Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 21 de outubro de 2017

Anotações de Baden-Powell – Número 2. Apenas basta sorrir!


Anotações de Baden-Powell – Número 2.
Apenas basta sorrir!

“Quando tudo vai mal e parece inclinado,
    A tornar-se pior e mais turvo a seguir,
   Não dê coices, nem grite e não fique afobado;
        Apenas basta sorrir.

           Quando alguém, a você, quer passar para trás.
              E tomar mais que a parte que lhe competir,
                Seja firme, gentil e paciente rapaz:
                  Apenas basta sorrir.
             
                     Mas se um dia você ficar “cheio“ demais
                       (certas vezes você ficará abafado)
                           Não podendo sorrir, não se irrite jamais
                              “Apenas fique calado”.
                  Do Livro o Caminho para o Sucesso. Baden Powell.

Boa disposição.
- A falta de riso significa falta de saúde. Deves rir tanto quanto puderes que te faz bem; por isso, sempre que puderes dar uma boa gargalhada ria à vontade. E faz rir os outros também quando puderes, visto que lhes faz bem. Se estiveres a sofrer, ou em apuros, faz por rir da tua dor ou das tuas preocupações; se te lembrares disto, e te obrigares a rir, vais ver que te faz realmente bem. Uma dificuldade deixa logo de ser uma dificuldade assim que te rires dela e a enfrentares.

- A vida do Escoteiro torna-o tão jovial que ele está sempre a sorrir. “Um sorriso leva duas vezes mais longe do que uma careta”. Uma palmada amigável nas costas é um estímulo mais poderoso do que uma picada de alfinete. Se olhares para um verdadeiro lobo, vê-lo-ás sempre de focinho franzido, como se estivesse a sorrir. Então, o lobinho também deve andar sempre sorridente. Mesmo que não te apeteça sorrir - e por vezes até podes ter vontade de chorar - lembra-te de que os lobinhos nunca choram. Com efeito, os Lobinhos sorriem sempre, e quando têm problemas ou estão com dores, quando estão em apuros ou em perigo, sorriem sempre e aguentam.

Nos Lobinhos, o sorriso do escoteiro deve ser um riso aberto. O riso neutraliza a maior parte dos defeitos das crianças e promove a alegre camaradagem e a abertura de espírito. O rapaz que muito ri pouco mente. Uma Escoteira anda sempre a sorrir e a cantar, dando alegria aos outros e a si mesma, especialmente em tempos de perigo, pois mesmo então nunca deixa de fazê-lo.
«Ri enquanto trabalhas» (lema sugerido para as Escoteiras)

Em geral, existe sempre um lado divertido até mesmo nas piores alturas. O bom humor é tão contagioso como o sarampo. Uma boa dose de riso é um banho para o cérebro. Com carácter e um sorriso, o rapaz vencerá os males que se lhe deparem no caminho. Há muito tempo, descobri por experiência própria quanta verdade existe no ditado; «Um sorriso e uma bengala ajudar-te-ão a atravessar todas as dificuldades que há no mundo»; e quando ganhei mais experiência, percebi que normalmente até se pode deixar a bengala em casa.

Se um rapaz se habitua a mostrar um semblante alegre quando vai pela rua, já faz muito. (Não nos esqueçamos de que ele adquire este hábito graças ao exemplo do seu Chefe). A sua atitude ilumina e torna mais felizes muitos dos que passam por ele, comparada com as deprimentes centenas de caras tristonhas com que também se cruzam. A alegria e a tristeza são tão contagiosa uma como a outra.
«Um sorriso é a chave secreta que abre muitos corações».

As Escoteiras nunca resmungam perante as dificuldades, nem refilam umas com as outras, nem se põem de má cara quando ficam de fora. Acho que nós, os Escoteiros, podíamos acrescentar mais uma às sete virtudes cristãs - concretamente, a boa disposição. Há uma divisa que afirma: “Sê bom, e serás feliz”. A minha versão é: “Sê bem disposto, e serás feliz”.

Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior.

Nota de rodapé: - Hoje dia de reunião poucos irão ler agora a magnifica interpretação de Baden-Powell sobre a alegria e o riso. Sei que quando saírem da reunião na primeira oportunidade irão ler. Vale a pena. BP foi um homem além do seu tempo. Em tudo que fez e criou. “Sê bem disposto, faça uma boa ação e serás feliz”.
  

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Conversa ao pé do fogo. Dissecando um artigo publicado.


Conversa ao pé do fogo.
Dissecando um artigo publicado.

               Postei há dias um artigo sobre o portador da Insígnia de Madeira. Foi baseado em muitas publicações que li e também o que pensava Baden-Powell. Alguns poucos comentam que a IM era bem considerada no passado e hoje não mais. Sei que todos conhecem a história do curso, do lenço, das contas e de suas místicas e simbolismo motivo de orgulho para todos nós escoteiros. Até hoje em todo o mundo o caminho é um só. Ter a honra de pertencer ao 1º Grupo de Gilwell. O volta a Gilwell tão bem cantado em rodas de Insígnias da Madeira dão o tom às místicas que envolvem aos portadores da IM.

                Não importa que o 1º Grupo de Gilwell seja apenas uma quimera, uma criação hipotética. Ele existe na imaginação e faz parte da Mística do Escotismo que começou em 1910. Quando Baden-Powell escreveu e publicou o “Escotismo para rapazes” ele jamais imaginou as dimensões que sua criação chegaria a ter. O aprendizado dos primeiros chefes não tinha uma organização formal e na maioria das vezes era baseada no conhecimento geral. Baden-Powell viu a necessidade de organizar a formação dos chefes escoteiros de uma maneira mais metódica. Alguns cursos foram realizados em Richmond/Londres em 1909 e 1910 sob a liderança do próprio Baden-Powell. Eram cursos rápidos e o maior deles foi realizado em fevereiro de 1911. Com o advento da primeira guerra os cursos deram uma pausa para voltar posteriormente.

                Em 1918 com o fim da guerra o Movimento escoteiro crescia em ritmo acelerado. Precisam ter um local que servissem como área de acampamento e como um centro de formação escoteira. A história de Gilwell Park é conhecida de todos. Graças a Rosneath, de Dumbartonshire na Escócia que doou uma quantia em libras foi possível adquirir um local próprio uma área chamava de Gilwell Hall. Gilwell Park já com novo nome teve de ser totalmente reformado e foi inaugurado em 26 de junho de 1919. O primeiro curso de formação escoteira aconteceu de 8 a 19 de setembro de 1919 (onze dias, muito diferente de hoje) e dirigido por Francis Gidney, o primeiro Chefe de Campo de Gilwell contando com a participação do próprio Baden-Powell.

                As histórias reais e imaginárias, as místicas e simbolismo se sucederam após este primeiro curso. A Insígnia, o lenço suas contas hoje é do conhecimento geral. Anos se passaram e o sistema praticado em Gilwell rodou mundo e aportou no Brasil. Os cursos do passado eram realizados com copias mimeografados cedidos por Gilwell Park, muitos de 8 a 11 dias. A modernidade deu possibilidade de se modificar e alterar muito do que existiu. Bom ou não poucos ainda hoje usam o modelo Gilwellano. Felizmente ou infelizmente muitas das alterações feitas não só no curriculum do curso como em muitos programas foram feitos a poucas mãos.

                 A disciplina, a lei e a promessa são invocadas a cada um que discorda ou quer sugerir. O mote do vá a Assembleia não passa de uma ilusão. Enquanto não for alterado o Estatuto da União dos Escoteiros do Brasil, teremos decisões que muitas vezes são contrárias ao pensamento geral. A União dos Escoteiros do Brasil parece se satisfazer com a grande rotatividade/evasão ou em inglês Turnover. Isso faz com que muitos novos aceitem sem discutir ou argumentar o que ela diz através dos seus atos.

                 Nada que faz ou decide tem alcance maior do que sua máquina dirigente de poucos membros. A consulta às bases nunca aconteceu. Opiniões são desprezadas desde que vão de encontro ao pensamento dos dirigentes. As pesquisas entre seus membros e unidades locais nunca aconteceram. Infelizmente a IM tornou-se um símbolo de nobreza ou elevação de Status que muitos ainda não entenderam sua posição junto aos jovens. Nem todos se enquadram com o que escrevo e penso. Temos muitos chefes que merecem nossa admiração e respeito. Sejam eles IMs ou não.

                 A importância de ser um portador da Insígnia de Madeira vai além da formação de caráter e do entendimento que o escotismo foi criado para os jovens e o Chefe é um ator coadjuvante. Para eles todos deveriam se voltar com cortesia e respeito. Se hoje os que não concordam tivessem sua IM poderíamos dar uma nova fisionomia do que pensamos e agimos. Reclamar só não nos leva a nenhuma solução. Ficar entre paredes e pátio fazendo um escotismo arredio acreditando ser a melhor solução tenho minhas dúvidas. A continuidade e a perseverança principalmente dos jovens deve ser o objetivo final.

               Ainda tenho sonhos que os fiz desde os primórdios de minha existência escoteira. Conviver em fraternidade, harmonia, respeito e ética entre todos participantes do escotismo do Brasil e do mundo. Luto por uma democracia escoteira plena sem dono e com raiz. Onde o poder emana dos associados e há todos eles devem ser dada a possibilidade de eleger, votar e ser votado não importando seu cargo eletivo no escotismo nacional o sucesso é garantido.

               Quando arregaçarmos as mangas do uniforme, dizendo vamos em frente e saber que a união faz a força, o poder faz um milagre e a derrota um vencedor teremos sim um escotismo respeitado e reconhecido pelas autoridades e pela população brasileira, independente de ser um IM ou não.

Obrigado. Chefe Osvaldo.

Nota de rodapé: - Não deveria ser o artigo de hoje. Meu artigo o Portador da Insígnia de Madeira produziu inúmeros comentários em minhas paginas grupos e muitos que compartilharam. Alguns concordando e outros discordando. É bom isso quando vemos o meio escoteiro adulto participando mais e vendo onde irá colocar seus passos escoteiros no futuro. É apenas um pensamento de um Velho Chefe Escoteiro que pode estar errado já que não sou nenhuma sumidade ou entendido do Escotismo de Baden Powell. Tudo que sei aprendi na Escola da Vida.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Conversa ao pé do fogo. Cem anos de escotismo. Valeu?


Conversa ao pé do fogo.
Cem anos de escotismo. Valeu?

                Em 2010 o escotismo fez cem anos. Muitos resultados a apresentar. Alguns calculam que mais de quinhentos milhões de seres humanos passaram pelo escotismo. Um número surpreendente. Centenas de milhares de homens e mulheres que documentaram o valor do escotismo. Posições chaves em seus países, políticos, cantores, atores, muitos reconhecidos pela sua performance em suas atividades profissionais e tantos outros dignificam e dignificaram o método Badeniano. Agradecidos a BP pelo que representou em seu modo atual de vida. Isto é o melhor Marketing, a melhor propaganda para alavancar e tornar conhecido o escotismo em todos os tempos.

                 Em centenas de países o escotismo sobrevive com sucesso e muitos lutando para que não se apague a chama escoteira que tão bem nos conduziu pela trilha do sucesso de nosso fundador Baden-Powell. Artigos, contos, marketing são escritos e mostrados na imprensa falada, escrita e televisada. Alguns países se retraem outros crescem a passos largos. Queira ou não a politica se sobressai juntamente com os egos de cada um. O “eu de cada um” é o que caracteriza a personalidade de cada individuo. Nestes casos nem sempre no escotismo isto leva ao “Caminho para o Sucesso”.

                 Não sou um emérito conhecedor e estudioso do escotismo nos países que assentaram as bases Badeniana. Até mesmo no nosso País costumo errar nos meus complexos artigos sobre o tema e muitas vezes me deixo levar pelo amadorismo, ou melhor, pelo fascínio que me torna um entusiasmado cobrador de resultados. Sei que se fala muito nos tempos modernos e isto dá uma ênfase a qualquer tema nos tempos de hoje. Quem me dera ser um conhecedor da psicologia social de Sigmund Freud. Um matuto mineiro não pode pensar a tanto.

                 Alguns afirmam que o escotismo em nosso País surgiu nos primórdios de sua fundação, quando o Primeiro Tenente da Marinha de Guerra Eduardo Henrique Weaver e o suboficial Amélio Azevedo Marques que presenciaram o nascimento do escotismo inglês trouxeram a ideia para o Brasil. Afirmam historiadores que no dia 14 de junho de 1910, na casa número 13 do Chinchorro no Catumbi, Rio de Janeiro eles se se reuniram pela primeira vez. Assim nasceu o Centro de Boys Scouts do Brasil. Uma noticia nos jornais da época assim foi publicada:
"À imprensa desta capital, brilhante e poderoso fator de progresso, campeã de todas as idéias nobres, vem o Centro de Boys Scouts do Brasil, solicitar o auxílio de sua boa vontade, o esteio de que necessita para que em todos os lares brasileiros penetre o conhecimento do quanto à Pátria pode ser útil à instrução dos Boys Scouts".

                  Mais de cem anos passados. Alguns afirmam que estas datas servem mais para a historia Escoteira e que a realidade é outra. Historiadores comentam que nosso Movimento Badeniano no Brasil só foi fundado quinze anos depois. Nos anos que se seguiram diversos homens lutaram para dar uma fisionomia e credibilidade no método de Baden-Powell. O tempo passou. Ainda não temos resultados absolutos apesar de que nossa liderança afirma o contrário. Falta ainda muitos testemunhos daqueles que passaram pela fileira escoteira para sermos devidamente reconhecidos como um método importante na formação de jovens.  

                  Cem anos de escotismo. Baden-Powell foi enfático em dizer que precisaríamos manter nossos jovens por pelo menos anos no escotismo. A verdade é que isto não é mais possível com a nova metodologia moderna e educacional que muitos acreditam ser o encontro da modernidade com o presente e o futuro. Ainda temos muito que fazer. Esquecer a metodologia Badeniana ou aceitar o que dizem os pedagogos, pensadores, psicólogos e altos dignitários acadêmicos sobre a nova formação de mentalidade dos jovens no dia de hoje ainda não se provou autêntica.

                    Resultados. Eles que interessam. Devemos esquecer Baden-Powell que criou um método diferente de tudo que se conhecia há mais de cem anos? Tempos da diligencia, da bicicleta bem diferente das tecnologias do dia de hoje. Difícil dizer. Não há mais serventia o facão, a machadinha e a vida na natureza selvagem. A descoberta de novos encantamentos existe hoje de outras formas. A chama do herói, de ser um bandeirante, de ser um amante da natureza vai sendo substituída pelas maravilhas tecnológicas que são oferecidas aos jovens de hoje.

                     Alguns dizem que precisamos nos reencontrar. Quem sabe ouvir mais e falar menos. Quem sabe nossos lideres saem a campo para ver até onde chegamos. Ver a realidade de outra forma sem julgar caminhos que poderão ser contrários ao seu pensamento. Precisamos sim fazer um mea-culpa. Aceitamos muito as ideias dos novos que chegam e esquecemos que nosso passado foi escrito por um homem que até hoje é considerado “Além de seu tempo”!    

Termino o meu artigo plagiando Giancarlo Valente que por si só se explica.
- Somos homens e mulheres provenientes de caminhos diversos, mas unidos na convicção de que o escotismo é uma estrada de liberdade para todas as estações da vida, assim como na de  que a  felicidade está em servir aos outros a partir dos mais fracos e dos indefesos. O adulto Escotista é uma mulher ou um homem de paz: homem livre, uma pessoa que tem a coragem de ir “além de”, uma pessoa que olha o mundo com o olhar de um jovem. O adulto Escotista é uma pessoa competente para transmitir o próprio saber. Uma pessoa que sabe estar junto aos demais, tomando-lhes as mãos. Uma pessoa que vive a historia com o espírito de serviço. O adulto Escotista é uma pessoa que crê no futuro e é um sinal de esperança. Uma pessoa que não se considera ter chegado à meta. Um velho sempre mais velho, fora do contexto social. Se tudo permanecer como está!


O adulto Escotista consegue maravilhar-se olhando ao seu redor. È o que serve sem esperar um muito obrigado. È uma testemunha do empenho em direção aos últimos. O adulto Escotista é um recurso da sociedade futura. È, também, a esperança de uma mudança. - Giancarlo Valente. 

Nota de rodapé: - Um artigo feito para meditar. Pensamentos utópicos ou reais. Cem anos de escotismo já se passaram. Onde pisamos? O que fazemos? Onde estão os resultados tão esperados? Cem anos. Quando iremos ver que o escotismo de Baden-Powell tem de ser compreendido a luz da modernidade sem modificação? De quem é a verdade? Os nossos dirigentes ou aqueles que foram esquecidos na escuridão?