Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 11 de novembro de 2017

Contos de Fogo de Conselho. Silvio. O que importa é a boa ação.


Contos de Fogo de Conselho.
Silvio.
O que importa é a boa ação.

             A campainha tocou e Silvinho sorriu. Passou toda a aula da professora Doralice sonhando com a bela mochila e o cantil que vira nas lojas Abil. Era um bom aluno e o Chefe Marcio sempre o parabenizava quando mostrava seu boletim. Isto dava pontos a Patrulha. Os Morcegos eram irmãos de sangue como dizia seu monitor. Saiu apressado da escola em direção as Lojas Abil. Entrou sem correr. Não queria que pensassem que era um moleque qualquer. Ele era um Escoteiro, e dos bons. Foi até a vitrine onde expunham os materiais de camping. Viu a mochila verde acolchoada pendurada. Viu também o cantil de capa azul. Ainda não tinham vendido. Já tinha visto o preço. A mochila Cento e quarenta e o cantil sessenta. Um dia iria comprar os dois. Seus pais eram pobres muito pobres. Uma pequena Sapataria e muito fiado. Ele se orgulhava do pai. Era seu herói. Não demorou muito na loja. Saiu assoviando. Gostava de assoviar. “Vem depressa correndo Escoteiro, ajudar o cozinheiro a fazer o jantar!”. Gostava dessa canção.

               Desceu a Rua dos Caracóis e viu debaixo de um banco de rua uma carteira. Viu que estava recheada. Mais de mil reais. Uma fortuna. Daria para a mochila o cantil e muito mais. Não lhe passou pela cabeça ficar com o dinheiro. Mesmo assim pensou a feira e o mercado que sua mãe podia fazer. Seria uma alegria. Era um Escoteiro e nunca faria isto. Lealdade não se impõe se aceita, caráter também ensinou o Chefe Marcio. Procurou seu pai. Explicou. Ambos olharam os documentos. Dr. Mario Marcelo, dentista. Morava no Bairro Palmeiras, Rua do Lavrador 115. Seu pai só tinha o dinheiro de ida para o ônibus, na volta só a pé. Vamos lá, os tostões que tenho para a carne fica para outro dia. Amava seu pai. Sempre o abraçando e sempre cantavam a mesma canção da Vovó: - A montanha feliz!

                  Silvinho foi de uniforme. Só pensava na sua boa ação. Orgulhava-se de vestir seu uniforme. Bateram a porta. Uma moça atendeu. – Poderia falar com o Doutor Mario? – Ele está ocupado respondeu ela de cara amarrada. Podem falar comigo. Preferimos que seja ele. Ela nem respondeu e fechou a porta. Os dois ficaram ali esperando e sentaram no meio fio da rua. Uma hora depois ele gritou na porta bruscamente do seu consultório – O que querem comigo? Estou muito ocupado! – Silvinho se aproximou – Doutor desculpe. Achei sua carteira e vim devolver. Verifique se não está faltando nada! – O doutor olhou. Não falta nada. Agora me deixem em paz, estou ocupado com dois clientes me esperando. Fechou a porta na cara dos dois.
 
                 Silvinho olhou para seu pai e perguntou? Está certo assim pai? Claro filho. Fez o que devia fazer. Se ele não reconheceu não importa. Importa seu ato de grandeza de dignidade. Eu tenho o maior orgulho de você e olhe, prometo que um dia vou lhe dar aquela mochila e o cantil. Quem sabe ganho um dinheiro a mais? E foram os dois cantando pela rua afora, sem ao menos guardar rancor do doutor Mario. Silvinho sentia-se feliz. Ia contar a boa ação para seu Chefe. Sabia que ele iria gostar. Não iria vangloriar e nem contar que o doutor fora mal educado. Ele sabia que o importante foi o que fez. O que os outros fazem deixe para Deus resolver lhe disse seu pai.


E alegre cantou feliz uma canção: - “Vem depressa correndo escoteiro ajudar o cozinheiro a fazer o jantar! Supimpa! Acende o fogo, põe a panela, e dentro dela, o feijão cozinhar!”.

Nota de rodapé: - Boas ações dignificam o caráter. Quanto mais difícil, mas valor tem. É ponto de honra para o escoteiro fazer pelo menos uma por dia. Não as simples e sim aquela que marcam que deixa nas pessoas o orgulho de ser escoteiro e ou ser ajudando por um deles. 

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