Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Memórias de uma patrulha.

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Memórias de uma patrulha.

Nonô.
- Sentado no banco embaixo do toldo na área de refeições, olhava com carinho seu campo de Patrulha. Ele sabia que ali era a extensão de sua casa e tinha a obrigação de dar todo o conforto para viverem no acampamento sem ostentação. Como Monitor sabia que tudo ali fora um trabalho de equipe, onde cada um deu seu aval e agora poderiam viver por três dias com se estivem em casa. Cada um mereceu pelo trabalho que fez. Ele se orgulhava da Patrulha Tigre. Sabia que mais seis meses iria para Sênior, deixaria muitos amigos, mas ele havia os preparado para fazer a patrulha andar mesmo sem ele. Viu ao longe Marcus pescando no lago. Sabia que boa coisa iria acontecer.

Marcus.
- Ele gostava de pescar. Aprendeu com seu pai e na Patrulha todos sabiam que ele iria trazer sempre um pescado para as refeições. Escolheu um bom lugar em volta do lago e sabia que pelo menos alguns lambaris e quem sabe uma traíra eles iriam ter nas próximas refeições feita por Josiel. Ele ajudou a fazer as duas fossas e deu uma mãozinha para levar até a arena da bandeira um tronco já seco que encontram na mata. Deu para montar um excelente mastro onde iria balançar no alto a do Brasil, a do Estado e a do Grupo. Ele estava na Patrulha há dois anos. Ficou amigo de todos e sempre estavam juntos mesmo quando não estavam escoteirando. Afinal era o Bombeiro e lenhador e porque não o pescador?

Josiel.
- Olhou seu fogão com carinho. Quantos caíram quando estava cozinhando? Sorria ao lembrar. Era como o Chefe dizia: - Tem de errar para aprender. Um pequeno fogo para o barro secar. Assim ficaria mais firme para fazer o jantar. Duas bolsas de lonas cheias de água estavam penduradas no porta-treco. A lenha já havia sido colhida e guardada. Algumas achas embaixo do fogão. As demais em local próprio onde era o lenheiro. Mesmo com os olhos marejados pela fumaça ele sorria. Gostava de ser o cozinheiro da Patrulha. Até o Monitor tinha respeito por ele. Lembrou o dia que Tomé o intendente disse que ele era o mais importante na Patrulha.

Tomé.
Quando entrou era o Bombeiro/lenhador. Sempre foi obediente e disciplinado. Gostava da Patrulha, pois eram uma equipe onde todos dividiam as tarefas. Quando Nonato foi para os seniores ele pediu para ser o Intendente. Ele sabia que era uma grande responsabilidade. Cuidar da tralha, do material de sapa e das barracas era uma função para poucos. Mas ele sabia que daria conta do recado. Mesmo no acampamento ele não tirava os olhos dos demais quando utilizavam alguma ferramenta na intendência. Sabiam todos que ele tinha de prestar contas ao Monitor no final do acampamento. Nada poderia faltar. Lembrou-se de Josué o Bombeiro Lenhador novado que deixou um facão fora do campo. Riu do fato ao lembrar.

Josué.
- Não era um noviço. Já tinha um ano e meio de Patrulha. Diziam que ele ainda era um pata-tenra. Passou para os escoteiros e se orgulhava de ter sido um Lobinho cruzeiro do sul. No início todos se preocuparam e ficavam do seu lado em todas as atividades que faziam. Ele sabia que ainda não era um veterano como os demais, mas iria chegar lá. Nunca reclamou de sua função. Conhecia a lenha boa para o fogo, sabia que quando molhada o interior estava seco. Nunca se perdeu ao ascender o fogo e sabia com perfeição manter a água colhida sem perigo de insetos. Gostava de ser almoxarife e ajudante do cozinheiro. Fez uma grande amizade com Totonho o Sub Monitor. Chegou mesmo a sonhar em substitui-lo quando Nonô fosse para os Seniores. O tempo iria ajudar.

Totonho.
- Nunca reclamou na Patrulha. Quando foi escolhido por Nonô para ser o seu sub pensou se daria conta do recado. Não foi difícil. A Patrulha era unida e Nonô fazia questão da fraternidade e união. Sorria ao pensar que aprendeu a fazer grandes pioneirías. Não foi fácil. Quando construiu a ponte Pênsil pensou que não ia dar certo, mas deu. O Ninho dos Falcões foi outra aventura bem maior que o Ninho de Águia. Tinha um amigo que o ajudava em tudo mesmo sendo o Escriba. Noel sempre fora o intelectual da Patrulha.

Noel.
- Nunca foi esnobe com seus companheiros. Quando nasceu diziam que com um ano já lia livros que assustavam sua mãe e seu pai. Superdotado? Assim falavam sobre ele. Escrevia, contava histórias de grandes homens do Brasil e do mundo. Quando começou no escotismo como lobo se sentiu meio por fora. Sabia muito para sua idade e nem sempre foi bem entendido pelos chefes da Jângal.  Queria “tirar” o Lis de Ouro, mas só Nonô tinha conseguido. Tinha receio que os demais o olhassem diferente e pensassem que ele queria ser o melhor de todos. Sempre se aconselhava com o Chefe Falcão. Tinha por ele o maior respeito.

Chefe Falcão.
- Nunca foi escoteiro. Era um dos seus arrependimentos e logo que surgiu oportunidade entrou para os escoteiros e nunca se arrependeu. Aprendeu fazendo e errando conforme o método bipidiano. Amava sua tropa. Não havia escoteiros especiais para ser protegido. Todos para ele eram iguais. Nunca dizia meu escoteiro, meu Monitor meu cozinheiro. Nos seus oito anos de tropa aprendeu com muitos monitores como agir e como tratar a cada um. Quando recebeu a IM prometeu dar mais do que sabia aos seus jovens. – Diziam que ele sempre foi o mesmo Chefe tendo a IM. Nunca aceitou convites a não ser para colaborar com um ou outro Chefe escoteiro.


Apenas uma apresentação da Patrulha Tigre e seus escoteiros. Ate mais.

nota - Memorias de uma Patrulha são lembranças de patrulheiros que tiveram orgulho nas suas funções e a desempenharam com alegria. Eles sabiam que cada um dependia do outro para que tudo corresse bem no campo de Patrulha. Se você meu amigo ou minha amiga passou por esta fase no escotismo sabe que as lembranças ficam marcadas para sempre.