Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Nada de novo no Front.


“Nada de novo no Front”.

                 - Nada de novo no Front é um livro do escritor alemão Erich Maria Remarque. Aos dezoito anos de idade, ele conheceu as trincheiras alemãs da Primeira Guerra Mundial. Foi ferido em três ocasiões. Saiu do conflito profundamente marcado e perplexo com a crueldade da guerra. Durante a década de 20, enfrentava a insônia carregada de fantasmas tomando notas sobre os horrores que viu e viveu no front. Os rascunhos formavam o núcleo de um romance. Publicado em livro no ano de 1929, “Nada de Novo no Front” firmou uma posição radicalmente pacifista em um mundo que ainda via a guerra como uma alternativa política e determinou o perfil antibelicista que habita a literatura ocidental até hoje.

                  Apenas um introito. Aqui a frase é para mim uma continuação do que estamos vendo a cada ano no Escotismo Brasileiro. A vida continua e ninguém se rebela, todos aceitam e nosso Escotismo vai virando um movimento elitista onde as idéias do fundador ficam perdidas no tempo que chamam de moderno. Outro dia postei um artigo perguntando o que aconteceu aos chefes que fizeram uma celeuma grande do preço da taxa do Jamboree em Barretos. Neste artigo comentei sobre chefes que se gabam de sua ida, e nada dizem dos seus jovens. Afinal não seriam eles a razão do escotismo existir?

                  E eis que alguém posta comentando o Boletim Numero dois da EB. Lá vemos que a EB tem novas ideias para seu Jamboree. Kit de “trecos” de cozinha e claro, uma oferta de cair o queixo. Alguns víveres oferecidos sem ônus. Dizem que é assim nos Jamborees em outros países. Poxa, agora? Porque ela não refez como diz os contratos quando assinados? De “besta” fui lá ao artigo e deixei minha revolta. Escrevi perguntando o porquê tantos chefes dizendo que vão e nada falam de seus escoteiros dos seus seniores. Eles vão ou não vão? Sei lá. Hoje acho que o escotismo é para o prazer e alegria dos chefes. Meninos são meros complementos.

                  Passado o primeiro calor do momento voltei novamente ao artigo e apaguei o que escrevi. Achei melhor escrever sobre o tema. Quando vi um dirigente dando parabéns e rindo como sempre faz, preferi armar minha barraca do outro lado do rio. Sinceramente isto não existia no passado. Chefes turistas que só pensam neles e pouco se dão para seus meninos. Gritam que o Staff terá preço menor. Bom isto, agora tem Staff. E ainda pagante! Putz Grila! Mas continua o preço indicado. Cada mês um valor a ser dividido. A media é seiscentas piulas. Brinco muito com a personagem fictícia que criei o Escoteirinho e Brejo Seco. Pobre nunca pode ir a nenhum Jamboree.

                   Seu Chefe o Zé das Quantas também uma criação fictícia, dá um duro danado no trabalho e ganha pouco mais que dois salários mínimos. Família para criar, meninos escoteiros para ajudar não sobra um “tusta” para participar de um evento grandioso da EB que rí a toa a dizer que agora o Jamboree é internacional. O além-mar e vizinhos estarão presentes. Pois é. A ideia de BP que o escotismo foi criado para os jovens mais humildes, mais pobres no Brasil de hoje mudou completamente de plano. Tu tens? Se não tens dance a dança da chuva e se molhe, mas fora do escotismo.

                    E eu me remoendo com tais dirigentes que se acham os tais e queimando minha testa com meu chapéu neste sol quente ainda fico pensando e acreditando que tudo isto pode mudar. Sei não... Ouça o jovem, pergunte ao menino, fale com ele e de comum acordo vá na trilha que ele escolheu. Mas o jamboree? Será para poucos, só para quem pode pagar e se na Patrulha tiver alguém que não pode, ele terá o direito de ler no Facebook a alegria dos que foram principalmente dos chefes turistas e das saudades a espera de um novo Jamboree que irá acontecer nos próximos anos. E viva o escotismo moderno.

                    Não conhecia o Chefe escoteiro turista. Conheci outros, os abnegados, os lutadores e os vencedores. Turistas? Pois é, dizem que temos um Chefe para cada cinco meninos e já estou vendo a hora de ter um menino para cinco chefes. Chefes? Não são não. São apenas apanhadores dos sonhos de meninos que um dia sonharam e não conseguiram realizar.

Chefe Osvaldo

Nota de rodapé: - Sem maiores comentários deste artigo. São tantos já publicados que nem vou repetir o que sinto deste tal escotismo moderno. Escotismo de ricos, pois o pobre aqui não tem vez. E tenho dito! 

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