Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Conversa ao Pé do fogo. Quando...


Conversa ao Pé do fogo.
Quando...

Quando...
- Sentir-se bem no Grupo Escoteiro que colabora...
- Sentir-se amado e amar a todos ao redor...
- Sentir-se que houve respeito e aprendeu a respeitar...
- Sentir-se prestigiado, elogiado e sabendo que é mais um...
- Sentir-se que são presentes nas horas boas ou más...

Quando...
- Quando acreditar que aquela casa é seu segundo lar...
- Quando sentir que o sorriso é espontâneo e leal...
- Quando acreditar que ali se aprende a ser ético...
- Quando aprender a ter honra e dignidade...
- Quando se orgulhar da lei e de sua Promessa...

Quando...
- Sorrir por ver que o aplauso é verdadeiro...
- Sorrir e acreditar que são todos irmãos...
- Sorrir ao ser convidado para amar a natureza...
- Sorrir ao ser levado pelo vento, sol e as estrelas...
- Sorrir e sentir que mesmo cansado valeu a pena...

Quando...
- Acreditar que seu trabalho é dignificante...
- Acreditar que vale a pena tudo que faz...
- Acreditar que os frutos compensam o sacrifício...
- Acreditar que a todos ao seu redor pode confiar...
- Acreditar que ao dormir teve sonhos de paz...

Então...
- Se agora acredita que vale a pena colaborar e ajudar...
- Se agora se orgulha de ser Chefe ou voluntário não importa...
- Se agora sabe que seu salario é o sorriso de um jovem...
- Se agora se sente regiamente pago pelo que faz...

- Se agora acreditou o Escotismo do Brasil bate palmas para você!

Nota - Quando acreditar que o Escotismo pode lhe trazer a felicidade... Quando todos ao seu redor o respeitam e sabem que são respeitados... Quando sentir orgulho do trabalho que executa... Quando cumpre a lei e a promessa com orgulho... quando dá seu exemplo para os seus e para a comunidade... Quando sabe que sorrir vale mais do que chorar... Então meu amigo, eu me orgulho de saber que é um Chefe escoteiro de verdade! 

domingo, 21 de janeiro de 2018

Crônicas de um Chefe Escoteiro. Dicas de acampamento mateiro. Parte I.

Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Dicas de acampamento mateiro. Parte I.

                       Porque não escrever algumas dicas sobre como fazer um acampamento mateiro para ninguém jamais esquecer? Um acampamento que deixa marcas e que será lembrado para sempre? Sei que a maioria dos chefes de hoje tem conhecimento de sobra, mas os mais novos não. Acredito que o que vou escrever muitos chefes que fizeram cursos de formação de técnica escoteira sabem o que estou dizendo. Ou será que isto não existe mais? Sei que muitos chefes novos não são advindos de sessões escoteiras e com grandes conhecimentos mateiros. Antes de lerem, por favor, eliminem a palavra impossível quando forem acampar. Tudo é possivel basta querer e achar a solução perfeita. Se for para dizer que não dá, até logo... Chefe escoteiro que se preza não diz isto nunca!  

                      O bom acampamento mateiro não tem dono. Os assistentes, os monitores e até os patrulheiros fazem parte de tudo que acontecer de bom ou ruim. Agora, lembre-se você é o Chefe, se não se preparar ou como dizem os velhos lobos do mar, aviar-te em terra antes de começar a navegar nada dará certo. Converse, ouça, anote veja o que cada um tem para contribuir. Sem a participação dos assistentes e monitores e até mesmo a Corte de Honra como disse Murphy em sua lei abstrata – “Tudo o que puder dar errado dará”.

                       O ponto mais importante é que o acampamento é dos escoteiros e não seu. Se você é um amador, um estreante faça sua parte divertindo, mas quem precisa do acampamento são eles e não você. Desculpe dizer assim, mas os heróis são eles. Eles é que vão aprender fazendo, errando, tentando novamente até fazer o certo. Deixe eles se sentirem um aventureiro, um explorador sem ninguém para empurrá-los para isto. Aconselhe se necessário, converse com os monitores... Isto mesmo, os monitores, eles são sua sombra, seus olhos suas ideias. As patrulhas devem ter a liberdade necessária para andar com suas próprias pernas.

                       Fale o necessário, mas mantenha os olhos e os ouvidos abertos. Você é o responsável. Evite falar muito quem fala demais incomoda e não é compreendido. Se você já acampou antes com os monitores e subs e ensinou tudo que sabe e aprendeu com eles não existe motivo para você ficar preocupado. Seja exigente nas inspeções, na chamada geral ou na disciplina. As normas de segurança em acampamentos não serão citadas aqui. Penso que elas foram devidamente lidas e anotadas do POR e que cada Chefe sabe como agir.

Escolha do local.
             Eu tive a felicidade de fazer escotismo em cidades pequenas e nestas a facilidade é enorme. Mas fiz também em grandes cidades. Uma bicicleta, uma moto, um jipe dá para fazer uma exploração perfeita para a escolha de um bom local. Ônibus e trens ajudam muito. Fazer amizades é primordial, os proprietários e caseiros devem ser bem tratados e respeitados. As promessas feitas quanto a proteger o local devem ser cumpridas a risca. Desmanche as pioneiras. Empilhe o madeirame. Impressiona o sitiante e o proprietário. Tente achar um local ermo, sem casas ou estradas ou mesmo sinais de civilização. Isto é primordial para dar ao escoteiro o sonho da aventura. Uma boa aguada que não ofereça perigo para banhos, uma montanha ou uma várzea para exploração, arvoredos ou mata e se tiver bambus então o local é perfeito.

O programa.
            Não faça nenhum programa sem ouvir a tropa. Dê tempo para eles discutirem, e apresentar um rascunho do que querem. Esqueça aqueles programas onde o horário é primordial. Uma vez vi um programa de um acantonamento de lobos que tudo era marcado a hora os minutos e os segundos. Impossível de seguir. Formalize tudo com os monitores e assistentes. Se fosse eu nada da tecnologia que hoje é muito usada seria levada para o acampamento. Quem sabe só o Chefe com seu celular. Cuidado com muitos apitos. Conhecem a chamada por bandeirolas? Uma cor para os monitores, outra para a Patrulha e outra para o intendente. Precisa de mais? O mais interessante é que algumas patrulhas criaram o cargo de observador. Só para ver a chamada por elas, as bandeirolas.

                 O melhor programa são aqueles que eles podem ficar juntos, dividindo entre si as tarefas, fazendo um fogão suspenso, uma mesa, bancos fossas, artimanhas e engenhocas. Uma Pioneiría construída por eles é motivo de orgulho. Nada como um bom papo, canções, tudo espontâneo. Um grande jogo tem seu lugar, mas já vi uma patrulha partir para uma pescaria que ficou lembrada para sempre. Conversas ao pé do fogo a noite é bom demais. A alegria deles em receber o chefe? Ou a outra Patrulha? Sempre sinto saudades de um Monitor vir me convidar para uma refeição em sua Patrulha. Principalmente quando iria tirar uma prova da especialidade de cozinheiro. Tudo perde a graça quando o Chefe fica zanzando nos campos de patrulha. Não dá liberdade de aprender. Afinal o campo de patrulha é a casa deles e como tal deve ser respeitado e preservado.

               Andar com as próprias pernas é um lema mais que correto dito por Caio Vianna Martins. Se o acampamento marcou significa quer o jovem deu valor ao seu aprendizado. Se acontecer o contrário é mais um a engrossar a legião dos que não voltam mais. Sabemos que os jovens escoteiros ficam semanas a meditar sobre o acampamento, como vai ser o que vão fazer. Não tire este sonho deles. Patrulhas que têm liberdade de ação fazem do conselho de Patrulha uma obrigação para decidir tem maior desenvoltura no seu crescimento. O que desanima em qualquer tropa e ver a patrulha reduzida a três ou quatro e o Chefe desmanchar outra para completar.

                E você? Quantas noites de acampamento? Acampamento meu amigo, aquele mateiro, só a tropa ou só a sua Patrulha. Pois é, se pudesse voltar no tempo iria aumentar as minhas noites. Foram só setecentas e oitenta e poucas. Devia ter chegado às mil noites!

                 Volto ao tema se acharem que vale a pena. Um bom domingo para todos.


- Nota - “Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido”. Escoteiros que não acampam nunca sentiram o gostinho de viver aprendendo, fazendo, errando, repetindo até que conseguem acertar! Isto sim, é que é bom demais!