Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quarta-feira, 1 de março de 2017

Quer saber? Eu adoro desfilar.


Crônicas de um Velho Escoteiro.
Quer saber? Eu adoro desfilar.

                      Bom demais. Só quem já passou por isto sabe o orgulho, o frenesi de estar ali desfilando, marchando, cantando, ou então tocando em um instrumento qualquer nos desfiles que para muitos se tornaram histórias. Não sei se era uma paixão enorme por ser Escoteiro, por ter passado uma semana engraxando o Vulcabrás, polindo as estrelas de metal, polindo o cinto e dobrando o lenço Escoteiro de olho no seu chapéu de abas largas. Sempre com a mente voltada para o dia especial. Cada desfile tinha um sabor diferente. As palmas do público quando pipocavam a gente sentia um entusiasmo próprio de ser Escoteiro e brasileiro. Não dá para esquecer o palanque, o alto, o direita volver, a saudação à autoridade, o corneteiro brilhando no seu toque, o retorno e ainda dar uma colher de chá aos bairros mais distantes fazendo lá também seu périplo de orgulho em desfilar.

               Eram tempos que ficávamos treinando ordem unida duas três vez por semana. Nestas épocas os acampamentos, as atividades aventureiras diminuíam de intensidade e davam lugar aos treinos, onde todos acorriam no campinho do Zefir Futebol Clube. Eram mães, pais, avós, tios tias, vizinhos e onde a meninada pequena ficava com os olhos brilhando a olhar o treino e sonhar que um dia seria um de nós. Ah! Saudade lembrada, saudade sentida, saudade hoje e para o resto da vida. São saudades eternas. Em um aniversário da cidade ganhamos mais cinco tambores, quatro tarois, quatro bumbos e cinco cornetas. Haja “embocadura” para tocar todas elas. Foi presente do Tiro de Guerra, amigo nosso de longa data. Quando chegou minha hora de servir a pátria eles me receberam de braços abertos. Claro, com uma corneta! Risos. Então voltemos à festividade. Nossa “banda” tinha mais de quarenta instrumentos. Ninguém tinha igual. Formados na sede esperávamos o Munir nosso Maestro e Guia Monitor para dar a ordem de: Grupo! Firme! Em frente, marche!

               Tivemos no passado um fato que marcou. Quer saber? Não fomos bons Escoteiros, mas até hoje eu guardo tudo na memória. O prefeito chamou a Banda de Colatina para desfilar na cidade. Treinada pelos Fuzileiros Navais. Respeitada em todo vale do Rio Doce. Munir nosso maestro e Guia da Tropa gritou: - Vocês são Escoteiros ou monte de “merda”! – Deus do céu, agora era para valer. Lá fomos nós com o orgulho próprio que BP nos deu. Ao passar uma banda pela outra foi como se uma bomba tivesse explodido. Quase houve brigas, mas enfrentamos sem medo. O prefeito não gostou. Reclamou com o Chefe João Soldado. Na partida deles fizemos uma delegação e fomos lá pedir desculpas. Eles riram, e oh! Que vontade de sair no tapa com eles! No vagão enquanto o trem partia gritavam: - Quer apanhar? Vão a Colatina.
             
                Soube que o prefeito pagou todas as despesas, pois muitos instrumentos quebraram. O tempo passou e nós fomos a Colatina várias vezes. Um grupo irmão se fez lá. Ficamos de castigo por três meses. Não podíamos acampar, não podíamos excursionar, nossas bicicletas estavam enferrujando (uma maneira de dizer). Que saudades da minha mochila, da minha barraca, de fazer uma pioneiria, de cantar em volta de um fogo. Mas Chefe João Soldado era duro e queda. O tempo passou e tudo foi esquecido. Esquecido? Nunca vi tantas enquetes da briga nos fogos de conselho. E nas conversas ao pé do fogo? Tinha Escoteiro que rolava no chão de tanto rir. No Sete de Setembro o prefeito não nos deixou desfilar. Deixou que tomássemos conta dos grupos escolares e mais nada. Paciência. Se errarmos nós temos que aprender com nossos erros. O “diabo” maior foi ver a banda de Colatina desfilando e rindo de nós. Acho que merecemos.

                 Sei que hoje somente os saudosos chefes de cidades do interior ainda pensam assim. Eles sabem que a meninada gosta e nas suas cidades todos se orgulham em desfilar. Nunca esqueci quando cheguei em Sampa. Um chefão paulista da gema olhou para mim como se fosse Deus e disse: - Só andando. Passos orgulhosos sem marchar! – Por quê? Eu perguntei. – Porque Escoteiro não marcha, não somos militares. – Um perfeito “bobiota”. Mistura de bobo com idiota. Nem liguei e até marchei com mais força. Lembro que lá por volta de 1980 um destes “bobiotas” de novo falou para não marcharmos. Nada de marchar. Caramba! O que ele sabe ou entende sobre isto? O que ele sabe dos pais e amigos dos meninos que foram ali para assistir? O que ele sabe do orgulho dos jovens em desfilar marchando e sorrindo pelo que estão fazendo? Não sei por que estes “bobiotas” acham que marchar é errado – Um Chefe me disse que isto é militarismo! Não somos militar! – E dai? Quantos meninos sonham com isto? Querem tirar o sonho dos jovens Escoteiros e Escoteiras? Já vi alguns que nem alto, nem direita volver, nem firme e descansar dizem mais. Isto é cortar na raiz o sonho do menino ou da menina que querem desfilar, marchar, sentir o calor humano dos que foram ali para ver e aplaudir.

                        Pois é. Pelo menos ensinam aos militares que o Brasil é grande, que temos orgulho, que servir a pátria é uma honra. Idiotas estes chefes que nada entendem. Gostaria de levá-los para o campo. Se não querem marchar devem ser bons em técnicas Escoteiras. Afinal marchei muito e gostaria, portanto de vê-los no campo.  Mostrar técnicas Escoteiras que eles nunca viram mostrar artimanhas e engenhocas que eles ficariam estupefatos em ver. Mostrar como se trabalha com cipó, como se virar com comida mateira colhida na floresta. Mostrar em um jogo noturno que o Morse é bom demais. Mostrar que ser Escoteiro aprender o que gostamos de fazer. Eu sei que este palavrório de novos tempos é papo furado. Não tem tempo bom tem escotismo bom seja ontem ou hoje. Importante é podemos nos orgulhar do que somos do nosso fundador do nosso Rataplã e do nosso Brasil.


            Época em que nós meninos acreditávamos no brilhantismo de desfilar, lembrar-se de um Don Pedro I em seu cavalo branco a dizer “Independência ou morte”! E na bandeira ao final do desfile todos formados na sede. Cantando com a dignidade de um infante o hino Nacional. Ali lobinhos Escoteiros e sênior sorriam orgulhosamente cantando e terminando com o Rataplã. Nunca esqueci. Os chefes no final do desfile vinham em fileira cumprimentar a cada um. Um aperto de mão gostoso, um sempre alerta saudoso – Parabéns Escoteiro, parabéns lobo, obrigado pela sua contribuição com a pátria. Gente isto fazia um bem danado. Agora não pode. Dizem que é militarismo. Bendito BP um milico que se orgulhava de marchar com seus Escoteiros. E viva o Brasil e abaixo a tirania!

Não te direi o nome, pátria minha, Teu nome é pátria amada, é patriazinha; Não rima com mãe gentil. Vives em mim como uma filha, que és Uma ilha de ternura: a Ilha Brasil, talvez. Agora chamarei a amiga cotovia e pedirei que peça ao rouxinol do dia que peça ao sabiá para levar-te presto este avigrama: “Pátria minha, em marcha, saudades de quem te ama”...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Historias de Baden-Powell. A Campanha Ashanti e outros fatos.


Historias de Baden-Powell.
A Campanha Ashanti e outros fatos.

Baden-Powell trouxe para casa na sua velha Inglaterra e posteriormente usadas no escotismo, muitas idéias obtidas da campanha contra os Ashanti. Hoje conhecida por Gana, na África Ocidental. Muitas delas ainda estão atualmente em uso no Escotismo. A Costa do Ouro, atual Gana, foi uma colônia do Império Britânico. B-P foi enviado para lá em 1895 para estabelecer uma força nativa que se opusesse às poderosas tribo Ashanti. Os Ashanti eram bem conhecidos pelos seus ferozes guerreiros, com o mote:

Se eu avanço eu morro
Se eu recuo eu morro
Melhor avançar e morrer.

As forças de Baden-Powell foram compostas por centenas de guerreiros das tribos Krobos, Elima, Mumford e Adansi. Eles tinham que explorar uma nova rota através da selva, em território inimigo, e construir uma nova estrada pela qual a força britânica principal pudesse seguir para atacar a Kumasi, a capital Ashanti.

Os Ashanti usavam tambores para sinalizar através das longas distâncias. E a intricada linguagem dos tambores podia ser ouvida todas as noites ecoando através da floresta.

Pioneirías na Selva.
Construir uma estrada através da selva significa limpar a mata espessa, abrir caminho através dos pântanos, e construir pontes sobre rios e correntezas. B-P assegurou-se que o seu exército fosse treinado em conhecimentos da arte de lenhador, pioneirías e nós. Eles construíram mais de 200 pontes de madeiras com mastros de madeira amarrados com cipós.

Patrulhas Escoteiras.
Dos povos de Gana Baden-Powell aprendeu a frase 'devagarinho, devagarinho é que se pega o macaquinho' - e ele aprendeu que ele poderia obter um melhor resultado de suas forças dividindo-as em pequenos grupos, ou patrulhas, e dando a responsabilidade para o capitão de cada grupo.

O Bastão Escoteiro
O bastão escoteiro foi copiado de um usado na campanha Ashanti, para testar a profundidade dos pântanos, para tatear o caminho à noite enquanto observava secretamente as posições inimigas, e também para erguer linhas telegráficas através da selva. "Foi no território Ashanti, na costa ocidental da África onde minha tarefa particular foi organizar um Corpo de escoteiros e pioneiros nativos”.

"Nós estávamos trabalhando dois ou três dias à frente das principal força das tropas europeias na floresta virgem e densa, sem estradas ou caminho de qualquer tipo para nos conduzir”.
"Para evitar o inimigo muito de nosso avanço teve que ser feito à noite, o que significava dificuldades a cada passo entre os troncos caídos, atoleiros, juncais e matos, etc.
"Sem um bastão não se poderia ir muito longe."
- B-P

O Aperto de Mão Esquerda.
Há duas histórias sobre a origem do aperto de mão esquerda no Escotismo. A primeira é simplesmente que a esquerda é mais perto do coração. Todavia há uma história muito mais interessante que coloca este cumprimento como originário de tradições da tribo Descrição: http://www.oocities.org/geuirapuru/sementes/lefthands.gifAshanti.

Quando B-P entrou em Kumasi, a capital dos Ashanti, ele foi cumprimentado pelo Chefe guerreiro que apertou a sua mão esquerda. Ele contou a B-P que "os mais bravos entre os bravos se cumprimentam com a mão esquerda". Assim começou esta tradição que é seguida por milhões de escoteiros em todo o mundo.
A explicação para o cumprimento com a mão esquerda é que um guerreiro usa esta mão para carregar o escudo, enquanto na direita carrega a lança. Assim para mostrar confiança em alguém ele tem que deixar de lado o escudo e cumprimentar usando a mão esquerda.

Sempre Alerta!