Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 9 de setembro de 2017

Raphael. Na trilha do tempo.


Raphael.
Na trilha do tempo.

                    Era um velho amigo que ficou perdido no passado do tempo. Escoteiros de uma fenda no tempo que se fechou para nunca mais abrir. Nem sei por que nos cumprimentamos tão efusivamente. Foi um reencontro despretensioso uma rápida conversa menos convencional. – Olá Chefe! – Como vai? - O olhei de soslaio. Eu me lembrava de tudo que fez e das mágoas que deixou. Pensando bem são cicatrizes benignas feitas por pessoas que, usufruindo de uma fraternidade deixaram uma intersecção de uma história que seria melhor apagar.

                    Ele apertou minha mão esquerda efusivamente. - Ainda com ressentimentos? Disse. – Olhei para ele e permaneci calado. – Um pedido de desculpas, um abraço e uma lágrima poderiam ser considerados como um retorno para um perdão? – Chefe, desde aquele dia vou sobrevivendo a cada dia, com tombos e tropeços em meio à ventania que me aconteceu. Tento vencer os desafios, mas a dor é maior que aceitar o que fiz e me manter de pé a cada folha que caiu...

                   Não disse nada e o abracei. O olhei nos olhos com compaixão. Choramos juntos as desventuras de um desentendimento que nem deveria ter existido. – Chefe eu não conheço todas as flores, mas vou colher uma por uma e mandar ao senhor todas que eu puder. – É o tempo cura cicatrizes. A velha amizade sincera voltou. O espaço e o tempo estão interligados. Não podemos olhar para o espaço à frente sem olhar para trás no tempo...


                  Eu sabia que não adiantaria falar sobre o ontem, porque então eu era uma pessoa diferente do que sou hoje. Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente. O abraço fez do tempo um pedaço de bem querer. Lentos os dias que se acumulam. Como vão longe os tempos de outrora... Agora bons amigos que sabiam que a saudade voltou em belos momentos cheio de felicidades!

Nota de Rodapé:  “Essa lembrança que nos vem às vezes... folha súbita que tomba abrindo na memória a flor silenciosa de mil e uma pétalas concêntricas... Essa lembrança... Mas de onde? de quem? Essa lembrança talvez nem seja nossa, mas de alguém que, pensando em nós, só possa mandar um eco do seu pensamento nessa mensagem pelos céus perdida... Ai! Tão perdida que nem se possa saber mais de quem!” (Mario Quintana).

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Comentários de Baden-Powell. - a dificuldade


Comentários de Baden-Powell.

Dificuldades.
A vida seria aborrecida se fosse toda de rosas; o sal tomado sozinho é amargo, mas saboreado com a comida dá-lhe bom paladar. As dificuldades são o sal da vida. Tenho aconselhado muitas vezes aos meus jovens amigos que, quando confrontados com um adversário, façam como se estivessem a “jogar polo”: não tentem ir de encontro a ele de cabeça descoberta, procurem antes cavalgar lado a lado e, aos poucos, empurrá-lo para fora do vosso caminho.

Quando tiveres que fazer um trabalho difícil, pede a Deus que te ajude a fazê-lo, e Ele dar-te-á forças. Mas continuas a ser tu quem tem que o fazer. Não vale a pena ficarmos desanimados por causa de decepções ou de contratempos momentâneos; é inevitável que surjam de tempos a tempos. Eles são o sal que dá labor ao nosso progresso; elevemo-nos acima deles e ponhamos os olhos na grande importância daquilo que temos entre mãos.

É pelo esforço que nos, fortalecemos, e pelo esforço que alcançamos o êxito. É no esforço de lidar com uma dificuldade - com um sorriso nos lábios - que São Jorge nos dá um exemplo de esperança. Quando te deparares com a muralha lisa e nua da dificuldade, lembra-te: apesar de à primeira vista parecer muito alta, uma observação mais atenta pode revelar-te fendas e irregularidades graças às quais conseguirás superá-la; e, mesmo que não possa ser escalado, aposto dez para um em como é possível contorná-la.

O sentido da própria dignidade pode promover-se atribuindo responsabilidade ao rapaz e confiando em que ele, como pessoa digna, cumprirá o seu dever o melhor que puder, e tratando-o com respeito e consideração, sem o estragar.

O respeito, e não o amor, de si próprio gera o respeito dos outros.

Nota de rodapé: - Nossos parabéns aos bravos escoteiros lobinhos seniores pioneiros e chefes que desfilaram bravamente neste dia. Orgulho para nós velhos escoteiros e tenho certeza que a Pátria agradece! E lembrem-se, é pelo esforço que nos, fortalecemos, e pelo esforço que alcançamos o êxito. É no esforço de lidar com uma dificuldade - com um sorriso nos lábios - que São Jorge nos dá um exemplo de esperança.

domingo, 3 de setembro de 2017

Sei que você já leu esta história. Eu mesmo já a contei aqui diversas vezes. Mas sei que tem muito dos novos leitores que ainda não conhecem a história da canção – "Ging Gang Goolie". Adoro a canção e adoro a história. Poucas canções tem uma história assim. Se já sabem cantar ótimo, se não vamos lá – Cantem com seus lobos ou escoteiros e porque não os Seniores e Pioneiros?


Místicas e tradições do Escotismo.
História da canção "Ging Gang Goolie"

(Ging Gang Goolie é uma canção tradicional dos escoteiros.)

                   - Há algum tempo publiquei esta história que muitos disseram não terem ouvido falar. Muitos gostaram e não se esquivaram em comentar. Achei por bem reprisá-la, pois sei que muitos ainda não tiveram a oportunidade de conhecer ou ler a história. Espero que gostem!

                   Ging Gang Goolie é uma canção conhecida e cantada em todo o mundo, que foi inventada por Baden-Powell por ocasião do primeiro Jamboree Mundial. Ela foi inventada para que todos pudessem cantá-la, daí não ser escrita em nenhuma língua, o que a torna bastante divertida. - A história por trás desta canção foi criada mais tarde...

                  Numa escura e longínqua selva Africana existe uma lenda que conta a história do "Fantasma do Grande Elefante Cinzento". Todos os anos após a época das grandes chuvas, o fantasma do elefante surgia da bruma pela madrugada e vagueava pela selva. Quando chegava a uma aldeia parava, levantava a tromba e cheirava... "func"! Depois decidia se atravessava a aldeia ou se a contornava. E, se ele atravessasse a aldeia, significava que o ano ia ser mau, haveria fome, doenças e as colheitas seriam péssimas devido à seca, pestes ou quaisquer outras desgraças; mas se pelo contrário ele contorna-se a aldeia, significava que o ano seria próspero.

                   A aldeia de Wat-Cha tinha sido atravessada pelo fantasma durante três anos consecutivos e as coisas começavam a ficar realmente más para os habitantes. O chefe da aldeia, Ging-Gang, e o feiticeiro, Sheyla, estavam bastante preocupados, uma vez que o dia do elefante estava de novo a aproximar-se. Juntos decidiram que era preciso fazer alguma coisa para que o fantasma não voltasse a atravessar a aldeia. Os guerreiros da aldeia, que eram homens grandes como hipopótamos rechonchudos, usavam um escudo e uma lança e decidiram que se iriam colocar no caminho do elefante para o assustarem, fazendo barulho com as suas lanças e escudos. Por sua vez, os discípulos de Sheyla iriam fazer magia para afastar o elefante agitando os seus bastões mágicos. Estes bastões tinham pendurados diversos enfeites e ao abaná-los faziam barulho... shalliwalli, shalliwalli, shalliwalli!

                 Finalmente o dia da visita do elefante cinzento chegou! Muito cedo, os habitantes levantaram-se e reuniram-se à porta da aldeia. De um lado estava Ging-Gang e os seus guerreiros, do outro estava Sheyla e os seus discípulos. Enquanto esperavam a chegada do fantasma, os guerreiros começaram a cantar baixinho os feitos heróicos do seu chefe... Ging gang goolie, goolie, goolie, goolie, watcha, Ging gang, goo, Ging Gang goo... Os discípulos de Sheyla não quiseram ficar para trás e começaram também a cantar... Heyla, Heyla Sheyla, Heyla sheyla Heyla ho, Heyla, Heyla sheyla, Heyla sheyla Heyla ho... E ao mesmo tempo abanavam os seus bastões... Shalliwalli, shalliwalli, shalliwalli.

                 De repente surgiu da névoa o fantasma do grande elefante cinzento que ouvindo os cantos levantou a tromba e respondeu oompa, oompa, oompa... À medida que o elefante se aproximava, os guerreiros começaram a cantar mais alto e a fazer barulho com as suas lanças a bater nos escudos... Ging gang goolie, goolie, goolie, goolie, watcha, Ging gang, goo, Ging Gang goo... Os discípulos de Sheyla levantaram-se e começaram a sua magia... Heyla, Heyla sheyla, Heyla sheyla Heyla ho, Heyla, Heyla sheyla, Heyla sheyla Heyla ho... E ao mesmo tempo abanavam os seus bastões... Shalliwalli, shalliwalli, shalliwalli. Impressionado com tanto barulho o elefante começou a dar à volta a aldeia continuando a berrar... Oompa, oompa, oompa...

                  Houve grande alegria entre os habitantes e todos juntos começaram a cantar... Ging gang, goolie...

               - Para cantares esta música no teu grupo, seção, patrulha basta que o dividas em dois grupos: um deles corresponde aos guerreiros de Ging Gang e o outro aos discípulos de Sheyla. Estes devem cantar a sua parte, respectivamente, de forma alternada quando surgir o elefante; o qual é interpretado pelos chefes, que cantam continuamente oompa, oompa, oompa... Enquanto se dirigem aos guerreiros e aos discípulos. Posteriormente, o elefante deve desafiar os grupos cantando mais alto, os quais não se devem deixar vencer, começando, também, a cantar cada vez mais alto!

(Autoria do texto: Dorothy Untershutz, dirigente na cidade de Edmonton, Alberta, no Canadá. Publicado na revista "Leader" com o título "The Great Grey Ghost Elephant", edição de Junho/Julho 1991, página 7). 

Ging Gang Goolie
(escrita como conhecida no Brasil)

Guin-gan-guli, guli, guli, guli, Uápa,
Guin-gan-gu, Guin-gan-gu

Guin-gan-guli, guli, guli, guli, Uápa,
Guin-gan-gu, Guin-gan-gu

Ei-la, ei-la sheila, Ei-la sheila, ei-la ô
Ei-la, ei-la sheila, Ei-la sheila, ei-la ô

Gulixali Gulixali Gulixali Gulixali
Upa, upa, upa, upa

Guin-gan-guli, guli, guli, guli, Uápa,
Guin-gan-gu, Guin-gan-gu

Guin-gan-guli, guli, guli, guli, Uápa,
Guin-gan-gu, Guin-gan-gu

Ei-la, ei-la sheila, Ei-la sheila, ei-la ô

Ei-la, ei-la sheila, Ei-la sheila, ei-la ô

Nota de rodapé: - Sei que você já leu esta história. Eu mesmo já a contei aqui diversas vezes. Mas sei que tem muito dos novos leitores que ainda não conhecem a história da canção – "Ging Gang Goolie". Adoro a canção e adoro a história. Poucas canções tem uma história assim. Se já sabem cantar ótimo, se não vamos lá – Cantem com seus lobos ou escoteiros e porque não os Seniores e Pioneiros?