Contos de
Fogo de Conselho.
“Amâncio”.
Olhou para seu monitor e pensou em dar uma
resposta à altura. Eram da mesma idade e Torpedo só mandava e nada fazia. Deu
para empurrar a patrulha quando em fila. O jogou no chão algumas vezes. Fervia
de raiva. Porque aceitar aquilo? Prometeu a si mesmo sair depois do acampamento
em Aguas Formosas. Sonhava com ele. Um ano de preparação. Perder tudo que criou
na sua mente? E o Caminho do Tarzan? E O elevador de cordas?
Treinou amarras, costuras,
desenhou. Sabia de cor o que ia fazer. Deixar tudo para trás? Não dizia para
sim mesmo que só os fracos desistem? E porque o Chefe não via as ações de
Torpedo? Porque aceitar um monitor sem qualidades, mandão, déspota, prepotente
a “comandar” uma patrulha que nunca iria aprender a andar com suas próprias
pernas dirigidas por um monitor sem formação?
Foi para casa pensando o que
fazer. Quantos entraram na patrulha e sairiam? Há dois anos quando entrou a
patrulha tinha sete, Torpedo entrou e saíram tantos que agora só tinham quatro
e olhe que mais de oito entraram e saíram. Uma conta que não fecha. Resolveu
falar de homem para homem. Foi à casa de torpedo.
Ficou horrorizado com o que
viu. Seu padrasto com uma correia na mão lhe aplicava a maior surra. Sua mãe
corria pedindo perdão. Torpedo chorava e gritava. A patrulha policial chegou.
Levou o Padrasto de Torpedo. Sua mãe o levou para o hospital, pois estava todo
machucado.
No sábado ao chegar à sede ele
deu um enorme abraço em Torpedo. Este espantado não sabia o que dizer. Amâncio
sorriu. – Torpedo, a amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento.
Duplica a nossa alegria quando dividimos a nossa dor. Torpedo sorriu e abraçou
forte Amâncio. Ficaram amigos para todo o sempre!
Nota de rodapé: - Decisões nem sempre são fáceis de tomar.
Principalmente aquelas prometidas e nunca cumpridas. Era a vez de Amâncio
decidir. Não dizem que a palavra desistir não existe para os escoteiros? A história
irá explicar melhor. Bem vindos aos fortes, àqueles que sabem a hora certa de
tomar uma decisão.
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