Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Vivenciando um pouco de paz e tranquilidade.


Vivenciando um pouco de paz e tranquilidade.

                      Ainda em convalescência. O velhote anda mal das pernas, do pulmão da respiração e do bolso. Bolso? Risos. Sem comentários. Nestes dois últimos dias quieto na minha barraca, ouço o som da chuva caindo. Fecho os olhos e deixo meu pensamento vagar. Um poeta disse que a paz interior é o nosso maior tesouro, não vamos deixar que a ansiedade venha roubá-la, nem permitir que alguém a destrua seja com palavras ou atitudes. Olho para mim e digo ferozmente: - Siga em frente! Mas caramba! Não é fácil. Preciso caminhar e não posso. Preciso respirar e quanta dificuldade. Corro atrás de uma boa leitura, os olhos turvam. Leio em um prefácio que existe uma maravilhosa mística na lei da natureza e que as três coisas que mais desejamos na vida, é a felicidade, liberdade e paz de espirito. Dizem os sonhadores que podemos recebê-las desde que a concedemos a alguém mais.

                     Hoje pela milionésima vez pus-me a vasculhar tudo que o escotismo me deu e fez de mim o que sou. Sou muito, sou pouco ou não sou nada? Quantas atitudes insensatas lemos por aí de pequenos trechos feitos no calor do momento. Não é fácil aceitar recriminações, admoestações, promessas juradas no calor do fogo que nos dá vontade de cantar uma canção escoteira em uma curva da jornada da vida. Por quê? Eu me pergunto. Sei que tem aqueles com o dom da verdade, aqueles que se imbuíram em uma função a ajudar e em vez disto fazem ameaças como se ele estive no alto da sapiência de sua investidura de homem líder de um movimento que sonha em ter fraternidade amor e paz. Lembrei-me de Fernando Pessoal: - Olhe, praticai o bem. Por quê? O que ganhais com isso? Nada não ganhais nada. Nem dinheiro, nem amor, nem respeito nem talvez paz de espírito. Talvez não ganheis nada disto. Então repito, porque praticar o bem? Se não ganhais nada com isto continuar? – Quem sabe sim, vale a pena praticá-lo mesmo assim.

                      Eu fui um felizardo. Passei por caminhos floridos, mas colhi espinhos que não esperava. Cheguei às raias de me tornar prepotente, de mostrar que posso lutar com as mesmas armas dos outros e assim vencer. Não venci. Foram muitas batalhas afinal são quase setenta anos curtindo a benevolência de Baden-Powell. Teve momentos que pensei encontrá-lo em meus sonhos e dizer: - Mestre, tudo mudou, o ontem se foi o hoje já está indo e o futuro nem sei se vai ser promissor. Fecho os olhos, deixo o pensamento deslizar por lugares incríveis que um dia aceitaram meu pisante na sua estrada montanha ou trilha. Sento em um canto da estrada, sinto um perfume no ar. Deve ser ele, BP me enviando suas palavras não ditas através de um simples som da natureza acrescidas por uma fragrância sem par. Cada ano, cada década, cada momento não foi somente uma ilusão.

Volto ao meu estado de espírito. Com as mesmas sentinelas do meu corpo a reclamar. Não paro de meditar. Não terei respostas para muitas perguntas. Lembrei-me de um poeta dizendo: - Seja paciente com tudo que não tenha solucionado em seu coração e procure amar às próprias perguntas. Não procure as respostas que não lhe podem ser dadas porque não poderia vive-las e o que importa é viver tudo. Viva às perguntas agora, talvez gradativamente e sem perceber, chegue a ver algum dia distante às respostas que procuras...  

Ainda recuperando. Não muito, mas não posso parar. Escrever é como se meu coração batesse novamente. Até mais,

Chefe Osvaldo

terça-feira, 4 de abril de 2017

“Tonho”


“Tonho”

                     Na janela olhava os passantes sem falar. Sua mente corria solta tentando costurar os erros e acertos de sua vida. A conversa com Tico foi à gota. Não foi a primeira e sabia que não seria a última. – Chefe, Prisco meu amigo que é Escoteiro no outro grupo me disse que sou pirata. Perguntei a ele o que significava – Ele disse que o Chefe dele dizia que éramos intrusos e não tínhamos direitos. Tentou me convencer a passar para eles. – O que fazer quando um Escoteiro seu diz isto para você?

                     Outras vezes um ou outro que não sabiam das diferenças perguntavam: - Chefe, porque não podemos participar das atividades e acampamento deles? – Afinal não somos todos irmãos? – Seria sua culpa? Tinha sido Escoteiro, fez uma promessa, amava a seu modo o movimento. Admirava o método do fundador. Agora adulto resolveu fazer uma Tropa. Uma experiência, sem a estrutura de um Grupo Escoteiro. As exigências para iniciar não o agradaram. O registro mais ainda. Soube que as normas eram cobradas para tudo.

                    Não tinha diretores. Para dar uma satisfação convidou a mãe de Ricardo uma simples lavadeira para ser a presidente. A Tropa cresceu. Dois anos e agora estavam completos. Vinte e oito escoteiros. Menos de um ou dois saiam por ano. A procura enorme. Não queria quantidade e sim fazer o escotismo que acreditava. Confiava nos monitores, às patrulhas saiam sozinhas, acampavam sozinhas. Dar responsabilidade era sua maneira de ver a formação escoteira. Fora assim com ele.

                  Quando Juvenal o procurou para dizer que ia organizar um Grupo filiado a União dos Escoteiros do Brasil ele o parabenizou. – Precisamos de mais escoteiros disse. Mas não foi bem assim. Exigiram de Juvenal o distanciamento. Ele queria fraternidade e encontrou animosidade. Os meninos de um e outro grupo se conheciam, mas na farda eram desiguais. Agora eram piratas, ameaçados de extinção, diziam que seriam levados as barras dos tribunais.


                   Ouviu ao longe o cantar do Hino Rataplã. Eram os Touros chegando do acampamento. O povo da cidade aplaudia. Os escoteiros com suas mochilas, tralhas e carrocinha de peito estufado marchavam com garbo. Pararam em frente sua janela – Sempre Alerta Chefe! Patrulha Touro se apresentado após o acampamento! – Sorriu. As preocupações ficaram para trás. Ele sabia que formava meninos para serem o futuro da nação. O escotismo não tinha dono era de todos. – Sempre Alerta Touros! Parabéns! Estou orgulhoso de vocês!  


 O escotismo não tem dono. Baden-Powell não passou procuração a ninguém. Alguns se apropriaram de algum que não é seu. Ele sempre disse que somos uma fraternidade. Fraternidade mundial. Se seguirmos suas ideias somos escoteiros não importa a organização que pertencemos. Ele nos deixou uma lei, e o sexto artigo é fiel ao original: - O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros. Quem não cumpre a lei não pode ser chamado de escoteiro.

domingo, 2 de abril de 2017

Totens e nomes de patrulha.


Conversa ao pé do fogo.
Totens e nomes de patrulha.

Baden Powell dizia que cada Patrulha num Grupo deveria ter o nome de um animal e que era bom critério escolher apenas animais e aves que se possam encontrar na região. Baden Powell achava também que "Cada escoteiro deve saber desenhar sumariamente o animal da patrulha e servir-se do desenho como assinatura." Baden-Powell fez os desenhos de muitos animais que escolheu para um possivel patrulha. Isto não significa que quando da constituição de uma patrulha seja discutido entre seus membros um nome diferente ao aqui sugerido. A foto que acompanha exemplifica o que B-P pensava.

"Totem" é uma palavra dos índios algonquinos. Designa, simplesmente, o "Brasão" ou as "Armas" de uma família. O "Brasão" era pintado ou cravado na maioria dos objetos usados pelo proprietário. As famílias dos índios americanos mandavam esculpir os seus Totens, quando podiam. Geralmente, eram altos pilares ou postes, e em geral, era um cedro admiravelmente trabalhado. O "Brasão" ficava no alto do poste e, em geral, era um animal selvagem, ave ou peixe. Os índios tinham-no como talismã e acreditavam que velava por eles e os protegia.

 É em relação ao totem que as coisas são classificadas em sagradas ou profanas dentro da coletividade. Henry Schoolcraft, ao analisar os totens tribais da América do Norte, disse: "o totem é, na verdade, um desenho que corresponde aos emblemas heráldicos das nações civilizadas e que cada pessoa é autorizada a portar como prova da identidade da família à qual pertence. É o que demonstra a etimologia verdadeira da palavra, derivada de 'dodaim', que significa aldeia ou residência de um grupo familiar".

Cores e sugestões de animais ou pássaros para escolha de uma patrulha.

Jacaré verde e caqui. Antílope azul escuro e branco - Texugo lilás e branco – Morcego azul claro e preto – Urso Castanho e preto – Garça cinzenta – Hipopótamo rosa e preto – Cavalo preto e branco – Cão alaranjado – Hiena amarelo e branco – Castor azul e amarelo – Alcaravão cinzento e preto – Melro preto e caqui – Búfalo vermelho e branco – Touro vermelho – Chacal cinzento e preto – Canguru vermelho e cinzento – Francelho azul escuro e verde – Guarda Rios azul de alcião – Leão amarelo e vermelho – Cão de Fila azul claro e castanho – Tetraz castanho e cinzento – Gato cinzento e castanho – Gralha preto e vermelho – Cobra Capelo alaranjado e preto – Esmerilhão azul escuro e castanho – Mangusto azul escuro e alaranjado – Noitibó preto e amarelo – Lontra castanho e branco – Mocho azul – Galo vermelho e castanho – Corvo Marinho Preto e cinzento – Galeirão purpura e cinzento – Cuco cinzento – Maçarico verde – Pantera amarelo – Pavão verde e azul – Pavoncino verde e branco – Pelicano cinzento e roxo.

- Andorinha branco e alaranjado – Rola cinzento e branco – Águia verde e preto – Elefante púrpura e branco – Falcão castanho e alaranjado – Raposa verde – Faisão castanho e amarelo – Tadoma castanho e cinzento – Papagaio do mar cinzento e amarelo – Quati preto e castanho – Carneiro castanho – Ganso Patola amarelo e azul escuro – Cerceta castanho e verde – Tarambola Dourada alaranjado e cinzento – Lagópode castanho claro e escuro – Açor cor de rosa – Cobra Cascavel cor de rosa e branco – Corvo preto – Rinoceronte azul escuro e alaranjado – Gaivota azul claro e escarlate – Foca vermelho e preto – Squa azul escuro e caqui – Narceja azul escuro e escarlate – Gazela escarlate e amarelo – Esquilo cinzento e vermelho escuro – Veado roxo e preto – Estorninho preto e amarelo – Cartaxo castanho e preto – Cegonha azul e branco – Petrel azul escuro e cinzento – Cisne cinzento e vermelho – Andorinhão azul escuro – Tigre roxo – Morsa branco e caqui – Noitibó Americano amarelo e castanho – Pato Marreco caqui – Javali cinzento e cor de rosa – Lobo amarelo e preto – Galinhola castanho e lilás – Pica pau verde e roxo – Pombo Bravo azul e cinzento.

Sugere-se que quando do inicio de uma patrulha, a escolha do seu totem e nome deve ser de comum acordo com todos os patrulheiros. Uma escolha é para sempre. Nunca se deve alterar ou mudar só porque uma nova patrulha anos depois achou melhor escolher outro animal ou pássaro. Afinal aquele totem tem muitas histórias para contar e muitos jovens tiveram a honra de segurá-lo ao dar o grito e ali depositaram sua confiança na patrulha e nos amigos que juntos estavam na patrulha.


Nota-se que B-P fez questão de colocar nomes da fauna de muitos países que adotaram o movimento Escoteiro.


Os nomes de patrulhas sempre deram orgulho aos que dela participaram. Até hoje muitos antigos escoteiros ainda dizem com orgulho de qual patrulha foram. Existem patrulhas da idade da criação do grupo, são aquelas que muitos antigos voltam à sede só para ter o orgulho de segurar o totem e dar o grito que também é para sempre.