Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 17 de dezembro de 2016

Aviso... Hoje não tem reunião, tem férias de montão!


Aviso... Hoje não tem reunião, tem férias de montão!

Hoje? Não tem reunião, estamos de férias. Humm! Férias? Mas Chefe! Eu não vou viajar, vou fazer o que? Ficar com saudades do senhor e dos meus amigos e amigas da Tropa? Chefe, oh! Chefe. Please! Não quero ficar sem minhas reuniões, sem minhas excursões, sem meus amigos a escoteirar de bandeira solta ao vento explorando montanhas e vales por este Brasil. Eu sei Chefe que o Senhor e os demais vão viajar, afinal tem suas famílias para cuidar. Eu compreendo, mas dizer que está cansado? Pode até ser Chefe, mas olhe são reuniões de três horas cada uma por semana, dois acampamentos por ano, quem sabe alguma atividade extra-sede. Cansado mesmo Chefe? Tudo bem vá descansar. Um mês Chefe um mês e não me deixe na mão.


Feliz passeio Chefe, que tenha ótimas férias para quando voltar, vamos sair por aí, de mochila no costado, bastão bem envergado, e porque não uniformizado e levar uma boa matutagem no bornal. Deixe o vento nos levar, vamos correr pelas campinas explorar aquelas colinas e rolar na grama para matar as saudades. Quem sabe um cafezinho feito pelo cozinheiro? Vamos lá Chefe, quando acabar suas férias vamos dormir na barraca do céu estrelado, pois se estamos acampados nem barraca vamos levar. Oi Chefe! Até mais. Esteja onde estiver, Feliz Natal. E leve meu sorriso e meu fraterno abraço. Sempre Alerta Chefe e não se esqueça de nós!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A arte de contar historias...


A arte de contar historias...

                        Contar histórias é uma das mais belas ocupações humanas e a Grécia assim o compreendeu, divinizando Homero que não era mais que um sublime contador de contos da carochinha. Todas as outras ocupações humanas tendem mais ou menos a explorar o homem; só essa de contar histórias se dedica adoravelmente a entretê-lo, o que tantas vezes equivale a consolá-lo. Infelizmente, quase sempre, os contistas estragam os seus contos por os encherem de literatura, de tanta literatura que nos sufoca a vida!

                  Eu gosto de contar histórias. Influencias diversa me colocaram em fábulas reais ou imaginárias. Garatujo algumas baseadas em fatos autênticos, outras com uma pequena dose de ficção deixando no ar o gostinho da dúvida – Será que foi ou não verdade? – É o meu estilo de escrever.  Minha biografia escoteira e pessoal foi cheias de episódios, momento alegres, algumas aventuras com desfechos nem sempre felizes. Todos eles ficam marcados na memória. Alguns legítimos, outros apócrifos, e outros... Ah! Nestes casos ficam anotados na mente, com espaços ilimitados gravados em micro chips humanos, como recordação para a posteridade. Desses não esqueço nunca. Outros nem tanto. Um amigo já me disse que preciso fazer um backup para nada se perder no tempo quando me for.

                  Alguns contos ou narrativas são flashbacks que surgem com final feliz. Poucos com desfechos um tanto tristonhos, mas que fazem parte da vida e da história da humanidade. Importante saber que todos nós temos sempre uma história para contar. E se pudéssemos montar nossas biografias com fatos e feitos ocorridos, teríamos um volume imenso em paginas impressas no imaginário livro da vida.


                       Uma ótima tarde a todos vocês meus amigos e minhas amigas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Coisas da vida. Chefe porque eu devo morrer?


Coisas da vida.
Chefe porque eu devo morrer?

                     Tijolinho da matilha Amarela no salão de jogos sorriu para mim e sem eu esperar perguntou: - Chefe porque eu tenho que morrer? – Danado de garoto! Pegou-me em cheio. Sempre estou preparado para orientar e mostrar o melhor caminho a seguir quando sou procurado, mas Tijolinho me deixou de calças curtas. Eu sei que a morte é um processo natural da vida, morte e vida estão intrinsecamente ligadas, uma não existe sem a outra. É como a palma e as costas da mão. Não há vida sem morte e também não há morte sem vida. O que devia responder a Tijolinho? Espiritualmente cada um tem sua maneira de interpretar a morte. Não é bem vista. Ninguem gosta de falar sobre ela. Lembro-me do meu Avô que no seu leito na sua cama, me disse uma vez: - Uma gera a outra como se fosse uma roda que gira sem parar criando um ciclo após o outro.

                      Eu sempre acreditei que seria fundamental ajudar aos jovens a entender e aceitar a morte, mas para isto não as podemos confundir nem enganar, nem impedir que saibam a verdade. O silêncio as perguntas sem resposta, às respostas sem sentido figurado reforçam a visão da morte como algo interdito ou tremendo. Ninguem gosta de falar dela outros falam evasivamente e arruma-se logo uma explicação ilógica. Assim sem perceber geramos coisas horríveis, que criam medo e até complicações de saúde. Esconder quando alguém próximo morreu só complica a situação e adia o inevitável. Afinal morte é morte e não tem outra maneira de dizer. É muito comum à gente falar para as crianças que ela foi para o céu, adormeceu para sempre. Transformou-se em uma estrelinha. Seria o certo? Será que não estamos confundindo e estamos desenvolvendo fobias como o de andar de avião ou adormecer?

                     Tijolinho me pegou pela mão e falou novamente: - E então Chefe, vai ou não me explicar porque eu devo morrer? – Precisava responder. Não sabia como. Eu sei que não é correto manter o jovem a parte quando alguém que ele ama está doente ou em fase terminal da vida. Não adianta, o jovem vai perceber que se passa algum muito grave e que não lhe querem dizer. Isto até pode aumentar a sua angustia e a sensação de exclusão. Não é fácil aceitar a morte. Quem sabe por que acalentamos o desejo de eternidade. Temos medo de morrer, mas a hipótese de nunca morrermos parece ainda mais assustadora. Afinal porque o silêncio? Porque impedir que as crianças de descobrir a verdade? Não seria melhor dizer a ele para perguntar a sua mãe ou ao seu pai? Quem sabe eu poderia ir de encontro ao que eles pensavam. Temos o medo do desconhecido, da separação de quem amamos, de não viver uma vida plena, de envelhecer e perder a dignidade.   

                 Fico pensando se não é melhor viver a nossa vida com sentido, estabelecendo uma proximidade com os outros se não atenuaríamos a ansiedade que temos perante a morte. Uma escritora escreveu que a morte nunca deixa de estar presente em nosso íntimo. Ela é para nós um dos maiores enigmas da vida. Quanto mais refletimos mais apreciamos e valorizamos cada instante da vida. Sabemos que não é a morte que assusta as crianças, é o nosso medo de contagiá-las. Ela a criança receia mais a separação, ficar desemparada de quem ama. A visão sombria e terrífica da morte é algo que devíamos aprender culturalmente. Cabe a todos fazer um esforço para que não deixemos de ser assim. – Olhei para Tijolinho e mais dúvida eu tinha em dizer algum para ele.

                 Enganar? Jogar o problema para os pais ou para os religiosos? Quem era eu afinal? Um Chefe Escoteiro que nem sabe ajudar a quem precisa na hora certa? - Respirei fundo. – Tijolinho a vida é feita de momentos, momentos pelos quais temos de passar. Sendo bons sempre para o nosso aprendizado. Nada é por acaso, nada acontece sem que tenha uma explicação. Somos parte da vida e nem sempre podemos decidir o que o Chefão lá do Céu resolveu. A vida Tijolinho é perfeita naquilo que tem que ser. Sonhos não morrem apenas adormecem na alma da gente. Vai chegar a hora que iremos morrer. É natural que seja assim. Lembre-se que as folhas morrem e novas substituem as que se foram. As flores vem e vão. Crê em você mesmo, quando você esforça a vida sempre estará pronta para te ajudar.


                  - Tijolinho me deu um sorriso. Nem sei se ele entendeu o que eu quis dizer. Eu tenho minha crença e a morte para mim é a continuação da vida. Ela não para e é constante. Tijolinho gritou alto: - Melhor Possivel Chefe, a Akelá me chama para o jogo do Tigre. Não posso perder! E saiu correndo para sua matilha com a esperteza dos lobos de Seeonee. É muito difícil ser um Chefe Escoteiro. Tem coisas que não se explicam que não aprendemos que não estamos preparados para ajudar aos jovens que nos procuram com sua ingenuidade. Enfim, como disse Chico, a vida é assim. Nascer... Viver... Morrer... Nascer de novo, pois esta é a lei! Verdade?