Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Conversa ao pé do fogo. Pierre Joubert.


Conversa ao pé do fogo.
Pierre Joubert.

                       São seus os desenhos escoteiros mais conhecidos em todo o mundo. Ele deu rosto aos escoteiros franceses e belgas durante dezenas de anos. Pierre Joubert nasceu a 27 de Junho de 1910, em Saint-André-des-Arts, Paris, França. Contatou com escoteiros pela primeira vez em 1924, e, no ano seguinte, decidiu entrar para o Grupo 14 daquela cidade. Estudou na “École des Arts Appliqués”, em Paris.
Em Setembro de 1927, no Campo Escola de Chamarande, o Comissário Nacional Paul Coze, examinando um dos seus blocos de desenho, propõe-lhe que ilustre a revista dos Scouts de France. A sua primeira capa da revista surge a um de Novembro de 1927.

A partir de 1934, a sua colaboração com as publicações dos Scouts de França passou a ser permanente e oficial, ilustrando revistas, livros e calendários. 

Os seus desenhos contribuíram para a definição de um novo estilo de escoteiro, desde o uniforme até às atividades arrojadas e com muita aventura. Foi ele quem criou o desenho da insígnia oficial dos Scouts de France que apareceu em 1940.
Pierre Joubert ilustrou também livros e manuais para outras associações escoteiras em França, na Bélgica e no Canadá. 

A partir de 1937, ilustrou livros de aventuras para jovens, nomeadamente a conhecida série “Signe de Piste”, da editora Alsantia, que hoje tem muita procura no mercado de colecionadores de banda desenhada. As aventuras vividas pelo príncipe Éric e seus amigos, onde entravam escoteiros, levaram muitos jovens a entrarem para o escotismo. Nos anos 50, Pierre Joubert produziu uma quantidade enorme de ilustrações para as coleções "Marabout Júnior” e “Pocket Marabout”, da editora Marabout, incluindo mais de cem livros da série “Bob Morane”.


Faleceu em La Rochelle, a 13 de Janeiro de 2002, aos 91 anos de idade.

Nota de rodapé: - Pierre Joubert com suas ilustrações e desenhos escoteiros, mostrou ao mundo o verdadeiro sentido aventureiro que são os sonhos dos jovens. Até hoje suas ilustrações estão em muitas publicações escoteiras inclusive as minhas. Quem quiser conhecer melhor acesse:

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Baden-Powell – Cidadão do mundo.


Conversa ao pé do fogo.
Baden-Powell – Cidadão do mundo.

               O segredo de meu sucesso na vida sempre foi à influência de minha mãe. A maneira pela qual aquela extraordinária mulher conseguiu educar-nos, sem que nenhum de nós tenha sido um fracasso; e a maneira pela qual não sucumbiu à ansiedade e às tensões de toda ordem escapa a minha compreensão.

Não somente, apesar de ser viúva e pobre, conseguiu alimentar-nos, vestir-nos e educar-nos, Foi sua influência que me guiou pela vida afora muito mais do que quaisquer preceitos ou qualquer disciplina aprendida na escola. B.P

                Apesar de não ter tido a orientação de um pai, sendo o sétimo filho homem, gozava de bom treino durante as férias, em companhia de meus irmãos mais velhos. Todos eles tinham bem desenvolvido o instinto esportivo e eram bons camaradas entre si, nadadores de primeira classe, jogadores de futebol, remadores, etc. Todos sabiam imaginar e executar o que fosse preciso para substituir o que não podiam comprar, chegando mesmo a construir um barco.

                 Fazíamos nossas próprias cabanas, nossas redes de pesca ou de caça de lebres e pássaros, e assim pegávamos e assávamos nossa comida para satisfação nossa em geral e de nossos estômagos em particular. Tudo isso era muito bom para mim. Foram um aprendizado de valor inesgotável pela minha vida afora, aprimorando a formação de nosso caráter.

                 - No meu tempo de menino, em Charterhouse, fora dos muros, havia o “Bosque”, longo terreno arborizado, no flanco de uma colina, estendendo-se por mais de uma milha ao redor dos campos de recreio. Era aí que costumava passar longas horas imaginando ser caçador e escoteiro. Arrastava-me cuidadosamente pelo chão, procurando rastros e tentando me aproximar de esquilos, coelhos, ratos e passarinhos, a fim de observá-los. Fazia armadilhas e quando conseguia pegar um coelho o uma lebre (o que não se dava frequentemente), aprendia penosamente, por experiência própria, a tirar-lhe a pele, limpá-lo e assá-lo. Assim, sem o saber, fui adquirindo um tipo de educação que mais tarde seria de grande valor para mim.

             Esses conhecimentos iniciaram em mim o hábito de reparar em pequenos detalhes ou “sinais” e de tirar conclusões, em outras palavras o hábito inestimável da Observação e da Dedução.

 Outros pensamentos de Baden-Powell.                   
- Queremos que nossos homens sejam homens, e não cordeiros. E na grande proposição da Paz Internacional, tenho para mim que antes de abolir armamentos, antes de se fazer tratados de paz, antes de construir palácios para os delegados das nações se reunirem, o primeiro passo é a formação de todas as novas gerações – em cada nação – guiadas por um absoluto sentimento de justiça. Quando os homens tiverem como instinto na condução das tarefas da vida, olhar as questões com imparcialidade de ambos os lados antes de se tornarem partidários de um deles, então, ao surgir crise entre duas nações, estariam naturalmente mais dispostos a reconhecer a justiça de cada caso e adotarem uma solução de paz. O que é impossível enquanto seus espíritos estiverem acostumados a entrar em guerra como único argumento.

No movimento escoteiro temos a nosso alcance grandes oportunidades para introduzir treinamento prático em justiça e honestidade, como jogos e competições de campo, e através de arbitragens, cortes de honra, ensaios e debates na sede.


Nota: Indiscutivelmente, Baden-Powell desempenhou um papel singular, não apenas como Fundador do Movimento, mas também como seu líder e inspirador. A isto pode-se acrescentar o seu profundo entendimento dos problemas, necessidades, e aspirações do jovem e de sua capacidade para tornar os sonhos em realidade. A promessa e a lei escoteira, conforme o texto original de B.P, escrito em 1907-1908, no livro Escotismo para Rapazes, representa todo um corpo de valores morais, éticos e nacionais, que eram esperados de um cidadão participativo e útil a sua sociedade, na época em que foram escritos tais princípios.

Nota de rodapé: - O nosso principal esforço é atrair os jovens e colocá-los em um caminho correto para o sucesso em sua vida, nos empenharmos para equipá-los – especialmente os mais pobres – com “caráter” e habilidades manuais para que cada um possa pelo menos ter um trabalho. Se após isto ele fracassa, então é sua culpa e não daqueles que estão em posição de ajudar nossos irmãos menos favorecidos, como acontece atualmente. Baden-Powell.