Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quinta-feira, 13 de julho de 2017

A lenda do Coqueiro do Lago dos Anjos.


Lendas Escoteiras.
A lenda do Coqueiro do Lago dos Anjos.

                 Foi por volta do meio dia que chegamos ao nosso destino. Programa? Quatro dias acampado, construir um escada do sol e fazer um caminho nas nuvens aproveitando as arvores enormes que lá existiam. Sol a pino. Não houve dúvidas para chegar lá. A fonte informou que era o local ideal que procurávamos. O local era realmente maravilhoso. Sentamos a beira do Lago dos Anjos. Enorme, águas das cores do céu. Peixes pululavam nas suas águas frescas. O vento formava pequenas ondas que batiam na pequena praia de areia. Uma mata refrescante em volta do lago.

               Pássaros voavam sobre as águas a procura dos peixes para sua alimentação. Fizemos um pequeno descanso e o trabalho para a montagem do campo começou. Cada um sabia o que fazer. Não éramos mais patas tenras do passado. Dois com o toldo e o fogão suspenso, dois com as barracas e dois com as pioneiras de campo. Quem terminava ia ajudar os outros. No meio da tarde almoçamos.

                 À tardinha uma refrescada nas águas do lago. Gostoso. Delicioso àquela hora. Olhei o sol se pondo. Sempre fico encantado com o nascer e o por do sol. Para mim os dois maiores espetáculos da terra. Vi um inesquecível por do sol no cume do pico do Roncador. Uma pequena nuvem deixou que pingos refrescantes caíssem em minha face. Quantas e quantas vezes fiquei maravilhado ao ver na Garganta do Rio Selvagem ou nas Escarpas do Menino que Chora e até nas Campinas do Riacho Azul.

               Mas algum me chamou a atenção. Não tinha percebido antes. Bem próximo a nós um coqueiro. Nada de extraordinário. Folhas verdes espalhadas em seu tronco e cinco lindos cocos redondos. Isto mesmo. Redondos. Quando o sol iluminou suas últimas luzes da tarde gostosa, foi através das folhas do coqueiro. Um espetáculo! Nunca tinha visto nada igual! Os raios do sol se espalharam por toda orla do lago, e alimentou as árvores como se fossem fogos coloridos. Fiquei ali até o sol se por. Na Patrulha ninguém viu ou ninguém notou. Só eu.

                 Era rotina levantarmos cedo. Antes de o sol nascer. Levantei sonolento e ao abrir a porta da barraca outro espetáculo se formava. Agora ao contrário. O sol que despontava no horizonte, batia sobre as folhas do Coqueiro que ficavam douradas e os cinco cocos pareciam bolas amarelas a piscar luzes coloridas. Aquele Coqueiro era especial. Notei que em sua volta não havia folhas caídas, nem sementes, nem nada. Nem tampouco cocos que amadureceram e não podiam continuar na arvore mãe. Em sua volta apenas uma grama macia, como se tivesse sido aparada por anjos invisíveis.

               Era um coqueiro que vivia no caminho do sol durante sua passagem para o oeste.  Mas a rotina de uma Patrulha Sênior não dava folga para amenidades nem imaginações de um sonhador. No primeiro dia o elevador que nos levaria ao céu ficou pronto. No alto da árvore no segundo dia construímos um Ninho de Águia que cabia perfeitamente os seis valentes escoteiros. A passagem nas nuvens demorou mais dois dias. Eram oito as arvores interligadas. Para que? Utilidade? Perguntem aos escoteiros. Eles fazem e só eles entendem e sabe a maior? Eles gostam! Risos.

                Todas as manhãs e todas as tardes eu não perdia o grande espetáculo que o sol e o Coqueiro davam naquele fantástico Lago dos Anjos. Lembro que no passado quase não observava as coisas em minha volta. A natureza é prodiga. Difícil entender tudo, mas fácil aprender a amar o que se vê. A primeira vez aconteceu na volta de uma jornada. Onze anos. Uma parada e deitado com a cabeça apoiada na mochila eu observei uma formiguinha. Tentava levar tronco acima uma pequena flor. Dava alguns passos e caia. Ficamos ali descansando por vinte minutos. Vinte minutos a formiguinha tentando subir e caindo. Ela não desistia nunca. Partimos sem eu saber se a formiguinha tinha conseguido.

               Outra vez estava sentado no Penhasco das Pedras das Esmeraldas, quando sem querer avistei um grande gavião negro. Voava aqui e ali. Sempre fazendo o mesmo caminho. Por quê? Porque não se foi para outras paragens? Notei lá embaixo, um pequeno Tiziu Azul, escondido em uma fenda do penhasco. Natural. Era agora sua presa. Natureza cruel, mas existe e faz parte da vida.

                 Em toda minha vida sempre fui um Escoteiro sonhador e observador. Sempre gostei de diferenciar o vôo e o som das aves. Sempre sabia onde as borboletas ficavam quando da sua dança do acasalamento. Uma vez fiquei dois dias observando o João de Barro a fazer sua casinha. Bati meu recorde quando conseguir chegar a menos de dois metros de um sagui, um mico muito esperto. Quando não acampando pegava minha bicicleta e ia seguir pistas de carros, charretes, bichos do mato nas redondezas do meu bairro. Dizem que devemos ver as coisas não como as vemos, mas tentar dar um pouco de vida no que podemos enxergar. Henry David dizia que em cada pôr-do-sol que via, lhe inspirava o desejo de partir para o oeste tão distante e belo quando aquele onde o sol se pôs!  

                 Ver e imaginar o belo em todas as coisas. Somente o amor pode sorrir nos olhos da natureza como um espelho. Esses poetas e seus sonhos e suas frases maravilhosas. Prosseguir na vida é saber ver ao seu redor. Em tudo que vemos podemos ver o belo ali presente. Nossa mente é quem decide por nós. Carl Sagan amante do futuro e da natureza comentou um dia que nossos antepassados viviam do lado de fora. Eles estavam tão familiarizados com o céu noturno e as estrelas a piscarem luzes maravilhosas quanto à maioria de nós estamos com os nossos programas de televisão favoritos. Belo programa!


               A natureza não pode acabar. As árvores são nosso pulmão, os rios nosso sangue, o ar é nossa respiração e a terra, ah! A terra. Ela é nosso corpo. Faça você de seus olhos, sua mente o que devemos ver e lutar para que seja assim! Afinal você é um escoteiro! Sonhe o quanto quiser! Imagine o quanto puder! Faça da natureza o seu destino. Nós temos este direito!   

Nota: - Uma viagem na imaginação. Uma vontade enorme de estar lá naquele lago fantástico. Uma história comum, mas que traz as belezas do escotismo aventureiro com sabor da natureza.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Filosofando... Os sons da natureza.


Filosofando...
Os sons da natureza.

                 Chefe! A juventude de hoje não tem mais aquele espirito de ver na natureza a vida como ela é. Tento mostrar que tudo que veio antes de nós, mesmo que seja inexplicável tem como padrão a filosofia da natureza. Se vamos para o campo e mostro as flores silvestres eles não dão valor. Um dia subimos até um Pico no Alto da Serra e ficamos lá até o sol se por. Eles Chefe, ficavam conversando, não prestando atenção ao espetáculo e mesmo que eu insistisse para que eles analisassem se tudo que estavam poderia ter algum valor. Disse para eles que a natureza é o que é e não aquilo que queremos que seja. Ela pode ser a areia do mar, os átomos, a visão, o instinto e porque não a vida e a morte?

                 - E ele continuou dizendo: - Chefe eu tentei mostrar que a natureza aparece em todas as épocas do ano, nas estações do tempo, no frio ou no calor. Como admirar o dia e a noite? Como amar a lua e o Sol? Como contar estrelas no céu? Até declamei aquele poema famoso: - “Por entre junco e hera verdejante, correm nascentes de água límpida, Junta-se à sede da minha alma ímpia, esta cascata pura e refrescante. Já são audíveis os sons da cachoeira, num simulacro à magia da natureza Insetos e pássaros voam na certeza que Deus existe e a fé é verdadeira”. E mesmo assim Chefe, eles riram de mim. São bons escoteiros eu sei, mas não tem mais aquela filosofia de amar o infinito de amar o que não veem, de não ter a noção das cores que se mostram na vida que vivemos.

                    Chefe, eu tentei mostrar o maravilhoso som do regato, das cachoeiras cheias de peixes coloridos, pulando acima das águas como querer se mostrar para nós. Tentei mostrar a eles a lagoa com suas águas escuras, escutar um sapinho coaxando, o bater de asas de papagaios soltos e grasnando no ar. Mostrei como podemos ouvir o som das abelhas, dos beija flor que procuram o néctar pra sobreviver. Me arrepiei Chefe quando disse para sentirem o vento soprando em uma campina, as plantações querendo seguir o mesmo rumo formando ondas como se o mar estivesse ali. A natureza é bela Chefe, mas meus jovens escoteiros não tem mais aquela alma aquela beleza de ver a maravilha da natureza tão bela e cheia de amor.

                 - Chefe o que devo fazer para que eles possam sentir e amar a natureza com seus sons, melodias, trinar de pássaros, corujas com seus enormes olhos perscrutando tudo a sua volta. Como ensinar a eles Chefe como se aquecer a noite o dia, ouvir deles uma exclamação de sentimentos com o vermelhão ao nascer e o por do sol? Fiz tudo chefes tentando mostrar como é belo o som da chuva, o cheiro da terra molhada, do riacho manso que corre para o mar. Lembrei a eles dos Sons das ondas, das gaivotas, dos falcões, dos macacos guinchando nos galhos como se estivessem a rir de nós. Sons das estrelas, da lua, do sol. Sons imperdíveis da nevoa da madrugada.

                - Não sabia dar uma resposta. A modernidade nos fizeram esquecer do simbolismo e a beleza da natureza. Não existem mais sonhos como no passado, não existem mais o belo a não ser aquele que se toca e sente. Como ensinar a eles os jovens escoteiros que ainda existe um Deus? Se a natureza é a verdade sabemos que Deus mora ali. Neste exato momento, onde você está agora à natureza está ao seu lado. Ela não é uma tela, uma máquina um programa ou um perfil uma imitação de imagem. Assim como a natureza é nossa maior virtude, ela está na simplicidade e nos olhos de quem realmente pode ver, e quando não exploramos as belezas ao nosso redor, perdemos a capacidade de sentir, de filosofar e nos tornamos estrangeiros em nossa própria terra.


                - Tudo tem um começo um meio e um fim. Se estamos no meio voltemos ao começo. Escoteiro! Você é gente. Mostre que pode sentir o vento, pode cansar a vista olhando o sol, pode ouvir o som da cascata, pode ouvir o trinar dos pássaros. Tente ver a beleza de uma flor. Deixe escoteiro o som da natureza invadir o seu ser. Tente entender a melodia dos pássaros, das arvores, dos ventos. Se assim o fizerdes terás então entendido o que é a natureza para nós. Escoteiros do campo, da serra, das matas, dos rios e das campinas que gostam de sentir a força dos ventos em suas tenras flores e folhas que balançam ao sabor da natureza.

nota: -  - Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

segunda-feira, 10 de julho de 2017


OS LIVROS DA SELVA.
(Leia mais tarde o Capítulo II dos Irmãos de Mowgly na Floresta de Seeonee).

Nota:
- “Os livros da Selva” é reconhecidamente um dos maiores clássicos da literatura universal de todos os tempos. Adorados por leitores de todas as idades desde que foram publicados no final do século XIX, seus contos ocupam lugar especial no imaginário popular. 

Muito se deve à fantástica história de Mowgly, o filhote de homem criado por lobos nas florestas da Índia. Protagonista de oito das quinze extraordinárias narrativas que formam o conjunto desse livro, Mowgly se tornou um mito por suas aventuras emocionantes ao lado de personagens inesquecíveis como Bagheera, a poderosa pantera-negra que o protege; Baloo, o urso que ensina as Leis da Selva aos filhotes de lobo; Kaa, o sábio píton. - Akela, o lobo solitário líder da Alcateia; e Shere Khan, o traiçoeiro tigre manco que deseja matar Mowgly.

- Essa edição traz o texto integral dos dois volumes de Os livros da selva, mais de 240 notas, 28 ilustrações originais de J.L. Kipling, pai do escritor, e W.H. Drake, além de apresentação e cronologia de vida e obra do autor. Inclui também, como apêndice, “Dentro da rukh”, a primeira história de Mowgly.

Origem dos Lobinhos: - Baden-Powell solicitou a Percy W. Everett que desse sugestões para criar o ramo lobinho. Em 1913 Everett lhe apresentou um projeto: - Regras para escoteiros menores. Segundo B.P. o nome “Lobinho” ou “Cachorro” seria adequado para designar os pata tenras como eram chamados os menores naquela época. Em 1914 o Headquarter Gazette publicou o esquema para os “Lobinhos”. Incluía a forma de saudação, o emblema com a cabeça do Lobo e a promessa mais simples adaptadas à faixa etária. Tudo isto se originou quando Baden-Powell conheceu o Livro da Jângal de Rudyard Kliping. A publicação do Manual do Lobinho em 2 de dezembro de 1916 pode ser tomada como marco para que este ano podia ser considerado como o da fundação do ramo lobinho, embora tenha sido somente em 1923 que as regras completas do Lobismo foram reconhecidas.

Se você tem interesse em ter os Livros da Selva de Kipling, pode adquirir todos os volumes no endereço abaixo. Caso queira conhecer algumas das história basta pedir o Bloco 7 “LOBOS EM AÇÃO” onde além de diversos condensados de lobos você vai encontrar um resumo do Livro. Basta enviar e-mail para ferrazosvaldo@bol.com.br

Para todas as histórias do livro, veja no site da Saraiva e o preço de cada volume.