seis meses a vestimenta. Bom ser rico.

                   Sei que muitos terão mil e uma explicações para tal ação. Não entro no mérito. Não adoto o modernismo feito de maneira tão simplória, cuja apresentação para mim demostra falta de garbo e se apresenta aos olhos do publico de maneira adversa ao que criamos entre a população brasileira no passado. Escolhas são escolhas. Parabenizo aqueles que se apresentam com a vestimenta mostrando orgulho do que usam a estes terei sempre uma nota de parabéns. Não importa se a norma existe. Quem as fez deve ser alguém que não conheceu o significado de garbo, de orgulho Escoteiro que tanto presamos no passado.


                  A história é uma só. Não vou contá-la novamente. De uma coisa eu sei, o escotismo brasileiro está sendo aos poucos achincalhada por alguns dirigentes que ainda não se tocaram das nossas tradições e do nosso orgulho do escotismo que fizemos. Não temos marketing. Dizer que basta o espírito Escoteiro e que o uniforme é apenas uma peça complementar não vai explicar o esquecimento da sociedade brasileira para com o escotismo. Quem sabe um dia teremos uma liderança nacional que vai se preocupar com nosso futuro e pensar mais nos associados e não no caixa e com isto poderemos ver frutos que hoje não vemos.