Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Conversa ao pé do fogo. Cem anos de escotismo. Valeu?


Conversa ao pé do fogo.
Cem anos de escotismo. Valeu?

                Em 2010 o escotismo fez cem anos. Muitos resultados a apresentar. Alguns calculam que mais de quinhentos milhões de seres humanos passaram pelo escotismo. Um número surpreendente. Centenas de milhares de homens e mulheres que documentaram o valor do escotismo. Posições chaves em seus países, políticos, cantores, atores, muitos reconhecidos pela sua performance em suas atividades profissionais e tantos outros dignificam e dignificaram o método Badeniano. Agradecidos a BP pelo que representou em seu modo atual de vida. Isto é o melhor Marketing, a melhor propaganda para alavancar e tornar conhecido o escotismo em todos os tempos.

                 Em centenas de países o escotismo sobrevive com sucesso e muitos lutando para que não se apague a chama escoteira que tão bem nos conduziu pela trilha do sucesso de nosso fundador Baden-Powell. Artigos, contos, marketing são escritos e mostrados na imprensa falada, escrita e televisada. Alguns países se retraem outros crescem a passos largos. Queira ou não a politica se sobressai juntamente com os egos de cada um. O “eu de cada um” é o que caracteriza a personalidade de cada individuo. Nestes casos nem sempre no escotismo isto leva ao “Caminho para o Sucesso”.

                 Não sou um emérito conhecedor e estudioso do escotismo nos países que assentaram as bases Badeniana. Até mesmo no nosso País costumo errar nos meus complexos artigos sobre o tema e muitas vezes me deixo levar pelo amadorismo, ou melhor, pelo fascínio que me torna um entusiasmado cobrador de resultados. Sei que se fala muito nos tempos modernos e isto dá uma ênfase a qualquer tema nos tempos de hoje. Quem me dera ser um conhecedor da psicologia social de Sigmund Freud. Um matuto mineiro não pode pensar a tanto.

                 Alguns afirmam que o escotismo em nosso País surgiu nos primórdios de sua fundação, quando o Primeiro Tenente da Marinha de Guerra Eduardo Henrique Weaver e o suboficial Amélio Azevedo Marques que presenciaram o nascimento do escotismo inglês trouxeram a ideia para o Brasil. Afirmam historiadores que no dia 14 de junho de 1910, na casa número 13 do Chinchorro no Catumbi, Rio de Janeiro eles se se reuniram pela primeira vez. Assim nasceu o Centro de Boys Scouts do Brasil. Uma noticia nos jornais da época assim foi publicada:
"À imprensa desta capital, brilhante e poderoso fator de progresso, campeã de todas as idéias nobres, vem o Centro de Boys Scouts do Brasil, solicitar o auxílio de sua boa vontade, o esteio de que necessita para que em todos os lares brasileiros penetre o conhecimento do quanto à Pátria pode ser útil à instrução dos Boys Scouts".

                  Mais de cem anos passados. Alguns afirmam que estas datas servem mais para a historia Escoteira e que a realidade é outra. Historiadores comentam que nosso Movimento Badeniano no Brasil só foi fundado quinze anos depois. Nos anos que se seguiram diversos homens lutaram para dar uma fisionomia e credibilidade no método de Baden-Powell. O tempo passou. Ainda não temos resultados absolutos apesar de que nossa liderança afirma o contrário. Falta ainda muitos testemunhos daqueles que passaram pela fileira escoteira para sermos devidamente reconhecidos como um método importante na formação de jovens.  

                  Cem anos de escotismo. Baden-Powell foi enfático em dizer que precisaríamos manter nossos jovens por pelo menos anos no escotismo. A verdade é que isto não é mais possível com a nova metodologia moderna e educacional que muitos acreditam ser o encontro da modernidade com o presente e o futuro. Ainda temos muito que fazer. Esquecer a metodologia Badeniana ou aceitar o que dizem os pedagogos, pensadores, psicólogos e altos dignitários acadêmicos sobre a nova formação de mentalidade dos jovens no dia de hoje ainda não se provou autêntica.

                    Resultados. Eles que interessam. Devemos esquecer Baden-Powell que criou um método diferente de tudo que se conhecia há mais de cem anos? Tempos da diligencia, da bicicleta bem diferente das tecnologias do dia de hoje. Difícil dizer. Não há mais serventia o facão, a machadinha e a vida na natureza selvagem. A descoberta de novos encantamentos existe hoje de outras formas. A chama do herói, de ser um bandeirante, de ser um amante da natureza vai sendo substituída pelas maravilhas tecnológicas que são oferecidas aos jovens de hoje.

                     Alguns dizem que precisamos nos reencontrar. Quem sabe ouvir mais e falar menos. Quem sabe nossos lideres saem a campo para ver até onde chegamos. Ver a realidade de outra forma sem julgar caminhos que poderão ser contrários ao seu pensamento. Precisamos sim fazer um mea-culpa. Aceitamos muito as ideias dos novos que chegam e esquecemos que nosso passado foi escrito por um homem que até hoje é considerado “Além de seu tempo”!    

Termino o meu artigo plagiando Giancarlo Valente que por si só se explica.
- Somos homens e mulheres provenientes de caminhos diversos, mas unidos na convicção de que o escotismo é uma estrada de liberdade para todas as estações da vida, assim como na de  que a  felicidade está em servir aos outros a partir dos mais fracos e dos indefesos. O adulto Escotista é uma mulher ou um homem de paz: homem livre, uma pessoa que tem a coragem de ir “além de”, uma pessoa que olha o mundo com o olhar de um jovem. O adulto Escotista é uma pessoa competente para transmitir o próprio saber. Uma pessoa que sabe estar junto aos demais, tomando-lhes as mãos. Uma pessoa que vive a historia com o espírito de serviço. O adulto Escotista é uma pessoa que crê no futuro e é um sinal de esperança. Uma pessoa que não se considera ter chegado à meta. Um velho sempre mais velho, fora do contexto social. Se tudo permanecer como está!


O adulto Escotista consegue maravilhar-se olhando ao seu redor. È o que serve sem esperar um muito obrigado. È uma testemunha do empenho em direção aos últimos. O adulto Escotista é um recurso da sociedade futura. È, também, a esperança de uma mudança. - Giancarlo Valente. 

Nota de rodapé: - Um artigo feito para meditar. Pensamentos utópicos ou reais. Cem anos de escotismo já se passaram. Onde pisamos? O que fazemos? Onde estão os resultados tão esperados? Cem anos. Quando iremos ver que o escotismo de Baden-Powell tem de ser compreendido a luz da modernidade sem modificação? De quem é a verdade? Os nossos dirigentes ou aqueles que foram esquecidos na escuridão?
  

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